quinta-feira, dezembro 04, 2025

Nudismo... em público...?

 

Em tempo de agasalhos é com nostalgia que penso em como é bom poder estar ao sol, o sol na pele, ninguém por perto a perturbar o nosso pudor. Gosto de estar nua, durmo nua, nado nua, caminho nua, estendo-me nua ao sol -- mas não me imagino a fazê-lo em público. Praticar nudismo nunca fez parte dos meus hábitos. 

Em tempos, a minha Secretária (numa altura em que era incontornável ter uma, mas a quem subverti as funções, atribuindo-lhe outras responsabilidades) aceitou o convite de uma colega e amiga que secretariava outra Direcção, para um dia passado no veleiro do namorado. O namorado era o Director que a amiga secretariava. 

Na segunda-feira seguinte entrou-me no gabinete com ar esgazeado. "Não queira saber... todos nus. Devíamos ser uma dúzia, gente que eu nunca tinha visto... Todos a dizerem para eu tirar o biquini... e eu sentia-me mal de ser a única vestida... Não imagina a minha atrapalhação... E eu, já viu?, que tenho as mamas tão grandes... Parecia que toda gente olhava para elas, só me apetecia tapá-las com as mãos... E, sabe lá..., o doutor também nu, claro. Eu de frente para ele e a fazer uma ginástica para não olhar sabe para onde... E vou-lhe contar... a Nita já me tinha falado... mas ao vivo, não imagina, é uma coisa do outro mundo... um exagero, sabe lá..."

Fartámo-nos de rir, claro. 

Pois eu nunca me vi em tal situação. Na praia, topless só em praias desertas. E aí, claro, dentro de água tirava o resto. Uma maravilhosa sensação  de liberdade. Mas com gente por perto, noblesse oblige, apresento-me sempre compostinha.

A experiência que abaixo partilho é o oposto: as pessoas vencem as suas vergonhas, os seus complexos e mostram-se nuas perante uma plateia, e o curioso é que, uma vez nuas, parecem felizes, dançam, saltam, riem. Há coisas curiosas. E a vida é mais leve se aceitarmos as diferenças uns dos outros -- essa é que é essa.

People Get Naked in Front of a Live Audience | Cut

Nesta poderosa experiência social, seis pessoas despem-se — literal e emocionalmente — partilhando as suas histórias mais profundas sobre imagem corporal, insegurança e autoaceitação perante uma plateia ao vivo.


Dias felizes

Sem comentários: