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domingo, maio 22, 2022

🎵 (Ras)Putin Remix - Boris Johnson ft. Biden, Trump, and Farage 🔥

 

E agora, enquanto me inspiro para o próximo post, um pequeno interlúdio musical. A minha menininha Plim-Plim hoje pediu para ver o blog e perguntou se tenho escrito sobre eles. Respondi que não, que tenho andado mais por outros territórios. Mas fiquei a pensar que deveria fazê-lo. Mas, para escrever qualquer coisa para eles tenho que estar bem acordada e, lamentavelmente, não é ainda o caso. Por isso estou a ver se desperto.

Fico-me, por ora, por um sugestivo vídeo. Não são os belos cantares de Timor que agora têm passado nas televisões e que sempre me farão recordar um longínquo dia (e, contudo, aparentemente tão próximo) em que começámos a falar depois de ambos termos assistido a um encontro de resistentes timorenses que cantaram o Monte Ramelau e outras cantigas mas que, para nós, eram sobretudo a insólita música de fundo para a atracção que fazia com que ele tivesse passado o tempo todo a tentar perceber se eu ainda estava atrás dele e eu o tempo todo a sentir que estava a inquietá-lo. E depois foi aquela coisa que sempre me leva a fazer o que sinto que deve ser feito: arranjei maneira de dar o passo que estava há algum tempo à espera de ser dado.

Mas isso foi num Setembro quente. E não é sobre Timor Leste, aka Loro Sae, que a cantiga abaixo trata.

A única coincidência entre a música que vou partilhar e os cantares de Timor encontrá-la-á o nosso inefável Marcelo que padece do mal de não conseguir controlar o que diz, em especial quando tem um microfone apontado à boca, e que estabeleceu relação idêntica ao conectar a sua ida a Timor com a ida de António Costa à Ucrânia no que parece ter sido uma incomprénsível gaffe de segurança.


A ver se até já

sexta-feira, dezembro 13, 2019

Corbyn, a lástima que abriu caminho a Boris.
O número máximo de dias que se deve usar um soutien sem o lavar.
E o SNS: um caso em Espanha e outro com a minha mãe.
[E, se isto parece que não liga a bota com a perdigota, a culpa não é dos cogumelos]





Só posso concluir aquilo que já concluí há muito tempo: o Corbyn é uma nulidade. Bem podem dizer-me que são as circunstâncias ou que sei lá o quê. Não vou nesse. Nunca fui e agora está à vista no que deu. Não há conjunturas que expliquem que, perante políticas tão erradas, estratégias tão desastrosas e atitudes tão inaceitáveis como são as dos Conservadores e, mais recentemente, potenciadas pelo descaminho que é o trafulha do Boris Johnson, o principal partido da oposição não tenha via verde para o tirar de lá. Devia ter sido piece of cake, canjinha de galinha. Já dizia o outro: até o rato Mickey teria conseguido melhor.

Jeremy Corbyn sempre se mostrou um frouxo, pouco claro, nunca conseguiu traçar um rumo claro e pòr-se em cima dos carris, nunca explicou, de forma inequívoca, o que se propunha fazer caso ganhasse. E veio agora com propostas que lançaram a confusão na classe média, ameaçando-a com medidas que poderiam fazer sentido se fossem para classe alta, altíssima e não para a grande maioria da população contribuinte; e isso e mais um banho de nacionalizações e mais um punhado de medidas desfasadas do tempo. Os eleitores votam não em princípios abstractos mas em pessoas que inspiram confiança e relativamente às quais se sabe o que farão quando se virem com o poder nas mãos. Portanto, o resultado dos Trabalhistas não terem resolvido o problema da sua liderança deu no que deu: um desastre para o Reino Unido. E uma machadada na União Europeia. Mas, se ganhasse o totó do Corbyn, a coisa não seria melhor. Portanto, vou ali e já venho.

E eu, perante esta fatalidade anunciada, não consigo dizer mais nada. Só que tenho pena.

E, se não for sobre isso, nem sei de que fale. Não estou em minha casa. A febre dos jantares e almoços de Natal alastra imparavelmente. Hoje estou a fazer baby sitting pois temos que ser uns para os outros. 
E isto porque me baldei a mais um. Melhor: a dois. Pode parecer mentira mas é verdade. De manhã, quando disse a um que hoje não ia, franziu o nariz, fez-se de desconfortável. Limitei-me a dizer: 'Pois. Mas é assim mesmo. Não vou. Ia ser a tarde em viagem, amanhã a manhã em viagem. Dois meios dias perdidos. Não dá. Ao outro, tinha dito logo de início que comigo não, violão. E ainda não fica por aqui. Isto são modas que vão alastrando. Não tenho ideia nenhuma de há uns anos haver esta moda dos almoços e jantares de natal em tão grande número. Ou, então, era eu que estava mais circunscrita. Não faço ideia. 
Os meus meninos já dormem. Foram cedo para a cama. Contei-lhes uma história e, estafados como estavam, foi tiro e queda. Por isso, nem é que me estejam a distrair. Não, não é isso. A questão é que, quando estou desenquadrada e fora do meu sofá, escrevo mas é o que se vê, a coisa parece que não flui. É como quando cozinho sem ser na minha casa. 

Parece que a intuição se me esvai, parece que a coisa perde a espontaneidade. 

E, assim sendo, uma vez mais fora do meu habitat, sem tema que puxe por mim, só me ocorre referir um artigo que li sobre a lavagem dos soutiens. Ao que parece, é frequente algumas mulheres usarem tempos a fio o soutien sem o lavarem. Sendo de cor não se notará a falta de limpeza. Li o artigo com aquela minha perplexidade de quando percebo que vivo num mundo paralelo. Então alguns especialistas pronunciaram-se: um soutien não precisa de ser lavado de cada vez que se usa mas não deve ser usado mais do que três vezes sem ser lavado. Exceptua-se, claro, a situação em que a dona pratica desporto, transpira, etc. Nesse caso, obviamente, deve ser lavado de cada vez.

Isto há com cada uma.

Ah, lembrei-me agora de um tema sobre o qual ando para falar há algum tempo. Serviço Nacional de Saúde.

Há pouco tempo almocei com uma espanhola que tinha vindo há umas semanas da Tailândia onde tinha estado a passar férias com a família. Uma das filhas contraíu uma bactéria esquisita e ela teve que a levar às urgências de um hospital público em Madrid. A miúda fez uma série de exames, foi medicada e foi para casa onde deveria ficar praticamente em isolamento a tratar-se. Disseram-lhe que em princípio ficaria bem e que telefonariam a vigiar. E assim foi. A miúda não voltou nem ao hospital nem foi a outro médico. Telefonavam, perguntavam pelos sintomas, pela temperatura, etc. Até que a miúda ficou livre de cuidados e teve ordem para voltar à escola. Uma semana depois, quando ela já nem se lembrava, recebeu novo telefonema do hospital a fazer um ponto de situação sobre o estado de saúde da filha. Estava óptima. Ela ficou muito bem impressionada pela eficiência e cuidado. Disse que na saúde, em Espanha, não há crise, não há tempos de espera, não há descontentamento, não há tema. 

Fiquei a pensar que, de facto, vai-se a tanta consulta, entopem-se hospitais e centros de saúde, quando, na volta, uma vez diagnosticada a maleita e medicado o paciente já não haverá mais a fazer a não ser vigiar o bom andamento da recuperação.

E, que nem de propósito, a semana passada constatei que esse bom método não vigora só em Espanha, já também por cá está em uso. No outro dia a minha mãe contou-me que estava com um sintoma bizarro. Vi no google e pareceu-me que não seria nada de grave mas que, pelo sim, pelo não, deveria se acompanhado. Sugeri que ligasse para a Saúde 24. Assim fez. E em boa hora. A senhora que a atendeu foi atenciosa, fez recomendações, validou algumas situações. E ficou de voltar a ligar por volta da hora de jantar. E ligou. E voltou a validar alguns aspectos, a aconselhar. E, para surpresa da minha mãe, no dia seguinte, voltou a ligar. Está tudo bem, os conselhos foram úteis, não foi não teve que ir ao médico, ficámos mais descansadas. E surpreendidas.

Portugal o que tem é um problema de organização, não é de dinheiro. 

Infelizmente, não é só no SNS, é em todo o lado. Se há área em que Portugal tem um longo caminho pela frente é o da organização. E a organização só se consegue com uma boa liderança e com inteligência. Tenho esperança que estejamos a começar a trilhar esse caminho.

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Entretanto, já estou em minha casa e, como sempre, perdida de sono. Estou com a leve sensação que o tema da lavagem do soutien está aqui a despropósito. Mas também não é agora que vou fazer purgas no texto. Vocês relevem, está bem? Façam de conta que isto é apenas uma conversa sem guião, em que vamos falando das coisas que nos vão ocorrendo. Quantas vezes, quando estamos a conversar, na maior informalidade, os temas vão surgindo em mão e em contramão. Por isso, se estou aqui na conversa convosco, não vou rasurar o que saíu, vou é contar com a vossa tolerância.

Também me apeteceu juntar ao texto as belíssimas fotografias de Alison Pollack que vê de perto, como ninguém, a hipnótica beleza destes seres misteriosos, irreais. Não têm nada a ver com nada mas a beleza não precisa de ter a ver com nada.

E também me apeteceu ter aqui a voz tranquila de Sissel. Gosto muito de ouvi-la. Espero que também gostem.


E, por ora, é isto.

Uma boa sexta-feira para si que aí está a aturar esta conversa desconexada.

terça-feira, setembro 17, 2019

A labilidade de Boris não augura nada de bom


Olha-se e ouve-se Boris Johnson e o que se vê é a labilidade em forma de gente. Está perdido. Não sabe o que dizer, o que fazer, como comportar-se. Derrapa a cada instante.

Claro que o seu look e o seu sorriso disfarçam: à primeira vista pode parecer que tudo aquilo faz parte do 'boneco'. Mas não. Está mesmo à nora, não consegue disfarçar a instável inconsistência que vai nele. O olhar é lábil. Até a conversa é lábil. Saíu dos carris e está em roda livre. Os britânicos têm cada vez mais razão para se sentirem preocupados e envergonhados.

Tenho, contudo, ainda uma vaga esperança que algum volte-face aconteça.

Agora é o sonso do Cameron que, certamente mil vezes arrependido da burrice que fez, já quer outro referendo.



Pode, pois, acontecer que de entre os conservadores surja um movimento que tire o tapete ao Boris, forçando assim uma mudança completa de cenário. E há ainda a esperança que, do lado dos outros partidos, surja alguém com um mínimo de liderança na atitude e um mínimo de inteligência e visão que virem o jogo. Não será Corbyn, esse infeliz que nunca conseguiu sair das tábuas, nunca foi à lide.  É uma choca. Pode também acontecer que Bercow, que anda picado que nem fera acossada, consiga engendrar alguma manobra legal que, qual golpe de mágica, faça os monstros regressarem à caixa e deixe a democracia, de novo, nas mãos do povo e dos seus representantes.

A cada dia que passa mais Boris se revela um pateta alegre, um bon vivant que está bem na paródia, nos golpes mediáticos e a tanguear as chocas mas, do que se vê, um zero quando tem que mostrar a sua bravura, a meio da arena.
(NB: Vejo por aí muita gente pouco criativa a dizer mal do PAN por querer fazer touradas sem touros. Gozam com ele. Como é possível?, gozam. Pois eu respondo: é possível. Basta ver o caso do Reino Unido. Uma tourada sem touros. Chocas, palhaços, etc.: há de tudo. Menos touros. A menos que Bercow volte a entrar em cena mas, aí, não será para morrer na arena)

Ver para crer


quinta-feira, setembro 05, 2019

E enquanto continua o desastre em vários actos no Parlamento britânico, Sua Majestade passeia em Balmoral e brinca com os turistas.
É a nova versão do Titanic a afundar-se enquanto os passageiros dançavam no convés?


Quando Cameron se meteu nesta linda palhaçada (e, ok Paulo, antes disso, já Blair se tinha portado mal, indispondo os ingleses), quando o comediante Farage alimentou a fogueira contra a Europa, quando Bannon apontou armas à Europa com a Cambridge Analytica a usar os dados pessoais do Facebook dos eleitores britânicos de modo a fazer um marketing personalizado, manipulando-os emocionalmente, e quando, sem saberem o que era o Brexit, a maioria votou favoravelmente à saída do Reino Unido da União Europeia, ninguém imaginaria que mais de 3 anos depois aquelas almas ainda andariam desnorteadas, galinhas sem cabeça, sem saber o que fazer. 

Pelo meio Cameron e Theresa May já saíram de cena, as demissões sucedem-se, as expulsões de gente idónea saem à cena, aparecem gestos perigosos como a suspensão do Parlamento -- e sobraram duas tristes figuras. Uma, Boris Johnson, um arruaceiro, um trauliteiro, um amigo de esbórnia e macacadas, outra, Corbyn, uma fraca figura, um totó que de carisma tem zero, capacidade de virar o jogo ou mostrar liderança igualmente zero, um daqueles espantalhos que tem especial queda para se pôr a jeito e ser alvo de chacota de estafermos como o Boris JohnsonTrump. 

Calculismos e totozices por um lado, populismos e palhaçadas por outro, manipulações all over da opinião pública, ataques à ética e à democracia a serem o novo normal, aristocracias a sobrevoar o mundo real como se não fosse nada com eles, resultam num cocktail perigoso, do qual este lindo espectáculo ainda é o menor dos males.

Dizem-me: a democracia britânica é das mais antigas, é sólida, sabem o que fazem. Concordo que é antiga, acho que até parecia sólida mas discordo de que saibam o que andam a fazer.
Faz-me lembrar aquela gente de famílias aristocratas que acha que é de famílias antigas, sólidas, que olham a plebe com condescendência e superioridade. E depois, quando são chamados à liça, revelam a mais dramática impreparação,  revelam que não sabem cuidar da vida. Frequentemente acabam na miséria, objecto de caridade e de olhares piedosos. 
O que se passa no Reino Unido, de negociação em negociação, a pedir mais prazos, sem se entenderem, a votarem e contra-votarem sem sairem do mesmo sítio, um desnorte como não há memória, é, de facto, uma barracada que envergonha qualquer democracia. Mas mais do que vergonha, o que há nisto tudo é um enorme risco para todos.

E se eu sempre soube que o papel da Rainha era quase figurativo, a verdade é que acreditava que, em situação de crise séria, se chegaria à frente. Nada. Continua na maior como se nada disto tivesse a ver com ela. Uma coisa inquietante.

O que o The Mirror relata pode ter graça para quem gosta de achar graça a gracinhas. Eu acho apenas que, afinal, aquela monarquia britânica é outra palhaçada: Queen's funny quip when hapless tourists failed to recognise her at Balmoral. Estava de lenço na cabeça e vestida discretamente e não com aquelas toilletes coloridas com que costuma aparecer nas cerimónias e os turistas americanos também não costumam ser gente bem informada pelo que não a reconheceram e a Rainha brincou com eles, não se identificando. Mas não ocorrerá à Rainha que até pode acontecer que a Escócia venha a sair do Reino Unido e que ela passe a ser estrangeira em Balmoral? Em vez de fazer de conta que o que se passa no seu Reino não é coisa que lhe assista, não seria melhor que mostrasse que manda alguma coisa e apontasse uma linha de rumo?

Bannon’s Populists, Once a ‘Movement,’ Keep Him at Arm’s Length
Claro que, com tudo isto, o Bannon e seus seguidores esfregam as mãos de contentes. Como não?

Um dos mais relevantes países da UE nesta pretensa debandada trapalhona, ameaçando fazer perigar a estabilidade a todos os níveis na Europa, não é mesmo o que ele anda a tramar? Claro que é. 

E não, meus Caros, read my lips, não é paranóia minha, não é teoria da conspiração, não: é verdade. É a preocupante verdade.


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MPs vote to reject early general election


Boris Johnson has suffered another defeat as the Commons rejected his motion calling for a general election. The PM responded by saying that Jeremy Corbyn has become 'the first leader of the opposition in the democratic history of our country to refuse the invitation to an election'. He added: 'I can only speculate as to the reasons behind his hesitation. The obvious conclusion, I’m afraid, is he does not think he will win.'

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E a ver se, depois disto, consigo retomar o meu espirito estival ou se a minha boa onda saíu comprometida com tudo isto.

Se conseguir recuperar a boa disposição, talvez cá volte com imagens e acontecimentos do dia


quarta-feira, setembro 04, 2019

Pode ser uma velha e sólida democracia, pode a velha monarca fazer bem o seu papel de morta, pode tudo...
Mas está à vista o que acontece quando um País vai atrás da lábia dos populistas.
A insigne democracia britânica está transformada num bando de patarecos. Uns totós que não sabem o que fazer com os votos que obtiveram.
Um espectáculo triste de observar.
E do Boris nem falo. Pode ser culto mas é um tonto, uma barata loura.


Não andando numa de me prender com coisas sérias, abro uma excepção apenas para aqui deixar referência a mais uma voltinha mais uma viagem lá por terras de Sua Majestade. É certo que, em certa medida, é a política e a democracia a funcionarem. Mas é um mau exemplo. Uma população nas mãos de gente tão desnorteada e não haver alguém que dê um murro na mesa é de susto. A única voz que se ergue é a de John Bercow mas pouco mais do que gritar Order! Order! ele pode fazer.

O que esta terça-feira se passou no Parlamento foi de antologia: Boris, em plena sessão viu-se sem tapete debaixo dos pés. Alguns dos seus correlegionários passaram-lhe uma valente rasteira e empurraram-no para a frente.

Eleições antecipadas? O pior é que Corbyn é um titubeante, daqueles políticos que caminham sobre ovos, que gostam de se sentar sobre o muro, sempre a ver para que lado cair. 

Não se sabe no que isto vai dar porque entre o jogo de uns, as irresponsabilidades de outros e os calculismos de alguns, os meses vão passando e o futuro do Reino Unido continua em banho-maria.

Boris Johnson suffers humiliating no-deal Brexit defeat - 328 to 301 votes - snap general election?



quinta-feira, agosto 29, 2019

Mas então, de facto, ter uma rainha a sério é o mesmo que ter a figura de cera dela no Madame Tussauds?
Não serve mesmo para nada, nada, nada?
Nem mesmo quando um palhaço que nem eleito foi resolve suspender o Parlamento?
Está bonito aquilo por lá, está...


E digo 'por lá' sabendo que, num desastre como o que pode estar na forja, não há 'lá' nem 'cá'. Votar por votar ou não votar porque 'são todos iguais' ou ficar em casa porque 'não vale a pena' dá nisto. Quando se dá por ela, está um palhaço no poleiro. E, de novo, esclareço: nada contra palhaços. Só que os palhaços estão fadados para fazerem palhaçadas e para fazerem rir. Ora como um Governo de um País não é um circo, as palaçadas lã são deslocadas. Para além disso, como se dizia no cartoon que aqui partilhei no outro dia, o que se vê é que não há ninguém a rir com as palhaçadas destes imbecis.

Os últimos dias têm sido férteis em produção de estrume por parte destes animais: desde o Trump ao Bolsonaro, passando agora por este quadrúpede de nome Boris, é só porcaria. Mas poderia ser porcaria em escala limitada, apenas o suficiente para os próprios se atulharem nela. Mas não, é tal a quantidade de esterco produzido que desestabilizam o mundo, estragam o equilíbrio planetário, causam danos porventura irreversíveis em todo este frágil edifício que é este mundo que os humanos tão desajeitadamente vêm (des)construindo.

Claro que há gente que fica passada com o que está a passar-se mas, do que se tem visto, não há ninguém com poder suficiente para dar um valente murro na mesa, para virar a mesa, para se pôr ao alto, obrigando a matilha de canzoada a bater em retirada.

Partilho um vídeo onde se podem ouvir algumas vozes revoltadas e, ouvindo-os, resta, ao menos, o consolo de pensar que ainda há alguns sobreviventes desse velho e antiquado regime que dá pelo nome de democracia.




Uma lástima, isto.

segunda-feira, agosto 26, 2019

Boris & Trump.
[Estando o mundo de comediantes, porque é que ninguém está a rir?]


Ao fim de mais um dia no campo, sem ver televisão, sem ler notícias, sem querer saber de nada do que será, certamente, destaque dos media, com a casa cheia de brincadeiras, risos, birras, ciúmes, alegrias, com a mesa cheia de gente com bom apetite, e depois de um breve descanso na espreguiçadeira ao sol brando do fim do dia enquanto iniciava o livro das Urtigas seguido de um passeio por entre as figueiras para satisfazer a gula e fazer umas fotos para tentar captar a maravilha da luz pré-entardecida e pré-outonal, e depois de mais uma ida ao supermercado, ao fim do dia, para reaprovisionamento de víveres, e depois de um jantar leve à base de sobras, eis que aterro no sofá, a ventoinha de pé alto fazendo dançar e refrescar o ar, e eu conferindo se o Youtube já voltou a reconhecer-me ou se ainda pensa que mudei de personalidade.

E concluo que está com mixed feelings: muita coisa bizarra, muitas jogadas fantásticas de futebol, muitas defesas inacreditáveis, muitas habilidades de ginástica, muito mais momentos divertidos no desporto, mas, como que a medo, se calhar a ver se mordo o isco, um vídeo com dois parvos, cada um montado no seu país, fazendo-o regredir no tempo, envergonhando-o. Dois estarolas que estariam bem na comédia, stand-up para burros. 

E isto enquanto no The Guardian vejo uma ilustração essa, sim, fantástica para um artigo com o título The world is run by comedians, but is anyone laughing? e resumido assim: The dialectical relation between politics and comedy is taking us somewhere deeply unfunny.

 Illustration by David Foldvari

Não sei o que este mundo nos reserva. Orwell avisou-nos, ao escrever a Quinta dos Animais: um mundo governado por animais não é coisa boa de se ver.

Como poderemos inverter isto? Como impedir que as pessoas votem nas bestas quadradas que destroem o mundo?

Como é possível que o Reino Unido e os Estados Unidos da América estejam na mão destes dois?!

Donald Trump tells Boris Johnson at G7 he wants a 'very big' trade deal


The US president talks up the prospects of a US-UK trade deal after meeting Boris Johnson at the G7 summit in Biarritz, praising the PM as 'the right man' to deliver Brexit and suggesting a trade agreement between the two countries could be struck quickly

Até as patas em cima da mesa ele põe. Que o faça em casa, ainda vá que não vá, agora num encontro político...? 

 Foto de Christophe Petit Tesson/ REUTERS

Custa a acreditar numa coisa destas. E nem me refiro à falta de educação. Isso são peanuts.