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quinta-feira, abril 20, 2017

João Pereira Coutinho é todo a favor das vácinas,
conforme dissertou ao balcão da Correio da Manhã TV


Fui agora espreitar as estatísticas do blog. Dizem-me que 'agora' estão 83 pessoas a ler o Um Jeito Manso. Mas estão aí desse lado e eu dava-me jeito é que estivessem aqui. Aqui. A beliscar-me. Todos, ao mesmo tempo, a beliscar-me.

Explico porquê e vocês já vão dar-me razão.

Antes de jantar, enquanto decorriam os preparativos, liguei a televisão e fui fazendo zapping. Estava a caminho da Sic Radical para ver se hoje havia o Colbert. Mas, a meio da operação, passei por um canal onde acho que até hoje nunca parei. Até hoje - leram bem. Vi e não acreditei. Parei para confirmar. Podia ser uma visão. Infelizmente não, vi que era real. O João Pereira Coutinho, ele mesmo, o grande intelectual, essa direitola figurética da luso-piolheira, comentando o caso da jovem que morreu com sarampo. Na CMTV.


O grande mestre da teoria política, ex-guru da blogosfera, agora transformado em vulgar profissional da crónica azeiteiro-social. Com uma fita rolante a passar-lhe em cima da cabeça com dizeres relativos ao Ronaldo, ali estava ele, populista, populista, demagogo, demagogo, a dar na cabeça dos pais da jovem. A mim que, claro está, nem me passaria pela cabeça não vacinar os meus filhos, sem conhecer os factos relativos a este caso não vou falar sobre eles, muito menos aos balcões do infecto-contagioso Correio da Manhã. Já li que a miúda tinha tido um episódio grave de alergia a uma vacina e que, por precaução, os pais resolveram não reincidir. Não sei. Não me pronuncio. Dor maior já os pais devem estar a sofrer, escusamos de deitar mais sal por sobre cicatrizes que, certamente, estarão em carne viva.
É certo que é uma boa oportunidade para apelar à racionalidade dos pais que se encontram nalguma deriva metafísica, pondo em risco a vida dos filhos, mas que o seja com contenção e, sobretudo, não ao balcão de uma coisa como a CMTV, no meio de uma conversa desenvolvida em tom fútil e demagógico.

E se eu visse um daqueles comentadores que tanto falam de Passos Coelho, como de uma jogada mal apitada pelo árbitro, como de uma camioneta que tombou na estrada despejando ruidosos bácoros, ainda vá que não vá -- uma pessoa, vai-se habituando a que baixem os padrõezinhos*. Mas, com o caneco... o João Pereira Coutinho...? Já desceu a esse ponto? Comentadeiro no Correio da Manhã...?!?! 


É onde se acolitam agora os ressabiados, os desaguados da democracia, os de má bílis, os moralistas do regime, os enfatuadinhos, os pintarolas encartados? No Correio da Manhã...? Muito me contam.

Mas a minha surpresa não se extinge aí. É que a criatura dizia vá-cinas. O entrevistador perguntava-lhe o que achava de não vacinar crianças e ele, cinquenta mil vezes, vácinas: vácinas para aqui, vácinas para acolá.

Totó como sou, ainda pensei: querem lá ver que eu é que ando com o passo trocado? Então fui validar e o totó é ele. Diz-se vacina com os dois a's fechados pois vacina é, obviamente, uma palavra grave.

Agora, vocês que aí estão sossegados e nem se dão ao trabalho de aqui me vir beliscar para eu ter a certeza que não eu estar a delirar, digam-me: como é que um intelectual destes, com esta carinha de menino inteligente, professorzinho da Católica e tudo, não sabe disto e diz vássinas**...? 
** Que, da maneira como ele diz, acho que até deve escrever escrever vássinas, senão mesmo váccinas como se ainda vivessemos no tempo das bexigas das vacas...
Minha mãe santíssima.

Estou banza, é o que é. Não estava psicologicamente preparada para ver uma coisa daquelas.

Quando a intelectualidade de pacotilha vira comentadeira do Correio da Manhã... o que se vai seguir...? Um dia ainda vou ver ali o Pedro Mexia, a pronunciar-se sobre o roubo por esticão ou sobre a namorada do CR7? E, ainda por cima, a dizer 'námora-da' ou Márcelo? Ou o cardeal Clemente comentador nos programas da Cristina Ferreira a falar do maestro gay que foi corrido pelo pároco de Castanheira de Pêra? A procuradora Mana do Vidal como avençada no programa da Júlia Pinheiro a comentar as aparições da pequena Maddie? O António Lobo Antunes a dar troco ao cacarejante Rangel? What...?


Não sei mas, depois do que presenciei, acho que temos que estar preparados para o pior.

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Fiz as fotografias à televisão e, depois, na segunda apeteceu-me pôr o comentador João pereira Coutinho ainda mais cor-de-rosa, com uma boquinha ainda mais mimosa. A ver se a imagem fica mais consentânea com o absurdo da coisa.

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E, a propósito de não baixar os padrõezinhos, aqui vos deixo o Lopes da Silva, o homem com demasiadas características.




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Um dia feliz a todos.

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sexta-feira, fevereiro 27, 2015

Dois amigos no bar. A idade é uma coisa tramada. A mulher com o marido no hospital.


Dois amigos estão num bar, quando um deles diz:

- Estás a ver os dois velhos naquela mesa ?

- Estou, porquê ?

- Daqui a uns vinte anos estamos assim!

O outro olhou e disse:

- É pá, ó Zé, é melhor é parares de beber. Aquilo é um espelho, porra!


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Gato Fedorento - Converseta entre dois velhinhos


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Gang dos Cotas



E viva a vida!

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quinta-feira, agosto 28, 2014

Uma proposta do UM JEITO MANSO para polícias e jornalistas: em vez de meets pífios e sem graça como este que protagonizaram no Colombo, porque não organizam antes Flash Mobs animados para a malta curtir?


No post abaixo já vos dei conta de como os homens são uma raça frágil, limitada e muito dependente da contraparte feminina. 

Brincadeirinha, claro. E o facto de ter escolhido um gato de primeiríssima água para animar as hostes femininas e as masculinas que militam no sindicato pink, mostra bem que perdoo grande parte das falhas que apresentam.
Lembro-me agora que, na lista das falhas, há pelo menos mais uma em falta: nunca encontram no supermercado o que se lhes pede e, em vez de irem à procura de um funcionário para se informarem, decretam logo que não há e não trazem nada ou trazem uma coisa que não tem nada a ver com o que se lhes pediu. Podia referir coisas ainda mais curiosas como terem que fazer uma certa ginástica mental para saberem a idade dos filhos mas, enfim, para quê falar de pormenores...?

Mas isso é no post a seguir a este. Aqui, agora, a conversa é outra.


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Eu não sei se isto é só comigo ou se há mesmo uma escassez danada de assuntos com interesse. Gosto de falar do ar do tempo mas o ar parece que se rarefez.

[Bolas, como me sinto anormal ao dizer isto... Já aqui o confessei tantas vezes: sei que há mil coisas graves, diabólicas, terríveis a acontecer. Ébola, refugiados, guerras. Sei, então não sei? Mas não consigo falar disso aqui, juro que não consigo. São assuntos sérios demais para os misturar com graçolas.]
Podia falar do  Wolfgang Schäuble a deitar um baldinho de água fria nos que já estão a deitar foguetes com o fim da austeridade que se adivinha na vontade de Draghi. Diz o lobo mau: "Draghi foi mal interpretado". Não foi isso que acharam os franceses que, titubeantes como tem vindo a ser seu apanágio nestes tempos de homens frouxos (refiro-me à política porque, na cama, aparentemente não se pode dizer isso e aqui estou a pensar, em particular, no chefe deles, o quebra-corações Hollande Piu-Piu), lá disseram que apoiam a tese de Draghi nem, em especial, os italianos que, cheios de sangue na guelra, saltaram a terreiro: "Estou em perfeita sintonia com Mario Draghi", afirmou o ministro das Finanças italiano. "A Europa está numa encruzilhada: ou se mantém na deflação e no baixo crescimento, ou então dá um golpe de rins e aposta em reformas estruturais e numa cconsolidação orçamental que sejam ‘amigas do crescimento’", disse Pier Carlo Padoan.
Mas vou falar disto para quê? O Draghi faz o que quer e lhe apetece. Felizmente até parece que, apesar de ser homem da Sachs e um forte elo de ligação da Trilateral, tem algum bom senso. Mas, se o não tiver, pode virar os países de pernas para o ar que ninguém lhe irá à perna. Quem regula o BCE...? Ninguém. Se a coisa der para o torto, olhem, azarinho.
É como nisto dos franceses: como é possível um país como a França estar nas mãos de um coitado, que não inspira nem motiva, nem tem garra nem personalidade? Não sei o que deu nos socialistas. Parece que brocharam, como dizem os brasileiros. Um dó de alma.


Tenho uma certa expectativa em relação ao rottamatore Renzi que, de resto, não é um socialista convencional, mas deixa lá ver como é que ele se aguenta. Ainda não percebi bem se aquilo é só garganta ou se os tem no sítio.
 Por isso, vou estar a falar nestes assuntos para quê? 
Já agora: a propósito de organizações e países entregues a Chernes, Hollandes, Rajoy, Láparos, Seguros... - homens que, para alem das questões comportamentais conhecidas, por questões até fisionómicas fazem de tudo para os proteger deixando o resto para segundo plano - deixem que partilhe convosco este anúncio da marca Jockey.






Bem, mas dizia eu que no meio do que não tem aqui cabimento ou do que não me interessa ou das tretas que encharcam a comunicação social, são as parvoíces que continuam a despertar o meu interesse.

Eu só espero é que, quando as férias acabarem, eu recupere o meu tino habitual porque, se continuo nesta onda, chego lá e só me dá para me interessar pela qualidade do papel das mãos ou, sei lá, para tecer comentários a propósito da celulite da Sónia Badalhoca.






Por exemplo, de tudo o que li que aconteceu nesta quarta-feira, o que me despertou a atenção foi o que não aconteceu. 

Estavam as televisões todas mobilizadas para o grande meet do Colombo, os jornalistas a postos, e mais os polícias, tudo ali em red alert e, afinal de contas, quem lá apareceu foram apenas os próprios jornalistas e polícias. Achei delicioso. Imagino a cara de totós deles, a olharem uns para os outros, sem motivo para traulitada nem dramas para noticiar - .... e os putos em casa a rirem-se. 

E imagino a paródia que deve ter sido para os clientes do Colombo a verem os cerca de 30 jornalistas todos a postos, e mais uma data de polícias e isto já para não falar nos seguranças, que, face à ausência de baderna, não tiveram outro remédio senão bater em retirada, a pegarem nas câmaras e microfones, nos escudos e viseiras, rabinho entre as pernas, a ver se ninguém dava por eles.

Face a isto, o que me ocorre é que, para a próxima, sejam mais criativos. Para não parecerem uns coitados que caíram na esparrela de um bando de putos, encenem um flash mob (não sei se há tradução para isto por isso uso o anglicanismo), disfarcem, cantem e dancem, encenem uma coreografia, façam de conta que estão lá para isso e não para intervirem num meet que não vai acontecer. 


Agora a sério: acho graça a isto dos flash mobs. No outro dia houve um muito bonito em Coimbra.


Flash Mob em Coimbra | Coimbra é uma lição...




[Coimbra foi surpreendida por "Coimbra é uma lição...", uma flash mob protagonizada pelo Coro dos Antigos Orfeonistas, com o apoio da Câmara Municipal de Coimbra].


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Um que acho muito empolgante é este aqui abaixo.

 Flash Mob no TEDxRiodelaPlata 2013
Brindisi de la Traviata de Verdi





[Direcção Musical: Sergio Feferovich; Soprano: Laura Sangiorgio; Tenor: Emmanuel Faraldo; Coro "Clave de Sí"; Coro "Provisorio"]


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E há um outro que é de uma animação que dá gosto. Uma pessoa até fica com pena de não ter estado lá para também cantar e dançar. Quando as pessoas estão juntas a cantar e dançar cria-se uma energia fantástica, contagiante.


O Do Re Mi na estação de comboios de Antuérpia 





Este foi para um anúncio da VTM

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Aqui fica pois a sugestão e possíveis fontes de inspiração para próximos meets participados por polícias e jornalistas. Fico à espera. Surpreendam-me.


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Permitam-me: para verem um Gandy que redime toda uma raça, desçam por favor até ao post já a seguir. Infelizmente e segundo me dizem as minhas amigas que andam a ver se arranjam algum que se aproveite nem é verdade que esteja a Raining Men nem os poucos que chovem por aí são do calibre deste belo Gandy. Mas, enfim, não se deve desesperar pois há horas de sorte. Ainda há bocado recebi um mail a dizer que fui contemplada com um prémio do Euromilhões. Foram só 13 euros mas fiquei contente: é a sorte a aproximar-se.


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A ver se amanhã estou mais concentrada para escrever coisas mais jeitosas. Comecei a ler um livro de que talvez vos fale. Logo vejo.

Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela quinta-feira!


domingo, setembro 22, 2013

Valter Hugo Mãe lança o seu novo livro, 'A desumanização', e o José Mário Silva no caderno Actual do Expresso estende-lhe uma carpete vermelha. Mas eu, e desculpem-me as leitoras devotas do dito Valter, o que vejo é um homem nu - mas admito que é capaz de ser influência da fotografia em que ele se mostra em pelota. É que eu nisto sou como o Gonorreias - 'há que elevar os padrõezinhos' . [Texto revisto e aumentado]


No post abaixo falo de pessoas que não apenas são talentosas como generosas e, para o ilustrar, mostro mais um maravilhoso filme de Cine Povero.

Mas isso é a seguir. Agora, aqui, a conversa é outra.

*

Já vos confessei muitas vezes: se calhar não sou normal. Gosto de coisas que ainda não estão na moda e, quando estão, já eu estou noutra. Ou gosto de coisas porque sim e de que nunca ninguém ouviu falar. E parece que tenho aversão ao que 'está a dar', às vezes nem sei bem explicar (outras sei, ó se sei).

Vem isto hoje a propósito do Valter Hugo Mãe

Ganhou o prémio Saramago, vende muitos livros, tem um ar vagamente singular, enternece algumas senhoras, tem boa imprensa. 

Mas que eu hei-de eu fazer se não consigo ler nada escrito por ele? 

Lá está: folheio, folheio, e tudo aquilo me parecem banalidades, coisa a armar, parece que não acrescenta coisa nenhuma ao ruído editorial que por aí abunda.

E depois há aquela sua exposição, aquele seu culto da auto-imagem - e isto enquanto se diz tímido e se arma em campónio. Não dá. Não faz o meu género.

Faz-se fotografar de todas as maneiras possíveis e imaginárias - a olhar o além, armado em bom, deitado no meio da rua e até completamente nu (reconheço: é melhor nu do que vestido; mas eu nem nu lhe acho graça, o que é que eu hei-de fazer?). 




Admito, contudo, que eu é que seja a excepção, já que quase toda a gente lhe ache muita graça. Eu não tenho paciência. Mas que tem boa imprensa, lá isso tem.


Vai sair ou saíu, nem sei, um novo livro, 'A Desumanização', e o Expresso dá-lhe honras de capa do Actual e quatro páginas inteiras no interior. As fotografias pelas quais ele se pela e as palavras banais de José Mário Silva sobre as palavras banais de Valter Hugo Mãe confirmam porque é que eu não consigo deixar-me seduzir, mas nem um bocadinho, por ele. 



E é quando vejo coisas destas, destaques incompreensíveis como este, que me aborreço com o Expresso. Claro que há que ir atrás do que vende mas, ó caraças, é preciso exagerar desta maneira?

Como é que se justifica que uma escrita como a do Valter Hugo Mãe justifique um tal desfiar de palavreado como aquele com que o José Mário Silva enche 4 páginas inteiras?


Já no outro dia a Revista Ler lhe deu idêntico destaque: páginas e páginas de fotografias com palavras a acompanhar. A Islândia deve ser um país bonito pelo que qualquer um que lhe aponte a câmara deve obter imagens bonitas. 


As que eu vi, na Ler, não me parecem nada de especial, umas com saturação de cores, outras de tipo postal ilustrado. Mas, enfim, é o valter hugo mãe e a revista Ler (por onde anda o mesmo José Mário Silva e outros amigos do mundo editorial) alinha pela mesma bitola: dar holofotes ao jet set da edição lusitana.

Mas, voltando agora ao Expresso e ao big artigo do José Mário Silva sobre o Valtinho: porque é que não vão os dois encher chouriços para outro lado? 

E porque é que o segundo não se fica por dar milho aos pombos (já que gosta tanto de se fazer fotografar no meio deles)?

(As admiradoras dele que me desculpem mas é o que eu penso. E já sabem: eu sei que não sou lá muito normal. Por isso, esta minha relutância em aderir à moda Valter Hugo Mãe é bem capaz de ser defeito meu)

*

Voltei aqui porque fiquei a pensar que na literatura, como na política, como em tudo na vida, a gente vai aceitando o que é menos bom, tolerarando os que gostam de se armar em originais mas não o são, vamos baixando os padroezinhos e, quando damos por ela, estamos cercados de passos coelhos, pinokias, marco antónios, searas, valtinhos e coisas assim.

Temos que subir os nossos padrões de exigência, não aceitar o enaltecimento do que é banal ou menos bom - nisto eu estou como o Gonorreias.




O homem com demasiadas características - Gato Fedorento

*


Permitam que vos recorde: se descerem um pouco mais, poderão ver, por contraste, aquilo que considero ter qualidade: mais um filme de Cine Povero, a voz de Fernando Alves, a poesia de Tonino Guerra, a música de Jordi Savall.

*

E tenham, meus Caros Leitores, um belíssimo domingo!

segunda-feira, maio 28, 2012

Tal como o Prof. Marcelo na TVI, fazer o balanço de 1 ano de Governo? Falar de Passos Coelho, Miguel Relvas, Álvaro, Vítor Gaspar? Ou falar do ex-espião que tinha tudo escrito no telemóvel e deixou que lho tirassem...? - Ná... Prefiro o Manuel Marques, os Gato Fedorento, o Agente 86 e, até, o David Cameron chamando Muttering Idiot a Ed Balls!


O professor Marcelo Rebelo de Sousa hoje, na TVI, com a Judite de Sousa, fez o balanço do 1º ano de Governo. Não me tinha dado conta que já lá ia 1 ano mas se calhar é verdade. 

Pensei fazer também aqui um balanço mas é tudo tão mau que não me apetece gastar o meu tempo e sacrificar a vossa paciência com coisas de tão fraca qualidade.

Em vez disso, vou antes aconselhar-vos um vídeo que o blogue Aventar publicou em Outubro de 2011. Fala por si e vale a pena ser visto. Chama-se Pedro Passos Coelho - Best of 2010-2011. Vendo-o assim, em versão compacta, fica mais patente a sinceridade, a firmeza no cumprimento de propósitos e promessas,   enfim, a confiabilidade da figura. 

Adiante. Poderia aqui abrir uma excepção para vos falar de Miguel Relvas. Há quem ache que, com isto que se vai sabendo aos poucos, ele está a fritar o Governo em lume brando, que está a dar ainda mais cabo da já tão depauperada imagem do Governo, há quem defenda que deveria sair já do Governo. Pois eu acho que não, que está lá muito bem. Aliás, acho mesmo que deve lá continuar por mais algum tempo. As revelações não vão parar e sabe-se lá o que mais se vai saber. E talvez também haja outras coisas que se vão sabendo e o Professor Marcelo hoje já as aflorou. Portanto, é deixá-lo lá estar. Por um lado, enquanto estiver, paralisado como está, não vai provocar dano ao país e, quanto mais tempo lá estiver, mais claro vai ficar o material de que são feitos alguns dos amigos ou correligionários de Passos Coelho.

Bem, podia também abrir outra excepção, agora para vos falar do coisinho. Mas prefiro antes os Gato Fedorento. Ora vejam este debate sobre o coiso para perceberem quem são os gurus de Álvaro Santos Pereira:



Podia também falar daquele olheirento que não acerta uma e que nunca percebe porque é que não acertou. Mas também aqui prefiro o Manuel Marques:




No entanto, neste caso, pensando bem, não sei qual é a versão mais doida, se é a do fantástico Manuel Marques se é daquele rapaz que o imita, aquele cujo nome artístico parece que é Gato Gaspar. Ora vejam o GG em acção:




Podia também agora falar aqui um pouco de espiões mas não conheço nenhum a sério, só artistas, só anedotas. Por isso, mostro aqui aquele que eu prefiro (...e claro que não é o big bear Jorge Silva Carvalho):


Get Smart com os agentes 86 e 99

***

Portanto, desisto. Passo à frente e vou em busca de momentos de diversão noutro sítio. Mostro-vos outra figura curiosa, o primeiro ministro inglês, que tem fama de ter mau feitio, de ser indelicado, de partir a louça no Parlamento. Quando vejo estas imagens, todos em cima uns dos outros, acho uma coisa mesmo bizarra. E a forma como falam... parece uma representação cómica, uma divertida peça de teatro. Estes têm mesmo graça a sério, vê-se que estão ali para se divertirem como deve ser.

Vejam por favor a mais recente tirada de David Cameron...



E esta outra, anterior... Ri-se ele, riem os outros (afinal que é isso de fleuma inglesa...? Não senhor, aquilo ali é mesmo BritCom e da boa):





E mais não mostro que vocês já devem estar a pensar que têm mais que fazer do que estar para aqui a ver tesourinhos deprimentes e coisas cómicas. Se calhar hoje estão virados para coisas a sério e a mim só me está a dar para isto. Ficamos assim, portanto.

***

Assim sendo, resta-me convidar-vos a irem até ali ao lado, ao meu Ginjal e Lisboa, que por lá hoje falo a sério. Hoje falo de amor, o que é, o que não  é, como se usa para não fazer mal, etc. Deu-me para isto ao ler Nuno Júdice. E a música, meus senhores, é da boa. Abro hoje a semana Händel. 

***

Tenham, meus Caros Leitores, uma bela semana a começar já por esta segunda feira. Divirtam-se!

quinta-feira, março 15, 2012

Frades pecadores ao som de Salve Regina (as palavras de Mia Couto, as vozes dos monges e a Anunciação de Fra Filippo Lippi); e Gabriela Cravo e Canela, os Pássaros Feridos e o Crime do Padre Amaro segundo os Gato Fedorento. Resumindo: humor, poesia, música, cinema e sexo na igreja, ou melhor, fora dela


Música, por favor
Salve Regina - Monges da Abadia de Notre Dame


Anunciação - Fra Filippo Lippi (1406 - 1469)


                            Na igreja,
                            Rosarinho se confessou:
                            engravidei do rio, senhor padre.

                            Com gesto de água
                            arredondou o ventre.

                            O padre
                            se enrugou:
                            ela que não usasse desculpa
                            para os seus mortais pecados.

                           A ofensa tremia
                           na voz dela quando retorquiu:
                           - Desculpe, padre,
                           mas Nossa Senhora
                           não emprenhou de um feixe de luz?

                           Para mais, acrescentou Rosarinho,
                           o senhor padre
                           nem nunca, nem jamais viu esse rio.
                           E rematou
                           com lânguida saudade: aquele ondear,
                           as tonturas que ele traz...

                           Pegou o padre pela mão
                           e o convidou a descer o vale.

                           Agora,
                           todas as noites
                           o padre se banha
                           nas águas do rio pecador.


                           ['O pecado do rio' de Mia Couto in 'idades cidades divindades']


Sónia Braga em Gabriela Cravo e Canela


Confrade do sim, o frade
se cansou de tanta oração,
e, errando, acertou na vida,
fez-se compadre do não.

Almejou, então, em braseiro
errar todo, de corpo inteiro,
vadiar até perder o missal
e ousar até o pecado imortal.

Desejou não apenas a porção
mas a vida sem proporção
e sonhou exercer-se macho
inclinar todo seu cacho
em mulher de travesseiro
tendo feitiço e sendo feiticeiro.

Agora, sem reza, a si mesmo se reveza
e provando que só morto não peca
o frade esgotado de benzer
inventou, enfim, o bem ser.


['O frade e a fraude' de Mia Couto in 'idades cidades divindades']


Sónia Braga - Gabriela Cravo e Canela

E, a propósito de padres ou frades (não sei se é a mesma coisa) que se deixam tentar: a sério,


The Thorn Birds (Pássaros Feridos)- com Richard Chamberlain e Rachel Ward


ou a brincar,


O crime do Padre Amaro segundo os Gato Fedorento

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Hoje, à beira do meu rio, também temos Mia Couto, o urbano que visita o Ginjal ao som de Rêverie de Debussy.  Se quiserem aparecer por lá, serão muito bem vindos.



E, meus Caros, tenham uma bela quinta feira, com muito riso (... a quantidade de siso é à vossa escolha e a forma também, isto é: em santidade ou em pecado - conforme vos aprouver).