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Sintra |
Gosto muito de passear. Quando penso em ir, não me ocorre muito ir de avião, muito menos de barco, mas, sim, de carro. Ou seja, o que me parece natural é ter comigo o meu próprio meio de locomoção.
O meu marido em tempos tinha a ideia de ter um daqueles carros-caravana. Um primo nosso tinha um, com beliches, cozinha, uma salinha, casa de banho. Gostavam daquilo, eles. No entanto, isso a mim nunca me atraíu muito pois limitar-nos-ia a ter que procurar parques de campismo. Uma colega minha aluga uma coisa dessas e vai com o marido e com os filhos e diz que, por vezes, ficam mesmo nas cidades. Mas não sei.
Parece-me que ir num carro normal e ir dormir a hotéis é mais tranquilo e nos dá mais liberdade.
Também gosto de andar de comboio, gosto até muito, mas acho que o comboio é bom para viagens ponto a ponto. É que, se o percurso pretendido é variado, a rede nem sempre nos leva onde queremos ou implica muitas mudanças. Ou seja, quando estou no ir é em ir de carro que penso. O problema é que sendo as férias curtas, ir de carro tem a limitação do tempo. Ou seja, só limitações, umas por razões profissionais, outras por razões familiares.
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Torre em Belchite, Espanha, destruída durante a Guerra Civil |
Também gosto de andar de comboio, gosto até muito, mas acho que o comboio é bom para viagens ponto a ponto. É que, se o percurso pretendido é variado, a rede nem sempre nos leva onde queremos ou implica muitas mudanças. Ou seja, quando estou no ir é em ir de carro que penso. O problema é que sendo as férias curtas, ir de carro tem a limitação do tempo. Ou seja, só limitações, umas por razões profissionais, outras por razões familiares.
Dantes viajávamos bastante. Agora, desde o AVC do meu pai, faz-me impressão ir para longe e, por isso, poucos passeios temos feito. Fazemos cá em Portugal e bastante que gosto deles, o nosso país é lindo. Contudo, sinto a falta de me pôr ao largo.
Para me animar, penso, então, que um dia que estejamos de férias todo o ano, haveremos de fazer os passeios que quisermos.
Um que eu gostaria de fazer, seria ir visitar belos lugares abandonados. Fascinam-me esses edifícios que, um dia, foram imaginados para serem vividos em felicidade e que, fruto das circunstâncias, se viram sem ninguém e que, apesar disso, apesar das inclemências do tempo ou da força da natureza, resistem, mostrando ainda vestígios da sua antiga beleza.
Claro que isto sou eu a sonhar porque, se lá fosse, a esses lugares misteriosos e decadentes, haveria de ter medo de lá entrar, medo que as paredes ou os tectos ruíssem, medo que aparecessem monstros, espíritos, gente fora do mundo, tigres azuis, vozes sem corpo, assustadoras respirações.
Claro que isto sou eu a sonhar porque, se lá fosse, a esses lugares misteriosos e decadentes, haveria de ter medo de lá entrar, medo que as paredes ou os tectos ruíssem, medo que aparecessem monstros, espíritos, gente fora do mundo, tigres azuis, vozes sem corpo, assustadoras respirações.
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Uma solitária e esquecida igreja em Frnça |
Um dos locais que, ao ver as fotografias, me inquietam e, ao mesmo tempo, mais despertam a minha curiosidade, é a infinita escada para o paraíso. Na origem da sua construção estiveram motivos bem prosaicos e, na prática, o que se pode dizer é que terá sido um projecto falhado. De manutenção difícil e muito perigoso, há formas mais expeditas e seguras de chegar ao cimo do monte. Mas, abstraindo-nos desse lado mais pragmático, é uma constução maravilhosa com quase 4.000 degraus.
Talvez um sonho. Talvez uma impossibilidade eu ir um dia ver sítios assim. Talvez nunca passe disto, de ver as fotografias destes lugares solitários, belos, que resistem à decadência que o impiedoso devir do tempo lhes reservou. Não faz mal. Também gosto de imaginar e de ir viajando pela internet, vendo fotografias, descobrindo lugares mágicos que talvez um dia recuperem a vida que conheceram em dias felizes. Ou que vão acabando aos poucos, dust to dust.
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Stairway to Heaven’, Oahu, Hawaii |
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Edifice
Dirigido, editado e filmado por Rogerio Silva
Coreografado e interpretado por Carmine De Amicis e Harriet Waghorn
Música de Alaskan Tapes "Then Suddenly, Everything Changed"
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E queiram, por favor, descer para uma paródia encenada para gozar com a confirmação do clown Trump para canditado conservador à presidência dos EUA. Parece anedota. Parece mesmo.
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