O Porto é uma cidade que, na parte das ruas principais (digamos assim), apresenta uma arquitectura que a faz assemelhar-se à das grandes cidades europeias. Há monumentalidade nos seus edifícios, sobriedade, 'classe'. É uma construção de grande porte, com qualidade, boa pinta.
E há as grandes e boas moradias da Boavista e da Foz, por exemplo, a habitação da grande burguesia portuense.
Mas depois há a habitação mais popular. E é esta que mais me atrai. É aí que há uma marca distintiva, há alegria, imaginação, aí o Porto é vibrante, mimoso, truculento. E solidário, as casas bem encostadas umas às outras, certamente propiciando fortes relações de vizinhança. E as janelas são frequentemente altas, e eu gosto tanto de janelas bonitas e grandes. E as paredes estão frequentemente cobertas ou ornamentadas por azulejos e eu sou maluca por azulejos.
E há elegância. Mesmo quando as casas são antigas ou revelam a necessidade de obras, elas são bonitas, dignas.
Estive a ver as fotografias que tirei a casas, a prédios, a telhados, a varandas e são mais que muitas. Tive dificuldade em escolher pois acho este tipo de arquitectura uma maravilha. Mas não quero maçar-vos mais do que já o faço.
Fotografei também os graffiti, alguns de grande qualidade. Humorísticos, artísticos ou poéticos, mereceriam talvez um post autónomo mas a verdade é que estou cansada e vocês, coitados, ainda mais devem estar com estas minhas loooongaaaas reportagens fotográficas. Por isso, poupo-me e poupo-vos e mostro apenas um, uma graça.
Beware: this could be poetryAtravés do comentário de Fernando Ribeiro soube que este poético graffiti é da autoria de Hazul Luzah. Aqui fica a justa referência |
E há muita poesia na cidade do Porto. Vasco Graça Moura cantou-a em vários poemas. Tenho por aqui um volume que reúne poemas dele dedicados ao Porto, mas não estou a vê-lo. Nestas pilhas instáveis a esta hora nem me arrisco a mexer muito senão nem sei o que poderia acontecer.
Também gostava de juntar aqui a leitura de um poema ou uma música relativas ao Porto mas a verdade é que ou estou já a carburar mal ou pouca coisa há para além do Porto Sentido. Por isso, deixo aqui ficar a Gisela João, fadista do Porto, cantando a saudade de um amigo que está longe. Pode ser que esteja a falar das saudades que já tenho do Porto.
Meu amigo está longe
...
2 comentários:
Eugénio de Andrade dizia que não gostava do Porto, mas dedicou-lhe vários poemas e até organizou uma antologia poética chamada "Daqui Houve Nome Portugal", publicada em 1968.
O grafito é da autoria de um artista que se assina "Hazul Luzah": http://www.hazul.pt.vu/.
Obrigada, Fernando Ribeiro, por este e pelos outros comentários. Já incluídas as referências. Muito obrigada.
Que belo sítio o seu para se morar. Que belos passeios deve dar...!
Um bom dia!
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