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quinta-feira, agosto 22, 2024

Bom demais para ser verdade.
Correcção: bons demais para serem de verdade

 

Podia estar a falar do Barack Obama. E estaria correcto. Bom demais para ser verdade. Ou da dupla Barack e Michelle Obama. Também estaria certo. São bons demais para serem de verdade. 

Do que vi e ouvi das suas intervenções naquela magnífica arena só posso dizer que tudo aquilo foi extraordinário. Na verdade, naquelas pessoas, independentemente do alto gabarito, do dom de palavra, da visão, da fantástica capacidade de análise e de síntese, há a intuição para o momento certo, para o gesto certo, para a pausa certa, para o olhar certo. São aquilo a que na gíria se chama 'animais de palco' mas animais de palco com conteúdo (e um bom conteúdo). Magnífico. Em cima (ou ao serviço) do génio dos oradores há uma vertente de grande espectáculo, de grande escala, de grande profissionalismo em tudo aquilo. Há pouco, o Luís Paixão Martins falava na preparação milimétrica, na cuidada realização, nada deixado ao acaso. 

Mas este post não é sobre os Obama. Ando cansada, sem tempo e com muito sono. Não dá para temas que requerem alguma reflexão. Por isso, indo à boleia da silly season, confesso: quando digo que são todos bons refiro-me ao Brad Pitt (claro, tinha que ser, é o melhor dos melhores) e ao George Clooney. Fazem uma dupla que é qualquer coisa. Nem imagino como é que uma mulher normal fica se der de caras com estes dois. Mas, lá está, até bastaria um. Brad Pitt. Se eu me visse frente a frente com ele, como reagiria? Acho que ficava bloqueada. Com receio de fazer uma figurinha miserável, haveria de ficar congelada. Mas, mesmo assim, não me importava nada.

Naquelas perguntas parvas: se fosse para uma ilha deserta, o que levaria consigo? acham que eu ia levar o Ulisses? Ia, ia... Só se fosse parva... Partindo do princípio que não poderia levar um deles em pessoa, levava era este vídeo. 

Brad Pitt & George Clooney's GQ Cover Shoot | Behind The Scenes

Brad Pitt and George Clooney are GQ's September cover stars. The iconic Ocean's duo are back, this time roaming through the rolling hills of the South of France.


E tenham um belo dia

quarta-feira, setembro 21, 2022

Todo bom

 


Olha-se e uma pessoa não pode deixar de pensar que aquilo ali, de alto a baixo, é tudo bom. É a forma como anda, é a forma como ri, a forma malandra como olha, é a voz, é aquele jeito nonchalant, são as dimensões e a respectiva proporção (embora, claro, eu só possa jurar sobre aquilo que me se tem dado a ver), é a harmonia do conjunto, é tudo. Tudo bom.

Agora anda todo fashionable, todo fora da caixa, todo a deixar toda a gente de olhos postos a ver se percebe. Eu só vejo por fotografia e, para dizer a verdade, tentar perceber é trabalho a que não me dou pois compro de qualquer maneira. Vestido de cor de rosa, vestido de verde. vestido de saia, de chapéu ou sem chapéu, é sempre o máximo. Despido também deve ser.

E depois tem aquela coisa: os homens interessantes melhoram com a idade. Tudo neles ganha um carisma e uma graça que parecem íman. Não dá para explicar. Os homens-meninas com a idade ficam flosôs, totós, umas gatinhas, mas os homens-homens, pelo contrário, encorpam, ganham patine, ficam com gostinho vintage, apetitosos de dar gosto. 

Ele, então... 

Tem 58 anos e nem imagino como estará quando tiver 70 ou 80. Um néctar, coisa premium, lindo de morrer. Só pode.

Acontece que o belo do Brad Pitt agora se saiu à cena com uma que ainda mais deixou toda a gente à nora: toma que também é escultor. E diz que é dos bons. Shockingly, Brad Pitt turns out to be a very fine sculptor. -- diz Jonathan Jones. E depois ainda tem o descaramento de pedir que o belisquem (Pinch me – I must be dreaming, diz ele). Na volta, quer é que o Brad o belisque. Como se não houvesse mais ninguém na fila. Julga que é chegar e pedir um beliscãozinho. É idoso? Está lesionado? Está grávido? Não...? Então que espere pela vez. Com cada um.

Mas só os críticos sem sabedoria podiam ser apanhados desprevenidos. Quem tem olhos de ver está fartinho de saber que o Brad é bom de mãos... Basta olhar e ver. Bom de mãos, mão de pegada. Bom de tudo. Parece que só não de dança. É pena mas, pronto, perdoa-se.

E eu, que não tenho vocação nem conhecimentos para ser crítica de arte, vejo-o na galeria, sorridente ao pé do Nick Cave ou todo gingão e a gozar o pratinho com a surpresa que está a causar, e só penso que deveria era haver um video com o making of daquelas peças, ele todo informal em casa, com sorte até todo à vista, podia ser até com uns shorts, condescendo -- uma sorte para quem visse.


Parece que fez estas peças para excomungar os fantasmas que tinha dentro dele. Não quero saber. Isso é lá com ele. O que sei é que se me sair o euromilhões vou à Finlândia buscar uma obra só para fazer uma selfie com ele. Sou realista quanto às expectativas, já me contento com uma selfie. Posso ser a única portuguesa, quiçá palop, a não ter uma selfie com o Marcelo mas, tomem e embrulhem, teria uma com o Brad, esse coisa mais fofa.

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E, para quem está para aí já de nariz torcido -- os homens, todos prosa, a acharem-se melhores que ele e as mulheres a roerem-se de ciúmes e a acusarem-me de ser toda oferecida -- aqui vai um atestado que posso mostrar a quem achar que estou a exagerar. Ah estou...?

Top 10 Movie moments that made us love Brad Pitt




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Um dia bom
Saúde. Sedução. Paz.

quarta-feira, abril 29, 2020

Brad Pitt e o Dr. Anthony Fauci


Tenho muitas razões para gostar do Brad Pitt. E agora mais uma. Desde que o conheci que fiquei assim, devota. E, por muito mal que se porte -- e, sim, sou mais uma daquelas que gosta de bad boys - eu perdoo-lhe sempre tudo. E nem vale a pena tentar arranjar argumentos em minha devesa. Pode até acontecer que haja quem ache que, para algumas situações, não há argumentos que atenuem a coisa. Não quero saber. Olho para ele e só vejo bons argumentos. 

Mas, dizia eu, agora mais uma. Este vídeo:


Acrescento ainda que tenho muita pena do Dr. Fauci. Temo pela sua saúde mental.

terça-feira, fevereiro 11, 2020

Vulnerabilidade e sensualidade. Fragilidade e intensidade.




Já toda a gente que por aqui me acompanha deve estar careca de saber: para perfumes não encontro nada que se compare aos Chanel. Não que não use outros. Uso. Não gosto de fundamentalismos e, se antes era fidelíssima, agora sou uma mente aberta e, se me agrada, pulo a cerca por dá cá uma. Por exemplo, um Marc Jacobs com cheirinho a violeta ou um Lowe rico em bergamota são dois que me agradam e que me levam na calminha. Mas não os coloco no mesmo altar que aos Chanel. E, se posso usar o Chance, o Cristalle ou o 19, de longe a minha preferência vai para o Nº 5.

Ao contrário do que algumas pessoas referem -- que é intenso, quente, pesado -- em mim sinto-o suave, íntimo, subtil. E vai variando ao longo do dia. E eu vou gostando ainda mais dele à medida que as horas passam. Pode parecer que é parvoíce minha mas não é.


A nossa pele tem características (temperatura, hidratação, oleosidade, etc) que faz com que as diferentes fragâncias interajam de maneiras diferentes de pessoa para pessoa. Quiçá terá a ver com as hormonas. A minha pele tem tendência a tornar adocicados alguns perfumes e disso eu não gosto. Para doce basto eu, não preciso de me caramelizar por fora. Têm os perfumes que ser leves, florais, cítricos. Claro que o Nº 5 tem aquela tal substância de que nem é bom falar não vá ainda alguém se lembrar de proibir.

Transcrevo a descrição da fragância:
Notas de Cabeça: Aldeídos, bergamota, limão, neroli e ylang-ylang.
Notas de Coração: Jasmim, rosa, lírio do vale e íris.
Notas de Fundo: Vetiver, sândalo, baunilha, musgo de carvalho, âmbar e patchouli. 
Transcrevo o que li algures: dizem que a inspiração para a criação desta fragrância veio de uma visita ao Círculo Polar Ártico e do cheiro da água à meia-noite. Este aroma único, vindo dos lagos e rios congelados, fascinava tanto que foi decidido replicá-lo.


E vem isto a propósito do último post de Bois de Jasmim:
“I know what we need. We need a bed, and we need white silk sheets – they must be silk. Frank Sinatra records, and Dom Pérignon champagne.” 
When the young photographer Douglas Kirkland arrived to photograph Marilyn Monroe for Look Magazine, he had no idea what to expect when meeting a mega star. Least of all did he expect silk sheets and champagne. In his book, With Marilyn: An Evening/1961, he described the photo shoot and shares the images he took. I can’t think of another photographer who captured better Monroe’s vulnerability and sensuality. It’s almost paradoxical. Even in the moments when she looks surrendered, she’s in control.
Monroe was known to say that she wore to bed nothing but a few drops of Chanel No 5. Although I’ve known this for a long time, I always found it hard to associate No 5 and Monroe. No 5, though elegant and beautiful, struck me as uptight and austere. Monroe, with her voluptuous beauty, fragility and intensity, somehow seemed to belong to another universe. (...)
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PS: Por acaso nunca dormi em lençóis de seda, não faço ideia da sensação. Mas não a desejo. Imagino-os frios, escorregadios, com vida própria. Prefiro-os de algodão encorpado, macio, segunda pele. Mas, enfim, isso não vem ao caso.

O que vem ao caso é isto:

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As fotografias que incluí fazem parte da sessão fotográfica acima referida.

sábado, janeiro 18, 2020

Sobre a masculinidade nos tempos correntes





Estive a ver o mais recente vídeo de Iman Amrani sobre a masculinidade nos tempos que correm. E fiquei com vontade de dizer de minha justiça. Sou uma apreciadora de homens. Não quero, com isso, dizer que sou especialista em homens até porque não sei o que é ser-se especialista em homens. O que sei é que gosto de os observar, de os conhecer. E gosto de conviver com homens. Desde que me conheço que convivo muito mais com o sexo masculino e que tenho como melhores amigos homens, (tal como em criança, com meninos e, em adolescente, com rapazes). Não sou nem nunca fui maria-rapaz e, no entanto, o meu gosto em conviver com o sexo feminino é marginal. 

E a forma como os homens, de qualquer idade, confiam em mim e me confidenciam aspectos absolutamente pessoais nunca deixará de me surpreender. Mas isso acontece também com mulheres. 

Esta semana um jovem que trabalha comigo veio ao meu gabinete, puxou uma cadeira e sentou-se perto de mim e, sem que eu pudesse esperar tal coisa, começou a contar-me o que o afligia, as suas inquietações. Com as lágrimas a aflorarem, olhando-me, ficava, por vezes, em silêncio. Ouvi-o, fiz-lhe perguntas, aconselhei-o. Mas ele estava com necessidade de falar, de ouvir, de companhia. Demorou-se. É um belo rapaz e, nem por um instante, achei que, lá por estar a expor de forma tão desarmada a sua vulnerabilidade, havia ali algum défice de virilidade.

Onde eu vejo fraca virilidade é nos homens que alimentam o culto do corpo. Homens que querem ter músculos muito trabalhados ou tudo muito vistoso ou que vão em modas e se depilam, desde pernas, axilas, peito ou, mesmo, sobrancelhas, esses é que eu acho que são inseguros, pouco másculos. Pode ser preconceito meu, claro, mas tenho para mim que homem que é homem mantém o seu estado natural (ou quase natural). Homem que é homem sabe que o que atrai uma mulher é coisa de outra natureza.

Por acaso até gosto de homens bonitos, com um bom corpo, com um andar convicente, com um sorriso irrecusável, com um olhar descarado se bem que educado, com umas mãos capazes de tudo e até de trabalhos físicos, sejam eles arranjos domésticos, cortar lenha, atear uma boa fogueira, dar uma boa massagem.

Mas, a par disso, aprecio a inteligência, a insubmissão, a delicadeza, a compreensão, a irreverência, o sentido de humor, a elegância na exposição dos seus sentimentos. E a sua generosidade, e a sua segurança, e as suas maneiras sejam elas, por vezes, boas, sejam elas, por vezes, indesculpáveis. E os seus conhecimentos que devem ser sempre superiores aos meus e a sua capacidade de surpreender e a sua disponibilidade para agradar. E deve ser capaz, quando menos se espera, de dizer um poema.

E deve ser capaz de, em momentos especiais, tirar-nos o tapete, deixar-nos sem chão. Mas deve, de seguida, amparar-nos, segurar-nos nos braços. E rir connosco. E deve ser capaz de nos fazer sentir melhores do que somos. E deve estar para nós, sempre, incondicionalmente.

E deve saber falar-nos numa voz que ora seja encorpada, com a densidade de quem tem uma alma com muitas faces, ora seja suave e silenciosa como uma carícia.

Coisas assim. Nada de mais.

Ora, em tudo isso, para quê um corpo musculado ad nauseam?

Penso que os homens que se arranjam muito, que prestam muita atenção ao corpo, que fazem questão de exibir músculos avantajados, que ligam muito à marca das camisas ou das gravatas, aos relógios ou aos carros, ou que vaidosamente desfiam os lugares em que estiveram, os restaurantes ou hotéis da moda, ou que citam autores a granel o fazem para se exibirem não perante as mulheres mas perante os outros homens, numa competição pueril que nada tem a ver com virilidade.

Mas, claro, isto sou eu. E ainda bem que há para todos os gostos.

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Por mim, prefiro um milhão de vezes a masculinidade contida e 'interior' de David Gilmour à histriónica masculinidade de alguns dos atletas que aqui abaixo deitam testosterona por todos os poros.


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'Usei' para ilustrar o texto o Malkovitch (pintado por Marat Cherny), o Brad Pitt, o David Gandy e o Jeremy Irons (pintado por Nathan Chantob) para mostrar alguns homens que me agradam.

Convido-vos, ainda, a descerem um pouco mais para verem os poemas que o LS me enviou.

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A todos desejo um bom sábado.

quarta-feira, setembro 18, 2019

E Deus criou o Brad Pitt




Não tenho culpa. Gosto de homens bonitos. Conheço quem goste de homens feios. Aliás, ainda bem que é assim pois de outra forma ou havia carradas de homens bonitos pendurados ou a mesma coisa mas em feio. Assim há procura para tudo, e assim é que está certo.

Mas eu, santa paciência, sempre gostei deles não apenas bem apessoados (como diz a minha amiga bicha) mas, mesmo, giraços. Dantes dizia-se 'borrachos' ou, antes disso, 'pães'. Também se diz 'gatos'. Por mim, qualquer epíteto lhes assenta bem.

Depois de ter gostado de vários meninos quando era pequenina, sobretudo de um -- embora fizesse de tudo para lhe fazer ciúmes -- o primeiro de quem gostei a sério, na minha condição de pré-mulher , era o oposto do que viria a ser o meu 'género'. Esse era louro e tinha qualquer coisa de Brad Pitt. Tinha aquele tipo de nariz, aquele tipo de irreverência, aquele tipo de charme. Era um bad boy que, enquanto dançávamos, me abraçava de uma forma que fazia despertar em mim o efeito, até então desconhecido, das hormonas em erupção. E a forma como me afastava devagar o cabelo para um dos lados para me beijar o pescoço com aqueles lábios que ferviam incendiava todos as terminações nervosas do meu corpo. 

Numa fase indefinida entre o primeiro e o segundo, houve uma breve história com o que devia ser o mais bonito do liceu. Lindo, cabelo castanho escuro, olhos muito verdes, um corpo de modelo. A menina Dina, a contínua daquele corredor, dizia-me: 'Sabes escolhê-los' e, quando me via a balançar para o primeiro, meu primeiro grande, grande amor, censurava-me: 'Mas há lá comparação...? Podendo tu ficar com aquela brasa, que é que tu vês neste ali?'. Mas via. Era não apenas um bad boy mas também um sexy boy mas isso, se calhar, só eu é que sabia. E sendo um bom jogador de futebol e um aventureiro, um desafiador, um maluco que se metia em todo o tipo de sarilhos, surpreendia a turma inteira quando revelava ser um exímio diseur, em especial de poesia. Eu ficava arrepiada e, pelo silêncio durante e no fim, presumo que toda a gente também o ficava. 

O segundo, o artista, era muito talentoso e era bonito, diziam-no até muito bonito, e tinha pele clara e olhos cor de violeta mas cabelos pretos. Já aqui falei muitas vezes dele, não vou repetir.

Do terceiro, o moreno, mais moreno que sei lá o quê -- em especial quando está bronzeado como agora está -- é fisicamente o oposto do primeiro.

E o que se conclui daqui é que isto de géneros, cor de pele, cor de cabelo ou de olhos é bem capaz de ser pormenor. Ou melhor, para ser franca, pormenor não é. O primeiro, apesar de louro, como andava sempre na rua e fazia imenso desporto e deslocava-se de bicicleta e mota (sem capacete), andava sempre bronzeado e o cabelo com madeixas arruçadas, coisa que eu achava o máximo. Homens de pele muito branca não fazem o meu género. Mas isto é porque, na volta, não calhou conhecer um especial de corrida e copinho de leite.

Quando vi a primeira vez o Brad Pitt, no 'Thelma e Louise', fiquei rendida. Coisa mais linda. E em 'Lendas de Paixão'? 

Por duas vezes foi eleito pela People o homem mais sexy do mundo, em 1995 e em 2000.

E tinha graça quando andava com a Gwyneth Paltrow e, depois, com Jennifer Anniston. Fazia casais bonitos. Estavam bem para ele e ele para elas. Quando foi o romance com a Angelina Jolie não gostei. Não sei. Muito stress em cima dele. Tinha que ser muito bem comportado, muito politicamente correcto, muito marido ideal a acompanhar a sua muito politicamente correcta Angelina. 

Depois foi o que foi. E o álcool e os Alcoólicos Anónimos e a magreza.

E agora eis que, de novo, é o Brad Pitt que aparece.


O mesmo Brad. Lindo, sexy, aquele sorriso que arrasa corações, aquela vontade de olhar (e não falo em mexer por mero realismo).

Onde aparece causa furor. Ele sorri, aquele sorriso irónico, lindo de morrer. Já tem 55 anos e a beleza e o charme só fizeram foi crescer.


O The New York Times escreveu um artigo a que deu o título: 'Os planetas, as estrelas e Brad Pitt'. 


E o Madame le Figaro escreve: Et Dieu recréa Brad Pitt (sur les cendres encore chaudes de Brangelina) de onde aproveitei a ideia para o título deste post.

As nove cenas mais sexy de Pitt, Brad Pitt



E até já

domingo, agosto 11, 2019

A dormir; felizmente muito bem acompanhada


Por vezes penso que hoje vai ser o dia. E hoje esteve quase a sê-lo. Quem me lê, lê que eu estou sempre com sono. E é natural que esteja porque apenas escrevo à noite e as minhas noites são sempre tardias. Como hoje.

Levantei-me cedo e foi todo o dia, primeiro in heaven com parte da família e, já se sabe, com companhia e, ainda por cima, companhia bem animada, não dá para uma retemperadora sesta. Depois de virmos de lá, fomos para casa de outra parte da família, e houve festa de leões e leõezinhos. E a família vai crescendo, em especial porque os mais pequenos estão cada vez maiores e não apenas comem que nem gente grande, como ocupam mais espaço e falam pelos cotovelos. Os três que eram bebés o ano passado já ocupam agora lugar à mesa, já falam, já têm vontade própria, põem e dispõem e brincam uns com os outros. Os outros cinco estão grandes, fortes, brincalhões. E, por último, o mais crescido está um homem. Já mal couberam na mesa dos 'pequenos', essa é que é essa. E não estava hoje a menina que também já adolescente está e que é também é leoa de mão cheia. E comeu-se e bebeu-se bem e cantou-se e brincou-se e viémos de lá tarde e eu, ao cair aqui no sofá, pensei: 'Não dá, é hoje, vou dormir'. Até parece que sentia um formigueiro na pele das pernas. Estive para aqui meio a dormir, meio acordada, a ganhar coragem para abrir o computador ou, então, resignar-me a ir dormir.

Optei pela segunda, vou dormir.

Lamento se vinham à espera do lençol do costume ou de algumas palavras que acrescentassem alguma coisa à qualidade de vida do mundo em geral ou de cada um em particular. Não senhor, isto aqui não é espaço no qual se possam esperar aforismos, axiomas ou tiradas poético/filosóficas, choradinhos puxadinhos como o trinado de um belo fado ou revoltas adubadas pelo conhecimento das tragédias gregas. Aqui, nada disso. Nem se engana ninguém. Aliás, devia escrever lá em cima um disclaimer sem o qual não há coisa que possa ser considerada credível. O meu seria: não me levo a sério e espero que vocês ainda menos. É que acho que nisto, como em tudo na vida, deve haver franqueza, não tentando vender gato por lebre. Quem aqui vem deve saber ao que vem: de tudo um pouco e pouco de tudo. Ou seja, pouco mais que nada de quase tudo. Portanto, se isto já não passa disto quando estou quase acordada imagine-se quando estou pouco mais que a dormir. Uma lástima. Ou seja, para nada dizer mais vale que nada diga.

So, let's go.

But, before, para que não fique a total sensação de foi para isto que aqui vim...?, deixem que tente compensar, partilhndo convosco um vídeo que mostra o acrobático encontro de dois belos exemplares, um em toda a linha e outro no ramo da apresentação, dança e entretenimento.

Brad e Jim /  Pitt e Fallon. Dois breakdancers da ponta da unha.


 Vocês podem ficar com o Jimmy. O Brad fica para mim, ok?

E um belo dia de domingo a todos.

quinta-feira, julho 25, 2019

Sharon Stone, a bela e sexy mulher que teve o desplante de não morrer nova






Há algum tempo recebi a visita de uma ex-colega que não via há algum tempo. Quase tive um choque. Mantinha a mesma maneira de se pentear e de se vestir mas tinha engordado, o rosto tinha papos por todo o lado, a pele estava baça e disfarçada com base, num colorido artificial. O cabelo estava também sem vida apesar do tom avivado. No conjunto, estava uma caricatura do que tinha sido.

Quando uma outra colega entrou na sala em que estávamos, não a reconheceu. Tive que fazer de conta que ela estava distraída: 'Então, sempre acelerada, nem repara na Drª Ana que aqui veio visitar-nos...?'. Pela reacção, quase um sobressalto, percebi que estava a ter a mesma involuntária impressão. Ao fim do dia, quando pude comentar com esta última, ainda não me tinha restabelecido: 'Já viu como ela está...? Tive que me esforçar para não deixar transparecer a surpresa que estava a sentir'. E ela: 'Nem me diga nada... tive que disfarçar...' E eu: 'Mas o que é? Está mais gorda...? Viu os papos? Quase parece desfigurada...' E ela: 'O que é? É simples: são 10 anos a mais. E acha que nós estamos iguais ao que éramos há dez anos...?' Acho que já não respondi. Devo ter ficado apreensiva, senão mesmo um bocado triste.

Tendo trabalhado em várias empresas e passado por fusões e cisões, tem sido frequente perder de vista muitas pessoas e, passados alguns anos, calhar a encontrá-las. E há uma interjeição recorrente quando me vêem: 'Ah... mas está igual...' ao que geralmente respondo: 'Olhe que não, olhe que não... capaz é de estar a precisar de óculos, não...?'. Racional como sou, não me deixo levar pois, a ser verdade, ainda estava com cara de dez anos.

Creio que já contei que, num dos últimos enterros a que fui, dei de caras com um homem que conheci na minha infância. Ele estava com uma mulher que não reconheci como sendo a mulher dele até porque estava certa de que ela tinha morrido. 'Não me estás a conhecer, pois não...?', disse-me ele. E eu, atónita, a achar que não podia ser, o senhor não podia estar quase igual ao que era umas décadas atrás, apenas um bocado mais velho. Não arrisquei: 'Acho que sim, que conheço mas não estou bem a ver quem...', até porque tinha até ideia de a minha mãe, em tempos, me ter dito que o senhor também tinha morrido. Então ele disse-me o nome e eu só não me deixei cair para trás porque já aprendi a disfarçar quando levo um murro no estômago. Era o meu grande e insubstituível amigo, o meu primeiro amor, minha companhia de brincadeiras e longas conversas -- até ter ido cada um para seu lado. Fiquei sem acção. E ele: 'Pois eu conheci-te logo, estás igual, o mesmo sorriso.' E eu muda, provavelmente o mesmo sorriso pasmado no rosto. Depois apresentou a senhora, era a mulher. E ela disse: 'Toda a vida ouvi falar de si'. E eu, em estado de estupor catatónico, incapaz de retribuir a simpatia. Só me ocorria que a senhora parecia capaz de ser minha mãe, que não podia ser a mulher do meu amigo de infância e que ele não podia estar transformado naquele homem enorme, encorpado, ar pesado e olhar triste. Quando comentei com a minha mãe, ela contou-me que ele tinha saído do banco onde tinha um cargo dirigente, tinha tido uma depressão, vivia agora toda a semana numa quinta, que estava transformado num homem do campo. Ao fim de semana, vinha à cidade ou a mulher ia ter com ele ao campo. E senti alguma tristeza. Já aqui falei muitas vezes desse meu grande amigo. Sempre foi reservado, tímido. De uma inteligência invulgar, chegou a receber o prémio do melhor aluno do país, coisa que soube pelos meus pais e não por ele. Eu era então provocadora, gostava de fazê-lo sofrer, fingia que não gostava dele, fingia que preferia os outros meninos, desafiava-o para fazer coisas que ele não gostava de fazer mas que se sentia compelido para não me contrariar. Mas, na verdade, eu não conseguia passar sem ele. Andávamos sempre juntos. Eu conversava, sonhava alto, fazia-o viajar nas minhas palavras e ele, calado, sorridente, nunca me contrariava. Nunca, nunca. Tinha uma paciência incrível e eu, embora nunca lhe dissesse, sentia-me agradecida por poder contar com ele.

Não suportou o peso da vida na cidade e a sede daquele grande banco que fervilhava com centenas de pessoas, aquele ambiente, aquela pressão, foram-lhe insuportáveis. Aguentou talvez uns trinta anos e depois refugiou-se no campo.

Mas isto para dizer que o tempo passa inexoravelmente sobre nós. Sorte a de quem lhe sobrevive.

Quando aqueles que achamos muito belos morrem na flor da idade, lamentamos muito e guardamos deles a imagem da sua eterna juventude. Habitam a nossa memória (e agora habitam também o infinito repositório da net), cristalizados, iguais ao que eram quando a sua beleza impressionava quem os via.

Claro que agora aquela app que, através da inteligência artificial, não apenas fica com um manancial de inumeráveis rostos como simula como ficam as pessoas quando envelhecerem, conseguimos ver como seriam hoje aqueles que, em tempos, cativavam o mundo com a sua radiosa beleza. Os próprios fazerem isso é uma coisa, cada um decide por si. Ou fazer isto com pessoas que estão vivas também é como o outro. Agora, quando fazem isso com quem já morreu, sinto que é preciso ingratidão e maldade para querer ver como teriam sido frágeis e decadentes aqueles que se evadiram da lei da vida sem que o mundo as visse a perecer.

E eu, ao olhar o belo rosto de Sharon Stone, que está viva e bem viva, e ao ver como as pálpebras tombam e o cabelo embranquece e como o seu corpo tentador hoje se encobre para lamentar o afastamento a que se viu votada, sinto pena -- o tempo é ingrato e mau. Ou não é o tempo, são as pessoas. Ingratas e más. E, no entanto, que bonita que ela é e que bem que está e que sorte teve ao escapar, sem sequelas, a esse inferno que é um maldito AVC. E que solidariedade, cá muito minha, sinto ao pensar no que ela deve ter sofrido ao ver-se sem falar, sem andar, totalmente dependente, a ter que reaprender tudo, a força necessária, a coragem, a superação do medo e do desgosto. Tão difícil tudo.
Penso no meu pai. Tão bem que estava, tão saudável, tão orgulhoso que sempre foi e, no entanto, um dia viu-se inerte, apenas com metade do campo de visão, sem orientação, sem força num braço, sem andar, de fraldas, a ter que ser alimentado à boca, a ter que ser lavado, a ter que depender de outros para tudo.
Felizmente ela conseguiu ultrapassar tudo: está bem, saudável, inteira.


Mas queixa-se que a esqueceram, que deixaram de lhe dar trabalho. O cinema queria-a como mulher sensual, maliciosa, enérgica, intimidantemente tentadora, não como uma mulher de meia idade que, em tempos, foi isso tudo e que agora perdeu o viço. Como deve ter sido difícil para ela esforçar-se por recuperar, sentir que estava de novo a reconquistar a plenitude das suas facultadas e, ainda assim, sentir-se rejeitada. Uma coisa horrível.

Quando agora fiz anos perguntei aos meninos se sabiam quantos anos eu tinha feito. Não sabiam, atiravam números à sorte, uns para cima, outros para baixo, e eu esclarecia-os dizendo que tinha cem anos. Desatavam a rir, que era impossível. E eu, muito séria, dizia que era mesmo. Cem anos. Riam, perguntavam aos pais. Mas eu, no meu íntimo, antecipava o prazer de viver cem anos e ainda estar para as curvas, com vontade de brincar e de rir, com vontade de seduzir, de provocar, com vontade de me pôr a caminho.


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A segunda vida de Sharon Stone


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Isabella Rossellini, Jack Nicholson e Jennifer Lawrence aparecem aqui sob o efeito de uma outra app, desta feita uma que converte as pessoas em pinturas de antanho. Por acaso, se não me importasse de oferecer o meu rosto a estranhos, gostava de me ver nesta.

A Lady Di, a Marilyn Monroe, o Brad Pitt, o Putin, o Trump, o Zuckerberg e outro que não sei quem é foram envelhecidos pela FaceApp e nesta é que eu não me meto. Livra.

A Sharon Stone, na fotografia, está como é agora e como era antes, sem inteligência artificial à mistura. 

Crossroads pelo Don McLean, que eu não conhecia e que é tão bonita, está aqui porque estou a gostar imenso de ouvir. Acho-a triste, triste, mas não consigo deixar de ouvir.

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Tenho andado a tentar reavivar o meu Ginjal e Lisboa, a love affair pelo que, se estiverem para aí virados, serão muito bem vindos nesse meu lugar à beira Tejo plantado. Hoje tenho: E o seu nome seja o seu próprio pudor sobre poema de António Ramos Rosa ao som de Divna Ljubojević. E eu gostava muito que gostassem de lá estar. 

[E desculpem por, nos últimos dias, não ter respondido a comentários ou mails mas, acreditem, o meu tempo não dá para mais. Hoje respondi, ou melhor, coloquei uma pergunta porque era um único comentário e a minha pergunta era simples. Mas leio sempre (e fico sempre com um sentimento de culpa por achar que parece pouco educado por não retribuir a simpatia de quem por aqui passa mas ponho-me a escrever posts e quando dou por ela são quase horas de me levantar)]


segunda-feira, março 04, 2019

Um teste





Se contasse tudo ninguém ia acreditar pelo que apenas direi que trabalhei no duro de manhã à noite e que, sendo já noite, ao cortar arame com uma tesoura, arranquei um bocado de qualquer coisa no dedo que fez com que tenha sangrado abundantente e ainda não esteja bom. Agora pus um algodão com betadine e atei em volta com papel higiénico dobrado. A ver se estanca para não sujar a cama toda. Não tenho cá água oxigenada e tenho que procurar melhor porque não vi pensos e não estou bem a ver como é que sem um penso vou evitar o desastre total. 

Todo o santo dia serrei até mais não poder, andei em cima de muros e de rochas para chegar a ramos mais altos, prendi rede na vedação, apanhei ramos e ramagens e ramalhetes. E o meu marido fez isso tudo e mais uma fogueira que durou horas. Ainda há bocado foi lá fora, de lanterna, ver se já está tudo apagado. Deitou água e água e diz que continua incandescente. Tudo na natureza tem uma força difícil de explicar.


E, assim sendo, ao segundo dia de trabalhos altamente esforçados, à noite, depois de jantarmos, pusemo-nos os dois a ver aquele programa de culinária na 1 e, passado um bocado, já eu estava a dormir. Ele também deve ter estado pois levantou-se agora daqui a dizer que tinha dado um jeito ao pescoço.

Agora estou a rever o Thelma e Louise e estou a gostar. O poder de duas mulheres à solta pode ser letal. Sorry, queria dizer fatal. Gostei bastante na altura e agora contiuo a gostar. O Brad Pitt era um rapazola insolente e com um potencial transbordante e, passado todos estes anos, ainda é. Aquela ligação remota entre o detective desempenhado por Harvey Keitel e Louise (Susan Sarandon) mostra bem como não é preciso a visão do outro ou a presença física para que se estabeleçam laços que dificilmente se explicam. Tudo bom no filme. Até a música.


E estive a ler uma entrevista com Siri Hustvedt e muita coisa ali me interessou. Não foi só aquela urgência de despachar trabalho antes que seja tarde. Percebo-a muito bem. Foi também aquilo das memórias. A recriação das memórias. A observação sobre Karl Ove Knausgaard que escreveu milhares de páginas a reproduzir recordações ao milímetro, diálogos de toda a espécie e feitio. Diz ela: só se fosse um savant.
E eu, que conheço um savant, fiquei a pensar que é das coisas mais extraordinárias e difícil de perceber, a cabeça de um savant. Mas isso é tema complexo, não é coisa para aqui. Ou talvez fique para um dia em que me deixe de pruridos e conte apenas algumas particularidades. (Ou não). 
Este tema de as nossas memórias se calhar ganharem vida própria é um mistério que me atrai.
Readers of Karl Ove Knausgaard’s six volumes of memoir, My Life, with their endless descriptions of routine chores, may take note. “Many successful memoirs have dialogues that goes on for page after page after page, dialogue that nobody could possibly remember, unless you are a savant of some kind,” Hustvedt says. “And that’s extremely rare, so what are we talking about? You can’t possibly believe the memoir writers have that kind of memory.”

No meio da conversa, a propósito de uma coisa que também me desperta sempre muito interesse, o da cegueira não intencional, aquilo de a gente apenas ver parte do que nos é dado ver -- a parte que já esperávamos ver -- refere um vídeo que está no youtube. Como sou bem mandada, fui logo ver e, de facto, tem piada.

Como, ao ver o vídeo, fruto do que a Siri tinha dito, já sabia ao que ia, passei o primeiro teste, muito admirada por cerca de metade dos incautos não passarem. E, de seguida, estatelei-me no segundo. Uma vez mais, só vi aquilo que já sabia que ia ver. Sou uma ceguinha, é o que é. Mas, acho que não sou só eu.

Convido-vos a ver atentamente o vídeo. Estejam atentos ao desafio, tentem acertar. Exige-se apenas uma coisa: concentração.


Depois me dirão se não é verdade isto de sermos ceguinhos. E pensem comigo: se o que vemos é apenas uma ínfima parte do que há para ver, como seria caleidoscópico o mundo se conseguíssemos ver tudo ou, vá, quase tudo. Na volta, era mas é insuportável.



E então? Ceguinhos...? Ou... apenas míopes? 

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E estamos a entrar no carnaval. Os meninos mascaram-se, fazem desfiles, brincam. Em algumas cidades e vilas de Portugal algumas mulheres esquecem o clima e vestem-se de baianas e, noutras,  os homens soltam a Mariete que há em si e mascaram-se de matrafonas.

As imagens que aqui partilhei estão no The Guardian e não são forçosamente de carnaval, embora algumas o sejam. A primeira, aquela lá em cima, é espetacular: Mardis Gras avant la lettre. Mas, por exemplo, esta aqui abaixo mostra um jogo popular inglês que consiste em provas nas quais os cavalheiros vão com as mulheres às costas, presas pelas pernas. Amanhã vou ver se o meu marido consegue segurar-me assim e depois, como certamente há-de conseguir, vou sugerir que vá serrar ramos comigo assim. Vou levar a máquina fotográfica para fazer a reportagem do mundo visto segundo uma perspectiva nova.


Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma boa semana a começar já por esta segunda-feira.

sábado, junho 23, 2018

Receio bem que hoje seja apenas mais um daqueles dias




O que foi este meu dia nem vale a pena dizer. Digamos que foi o culminar de uma semana inteira mal dormida, pouco ou nada descansada e em que o trabalho tombou imparavelmente em cima de mim.  À hora de almoço, a um colega que entrou no meu gabinete, enquanto saía outro, eu disse: acho que isto está a começar a ser de uma violência desumana. Depois não disse mais nada porque senti que estava a começar a ter pena de mim.

Drew Barrimore
Passado um bocado, à hora de almoço, saí nas horas de estalar para ir à consulta de ginecologia que deveria ser anual ou bianual ou sei lá e à qual não ia há anos. A maior parte das vezes, quando me lembro, peço a algum médico qualquer que me passe precrição para exames, vou e, se estiver tudo bem, acaba aí, já acho que não vale a pena perder mais tempo com consultas.

Desta vez, quando soube de pessoa próxima com um problema, e já lá vai ano e tal, pensei que tinha que ir à médica. Afinal só há uns meses lá fui. Mandou fazer uma série de exames e deu-me uma desanda. Para conseguir agendá-los todos de seguida e ao início da manhã, tive que esperar uns meses. E a seguir, para conseguir vaga com a médica à hora de almoço, mais uns meses. Foi hoje. Mas a consultra atrasou-se e eu comecei a ficar sem tempo pois, daí a nada, nova reunião. Portanto, com a pressa de me vir embora, nem fiz a pergunta que levava engatilhada com o propósito de marcar logo, nem que fosse para daqui a dez anos: qual a periodicidade indicada para este tipo de revisões. Esqueci-me. Agora olha, é quando voltar a lembrar-me. 

Drew Barrimore
Mas, portanto, no meio das trabalheiras do costume, tem-me acontecido ter que encaixar coisas inesperadas ou extra-curriculares. E, por tudo e também por mais isso, ando que não posso. Eu e o meu marido -- porque, por alguma bizarra conjugação astral, parece que, por simpatia, os deuses estão a fazer o mesmo com ele. Hoje, mal conseguimos cair aqui, cada um em seu sofá, foi tiro e queda. Um sono pesado, incontornável.

Ele levantou-se agora para se ir deitar e eu abri a tampa do computador mas mais por vício do que por inspiração.

À vinda para casa, conversei com os dois rapazinhos da minha filha e, à despedida, o mais novo, o que fez sete, perguntou como se chamava a quinta filha daquela família que só tinha meninas, a Pata, a Peta, a Pita e a Pota. Pelo inesperado, ri e disse que não podia responder, que ele me estava a sair um belo malandro. E ele: 'Porquê? A menina chamava-se Maria'.

Ainda me estava a rir quando liguei à minha mãe.

Depois fui ver a menina que ontem passou por uma cirurgia com anestesia geral. Hoje estava fresca, como se nada se tivesse passado. Tem que ficar uma semana em casa e tem que fazer dieta mas, quem não saiba jamais desconfiará. Em contrapartida, o mano bebé estava cheio de febre, embora mal o ben-u-ron tenha começado a fazer efeito, tivesse também ficado fino como um alho. Depois chegou o mano do meio, que vinha do judo com o pai. Radiantes e brincalhões, todos.

Ontem toda a gente deu cromos à menina (todos menos eu...) e ela esteve a mostrar-me a caderneta e os que tem repetidos. É a colecção das Lol, umas meninas gaiteiras, cheias de brilhantes à volta. Depois perguntou se eu gostava que ela me colasse um na carteira do telemóvel. Aí desarmou-me. Sou furiosamente anti-piroseiras mas senti que desvalorizaria a sua ideia se recusasse. Como tendo muito a deixar cair telemóveis e dei cabo de alguns, agora tenho o actual dentro de uma espécie de capa que supostamente o protege. Infelizmente, sempre que precisei que o fizesse, não resultou lá muito, mas enfim. Mas é uma capa preta do mais discreto que há. Então, face à generosidade da minha menina, disse que sim, na parte de dentro. Perguntou qual a boneca de que eu mais gostava. Disse que ela pusesse a de que gostava menos. Disse que gostava de todas e que eu escolhesse a mais bonita. E assim fiz. Ficou toda contente. Depois disse que eu podia escolher outra para pôr na parte de fora. E eu, perdida por cem, perdida por mil, escolhi. Uma coisa que, em condições normais, não lembraria ao diabo. Nem imagino como vou andar de telemóvel na mão com meninas Lol auto-colantes e auto-brilhantes. Um vexame. Mas como a minha condição é a de devota dos meus amores, abro mão de todos os pruridos e faço o que os faz felizes a eles e ponto final.


Mas ando cansada e agora que acordei estou já a pensar nos dias que aí vêm. Dias loucos até às férias e, na verdade, até ao fim do ano. É a economia a abrir à força toda -- investimentos, internacionalizações, modernizações -- e tudo o que se conteve durante os últimos anos, irrompe agora com sentido de urgência.

Julia Roberts
Claro que, no meio das reuniões contínuas, mil coisas a resolver, vários projectos a decorrer, tanta coisa séria para tratar, há os momentos de pura desbunda, de anedotas, de Brunosdecarvalhadas, de piadolas de toda a espécie e feitio, picardias a torto e a direito. E nesses momentos sai-nos o peso de cima, saem-nos os anos de cima, esquecemo-nos do que temos entre mãos, esquecemo-nos do que temos pela frente. Duram minutos estes intervalos loucos. Outras vezes, duram mais, apetece-nos que seja sexta-feira, apetece-nos que as responsabilidades sejam peso para outros e não para nós.

Mas enfim, é fim de semana e não quero pensar em nada disto. Quero é dormir, passear, ler. Claro que não tendo máquina fotográfica de jeito, o entusiasmo esfria um bocado. A nano máquina não me enche as mãos, quanto mais as medidas. Mas, não tarda, faço anos pelo que pode ser que alguma alma caridosa se apiede de mim.

E pronto, fico-me por aqui porque tenho mesmo que ir dormir. Continuo com mails (pessoais) importantes  para responder (importantes para mim, sobretudo), continuo faltista em relação a tantas coisas, a telefonemas para amigos, a palavras de afecto para quem o espera. Mas o meu tempo não estica mais. Nem alguns dos blogs que gosto de seguir diariamente tenho conseguido ver.

Mas isto para dizer que, com vossa permissão, me vou retirar e, como tem sido apanágio dos últimos tempos, não consigo dizer nada. Vou ver se sonho com o Brad Pitt que isso seria uma bela preparação para um fds em grande. Aleluia.


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Fotografias do Velvet Code, um espaço onde se divulgam imagens pouco conhecidas de figuras públicas bem conhecidas.

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quinta-feira, maio 04, 2017

What's in a name?
["Se ao menos eu pudesse mudar de nome", lamenta-se William Bradley Pitt]


A primeira vez que o vi foi no Thelma and Louise. Era um rapaz com uma sensualidade transbordante, uma malícia implícita cativante, um físico absolutamente convincente. 


Se até aí eu me enlevava com Richard Gere, que tinha conhecido -- eu, se bem me lembro, quase menina e moça, -- ele capaz de seduzir de uma assentada toda a população de um convento de freiras tal a sedução que dele emanava em American Gigolo, a partir daí mantive o J.D. debaixo de olho.



Não que seja dada a lourinhos, não sou, mas aquele moço tinha, à vista desarmada, uma boa 'pegada', coisa que mulher que se preze fareja à distância.

Por essa altura eu ia ao cinema muito amiúde. Adorava ir. Aquele escurinho, aquele cheiro, aquele ambiente fascinava-me. Ia muito ao Quarteto apesar de às vezes cheirar a esgoto e apesar do meu namorado da altura (em especial o que viria a ser meu marido) embirrar com o desconforto das cadeiras e com a falta de espaço já que as pernas não lhe cabiam e tinha que as dobrar à frente dele, quase até ao pescoço. E ia ao Satélite, ao Estúdio. E, claro, aos maiores: Império, Monumental, S.Jorge.


Os grandes filmes de Bergman, na época, conviviam, para mim, com o Oficial e Cavalheiro ou o Breathless (que era uma reprise do A bout de souffle) -- filmes que não podia perder para ver o Richard Gere, com aquele seu corpo gingão, aquela capacidade de bem beijar que não está ao alcance de qualquer um.


Acontece que a minha fidelidade é restrita a casos muito particulares e, portanto, depois de ter visto a arte de Brad Pitt, mantive o Richard em banho-maria e, muito santamente, passei a incluir-me entre as devotas do Brad.

O seu desempenho em Lendas de Paixão foi outro momento alto, tornando, só por isso, aquele filme um objecto de culto. 

[Aos destituídos de faro para a ironia, apresento mais um disclaimer: uso aqui a terminologia 'objecto de culto' a propósito deste filme tal como, há dias, usei 'mares do sul' para designar o mar que banha Cádiz. Sou dada a metáforas, se é que ainda não deu para perceber. E tenho dito. Adiante que o momento é de cinefilia e não de semióticas]


Entretanto Richard Gere foi ganhando patine (não perdendo o charme, mas...) e o Brad entrou naquela deriva mediática designada por Brangelina e eu, mais uma vez, fiz swing (and sorry for my french): passei a achar uma certa graça ao Clive Owen.


Enquanto isso, e num registo diferente, encantada pela voz deles, pulava a cerca* com o Jeremy Irons (como não, com aquela voz...?), com o John Malkovitch (aquela irreverência carregada de perversidade é um convite irrecusável) e, até, com o Ralph Fiennes que, parecendo que não, tem uma densidade enleante.
[Outro disclaimer: A cerca das devoções (como dizer?) cinéfilas, of course]





Mas, lá está, aqueles a quem um dia deitei o olho, debaixo de olho ficarão forever e, por isso, o Brad será sempre olhado com o carinho que se dedica aos antigos lover boys.

E, talvez por isso, foi com tristeza que li a entrevista que concedeu agora, confessando o problema de longa data que tinha com álcool, admitindo a sua responsabilidade pelo que aconteceu e que levou ao seu divórcio.


Parece que vive isolado, solitário, dedicando-se à escultura. Reapareceu na capa de uma revista com um ar que faz enternecer qualquer um, em especial aquelas que guardam um cantinho para ele no seu coração.
[Novo disclaimer: cantinho virtual, leia-se]

Magro como um cão sem dono, ar triste, diz até: 'se ao menos pudesse mudar de nome...'

E eu aí tenho que me pôr ao alto. Que é lá isso...? Nem pensar. Qual mudar de nome? No way.

Tanto mais que Brad é, afinal, William e um William não deve nunca renegar o seu nome.


E, afinal de contas, what's in a name?


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E um dia muito feliz a todos quantos por aqui passam.

Be happy.

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