A Europa prepara-se para a guerra, dizem. Uns constroem abrigos, outros treinam as tropas, outros aparelham os cavalos, os tanques, outros apressam a ciência e a tecnologia para que os drones e demais veículos aoto-tripulados sejam mais rápidos, mais precisos, mais invisíveis e mais baratos.
Tento afastar essa ideia. Não consigo conceber que o que está a acontecer à Ucrânia possa alastrar a países da UE e que os nossos rapazes tenham que pegar em armas. Não consigo acreditar nessa possibilidade. Os meus meninos, tal como os meninos de todo o mundo, devem poder viver uma vida tranquila, feliz. Não devem, nunca, ter que pegar em armas para se defenderem ou para matarem. Nunca, nunca.
Ao mesmo tempo, as ameaças americanas sobem de tom em relação à Venezuela. Já se ouvem os tambores. Cada vez estão mais fortes e mais próximos. Maduro dança para chamar a paz mas os navios de guerra que rondam fazem com que o rufo não possa ser esquecido.
“Quid pro quo. I tell you things, you tell me things,” é o que Hannibal Lecter diz à investigadora Clarice Starling. Quid pro quo, pode ser o que Putin diz a Trump quando Trump lhe pede que não mexa uma palha para defender a Venezuela. Não mexo se também te fizeres de morto em relação à Ucrânia, provavelmente responde-lhe Putin.
Dois narcisistas, megalómanos, psicopatas à frente dos destinos do mundo.
E, no entanto, um deles está cada vez mais doido.
As televisões e as redes sociais mostram agora um Trump que, dizem, deixou de cobrir a pele com aquela base cor de laranja e se veste como Mandani. A base MAGA está perdida, sem saber o que pensar do inexplicável encantamento de Trump por Mandani. Os assessores de Trump na Casa Branca também estão sem norte, cada vez mais convictos que algo está mesmo errado com o presidente. Disserem que, naquele dia, foi como se Trump se tivesse esquecido que era Trump.
Mas se o enamoramento por Mandani foi surreal, tudo o resto não o é menos. Tão depressa diz coisas incompreensíveis, palavras inexistentes, sons incongruentes, como se mostra irascível, sem filtro, inconveniente, como publica inúmeros vídeos ou imagens em que se mostra como o rei e os seus adversários como gente que se ajoelha a seus pés, ou ameaça de morte quem diz coisas óbvias como que os agentes da lei e ordem não são obrigados a cumprir ordens ilegais. Os seus dias são caóticos, e tentar prever os seus próximos passos é impossível.
Como pode uma pessoa assim ser levada a sério? Como pode o mundo fazer de conta que não percebe o que se passa com o demente que está à frente dos Estados Unidos?
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Podemos ver que Trump está em grave declínio: afirma psicólogo | Podcast do The Daily Beast
O convidado imperdível do The Daily Beast, Dr. John Gartner, junta-se a Joanna Coles para analisar o que os momentos-chave revelam sobre o declínio cognitivo de Donald Trump. Desde dificuldades em fazer continência no Túmulo do Soldado Desconhecido a ruídos estranhos num evento da McDonald’s, Gartner explica padrões de declínio psicomotor, discurso desconexo e comportamento desinibido. Discutem como o stress, os problemas de personalidade preexistentes e uma possível demência se interligam, oferecendo uma perspetiva psicológica rara sobre o comportamento bizarro do presidente. Este episódio revela o que realmente se passa dentro do cérebro de Trump.
3 comentários:
A Europa à beira de uma guerra? Como assim? O Bernardo, o Bartolomeu e a Marta estão a caminho da frente de batalha? E o Helmut também? E a Heidi? E o Gilles? E o Paco e a Pilar? Quem diria...
Não, a Europa não está à beira da guerra. Digamos antes, a UE está à beira de uma derrota política e estratégica daquelas que ficam nos livros de História e dão direito a livros de 500 páginas. Quando a poeira assentar ver-se-á em que ponto estamos. Até lá resta não abrir muito a boca para não sofrer os insultos de quem nos meteu nesta situação. Depois sim, vão ter que se explicar como é que nos meteram no buraco em que nos meteram.
A Europa das europas? Acabada em 1945, confirmada em 1974 com o caso português: divisão territórios africanos, sugerida por Roosvelt via embaixador URSS a Estaline. E depois do Presidente general Eisenhower ter citado os perigos da liberdade com o complexo militar industrial no Farweel Speach...E depois: A) DDE: «Cada espingarda que é produzida, cada barco de guerra que é lançado ao mar, cada
granada que é disparada significa, em última instância, um roubo a quem tem fome e não tem que comer» - “Economia”, Samuelson (General Eisenhower)
B) «E por causa dos erros que se poderiam ter evitado, há nove mil que jazem agora em
túmulos esquecidos» (Florence Nightingale, enfermeira inglesa) da guerra da Crimeia (séc XIX)
C) Tiberius Gracchus (133aC)
En face de l´orage (burburinho) montant de la foule des esclaves, les premières paroles de
Tiberius du haut des rostres (escadarias) furent pour flatter (lisongear) l´insurrection –
Nos généraux vous incitent à lutter pour les temples et les tombes (campas) de vos aieux.
C´est un appel inutile et mensonger. Vous n´avez pas d´autels (altares) de vos pères, vous
n´avez pas de tombes ancestrales, vous n´avez rien. Vous ne combattez et vous ne mourez
que pour procurer le luxe et la richesse des autres.
X) Da Ucran a Gaza ou África, a ONU mostra a sua submissão ao CS
Antes morrer de amores por uma carteira Chanel ou por um blazer Dior que perder tempo com alfarrábios bolorentos a oferecer as Weltanschaungen dos Maurras deste mundo. Esses sim fazem mal: ao nariz, à decoração da casa e ao juízo.
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