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terça-feira, outubro 16, 2018

Manuela Moura Guedes, uma procuradora que está a tornar a SIC uma bandalheira.
Do caraças também a zaragata entre a Raquel Varela e a Isabel Moreira nos Prós e Contras em torno do #MeToo.
E até lá vi um artista a insinuar que quando quero dar um beijinho a um dos meus pimentinhas estou a assediá-lo e a abrir a porta a futuras violências domésticas.
Foge. A televisão está a tornar-se um verdadeiro manicómio.


Isto, depois dos flamingos, é dose. Mas acho que tem que ser. Eu não queria. Mas sinto que é uma questão de dever. É que estava eu escrevendo sobre aqueles passarinhos cor-de-rosa armados em bailarinas de can-can de perninha de canivete e, na televisão, um pesadelo.

Já antes, ao jantar, querendo paz e sossego, sem querer, fomos dar com uma procuradora a fingir, uma jararaca armada em populista, pré-candidata a qualquer coisa. E atenção ao sinónimo de jararaca porque isto não foi metáfora, não, foi mesmo alerta. Já avisei antes: quando se traz um ovo de serpente para o ninho e se aceita chocá-lo é só esperar a hora em que o bicho vai partir a casca e desatar a sair por aí espalhando veneno, mordendo incautos, fazendo vítimas.

Foi uma luta, incluindo comigo mesma. Queria perceber a dimensão da porcaria que estava a ser aquele espaço de comentário mas, por outro, fui incapaz de suportar tão nauseabundo espectáculo. Não se consegue ver uma coisa assim: é mau demais. Não são apenas os trejeitos, a desbragada desbocagem, os olhares de doninha matreira: é o linguajar, o querer ter a fala do povo, é o avacalhamento da análise política. Se daqui por algum tempo se apresentar a votos, vai ter votos. Haverá sempre gente ignorante que vai achar que ela é frontal, que não tem medo, que vai pôr os safados na linha. E, sabido é, gente ignorante não sabe votar, só sabe é dar tiro no pé. A base eleitoral dos populistas é a gente que eles vão 'fornicar' em primeiro lugar. Cordeiros inocentes.

Vejo o ar apatetado do Rodrigo Guedes de Carvalho e tenho pena. Aposto o que quiserem em como deve interrogar-se mil vezes se tem mesmo que aturar aquilo. Estar ali a fazer o triste número de compère com aquela mulherzinha mal informada e, do que se percebe, mal formada é coisa que uma pessoa decente como o Rodrigo não deveria ser obrigada a fazer. Se alguém da concorrência quer ir buscá-lo é agora a altura certa. Estar ali, no jornal da noite, a dar palco a uma pessoa como a Moura Guedes suja qualquer carreira pelo que acredito que ele esteja mais do que disponível para se mudar para ambientes menos poluídos.

A SIC acha que contratando gentinha como a que tem vindo a contratar -- gente que diz mal gratuitamente de tudo, mesmo das coisas boas, gente que manipula, distorce, 'abandalha' a conversa por tudo e por nada -- vai ganhar audiências, mas daqui aviso: engana-se. Para bandalheiras já há outros canais e, mal por mal, quem gosta mesmo de bocas javardolas, prefere atascar-se na lama a sério. É que, parecendo que não, ter ali o Rodrigo Guedes de Carvalho de ar acabrunhado ainda nos faz perceber que aquilo ainda não bateu completamente no fundo e ainda nos dá alguma esperança que ele, em directo, um dia ainda se levante, atire com os papéis ao chão (os papéis ou o iPad) e diga alto e bom som: 'Bardamerda para o populismo'.

Não consegui ver toda a intervenção da dita procuradora. Não aguentámos. Aquilo é mesmo abaixo da linha de água, aquilo é mesmo uma vergonha.

E, tendo feito zapping à Bocas Moura Guedes, eis que, passado um bocado, chego à sala e dou com um duelo de titãzitas: Raquel Varela e Isabel Moreira em animada zaragata por causa do #MeToo. 

Na assistência, uma criatura do sexo masculino de longa e lisa cabeleira, óculos redondinhos e ar a atirar para o alucinado saíu-se com uma de que a violência começa logo com a família a fazer com que as crianças sejam vergadas a ponto de darem beijinhos às avós. Se estivesse ao pé dele dava-lhe logo um puxão de cabelos. Criatura mais doida. Ou teve uma avó com bigode à escovinha e verruga cabeluda cujos beijos o deixaram traumatizado até hoje ou foi assediado por alguma velha que lhe fazia lembrar a avó. Só pode. 

No balcão, uma senhora loura, vestida de branco e uma rosa encarnada e espumante ao peito, mostrou-se logo insurgida. Béu, béu, não sei quê. Não sei quem era nem ao que ia mas, pelo ar e pelo tom de voz, palpita-me que seja do movimento Pró-Vida. Se bem que não sei o que é que o Pró-Vida tem a ver com o MeToo. Na volta são movimentos rivais e aquilo ali era mas era um campeonato.

No meio disto a Isabel Moreira, irritada com a Varela, já mal escondia a raivinha estrepitosa que subia dentro dela. E a Raquel Varela, com aquela pose superior, mal disfarçando que dentro dela existe uma feroz fräulein, uma dominatrix de bota de tacão e chicote na mão, levantava o queixo e lançava farpas venenosas às virgens ofendidas encabeçadas pela Moreira.

Não sei quem ganhou porque fugi dali a sete pés. 

No meio daquela luta de galinhas -- rapaz de longa melena incluído -- não faço ideia quem ganhou nem sei bem qual a causa que aquelas ali defendiam. Penso que a Raquel é mais da linha ajoelhou tem que rezar e a Moreira é mais na base do querido foi tão bom até aqui mas agora já chega, faz favor de sair

Também estava lá um senhor com alguma idade e uns papos nos olhos que percebi que devia ser psiquiatra e que, do que vi, atirou algumas ao lado. Mas, lá está, no meio daquela confusão, não sei se a ideia não era mesmo atirar bolas para o pinhal. Só sei que, às tantas, um jovem, não sei se cientista, mostrou umas folhas, uma por cada assediador: um cientista rodeado de mulheres que me pareceu que tinham pouca roupa e um glaciar ou nem sei bem o quê que até mudou de nome para evitar conotações assediantes. Parece que o padrinho que lhe tinha dado o nome tinha tentado meter o bedelho onde não devia. 

Uma maluqueira pegada.

Também reparei na Fátima Campos Ferreira: estava atónita e sem conseguir ter mão naquele cri-cri todo que para ali ia. Dá para perceber. Eu ainda tinha um comando para fazer zapping mas ela, coitada, teve que gramar aquele descabelamento até ao fim. 

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Salvou-me a noite o Zé de Abreu. Anda a dar um belo abre-olhos à tonta da Regina Duarte -- que deve estar toldada das ideias para apoiar o palhaço Bolsonaro -- e não se deixa papar pela safada da Carola e pelo inútil do Remy. 

E disse.

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E queiram deslizar e ir de visita até a um exército de flamands roses. Uns verdadeiros galãs que sabem ter graça na forma como se exibem. 

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segunda-feira, dezembro 18, 2017

Marcelo, atenção à síndrome da Viúva Porcina...




Havia a viúva Porcina. Era um excesso. Na maquilhagem, nas vestimentas, na linguagem, nos sentimentos. Irreflectida, de rastilho curto, sempre com o dedo no gatilho, sedutora, implacável, imoderada, dada a traições (mas traições sobretudo for the fun of it), verbo fácil, reacção a quente, aparentemente espontânea mas, na verdade, uma calculista.  Regina Duarte que nos deu tantos personagens extraordinários (e agora, assim de repente, estou a lembrar-me de Malu mulher), frequentemente contidos, aparece em Porcina como uma extraordinária caricatura de tudo o que é gente extrovertida e deslumbrada.

Muitos outros personagens igualmente espalhafatosos as novelas e o cinema nos têm dado e nem estou certa de que a viúva Porcina seja a melhor escolhida para aqui figurar.

Mas eu, nisto, prefiro o imediatismo pois as minhas imagens podem nem fazer grande sentido ou podem ser boas para um psicanalista dissecar (e, nos testes de personalidade, é frequente mostrarem-nos umas manchas e pedirem-nos, que, sem grandes pensamentos, digamos o que estamos a er ali) mas, na verdade, o facto é que não tenho grande paciência (e tempo!) para me pôr para aqui a puxar pela cabeça até encontrar o 'boneco' perfeito.

Portanto, seja a viúva Porcina. Não vem ao caso a história do Roque Santeiro e toda a tragicomédia que se vivia em Asa Branca. A única coisa em que penso, neste momento é mesmo nos excessos da histriónica Porcina.


E evoco Porcina ao pensar em Marcelo. Se eu fosse uma crente bem comportada, acrescentaria, Deus me perdoe: Deus me perdoe mas é, justamente, na excessiva viúva que penso quando vejo o quadro de Natal com o Marcelo como pastor, quando o ouço a opinar sobre tudo e sobre nada, quando o ouço com remoques despropositados a propósito do que Antonio Costa disse noutro contexto ou inventando frescuras a propósito da eleição de Centeno para presidente do Eurogrupo, quando o ouço a desvalorizar o trabalho e os sucessos do Governo, quando o ouço a sugerir que se reconstrua tudo o que ardeu num abrir e fechar de olhos como se não houvesse projectos a fazer e a aprovar, orçamentos a fazer e a aprovar, prazos de entrega de materiais e de mobilização de gente da construção civil, como se tudo se resumisse a beijinhos, selfies e fazer casinhas com pecinhas Lego. Marcelo está a ser vítima da sua hiperactividade (ou défice de atenção ou síndroma de burnout ou narcisismo ou deslumbramento por ter conseguido chegar onde sempre desejou estar -- ou qualquer outra coisa do género). Normal é que não é. Porta-se como um vulgar frequentador das redes sociais em que, mal ouve qualquer coisa, e pode ser uma frase fora de contexto ou qualquer banalidade do dia a dia, e aí está ele a exigir que se mate e se esfole, criticando sem cuidar de ponderar se foi bem aquilo que se passou ou se é benéfico para a vida política do país ter-se um presidente que parece um boneco com uma mola. Ao mínimo estímulo, aí está ele a saltar. Sempre com microfones e câmaras atrás, ampliando o que, já de si, é excessivo, Marcelo está a correr sérios riscos de perder a quota de popularidade que almejou no início do mandato.

Num primeiro momento, os mais carentes, os solitários, os que perderam alguém ou a casa ou o emprego, os que se sentem relegados para plano secundário seja do que for e toda o tipo de pessoa que precisa de um qualquer estímulo suplementar para se sentirem compensados, poderá sentir o conforto de um abraço ou de receber a visita e uma palavra amiga de alguém importante, alguém que bem conhecem da televisão e que se faz acompanhar de batedores, polícias, repórteres.. Pode essa pessoa, na prática, pouco mais fazer do que isso mas quem não gostará de ter para relatar a amigos, vizinhos e familiares distantes que o Presidente Marcelo lá esteve em casa, destapou a panela que estaa ao lume, perguntou pela acina, deu conselhos sobre o melhor chá e, com sorte, terá tudo isso sido filmado.


Mas num segundo, terceiro ou quarto momento logo perceberao que o Marcelo hoje é incêndios, amanhã é a água na barragem, depois a vacina, depois uma boca ao Governo, a seguir a Raríssimas, depois os sem-abrigos, depois o Infarmed, se necessário for recebe o sindicato dos enfermeiros, dos professores, dos médicos. E que, portanto, aquela causa não é a causa, é apenas uma de mil 'causas'. E perceberão também que enquanto ele anda a fazer quilómetros de carro ou a bater perna por aí, o Governo, não embadeirando em arco, vai, qual formiga, fazendo o seu trabalho, percorrendo o caminho das pedras, arranjando estradas, construindo casas, obtendo subsídios, trabalhando para relançar a economia.


Marcelo, a continuar neste absurdo frenesim em que, a todo o momento, deixa transparecer que tem medo de perder palco sendo cada vez mais deveras injusto e inconveniente no que diz, vai perceber que está a um passo de ser ridicularizado, de passar a ser visto como uma caricatura daquilo que tanto ambicionou.

E daí até aparecer alguém a sugerir que ajudemos o Marcelo a acbar o mandato com dignidade vai um pequeno passo.


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E queiram descer um pouco caso queiram saber qual a minha recomendação de leitura sobre 2017, o ano esquizóide 

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PS: Numa tentativa de forçar a minha natureza mudei, outra vez, o aspecto do blog a ver se se lê melhor nos tablets e telemóveis. Mas, bolas, não consigo deixá-lo todo branquelas e vá de juntar cores. Agora, quando vi o aspecto, pareceu-me uma autência Porcina em forma de blog. E muda-me o tamanho e as cores de alguns parágrafos, num despropósito total. Mas, a esta hora, já não dá para me pôr com mais experimentalismos. Sorry, outra vez.

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