Se abaixo me deixei levar por temas mais pessoais, ou mesmo, privados, aqui, agora, falo do tema do momento.
E, a quem pense que o tema do momento é o escaldante livro do arquitecto Saraiva desvendando a vida sexual de pessoas que entrevistou ao longo de anos ou fofocas que ouviu a uns e outros tais como inclinações sexuais de políticos, paixões proibidas e outras cenas de pura alcoviteirice -- livro esse que será apresentado por uma pessoa que nutre grande admiração pelo arquitecto Saraiva, a saber Pedro Passos Coelho (who else?) -- pois saiba que nem tanto.
Acredito que alguns dos que aparecem na capa (Marcelo, Balsemão, Paulo Portas, Santana Lopes, Sócrates, Manuela Ferreira Leite, Durão Barroso, Cavaco Silva, etc, etc) a esta hora estejam algo incomodados -- e não é caso para menos a julgar pelo que diz o autor:
"Um livro deste tipo só tem sentido se o autor se dispuser a contar tudo o que ouviu dos seus interlocutores e relatar tudo a que assistiu e que julgue ter interesse público." "Assim, como o leitor reparou, há no texto revelações duras e outras que roçam a violação da privacidade. Mas, insisto, é o preço a pagar por uma iniciativa como esta. Só guardei para mim aqueles segredos cujo interesse público, em meu entender, não mereceria os danos que a sua divulgação poderia causar."
Diz do assunto, no DN em crónica justamente apelidada de José António Saraiva espreita e baba-se, o Mestre Ferreira Fernandes:
Canalhices de políticos lembradas, passemos então, sem sair do género, ao magnífico "Eu...", o JAS e as coisas picantes que ele sabe sobre os nossos políticos. Olha, o irmão que já morreu, a contar ao "Eu" a sexualidade do irmão; olha, o escritor que já morreu, a contar ao "Eu" as brejeirices dum ministro; olha, um ministro que já morreu e que, moribundo, invocou ao "Eu" a sua doença para sacar umas massas... Na capa do livro desenha-se um buraco de fechadura, erro gráfico: o JAS espreitou menos do que cavou em campas.
Sinistro. É um lindo serviço o do pequeno arquitecto, sim senhor. É certo que para os pequenos seres que rasteiram pela vida pública tarde ou cedo chega a hora de se vingarem dos que os olharem de cima, e nesta rentrée já vão dois, mas essa cena da lavagem de roupa suja em público foi coisa que nunca me atraíu.
Face a estes exemplos, só me assalta uma dúvida: um dia que o Saloio de Mação seja afastado das suas funções, irá também escrever um livro de memórias, relatando os segredos cabeludos que vem acumulando há anos, fruto do seu exercício solitário de escutar a vida alheia?
Mas como não era destas coscuvilhices que vinha falar mas de um outro tema que incendeia as mentes brilhantes da nossa iluminada classe política, passo, então, adiante.
Ou seja, se não se importam, salto por cima do arquitecto e vou pegar o novo imposto de caras. Bem, de caras não que ainda não conheço a raça do bicho. Não sei sobre que casas, a partir de que valor, com que regras, não sei se é apenas para 'apanhar' quem não paga IRS (como diz a Mariana Morágua) ou o quê.
(É só mesmo uma dúvida).
Mas como não era destas coscuvilhices que vinha falar mas de um outro tema que incendeia as mentes brilhantes da nossa iluminada classe política, passo, então, adiante.
Ou seja, se não se importam, salto por cima do arquitecto e vou pegar o novo imposto de caras. Bem, de caras não que ainda não conheço a raça do bicho. Não sei sobre que casas, a partir de que valor, com que regras, não sei se é apenas para 'apanhar' quem não paga IRS (como diz a Mariana Morágua) ou o quê.
O que sei é que a saga de todos os anos andar a ver de que forma se há-de ir sacar mais dinheiro aos contribuintes, apesar de não ser nova, não é uma boa coisa.Pode até ser que este novo imposto de que se fala vá taxar quem tem casas no valor de milhões e não paga um tusto ao fisco. Pode ser muita coisa. Mas que parece uma praga que se abateu sobre os portugueses lá isso parece: volta e meia lá anda toda a gente a discutir as excentricidades e criatividades de quem parece possuído pela doença dos impostos. Dada a exaustão fiscal a que há muito se chegou, tenho muitas dúvidas que mais impostos sobre seja o que for não seja pior emenda do que o soneto.
Mas guardo uma opinião mais reflectida para quando se souber mais de perto as intenções dos cobradores de impostos e, para uma ocasião futura, aqui deixo mais uma sessão de coaching. Desta feita, como criar um novo imposto.
E porque não um imposto sobre... aquilo...?
-- A sabedoria dos Monty Python ao serviço do Ministério das Finanças --
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No post abaixo fala-se de crenças, fé, religião, deus, física, matemática, natureza, etc.
Caso queiram descer, serão bem recebidos.
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4 comentários:
O senhor Saraiva devia ser preso por escrever um livro de tal natureza, além de pagar uma multa de vulto. Mas vai acontecer-lhe o contrário: o livro vai vender bem - os portugueses adoram a chafurdice - e ainda ganha com a sem vergonha. Espero que todos os interessados o ponham em tribunal - pelo menos.
Há gente com muita falta de carácter e um mesquinho espírito de vingança.
Ao princípio, nem queria acreditar. Julgava ter sido uma piada. Uma pobre e imbecil piada. Envolvendo duas das mais cabotinas e cretinas criaturas do mundo do jornalismo e da política. Do mais reles jornalismo (tipo CM – o Sol faz parte deste tipo de tablóides) e da mais baixa política (Passos). Mas, afinal era verdade. O que me espantará será se o livro virá a ser um sucesso de vendas. Se assim suceder, então já não saberei o que dizer!
Julgava eu que neste pobre País determinadas pessoas, inferiores do ponto de vista cultural, jornalístico e político, já não seriam capazes de me surpreender - naturalmente, sempre pela negativa. Afinal, conseguem ir ainda mais além! Como é o caso vertente. Espantoso. E lamentável! Como é possível?
P.Rufino
Olá bea,
Eu imagino que isto tenha duas consequências:
1ª - Deve vender que se farta, porque há muita gente que gosta de saber das intimidades alheias
2ª - Que receba ameaças de queixas mas não sei se haverá matéria para ser processado. Não conheço a lei. Mas era bom que, se houver processos, que seja condenado porque isto, do que já se sabe, é abominável.
Olá P. Rufino,
Isto descredibiliza também o jornalismo. As pessoas falam com um jornalista e, em off, lateralmente, deixam cair um ou outro comentário ou fofoca, confiantes na ética jornalística, e tanto mais que o estão a fazer em privado.
E vai o 'dito cujo', ao fim de algum tempo, junta as inconfidências que recolheu ao longo de anos junto de incautos e põe-nas em livro...?
É um asco.
Não sei se há matéria para ser acusado mas está mesmo a pedir uma traulitada penal das valentes.
de novo: um bom fds para si, P. Rufino.
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