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quarta-feira, janeiro 26, 2022

Um Governo chefiado por um troca-tintas, um mangas de alpaca retrógrado e preconceituoso...? Com um puto medroso, palavroso e oco como Ministro da Defesa...?
Ná... Não posso acreditar... Não pode acontecer.

E, para que se ouça, loud and clear, aqui fica explícito qual o meu voto.
E também o da minha mãe...

 



Neste sábado, ao passearmos, a minha mãe voltou a dizer que 'esta gente' que provocou a queda do Governo -- e põe no mesmo saco PCP, BE, PSD e CDS -- é uma 'cambada de irresponsáveis'. Depois entristece-se, quase como se fosse ela a ser vítima de injustiça. Diz: 'Com o que este Governo tem feito, o que tem aguentado...Não há direito...O que eles têm lutado, o que têm penado... E agora o que estes aldrabões para aí andam a dizer... Não há direito... Para que são estas eleições? Uma vergonha.'  para logo rematar, já enfurecida, naquele registo informal de quem sabe que o que diz à filha não é testemunhado por terceiros: 'Se estas bestas vêm outra vez para o poder, sempre quero ver. Já não basta o que fizeram antes... Alguma vez eles são capazes de fazer o mesmo que estes? Alguma vez...? Uma cambada! Nem quero pensar!'. 

Quando se refere ao que 'fizeram antes', penso que se refere ao Passos Coelho; mas também pode ser ao Cavaco, que ela detesta. Não fala do Rio. Para ela, o Rio é apenas uma representação dos outros. Não o reconhece sequer como ser autónomo e capaz. 

Não sonhando que as suas palavras seriam aqui reproduzidas, enfurece-se ainda mais ao falar do Bloco ou do PCP: 'Bandidos. Eles é que têm dado espaço para esse Ventura, esse porco. Nem consigo vê-los, quando aparecem mudo logo de canal. Bandidos.'.

E acrescenta: 'Desde o 25 de Abril que não estou tão preocupada com umas eleições. Vou votar logo à abertura. Estou mesmo preocupada com isto'. Pergunta-me a que horas abrem as urnas. Digo-lhe que acho que é às 8 da manhã. Diz que vai antes para votar logo que abram.

Nunca, nestes anos todos, lhe perguntei em quem votava. Nem a ela nem ao meu pai. Mas creio que, em geral, terá sido no PS. Neste caso, agora, não há dúvidas pois di-lo explicitamente. Gosta muito do António Costa tal como gosta bastante da Marta Temida.

De resto, quer a minha avó quer o meu tio, irmão dela, sempre mostraram ter o coração devidamente implantado: à esquerda. 

Um dos seus tios, irmão dessa minha avó, tio que eu ainda conheci quando era muito pequena, antes do 25 de Abril esteve preso e foi deportado creio que para São Tomé. Mais tarde, já por cá, viveu clandestinamente e lembro-me de o ver uma vez à noite em casa da minha avó e de o ter encontrado uma vez no mercado do peixe. Estava com a minha mãe e ela deu de caras com ele. Lembro-me de ter sido um encontro estranho, meio a correr e a disfarçar. Nunca se sabia por onde andava. Tenho ideia que morreu pouco antes do 25 de Abril pois a minha avó lamentava que aquele irmão não tivesse desfrutado a liberdade pela qual tanto tinha lutado.

Do lado dessa minha avó sempre foram uns resistentes e houve um primo da mãe dela que foi Presidente da República, uma pessoa da cultura.

Há pouco, ao chegar a casa, já tarde, liguei a televisão enquanto nos preparávamos para jantar (felizmente a comida estava já feita). Vi o Rio a aconselhar o Costa a acabar a sua vida política com dignidade. Senti um enjoo, um incómodo profundo. 

Os portugueses não podem ser irracionais ao ponto de trocar uns bons governantes, como os que temos tido nestes últimos anos, por gente que não lhes chega aos calcanhares. 

Nem acredito que achem que o Costa tem governado bem o País e, por qualquer enviesada razão, vão votar noutro qualquer, abrindo a porta para o Rio, para o Chicão, para o Ventura.

Não acredito. 

Só espero é que quem pense que a melhor solução para o País passa por ter um governo liderado por António Costa se chegue à frente e o afirme a plenos pulmões. E vote. No PS.

Eu, pela parte que me toca, é o que aqui estou a fazer. Vou votar no PS e creio que praticamente toda a minha família mais directa vai fazer o mesmo. Nenhum de nós é filiado. Nem somos de ir a comícios, arruadas ou coisas do género. Mas concordamos numa coisa: nenhum outro partido tem mostrado a sensatez, a abertura de espírito, a visão de futuro, preocupações humanistas e intergeracionais, espírito inclusivo, apetência cultural, capacidade de pôr o país a crescer assente num equilibrado modelo económico, no poder da educação e do desenvolvimento científico e tecnológico, sempre com sentido de Estado e pés na terra como o Partido Socialista. E reconhecemos António Costa não apenas como um competente e digno líder socialista como um excelente governante.

Espero muito sinceramente que ninguém fique em casa nem vote com os pés: vamos votar e vamos votar com a cabeça. Se não queremos a direita, votemos em quem melhor lhe consegue barrar o caminho e em quem melhor governará o país: no PS.


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As rosas foram fotografadas por Nick Knight ao som de do tema do Cinema Paraíso de Ennio Morricone na interpretação de Renaud Capuçon
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Desejo-vos uma boa quarta-feira
Bons pensamentos. Muitas rosas. Esperança. Força.