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quarta-feira, março 22, 2017

O apertadinho do Dijsselbloem,
as máquinas de lavar do mastim Schäuble e o dinheiro russo,
o novo gabinete da filhinha do papai, Ivankinha Trumpinha, na Casa Branca,
o Diogo Morgado e a Joana de Verona
(e que raio se passou entre eles? e quem, afinal, vem a ser ela?)
e, no meio disto, não consegui acabar o dia com o Abel Barros Baptista nos braços.
E assim sucessivamente
.





Não vou falar daquele apertadinho que não sabe bem o que é isso de vinho e de mulheres. Como marrãozinho que quer fazer gracinha, falou do que não conhece. Pela carinha de quem comeu e não gostou ou de quem anda sempre com qualquer coisinha a tolher-lhe os movimentos, sempre lhe achei ar de quem não estava ali a trazer saúde às finanças da Europa. A pinókia e o seu láparo amestrado todos se derretiam mas eu, que sou boba, reconheci logo que aquele ali não é dos meus, àquele falta vida, falta cama desarrumada, falta escola de rua, falta tanta coisa. O homenzinho que levou uma corrida em osso nas eleições não aprendeu a lição e continua armado em coisa ruim, mostrando que, por dentro, é igual ao que é por fora: os neurónios todos enrodilhados.

Por isso, apenas lamentando que, na união europeia, os corredores do poder continuem abertos a bicheza de tão má raça, não vou dizer nada sobre o dito Dijsselbloem até porque por cá é o que não falta é gente que alinha pela mesma oratória, desde o cassândrico Oh Dr. Medina até à prima Teodora, passando pelo J.M. Fernandes, que até dá dó tanta indigência, e à desinfeliz Helena Matos que não dá uma para a caixa, e acabando no rebelde-populista escritor Meças de Carvalho (e o que me custa escrever isto; a sério que custa -- mas por todo o lado vejo afirmações dele que me deixam quase catatónica). Portanto, para que não venha algum holandês apontar-me o dedo à cara para que veja eu bem a tralha machista, azeda e fora de prazo que temos dentro de casa, deixo-me mas é ficar aqui muito caladinha.



Também podia falar do dinheiro russo que tem andado a ser lavado nos bancos alemães (e holandeses não...?) ou podia falar especificamente no Deutsche Bank, o brinquedo do mastim Schäuble, por onde parece que tem passado muito dinheirinho vivo que vai de pousio depois de ter sido colectado por gente que não se recomenda. Mas não falo nisso não vá o meu micro-ondas começar a ser usado pela Kelly Ann para me espiar para descobrir quem é que me passa a informação, ou para tirar a limpo se sei de fonte segura que, por ali (ali Deutsche Bank - atenção!), passou algum dinheiro que, na volta, ainda financiou a campanha de Trump.


Portanto, cala-te boca.


Ou podia falar de Ivanka Trump, a filhinha com quem o pai gostava de poder namorar, que agora já tem gabinete na Casa Branca. Mas não falo. Não acho nada de mais. Já que a Melania diz que está bem, está, e continua a viver a vidinha dela longe do anormal do marido, ele vai buscar um sucedâneo. Diz que a filha vai ser os seus ouvidos e olhos. E ela presta-se a isso, portanto está tudo bem. Não está mais aqui quem falou. 


(Todo o cuidado é pouco com gente paranóica. Do piorio.)


Finalmente, podia falar do romance entre o Diogo Morgado e a Joana de Verona mas não me arrisco. Primeiro, não sei quem ela é, segundo, não dá para perceber se, entre eles, apenas pintou ou se já rolou e, terceiro, aposto que Marcelo já os deve ter chamado a Belém para lhes dizer umas quantas verdades. Portanto, nem disso eu me atrevo a falar.


Um vazio, isto. Nada de que se consiga falar.

Só se for isto: fui comprar um livro para a minha mãe e, de caminho, noblesse oblige, trouxe um para mim, um que andava a namorar-me faz algum tempo. Cedi. Agora à noite, depois dos momentos poéticos e derivados, estava outra vez para me armar em intelectual mas, como agora sempre acontece, o meu intelecto diz que está bem abelha, prega-me uma rasteira e aí estou eu, de ko, a dormir o sono dos justos. Só agora é que voltei a acordar. Por isso, o Abel Barros Batista vai ter que esperar por mim. Mas eu acho que ele espera.

E assim sucessivamente.

E, confiante nisso e noutras coisas, vou pregar para outra freguesia.

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Imagens da Casa Dior.

Natalia M.King diz que I Need To See You. Ela lá sabe.

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E queiram descer, caso apreciem poesia e filosofia. Da boa.

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quarta-feira, julho 23, 2014

BES afunda-se em prejuízos, as acções a preço de uva mijona - e, no entanto, há os que estão sempre aí, nos maus momentos, para saírem ganhadores. O Deutsche Bank foi contratado como conselheiro financeiro e o Goldman Sachs adquiriu uma fatia de 2,27% do capital social do BES. Identicamente, a gestora de fundos Desco LP comprou 2,71% do capital social do BES. Na terminologia de Passos Coelho só posso dizer que estes não são piegas. Piegas são os que ficarem desempregados, os que perderem economias, casas, os que se virem forçados a emigrar. Os derrotados do costume.



Quando este filme de terror se começou a desenhar em toda a sua verdadeira dimensão, antevi aqui: muita coisa ia ser vendida e o mais depressa possível, ou seja, de qualquer maneira, a quem quer que aparecesse com dinheiro na mão. Hotéis, hospitais, agências de viagem, bocados de banco - tudo o que ainda possa valer alguma coisa. Mais: nestas alturas há sempre abutres a pairar por perto; desvalorizam os activos, rondam, não descansam enquanto a carniça não lhe vai parar ao bico a preço de osso.

Não sou vidente nem especialmente inteligente. Simplesmente é isto que sempre acontece quando o capital está entregue a seitas que agem na penumbra, embora dentro da lei - ou melhor: nos interstícios da lei - quando o seu poder se ramificou por todo o tecido económico, quando agem desreguladamente.

As carcaças são abandonadas quando já não têm músculo nem valor. É, então, chegada a hora dos abutres.

Não demoraram.

Começam a pousar e são os mesmos de sempre. Os que ganham sempre. Os que sabem como ganhar. Os que seguram as pontas das cordas do poder, os que mandam no mundo.




Goldman Sachs, Deutsche Bank, fundos americanos ou apátridas, gente sem rosto, sem moral, acima da lei - a gente do dinheiro. Os mercados.



Money, money, money





Não o digo com surpresa nem, sequer, indignação. É este o mundo devastado que temos vindo paulatinamente a construir. Ou melhor, a destruir. Em todos os lugares onde os líderes desapareceram e a população se deixou manipular e aceitou ser governada por gente sem inteligência, sem moral, ou qualquer sentido de humanidade, acontece isto. São territórios que passam a ser o pasto onde as hienas, abutres, necrófagos de toda a espécie vêm buscar os despojos.

Vêm para ajudar, dirão. Talvez. Em momentos como estes forço-me a ser indulgente.

Senão daria em doida de tão revoltada que fico.



O alemão Deutsche Bank foi a instituição escolhida pelo Banco Espírito Santo BES para conselheiro financeiro, informou esta terça-feira, 22 de Julho, o banco liderado por Vítor Bento, num comunicado emitido à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).


"O BES informa que a sua Comissão Executiva contratou o Deutsche Bank como conselheiro financeiro para avaliar a potencial optimização da estrutura do seu balanço", lê-se no comunicado de duas linhas divulgado esta tarde pelo banco.

O banco anunciou ontem, 21 de Julho, que iria contratar uma instituição financeira internacional como seu conselheiro especializado para "auxiliar o BES a avaliar as oportunidades de melhorar a estrutura do seu balanço, com vista à sua optimização".



Em duas notas enviadas à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o BES revelou ter sido notificado da duas novas participações qualificadas na sua estrutura accionista. 


O Goldman Sachs e a Desco passaram a deter uma fatia superior a 2% do capital social do banco agora liderado por Vítor Bento.




De acordo com a comunicação feita pelo BES à CMVM, o Goldman Sachs adquiriu no passado dia 15 de Julho um total de mais de 127,6 milhões de acções do banco, o que consubstancia uma fatia de 2,27% do capital social do banco português, conferindo então uma participação qualificada à instituição financeira norte-americana.

Numa outra nota enviada ao final desta tarde ao regulador, o BES informa que no dia 21 de Julho a gestora de fundos Desco LP, uma empresa detida na totalidade pelo também norte-americano David E. Shaw, comprou mais de 152,5 milhões de acções, representativas de 2,71% do capital social do banco português.



Um dia destes a Desco sai e entram outros - dinheiro sem rosto que vive na transumância da desgraça. Onde lhes cheira a falências, a grandes aflições, aí estão eles. Enquanto uns vão ao tapete, outros aproveitam para especular, para forçar uma derrota ainda maior para depois venderem e ficarem a ganhar. Simples.

Problema dos pedantes da família Espírito Santo, dirão os mais precipitados sempre prontos a pensar que, com a desgraça dos outros, podem eles bem.

Errado. Os derrotados não são eles, os derrotados somos nós:
  • Os trabalhadores das empresas do GES que se verão com outros donos que reestruturarão as empresas, delas querendo 'extrair valor' custe o que custar, 
  • e os que, infelizmente, serão despedidos. 
  • E os que tinham acções do BES ou da PT e que agora se vêem com muito menos valor do que lá investiram.
  • E os que trabalham nas empresas clientes do BES que, de repente, se vão ver aflitas sem poder movimentar as verbas que tinham aplicadas em títulos que julgavam sólidos. 
  • E os outros bancos que terão que assumir novas imparidades e que terão que fazer novos aumentos de capital (aumentos de capital estes que, no fundo, representam dinheiro que sai da economia para ir tentar buracos resultantes de dinheiro que desapareceu não se sabe para onde - talvez para offshores, talvez para contas de familiares e amigos, talvez para corromper sabe-se lá quem, talvez para comprar propriedades e barcos em nomes de empresas sedeadas também em offshores).

Ou seja, os que perdem estão à partida sempre identificados: a grande maioria dos portugueses, os que pouco têm, os que são sempre acusados de tudo, de preguiçosos, de gastadores, de folgados (Augusto Santos Silva referiu-o e muito bem na TVI 24).


Os que ganham são os que sempre ganham: os fundos apátridas, o capital sem rosto, os grandes bancos, os grandes especuladores. E os grandes escritórios de advogados, claro.




Pelo meio há os idiotas úteis, os papagaios, os bobos da corte, os capachos, os traidores, os vendidos, os palermas, os que masoquistas - os que facilitam a vida aos algozes e que, sobre a destruição, tecem teorias, descobrem culpas que merecem punição, ajudam a vergar a resistência dos vencidos.


E, no entanto, apesar de tudo isto, de todo o jogo invisível, de todas as injustiças, de todas as rendições a que vamos sendo sujeitos, o que desejo, mas desejo mesmo, é que esta crise seja superada, que o BES se consiga salvar sem prejuízo para os clientes, com o mínimo de danos para a economia portuguesa.


. & .

Abro um parêntesis para dizer uma coisa: nem todos os membros da família Espírito Santo são culpados pelo que se passou, nem todos devem ser olhados precipitadamente com desprezo ou rancor. Haverá, por exemplo, muitos jovens que, habituados a uma vida de fartura, se verão agora rodeados de familiares assustados; miúdos que não percebem bem o que lhes aconteceu e que se sentirão envergonhados ou que serão tratados como ladrões ou vulgares falsários sem que tenham de alguma forma contribuído para esta hecatombe. Quem lide de perto com pessoas da família, deverá dosear a sua indignação consoante as pessoas que tenha pela frente. Pelo menos é o que eu acho.


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Goldman Sachs rules the world - Trader Interview BBC



The BBC presenters were speechless when an independent trader admitted that stock market crashes are planned and that Goldman Sachs controls the banking world.


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A música lá em cima, Money (Money Makes the World Go Round), pertence ao Casino, aqui na interpretação de Alan Cummings.

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