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sexta-feira, agosto 01, 2025

Na ressaca de uma ida às compras, com o corpo habituado ao descanso e ao silêncio

 

Quando estamos no campo, o tempo flui de uma outra maneira. Durmo mais, levanto-me tarde e isso não atrapalha o resto do dia porque tudo corre tranquilamente, quase como se o tempo deslizasse com todo o vagar.

Com o calor que tem estado, só se consegue estar bem dentro de água ou dentro de casa. Só ao fim do dia se consegue andar na rua. E, ao fim do dia, com a doçura do entardecer, tudo é serenidade. O tempo em tardança.

Sou eu e é ele: zen, zen, zen
Ainda hoje, no campo, à sombra, a dormir descansadamente

Portanto, com este ritmo pausado, o meu corpo parece desabituar-se da agitação, do movimento.

Aconteceu-me hoje um banho de imersão num bem animado shopping. Já no outro dia, quando um dos meninos fez anos, fomos às compras com ele (e com o mano). Mas a transição do campo para a cidade não foi como hoje, foi mais rápido e só um dos rapazes estava comprador. 

Hoje, com dois leõzinhos em vias de fazerem anos, de presente quiseram também ir às compras. Só ao fim da tarde porque antes estiveram na praia. 

Ele despachado, muito pragmático. E impaciente. No capítulo das compras, igual ao pai. Antes tinha-nos avisado qual a hora limite pois tinha que estar em casa a tempo de tomar banho e jantar para, quando começasse o jogo, queria estar a postos em frente da televisão.

Ela é outro comprimento de onda. Disponível para avaliar todas as opções, com gosto em experimentar tudo, sem pressa. Neste capítulo, igual à tia. Disse o irmão que, só por saber que ele se queria despachar para não perder pitada do jogo, já ela fazia tudo mais devagar. Ela disse que não mas não sei se, lá no fundinho, ela não se importou nada de não corresponder às pressas dela. Contudo, penso que, nela, é, sobretudo, o prazer de ir às compras e de experimentar toilettes. Compreendo-a. Não posso esconder que sou também assim. Talvez não agora, em que me forço a não ceder ao consumismo, mas, antes, o prazer que sentia em adquirir farpelas novas era grande e sempre renovado.

Portanto, gerir estas duas personalidades e motivações, foi uma coisa um pouco complexa: ele desesperado, farto, irritado, ela nas calmas, nas sete quintas. 

Entretanto, o meu marido resolveu levar o cão, mas, logicamente, ficou lá fora a passeá-lo. Não sei se imaginou que seria rápido mas, se imaginou, imaginou mal. Por isso, também desesperava, telefonando-me volta e meia a pedir-me um ponto de situação, dizendo que já não conseguia andar mais tempo às voltas. Pelo meio, ligou-me também o meu filho a querer saber onde andávamos pois daí a nada começava o jogo, e, perante o ponto de situação, disse-me que eu não estava a gerir bem as prioridades. Talvez, mas perante abordagens contrárias, até conflituantes, que poderia eu fazer?

Segundo ela, foi o irmão que ligou aos pais a queixar-se dela e a mostrar o seu desespero. Não vi mas ele não negou. 

No final, ela já estava bem abastecida, embora ainda com um item em falta, ele ainda quase sem nada.  Vi o caso mal parado. Ele já não queria nada para ele nem queria que a irmã fosse comprar o que lhe faltava. Tive que convencê-lo, iríamos a correr, tudo muito rápido. Não podia ser ficar praticamente sem presentes. Respondeu-me que logo comprava, noutra altura, e depois logo dizia quanto tinha custado. Disse-lhe que isso não tinha jeito nenhum. Uma negociação difícil. Com a promessa de que despacharíamos o assunto em poucos minutos, lá acabei por convencê-lo e lá se resolveu tudo. Mas disse que não volta a ir às compras ao mesmo tempo que a irmã. E, de facto, mais vale tratar do assunto em duas expedições distintas, uma para cada um.

Mas, enfim, entregámo-los em casa resvés campo de ourique, presumo que ainda conseguiu ver o futebol todo (não sei se teve tempo para o banho e se não teve que jantar em frente da televisão...). Os primos, em contrapartida, gentileza do tio que lhes arranjou bilhetes, viram-no ao vivo, no Algarve.

Agora o que acontece é que, desabituada de estar no meio de muita gente, desabituada de algum stress (por irrelevante que seja), desabituada de pressas, chegada a casa, quando acabei de jantar, sentei-me aqui no sofá e foi como se estivesse anestesiada: caí num sono profundo. Não imaginam. Não conseguia acordar. Ferrada, ferrada, ferrada, como se tivesse vindo de correr a maratona.

Não sei se é desábito, se é deste calor ou se é de outra coisa: no outro dia o meu marido disse-me que eu passo meses sem ver a tensão arterial. Muito instada por ele, acabei por ir ver e estava baixíssima: a máxima parece que estava em 10 e picos e a mínima nem chegava aos 5. Na volta, também é isso.

Com esta situação, como poderão imaginar, nem faço ideia do que se passa no mundo nem consigo agradecer e responder os comentários. Vou retirar-me para os meus aposentos.

quinta-feira, agosto 08, 2024

A culpa é do raio do long covid... Só pode...

 

Ainda não consegui chegar ao ponto que tanto ambicionei: ter tempo e organização pessoal para me pôr a experimentar coisas, a fazer o que me apetecer, sem ter que interromper por mil e um motivos.

Provavelmente é este regime de fazer caminhadas, geralmente duas por dia, uma curta, para aí meia hora a meio do dia (e está calor para mais), e uma mais longa, quase uma hora, mais ao fim do dia, que anda a cortar demasiado o dia, a interromper o que estou ou vou fazer. 

Claro que me refiro a quando não tenho cá crianças ou a família em geral. Nesses casos só consigo fazer uma caminhada à noite ou perto disso. Mas esses dias estão fora destas considerações pois, obviamente, nessas circunstâncias, não é possível outra coisa que não dedicar-me a eles.

Mas, nos dias em que estamos só os dois, eu gostaria de ter tempo para fazer mil coisas: jardinar, pintar, fazer peças com pedras e conchas, escrever, fotografar, fazer vídeos. Mas não consigo. Ou porque são horas disto ou horas daquilo, parece que não consigo ter disponibilidade ou rendimento. 

Além do mais, continuo com os mecanismos do sono avariado. Falei com um médico sobre isto. Contei-lhe que pode ser impressão minha mas acho que desde que tive Covid o meu sono nunca mais foi o mesmo. Posso dormir lindamente de noite, acordar por mim, tudo na maior. Pois, mal acabo de almoçar, fico perdida de sono. Se me sentar a ler ou a ver o computador, são as passas do algarve para não dormir. Ele disse-me que acredita que é o long covid, que há muitos doentes dele que se queixam do mesmo. Diz que alguns não se queixam disto e outros queixam-se durante uns meses a seguir mas que há outros que, ao fim de um ou dois anos ainda se queixam. É o meu caso. Diz que ainda não sabem como tratar isto.

Caraças.

Mesmo que não durma, não tenho aquela energia necessária para improvisar, para ter vontade para inventar, para arriscar. 

Vejo os vídeos que, quando trabalhava via e que me faziam ter uma imensa vontade de me reformar para ter uma vida assim, e constato que estou a milhas. O meu marido diz que se me deitar cedo, acordo cedo e tenho a manhã toda ao passo que agora tenho apenas uma parte. Não creio que seja isso. 

Vejo esta Elaine e penso que eu que gosto tanto de pintar galos, que pintei carradas de telas cheias de galos, não poderia continuar a improvisar e a diversificar em torno do tema? Podia, não é...?

Elaine Savoie - Painter, Market Gardener

Zsofin Sheehy meets painter Elaine Savoie on her Hornby Island homestead and Studio. An unapologetic iconoclast, Elaine uses her painting practice to question the norms of her Catholic upbringing and human-centred society. The conversation follows Elaine's life of making, raised by the community of island artists and shaped by her process, connection to the land she stewards, and using art as a tool to play and explore oneself. In addition to her creative practice in painting and drawing, Elaine also uses writing and poetry to humorously and fearlessly delve into the intricacies of island life and reflect on her Metis heritage, interweaving themes of personal identity and the complexities of intergenerational processing.  

An artist and farmer born on Hornby Island, Elaine Savoie's upbringing within the early farming settlements of the Savoie family, the Catholic church, and the island's unique natural landscape laid the foundation for her creative journey from a young age. In her nationally recognized Icon series, she seamlessly merges canonical and imagined saints, creatively embodied as roosters, seabirds, and other local creatures. 


Saúde. Alegria.
Dias felizes.