Como diz o Leitor jrd em comentário ao post abaixo, há coisas que de surreais passam a kafkianas. E eu do nojo passo à agonia, e depois ao medo. Em países civilizados acontecem coisas de uma barbaridade que assusta. Há uma frieza que parece vir dos confins do mundo até ao coração das pessoas. Da austeridade que empobrece a população para entregar parte dos rendimentos roubados aos que, com a sua ganância, causaram toda esta crise, à manipulação grotesca da informação para que os mais prejudicados ainda se sintam agradecidos, acontece de tudo. Do escorraçamento dos mais jovens e válidos ao aliciamento para atrair gente que vem com dinheiro em malas e que por cá continuará a fugir ao fisco, a tudo assistimos incrédulos.
Mas quando pensamos que estamos a assistir ao fim dos tempos, somos confrontados com actos insanos, inesperadamente violentos, como a morte do inocente Marius e o seu estraçalhamento à frente dos visitantes do parque para o dar a comer às feras. E aí ficamos de rastos. A loucura parece estar a apoderar-se dos humanos.
Chego tarde a casa e ligo a televisão para ver se me distraio um pouco e só ouço mentiras, deturpações, desgraças. E as águas a subirem e a quererem afogar tudo e todos.
No post abaixo acabei com um vídeo que quase me fez rir. Mas a verdade é que ou é do cansaço ou começo mesmo a ficar cansada de toda esta destruição e hoje pouca vontade tenho de rir.
Entretenho-me a tirar fotografias à televisão.
A Constança Cunha e Sá fala como uma metralhadora, traz traz traz (do verbo trazer - pois só traz acusações, cada uma mais forte que a outra), chama tudo e mais alguma coisa a esta gentinha. E ainda chama pouco face ao que eles são.
Mas canso-me de a ouvir. Fala demais.
Bem mais comedida mas não menos acutilante é Paula Costa Simões.
Caladinha, atenta, não perde uma oportunidade para acrescentar uma certeira alfinetada.
E está mais bonita. Tem as olheiras mais disfarçadas e o cabelo assim fica-lhe bem. Esta maquilhagem chama a atenção para os seus olhos que são muito bonitos, muito azuis. E ontem estava com uma roupa que lhe ia bem com o rosto.
Anula-se para dar palco à Constança mas, na sua contenção, acaba por se destacar ainda mais.
Também tiro fotografias à casa.
Pu-la em cima do sofá novo. O sofá é de camurcina cor de pérola e, se ficar sem nada por cima, as crianças sujam-no no primeiro instante. A colcha protege-o. É de um veludo azul profundo com bordados. Na fotografia parece ser de um azul mais aberto do que é na realidade, é por causa do flash. Aquela almofada também não é de encarnado benfica (aqui não seria bem vinda) mas sim de uma seda cor de vinho. Agora poderia ir fotografar outra vez para as cores ficarem mais fiéis mas já tenho sono demais para isso.
Comprei à hora de almoço uma colcha nos saldos do Gato Preto.
Pu-la em cima do sofá novo. O sofá é de camurcina cor de pérola e, se ficar sem nada por cima, as crianças sujam-no no primeiro instante. A colcha protege-o. É de um veludo azul profundo com bordados. Na fotografia parece ser de um azul mais aberto do que é na realidade, é por causa do flash. Aquela almofada também não é de encarnado benfica (aqui não seria bem vinda) mas sim de uma seda cor de vinho. Agora poderia ir fotografar outra vez para as cores ficarem mais fiéis mas já tenho sono demais para isso.
Custou 50 euros (e teve um desconto de 70%, imagine-se a margem que têm para poderem fazer descontos destes).
Gosto muito de a ver e é fofa e macia, o sofá fica ainda mais aconchegante. Há bocado fui experimentá-la e adormeci instantaneamente.
Gosto muito de a ver e é fofa e macia, o sofá fica ainda mais aconchegante. Há bocado fui experimentá-la e adormeci instantaneamente.
O Gato Preto para mim é uma tentação. Sou carangueja - já o disse mil vezes - e os caranguejos gostam da casa, de decoração (e de proteger os outros e de fazer comida e de alimentar os outros e muitas outras coisas). Por isso, gosto de tornar a minha casa um lugar agradável.
Gosto muito de galos, acho um bicho altaneiro na sua simplicidade. E colorido e com porte orgulhoso. Por isso tenho alguns galos (aqui e in heaven).
Quando estava a comprar a colcha deitei o olho a um galo que estava com a sua galinha, em metal pintado, uma graça. Hesitei, pô-lo onde?. Mas nisto a gente não deve fugir àquilo de que gosta. Como também faço estas compras quase de esticão, tenho que andar sempre a correr, em Lisboa é um tempo para tudo, andar de carro para aqui e para ali, não tive tempo para muitas equações mentais. Resolvi comprá-lo e depois logo via o que fazer com ele.
O casal galináceo já está no sítio certo. Coloquei-o na copa, a divisão junto à cozinha onde tomamos as refeições. Tem uma inscrição, deseja as boas vindas em francês. Está sobre um galo hiper-colorido que eu pintei e enfentei com purpurinas brilhantes (pintei vários quadros deste género, com galos, cada um de sua cor e paladar) e junto a uma espécie de natureza morta mexicana e junto a um sino com um galo em cima e que eu toco para chamar as tropas para a mesa.
Enquanto ando nisto, esqueço-me da gente maldosa que parece estar a tomar o mundo de assalto e esqueço-me deste mal estar que volta e meia parece querer instalar-se dentro de mim.
Talvez seja também de tanta chuva.
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No entanto, como diz o Leitor Bob Marley num comentário abaixo, ainda há quem os tenha no sítio e de quem se pode dizer que, quem fala assim não é gago: GODFREY BLOOM numa intervenção no Parlamento Europeu. Independentemente das suas convicções políticas, o que ele diz é bem uma pedrada no charco em que a Europa se tem transformado, em grande parte pela actuação de Durão Barroso. A não perder.
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A música é Chuva interpretada por Berg, uma grande voz, o vencedor do Factor X.
Relembro: abaixo há outro post que inclui mais um fantástico vídeo da Porta dos Fundos, desta vez com um político de pacotilha a anunciar o seu Programa Político. A não perder, digo eu.
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E, por hoje, por aqui me fico e já é outra vez tarde demais. Não tenho emenda, bolas.
Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela quinta feira.