segunda-feira, setembro 30, 2024

Profissão: plantador de árvores

 

Um dia de outono perfeito. Ou, se quiserem, um dia perfeito de outono. Ou um perfeito dia de outono. 

Um dia com tudo de bom. 

Claro que poderia ter sido ainda melhor, ainda mais perfeito, se o menino mais crescido também cá tivesse estado. Mas está a ficar um homem, já quer ter o seu espaço para confraternizar com amigos e amigas. É natural. Mas parece que já prometeu que, para a semana, vem. E eu ficarei feliz.  

O menino mais novo, enquanto estava a andar de bicicleta, disse ao pai que quando se sente mais livre é quando anda de bicicleta e quando joga futebol à chuva. Não é surpreendente que uma criança de sete anos diga uma coisa assim?

São todos incríveis, surpreendo-me com todos, fico feliz por todos eles, sejam eles as crianças ou os pais deles. Só tenho razão, mil razões, para me sentir feliz e, sobretudo, agradecida.

E o jardim está muito agradável, a temperatura amena e o ambiente aconchegado, e a luz dourada torna tudo ainda mais amistoso, mais tranquilo. E eu adoro quando estamos em volta da mesa, parece que a serenidade nos envolve. Nestes momentos quero lá eu saber do limitado Montenegro, do desestabilizador Marcelo. A alienação é isto, não é? Pois. Mas de vez em quando sabe bem a gente alienar-se, afastar-se de gente tóxica que só baralha e confunde e cria problemas.

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Acho que este vídeo faz aqui sentido. Uma pessoa ter a vontade e a coragem de ir para um espaço público plantar árvores, transformar um espaço baldio num pulmão verde de uma movimentada cidade, é louvável, é poesia, é uma maravilha, um encantamento, uma beleza, um sinal de esperança.

Conheça seu Hélio, o plantador de 33 mil árvores em São Paulo

Na região da Penha, gerente comercial transformou área abandonada no 1º parque linear da cidade

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Desejo-vos uma boa semana 

domingo, setembro 29, 2024

Ele aí anda...


Marcelo, esquecendo que é mestre em dissolver a Assembleia sem nenhuma necessidade disso -- apenas porque tinha essa 'fisgada' já que andava mortinho por tirar o PS do Governo --, agora anda por aí 'ó tio, ó tio' com medo de acabar o mandato a dissolvê-la outra vez, desta vez sem querer.

Então, andando, como sempre, pela rua a distribuir beijinhos e a fazer selfies e, pelo meio, apanhando-se com microfone à frente da boca, manda bocas: diz ao Governo que tem que perceber que o interesse do País está acima do programa do Governo e diz ao PS que tem que compreender que não é Governo e que, se o 1º e o 2º partido não se entendem, vai ficar o poder de decisão para o 3º partido. E se o 3º partido quiser não decidir, sobra para ele. Dá vontade de lhe perguntar: 'Ah é... e só agora contaram pr'a você, foi...?'. Não pensou nisso quando criou este caldinho? Agora que esta gentinha desqualificada da AD por aí anda aos papéis e agora que o Chega chegou aos 50 deputados é que anda aflito...? Não pensou antes nas previsíveis consequências dos seus actos?

Não tenho pachorra. 

Corro o risco de me repetir e de repescar o que o meu marido aqui disse mas acho que é bom que se tenha presente o que a comunicação social parece quase branquear.

Entretanto, as televisões continuam a mostrar uma porção de Urgências fechadas. Passam os meses e nem Montenegro nem a sua Madame Arruaceira da Saúde conseguem resolver o que, na campanha eleitoral, garantiam que eram favas contadas, em 60 dias resolviam tudo. Já decorreu meio ano, já correram com meio mundo... e o que se vê é que não resolvem coisa alguma. Nada. Uma zaragata pegada com a ministra a arranjar confusão com todos e as mulheres a parirem nas ambulâncias que é uma vergonha.

Quanto à Habitação, com a medida estúpida de isentar de IMT as casas para os jovens (jovens até aos 35 anos, leia-se, sejam eles podres de ricos e sejam as casas do melhor que há) o que aconteceu é que o preço das casas disparou. Ah pois é, bebé, aumento de cerca de 8%. Ter gente sem cabeça a governar só dá nisto, tiros nos pés atrás de tiros nos pés.

Da Educação, o fofo do Ministro, com aquele seu sorriso fofinho e gosto por falar para o público, por aí anda em digressão. Milhares e milhares de alunos sem professores, cerca de 150.000 alunos neste momento, e ele por aí anda, na boa, todo stand up,  todo contente.

E da Administração Pública e da Justiça nem se fala, uma desgraça sem tamanho. Da primeira, então, até dá vergonha (vergonha alheia) a gente falar. Uma pouca sorte.

Aquela do Trabalho e da Segurança Social, a mana da Margarida Rebelo Pinto, depois de destratar a Ana Jorge e despedi-la por não ter entregue um plano de reestruturação para a Santa Casa, escolheu um que diz que quando resolver as coisas logo diz qual é o plano. Gozão. E, com este, a ministreca engole e cala. Surreal.

Quanto aos outros nem se sabe o que andam a fazer. Excepção para o Nunelo de Olivença que dá ideia que não tem os alqueires bem medidos e que mais valia que não abrisse a boca.

É uma parvoíce andar sempre a votar...? Pois, se calhar é. Mas enquanto não houver uma solução estável e capaz e enquanto tivermos um PR que é um brincalhão, qual a alternativa?

Face a este lindo panorama, quem é que tem medo de ir a eleições? 

Eu, se fosse ao PS, não tinha. Para a frente é que é caminho.

Seja como for, não me apetece falar mais nisto. Já falei hoje até dizer chega (é só passar ao post a seguir a este). 

Vou antes ver pintura. Gosto desta pintora. São delas as pinturas que escolhi para atenuar a secura do texto.


Step into Flora Yukhnovich's studio


 Flora Yukhnovich and François Boucher: The Language of the Rococo

The Wallace Collection, 5 June–3 November 2024

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Desejo-vos um bom dia de domingo

sábado, setembro 28, 2024

O que é que o Montenegro ainda não percebeu face aos resultados das últimas eleições?

 

Montenegro e os inteligentes que o rodeiam, mormente o crânio cabeludo que dá pelo nome de Nunelo de Olivença, ainda não perceberam que não conseguem aprovar sozinhos o que quer que seja?

O que é que essas luminárias pretendem (e notem bem: diplomática como sou, não os tratei por alimárias)? Aparentemente pretendem fazer o que lhes dá na bolha e que alguns dos outros partidos fechem os olhos, tapem o nariz e lá vai isto, sapo ou sapalhão pela goela abaixo. Mas a que propósito é que os outros partidos fariam isso? Por masoquismo? Mas alguém visualiza algum partido na Assembleia que tenha comportamentos masoquistas? Eu não.

Diria eu, e penso que dirá qualquer um que tenha dois dedos de testa, que o normal seria que Montenegro escolhesse a quem se arrimar e, em articulação com outro ou outros partidos, conjugando opiniões e convergindo no que fosse possível, arranjasse um chão comum em cima do qual se conseguisse construir qualquer coisa. Foi isto que António Costa fez com o PCP e com o BE (e que funcionou bem até o PCP e o BE roerem a corda) e é isto que meio mundo faz por essa Europa afora, Civilizadamente negoceia-se, trabalha-se de forma leal e inteligente.

Montenegro -- parolo, pacóvio, saloio (como o seu correligionário Marcelo o caracterizou) e com sérias limitações a diversos níveis -- não percebeu isto. Não quis arranjar um entendimento nem com o PS nem com o Chega, os dois partidos que, pelas percentagens que tiveram, poderiam, em conjunto com a AD, conseguir fazer passar as coisas no Parlamento.

Se quisesse fazer passar o Orçamento, Montenegro teria trabalhado em conjunto com um dos dois, ou com o PS ou com o Chega. Teriam arranjado um entendimento, teriam um plano de acções para 2025 e, com base nisso, teriam feito contas, ou seja, as contas para o OE 2025.

Ora, pelo que se sabe, Montenegro não fez nada disto. 

O que se passa é uma palhaçada. 

Toda a gente diz que ir para eleições é uma estupidez mas eu acho que andarmos nisto é uma estupidez ainda maior. Montenegro tem revelado não ter cultura democrática nem capacidade para funções tão exigentes como as de primeiro-ministro. Estou a centrar o assunto no Montenegro pois todos os outros do PSD são ainda piores que eles e a AD é o PSD e mais nada já que do lado do CDS só vem disparate. E nenhum deles tem a humildade democrática para trabalhar em parceria com outro partido.

Ouço os comentadeiros do costume já a defender um acordo com o Chega. Mas o Chega, que um dia diz uma coisa e no outro diz outra, diz que aprova um Orçamento se participar na sua elaboração (o que não é nenhum disparate). Ou seja, se trabalhar em coligação com a AD e, em conjunto, construírem um novo orçamento. Ora Montenegro afirmou preto no branco que não é não. Ora se não é não, Montenegro dará uma corrida em osso ao Ventura.

Portanto, pântano mais pântano duvido que haja.

Eleições? Ouço meio mundo a achar que deveriam ser evitadas. E, em abstracto, uma overdose de eleições não é coisa boa. 

O Dissolvente Marcelo, que -- não nos esqueçamos -- arranjou todo este caldinho, deve estar a tremer nas canetas sem saber o que fazer face à barracada a que todo o país está a assistir.

Havendo chumbo, não vejo que Montenegro e o inacreditável Sarmento a serem capazes do golpe de rins ou do golpe de asa suficientes para rapidamente gizarem um novo Orçamento capaz de passar na AR. Mas, mesmo que consigam dar uma cambalhota e apresentem qualquer coisa, pelo que já se viu até aqui (leia-se: despudoradamente vangloriarem-se de medidas alheias, avançarem com iniciativas avulsas e que ameaçam o equilíbrio das contas públicas, trapalhadas atrás de trapalhadas, saneamentos políticos em barda com nomeações partidárias como não se via desde a euforia cavaquista, mentiras em cima de mentiras, desgoverno em áreas que, antes, alardeavam que resolveriam em 60 dias, etc., etc.), o que se seguiria nunca seria coisa que se aproveitasse, coisa estável e saudável para o desenvolvimento do país e para a democracia. 

Em alternativa, termos o país a funcionar por duodécimos geridos por um governo desgovernado e descerebrado haveria de ser, todos os dias, a toda a hora e sob qualquer pretexto, uma inimaginável cagada em três actos (pardon my french). 

Por isso, face a esta caldeirada, pode ser que de umas novas eleições saia uma clarificação que permita um governo mais estável. Ou seja, não diabolizo nem temo umas novas eleições.

Se não for isso, então o optimista-realista Marcelo que reze um pouco mais à Nossa Senhora de Fátima a ver se ela faz um milagre.

Amadeu Guerra: à beira dos 70 anos, já jubilado, oriundo do MP, ligado a vários mega-processos...
Será que foi escolhido para PGR para ser o novo Tiririka (pior que com a Lucília Gago não fica...?)
Pergunto

 

Não conheço o senhor senão do que, de vez em quando se falava, nem conheço nada dos meandros da Justiça. O que sei e penso resulta de informação que colho na comunicação social e do que a minha cabeça elabora.

Com esse prévio enquadramento, diria eu que, a ser eu a escolher o novo PGR, quereria:

  • alguém não oriundo do organismo que vai dirigir, em especial quando se trata de um organismo que está a cair de podre, quereria alguém sem vínculos pessoais e profissionais 
  • alguém de meia idade, ou seja nem muito novo e inexperiente nem já farto de ver muita coisa; não tendo eu nada contra pessoas já reformadas, a verdade é que sei, por experiência própria, que uma pessoa, às tantas, já está saturada, já não tem muita paciência para o que é o dia a dia, cheio de problemas, crises, trapalhadas e minudências, já não tem grande pachorra ou disponibilidade para grandes noitadas (que, quando se trabalha em cargos exigentes, muitas vezes são necessárias)
  • alguém muito familiarizado com novas tecnologias, com novas formas de ocultar ou forjar provas, novas formas de fazer falcatruas (quase) sem deixar rasto
  • alguém habituado a chefiar e gerir equipas e instituições, familiarizado com a gestão por objectivos
  • alguém não ligado a processos, muito menos a processos ainda em curso, muito menos mega processos que destroem vidas, consomem recursos e são ineficientes, ineficazes, inúteis.

Claro que a questão da inteligência, da competência, do bom carácter, da independência, da firmeza, da honestidade intelectual e moral seriam outros tantos atributos.

Não fazendo ideia de como é Amadeu Guerra no que às características referidas no parágrafo acima, diria que os requisitos acima assinados com bullets me desaconselhariam de o escolher. 

Registo ainda que Montenegro, neste como em todos os outros processos, se portou de forma saloia/prepotente ao achar que lá por ser primeiro-ministro pode andar o tempo todo em bicos de pés e a dar biqueiradas nos outros. Poder, ele pode. Mas deve? Diria que não. Diria que, quando estão em causas cargos cuja duração transcende o tempo em falta da legislatura e que são críticos para o funcionamento do País, qualquer pessoa com dois dedos de testa, com cultura democrática, alguém sem o síndrome do 'sou que mando aqui' ou 'a bola é minha', trocaria impressões com os seus parceiros de Assembleia da República. 

sexta-feira, setembro 27, 2024

Não sei o que é pior, se é ser professora de Matemática sem ter habilitações para isso ou fazer implantes e dar injecções para aumentar o tamanho do pénis sem ser médico

 

A senhora em questão deu aulas durante anos, fez manuais aprovados para acompanhamento lectivo, fez avaliações de colegas e aparentemente era sempre tão generosa nas notas que dava que toda a gente se sentia agradecida. Li que a senhora não foi meiga a dourar a pilula: terá dito que se mestrou em Cambridge e se doutorou na Madeira, isto, segundo dizem, sem nunca ter saído da Sobreda.

Mas passou. Candidatava-se a cargos e cenas, parece que sempre prestável, se calhar não levantava ondas e, no fim, toma lá uma avaliação generosa e siga o baile.

Dito isto, não faço ideia se era boa professora ou não. Nem sei se sabia qualquer coisa da matéria que dava. De qualquer modo, por princípio, não deve haver lugar para trapaceiros. 

Em tempos não muito longínquos, trabalhou na mesma empresa que eu uma sumidade -- seleccionada por um head hunter internacional e sancionada pela direcção de recursos humanos -- que tinha um CV de tal forma impressionante e robusto que ninguém quis parecer mesquinho a ponto de verificar a veracidade daquilo.

Tinhosa como sou, qualquer coisa ali fez com que o meu faro se pusesse em guarda. As habilitações académicas eram tão extraordinárias que me palpitou que fossem obra de uma imaginação demasiado fértil. 

Fiz umas pesquisas simples. Pimba. O curso superior que ele dizia que tinha pura e simplesmente não existia e na universidade onde tinha estudado nunca ninguém soube que se tivesse alguma vez matriculado. Uma história pegada. 

Quando alertei a nossa direcção de recursos humanos ficaram arrepiados mas desculparam-se com a empresa de head hunting que deveria ter feito essa validação. Mas porque tinham caído tão ingenuamente na esparrela, também não quiseram assumir a barracada. O que acabou por acontecer é que ele próprio, estrangeiro, charmoso, uma simpatia, percebeu que não tardaria a ser descoberto e, para alívio geral, foi pregar para outra freguesia. 

Contudo, durante uns dois ou três anos foi o maior, tratado nas palminhas, levado ao colo. A mim tresandava-me a banha da cobra mas era só eu. O resto da malta curvava-se perante uma estrela internacional de tamanho gabarito. É fácil enganar quem gosta de ser enganado.

Hoje li que um tailandês fez tratamentos para engrandecimento de pénis (dir-se-á engrandecimento?)  -- implantes, injecções e não sei que mais -- durante cerca de 20 anos. E, afinal, não é médico nem nada que se pareça. Muitos dos garganeiros que, em vez de se contentarem com o que lhes calhou na rifa, resolveram pôr-lhe o pirilau nas mãos acabaram com infecções. Claro que a maioria deve ter ficado caladinha a pôr pomadinhas em casa a ver se ninguém descobria mas houve um deles que se queixou mesmo. Veio então a saber-se que não havia cuidados de esterilização nos instrumentos nem os indispensáveis cuidados médicos no manuseamento, inserção de implantes, injecções para insuflar o bicho (não deve ser exactamente insuflar mas o efeito deve ser quase o mesmo e só de ver as imagens até me encolho... e não tenho pénis, faria se tivesse...). 

Confessou, claro. Diz que aprendeu sozinho e não passou do secundário. 

A capacidade de os trapaceiros enganarem os outros e irem passando entre os pingos da chuva é incrível.

E a cegueira dos que se deixam enganar é igualmente inacreditável.

Acho que o Moedas aprecia o estilo Trump mas faltam-lhe algumas coisas para poder ser o Trump

 

Dou exemplo de alguns aspectos a que o Moedas deverá estar atento caso queira tentar mimetizar o Trump -- isto se quiser, como parece que quer, ser mesmo visto como o Lisbon Trump: 

  • ele que não pense que, lá por ter voz de gaitinha, pode dispensar a boquinha de botão de rosa
  • apesar de ser todo mignon, ele que não pense que isso o dispensa de ter mãozinhas de boneca
  • apesar de já ser capaz de dizer parvoíces em barda, provocadoras e quase arrepiantes, ele que não pense que pode passar sem dizer que agarra as mulheres pela passarinha
Portanto, aqui ficam estas little dicas para os assessores inteligentes que o aconselham. Ali o menino ainda tem muito que aprender, muito, muitozinho que treinar. Ah pois é bebé. 

Para mais, disponham, é só pedir.

Uma pergunta: o Daniel Oliveira (o comentador, ex-BE) depilou o peito? A sério...? Porquê...?

 

Posso estar enganada mas tenho ideia que ele era peludo até dizer chega, que os pêlos lhe subiam do peito, pelo pescoço até à barba. Nada contra.

Pois, ontem, num debate qualquer, reparei que estava de camisa aberta e o peito lisinho, lisinho como um peitinho de bebé... 

Cá para mim, exclamei: 'What???? Também tu, Daniel...?!?!'. 

Juro, fez-me impressão.

Se calhar não aprecio extraordinariamente o tipo Toni Ramos, farto pêlo, em contínuo, de cabo a raso. Mas faz-me muita impressão um corpo de homem depilado. Faz-me lembrar um coelho esfolado, um bicho descaracterizado, não sei.... 

Agora se, por acaso, é confusão minha e ele sempre foi glabro de peito, daqui endereço as minhas desculpas.

De qualquer modo acho que esta questão devia ser esclarecida. Só espero que neste Eixo do Mal isto seja tirado a limpo.

quinta-feira, setembro 26, 2024

Está cinzento e chuvoso (e a chuva é uma bênção mas parece que fica um ambiente tristonho).
Mas que se lixe a tristeza!

 

Acordei com uma dor nas costas que me tem incomodado. É só de um lado e, portanto, menos mal. Seria pior se fosse dos dois. Não sei se foi mau jeito na cama ou se terei apanhado frio. Dormimos de vidros abertos e eu só com um lençol a cobrir-me a pele. O meu marido, do lado dele, tem uma mantinha quente. Por causa disso, abrasa, no meu entender. 

Mas não sei se terá tido frio ou mau jeito. Alguma coisa foi. 

Além disso, não deu para apanhar sol e passar parte do dia na rua. 

Aproveito para estar a informar-me. Descobri agora, por exemplo, num vídeo, que o facto de ter praticamente deixado de usar saltos altos (depois de os ter usado durante toda a vida) e de andar muito mais do que antes andava será a causa de um incómodo que tenho sentido num dos calcanhares. Parece que o corpo precisa de adaptar a sua estrutura às circunstâncias. Faz sentido. E julgava eu que andar sem saltos era, incondicionalmente, boa coisa. E que caminhar bastante também. Afinal é desde que... Mas, ok, agora que já percebo melhor o funcionamento do meu corpo, ou melhor, do meu calcanhar..., já poderei adaptar-me.

Tenho aproveitado também para ler. Estou a ler um livro que é um bocado do caraças. Triste tigre de Neige Sinno. Costumo fugir um bocado destes livros mas qualquer coisa que me fez crer que não seria um livro qualquer. E não é. Mas, de vez em quando, tenho que parar e engolir em seco.

Mas, enfim, o que agora me apetece é ouvir uma música bem animada. 

Palermo magica - Abballati - Angelo Daddelli & I Picciotti

quarta-feira, setembro 25, 2024

A falta de ética e de tino do Rambo Montenegro e a incapacidade dos ministros do seu Governo não auguram nada de bom para o OE2025.
E não deve ser o PS a pôr-lhes a mão por baixo.
-- A palavra ao meu marido --

 

A tese do Montenegro sobre os "interesses que sobrevoam os incêndios", desmentida pelas polícias, confirma o que já aqui escrevi. O Montenegro quer ser como o Rambo não só fisicamente mas também na perspicácia e na inteligência. Se admitirmos que esta nova tirada do Montenegro não resulta de uma enorme falta de ética, aproveitando mais uma vez uma tragédia para fins políticos, só podemos concluir que esta tese resulta de manifesta incapacidade para entender a realidade e estudar os dossiers. 

O culminar desta pantomina foi uma reunião na qual, com toda a pompa e circunstância, o  PM, a Ministra da Justiça e a MAI (que é manifestamente inadaptada para a função) vieram dizer-nos que  as medidas para minorar os efeitos dos incêndios (que segundo os especialistas sempre existirão e fazem parte do ecosistema) serão da responsabilidade da GNR, da PSP, da PJ e do MP.  Absolutamente inqualificável e inimaginável. Quando o Montenegro afirma que já falou mais de cem vezes na prevenção dos incêndios não devem restar dúvidas que o fez na sua casinha de Espinho quando a mulher põe a frigideira ao lume com óleo para fritar o peixe. Não se poderia referir aos incêndios rurais porque manifestamente não percebe nada do assunto.

Para além de:

  • termos que levar com o Joaquim Sarmento a vangloriar-se dos resultados financeiros do primeiro semestre, para os quais dificilmente terá contribuído, depois de ter zurzido o PS pelo estado em que tinha deixado as finanças públicas, 
  • com o "arrastado" Lentão Amaro nas conferências de empresa após o Conselho de Ministros que são incompreensíveis, 
  • com a ministra da Saúde a "amandar" a culpa do estado caótico das urgências para cima de tudo e de todos, confirmando, nas intervenções televisivas, com os trejeitos que faz, que descendemos dos símios, 
  • com as intervenções da MAI que deviam ser proibidas (nunca se viu tanta incapacidade), 
  • com a Ministra da Justiça a sacudir a água do capote, 
  • com  o ministro da Educação  a vangloriar-se (pasme-se) de haver ainda mais de 200 mil alunos sem aulas e a dizer que anda a fazer experiências que não faz ideia que resultados terão na resolução dos problemas da educação, 
  • com o Nuno Melo a querer reconquistar Olivença 
  • e com o Rangel a fazer "desafirmações" sobre o cargueiro que transporta explosivos,

vem o Montenegro e zás, no domingo, decide escrever uma carta que revela mais uma vez a habitual enorme falta de ética e de rigor. Como tinha reuniões  marcadas com o Chega e com  a IL, não se importou de faltar à verdade para tentar justificar estas reuniões. Diz-se, com razão,  que para o Ventura vale tudo. Será que também não vale tudo para o Montenegro...?

Relativamente à aprovação do OE, se o Chega concorda com as propostas do IRS Jovem  e do corte do IRC, força. A IL já disse, e bem, que não concorda com o IRS Jovem, propondo antes a baixa geral do IRS, o que contraria a proposta da AD pelo que provavelmente não votará favoravelmente a proposta defendida pela AD e Chega. Portanto, o Montenegro e o Sarmento que resolvam o que querem fazer.

Não se pode pedir/pressionar o PS para que concorde com o IRS Jovem que é injusto, ineficiente, descrimina negativamente os mais pobres e vai dar cabo das contas públicas. 

A atração dos jovens mais qualificados faz-se aumentando os salários e criando melhores condições para viverem e criarem os filhos. 

Aqui os empresários têm uma palavra a dizer. Ainda ontem o Conselho de Finanças dizia que em Portugal, ao contrário do que acontece na Europa, os empresários em vez de acomodarem os aumentos de salários nas margens de lucro, optam por aumentar os preços em vez de diminuírem os lucros. É a atuação típica do típico empresário tuga. 

Relativamente à baixa do IRC sabe-se que só vai beneficiar as grandes empresas que objetivamente não precisam. 

Ambas as medidas só servem para desbaratar recursos financeiros.

O PS deve manter a sua posição e não permitir que estas duas medidas sejam incluídas no orçamento. 

Relativamente ao PR, que esteve silencioso perante a gravidade dos incêndios, devia era manter-se "fisgado" no silêncio e não continuar  a chatear os mesmos. 

Não haverá nenhuma forma do Marcelo sair ao mesmo tempo que a Lucília Gago?

terça-feira, setembro 24, 2024

Conversa entre Mário Centeno e António Costa na NOW -- rigorosamente a não perder

 

A boa informação e o conhecimento deve ser adquirido, em primeiro lugar, junto de fontes primárias e credíveis. Ou seja, não de fontes secundárias (comentadores, redes sociais, etc) mas de quem tem e 'maneja' directamente a informação e junto de quem é sério, conhecedor, competente e honesto.

Quem puder, veja. Quem não puder, ponha a box para trás.


segunda-feira, setembro 23, 2024

Dmitry Peskov está em teletrabalho nas Caraíbas ou quê...?

 

Alguma explicação deve haver para apenas ouvirmos a sua voz. Cá para mim não quer ser visto todo bronzeadão, em fato de banho, pés na água, copo na mão enquanto manda bocas a propósito disto e daquilo.

Mas isto é um Governo de mentirosos ou quê...?

 

Alguém percebe as atitudes de Montenegro, dos Ministros e do Governo no seu conjunto?

É este um bom exemplo ético para o País?

Caraças.


Lambível...?

 

Já aqui contei que, uma vez em Bilbau, no Guggenheim, ao subirmos umas escadas, fomos dar a uma sala em que num canto estava um monte, encostado à parede, de rebuçados amarelos clarinhos embrulhados em papel celofane. Os meus filhos que, na altura, teriam uns dez, doze anos, por aí, não sei bem, precipitaram-se a tirar um rebuçado para comerem. Fomos atrás deles e, quando vimos uma placa com o nome da obra e o do autor, ficámos para morrer. Quando lhes dissemos para reporem imediatamente a parte da obra de arte que tinham retirado, uma funcionário disse que era mesmo assim, para comer, era uma obra de arte comestível. Todos os dias a obra era refeita.

Nesse dia também vimos num canto um balde com uma esfregona e também admitimos que fosse uma obra de arte. Mas, afinal, não era. Vá lá.

A arte é uma coisa muito sui generis e o que faz sentido para uma pessoa pode ser um disparate para outra. Nada a fazer, é o que é.

Ainda não fui visitar o novo CAM mas vi, com alguma perplexidade, a entrevista a Leonor Antunes cuja obra está exposta na inauguração. E, do que vi, é daquelas obras de arte em que fico meia beige, sem saber bem o que pensar. Assim, pela televisão, não me pareceu ter graça ou beleza ou quelque chose. E, no entanto, há quem certamente pense o contrário.

O vídeo abaixo mostra escultura feita em açúcar e em que no processo há intervenção digital e uma certa tecnicidade. Parecem-me peças interessantes. Aparentemente não são, à partida, obras eternas pois, do que ouvi, podem deteriorar-se ao fim de algum tempo. 

Mas o engraçado, e engraçado para o próprio autor, Joseph Marr, que se mostra espantado, é a reacção de muitas pessoas que, ao saberem que as esculturas são feitas com açúcar, as lambem. Diz ele, admirado, que as pessoas não sabem quem lambeu antes aquelas peças... De facto, que coisa bizarra... 

Would You Lick This Art?

Berlin-based artist Joseph Marr doesn't make sculptures from bronze, marble and clay instead he uses sugar! His sugary and edible exhibitions have gained him a lot of attention and even though he never expected this, everyone licks his artwork. 

This is how to make incredible art out of sugar...


domingo, setembro 22, 2024

Quais as diferenças entre António Mexia e Theo du Plessis?
Certamente mais do que os cerca de seis milhões que o primeiro terá 'escondido' em off shores... diria mesmo que todo um mundo...

 

Largar tudo e optar por uma vida minimalista em que todos os pertences pesam cerca de nove quilos e cabem numa mochila, trabalhar em regime de voluntariado em jardins em troca de um lugar para dormir, não é para qualquer um. É o próprio Theo que reconhece que, se tivesse filhos, certamente não teria enveredado por uma vida assim, desligada da posse de bens materiais, vivendo em comunhão com a natureza.

Fala de forma tranquila, parece em paz consigo próprio e com a vida que leva e com o que o rodeia.

Quem passa por uma situação como tenho passado recentemente, tendo que me desfazer do que os meus pais laboriosamente juntaram durante toda a vida, os meus filhos pouco querendo, eu não tendo onde guardar mais coisas, e, forçosamente, tendo que dar tudo (ou quase tudo) a quem quisesse e precisasse, percebe que o júbilo que vem da posse é efémero e, na verdade, destituído de sentido. 

No meu caso, poderia ter optado por vender tudo o que não tinha destino dentro da família. Meio mundo me recomendou. Mas não quis fazê-lo. Preferi dar. Muitas pessoas pobres foram lá e escolheram o que quiseram. Ficaram felizes como se lhes tivesse saído a sorte grande. Mobílias, louças, roupas, bibelots. Pessoas que dormiam em camas articuladas metálicas e, de repente, têm uma mobília de quarto, bons lençóis, bons cobertores, boas colchas. Outras saíram felizes com tachos de inox de boa qualidade. Jarras e molduras. Tantas coisas. Claro que se me parte o coração. Claro. Claro. Custa-me muito. Mas, não tendo nós onde colocar as coisas, penso que dar a quem precisa é a solução mais digna. Penso que as pessoas devem sentir-se orgulhosas por terem coisas tão boas e imagino-as a dizerem que são coisas da casa da Professora, coisas que a filha resolveu dar.

Mesmo aquilo que trouxe aqui para casa, por serem coisas especiais, com significado muito específico, por não ter onde colocar, acabei por deixar na garagem. E refiro-me a dois cadeirões, uma escrivaniha, um louceiro, um móvel pequeno. Já antes tinha trazido colchas e toalhas de renda e coisas assim. 

Agora foi tudo o resto. 

Claro que me custa que coisas boas, de que eles tanto gostavam, acabem na minha garagem, sendo que, de certeza, não vou dar-lhes uso. A esperança que tenho é que, daqui por uns anos, quando os meus netos tiverem as suas casas, venham cá abastecer-se. Mas quererão eles móveis deste género? O meu marido diz que não e aborrece-se comigo, diz que trazer esta meia dúzia de coisas é apenas aumentar o problema que estamos a deixar para os nossos filhos um dia que tenham que ser eles a dar destino às nossas coisas.

Compreendo. Mas toda a nossa vida foi formatada para 'termos' coisas. Mas, pensando bem, na realidade, parece inteligente ter o mínimo de coisas, não deixar tralha e encargos para os nossos descendentes.

Não sei se António Mexia, sempre tão blasé, sempre tão cheio de si próprio (embora fingindo que não), é mais feliz que Theo du Plessis. Tenho muitas dúvidas.

Partilho o vídeo no qual este último mostra como é a sua vida. Penso que é um vídeo muito sereno, muito agradável de ver. Está traduzido.

Freedom of Less: One Man's Minimalist Journey

Choosing a different path in life, one that breaks away from the norm, can often feel lonely. The pressure to conform is constant, with those around you eager to pull you back to the familiar and the comfortable. So to walk the path that is truly your own, you must first connect with who you are at the deepest level — your emotions, your desires, and what truly drives you. This journey requires stepping away from what society says you should be, and instead discovering your truth for yourself.  In the end, life is about making deliberate choices, setting your own pace, and defining your own purpose with each step forward. This film is a reflection on the courage it takes to follow that unique, authentic path, even when the world encourages you to turn back.

Back in 2021 we shared a story featuring Theo, called "Being Simply Beautiful".  It has received almost 2 million views to date, and comments continue to pour in, sharing appreciation for this man and his journey.  We've also received many questions about his personal situation and how he sustains his chosen lifestyle.

We recently heard that Theo was building a food garden on a farm near where we live. So we decided to use the opportunity to revisit with him to bring you this follow up film, answering some of the many questions that we have received. 


Protagonista:  Theo du Plessis. 
Filmado em Swellendam, South Africa.

sábado, setembro 21, 2024

Em complemento do post abaixo, mais provas da tremenda estupidez e da mais absoluta falta de vergonha de populistas como Trump e seus seguidores, nos States, em Portugal e por todo o lado onde eles andam

Ou quando dois grandes comunicadores se juntam

 Anderson Cooper conversa com Stephen Colbert

"I Didn't Know That Porn Sites Had Comments Sections" - Anderson Cooper Reacts To Mark Robinson News


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Quando alguns parvalhões acham normal que, para chamarem a atenção para algumas cenas, se inventem histórias

 

Quase me apetece dizer que isto é o fim dos tempos ou que é bater no fundo ou que mais vale ir dar banho ao cão. Mas, vá lá, vamos manter a calma. Vamos esperar que isto se vá auto-regulando, que por cada anormal que apareça se descubra que as pessoas que não lhes ligam patavina ou que desmontam a sua vã retórica são muito mais. E vamos esperar também que a humanidade arranje maneira de se autoproteger. E que, no meio das maiores macacadas, apareça sempre quem descortine maneira de fazer humor.

J.D. Vance Admits He Lied To Get Media Attention

(Lassie will have her revenge)


sexta-feira, setembro 20, 2024

Alô, alô Marcelo Rebelo de Sousa: a Senhorinha Margarida Blasco ainda é ministra da Administração Interna?

 

Pergunto.

E a todos os que têm memória e dois dedos de testa, peço que façam um exercício de comparação entre Constança Urbano de Sousa e esta senhorita que não apenas deixa que roubem computadores das suas instalações (não apenas do Ministério como agora também, mais recentemente, de um armazém da Unidade de Controlo Costeiro e de Fronteiras (UCCF) da GNR, em Santos, Lisboa) como notoriamente, a propósito dos incêndios, a única coisa que sabe fazer é um relato póstumo sobre números (bombeiros, carros, aeronavesnvolvidos nas operações). Para além disso, diz que não comenta. Por muitas perguntas que lhe façam, ri-se com ar meio atoleimado e diz que não comenta.

Ouve-se a senhorinha e fica-se com a sensação de que não pesca nada de nada de coisa alguma e não apenas isso como anda em estado de desnorte, sem sequer saber o que anda a fazer.

Sobre o Secretário de Estado da Protecção Civil, já ontem o meu marido fez uma chamada de atenção ao seu curriculum vitae em que fica patente que a experiência em situações que requerem intervenção da Protecção Civil é nula.

E fica-se com a noção de que a esta senhorinha bem como ao seu chefe, o Rambo de Espinho, nem lhes ocorre pensar na gestão dos incêndios, no que deve e não deve ser feito para os prevenir, para os controlar. Julgam que o problema se restringe a algumas pessoas terem tido comportamentos pirómanos? Serão tão básicos, tão limitados, tão ignorantes?

E anuncia a criação de grupos que, afinal, já existem? Que ridículo. Que reincidência.

Tudo isto é desconcertante, embaraçoso.

Marcelo Rebelo de Sousa que foi indesculpavelmente injusto para ministros tão válidos de António Costa, agora enfia a viola no saco e deixa que tantos erros de casting estejam a ocupar cargos críticos no país?

quinta-feira, setembro 19, 2024

Marcelo aprecia o estilo Rambo de Espinho de Montenegro?
Não percebe que estamos entregues à ramboiada?

-- A palavra ao meu marido --

 

Temos um governo que, como disse o Marques Mendes 'até agora só passou cheques e baixou impostos' (obviamente que estava a incluir a baixa de impostos decidida pelo PS), um primeiro-ministro  que julga que é o Rambo e um PR que é o pior dos últimos cinquenta anos como afirmou o José Miguel Júdice. 

De facto, não parece haver razões para optimismos. Os que votaram AD acreditando no que o Montenegro disse na campanha eleitoral -- e rapidamente se percebeu que existe uma enorme diferença entre o que ele disse em campanha e o que (des)disse quando chegou ao governo -- não devem estar satisfeitos. 

Este Verão, nas áreas em que a comunicação social e a AD mais criticaram o governo do PS e fizeram crer que tudo se resolveria com a mudança do governo, a situação piorou. 

  • Na Saúde, a ministra, incapaz de assumir qualquer responsabilidade e originando conflitos desnecessários, criou o caos. Fecharam muito mais  urgências e, no caso da pediatria e da obstetrícia, a situação tem sido desastrosa. 
  • Na área da Justiça assistimos estupefactos à fuga,  em pleno dia, de cinco presos usando escadas e lençóis, pasmámos com a demora com que a informação foi transmitida às forças de segurança e quase arrancamos os cabelos quando nos informaram que o mandado de captura foi emitido oitenta e três horas depois da fuga. A ministra apareceu passadas alguns dias culpando os serviços, falando em inquéritos mas não se pode dizer que, para variar, tenha assumido qualquer responsabilidade politica. O costume. 
  • Na Educação, o regresso às aulas foi o que se viu. Dezenas de milhares de alunos sem professores e o PR a dizer que não percebia qual a razão de concurso extraordinário (?) ainda não ter sido lançado. Há um ano o Montenegro dizia que, para não haver problemas com o 'início das aulas', bastava mudar de governo. 

Montenegro foi para primeiro-ministro e os problemas aumentaram. 

Com a coerência que lhe é reconhecida, agora afirma que para resolver os problemas com a falta de professores é preciso uma legislatura. De novo, o costume. 

Após várias anos em que felizmente a situação com os incêndios foi menos gravosa, nos últimos dias o País passou por situações terríveis. E faço notar que estranhei não ter havido uma presença da MAI nos media nem que fosse apenas para termos a certeza que existe e que não serve só para passar cheques aos policias, e isto independentemente de haver um conjunto de causas que também contribuem para a situação, nomeadamente atividades criminosas,  desleixo das pessoas ou condições climáticas,

No meio da incapacidade dos diversos ministros, temos um PM/ Rambo que se faz fotografar em botes de borracha (uma atuação absolutamente inqualificável) e que refere, passando um atestado de incompetência aos serviços, que foi ele que, num acesso à autoestrada quando viu o fogo, mandou cortar estradas e contactou as autoridades locais (só alguém que não tem nenhuma noção de como se actua nestas situações pode ter proferido estas afirmações) e que, de punho cerrado, ameaça perseguir os criminosos que ateiam fogos qual justiceiro desrespeitador da lei. 

Até o André Ventura fez comentários menos tendentes a originarem atitudes irrefletidas por parte da população. Com este discurso do PM corre-se o risco da população tentar fazer justiça pelas próprias mãos. Tomara que uma notícia que li agora de que um grupo de 20 populares perseguiu e ameaçou de morte uma mulher, incendiando-lhe a casa, não seja já fruto disso.

No intervalo, o PM vai desdizendo tudo o que disse quando era candidato a presidente do PSD sobre a aprovação do orçamento. Nessa altura referiu que jamais aprovaria um orçamento do PS. Agora pede ao PS que aprove o orçamento e que não faça o País cair numa crise política, embora, dia sim, dia sim provoque o PS e tente humilhar a oposição. O PM é capaz de afirmar com a mesma convicção uma coisa e o seu contrário (foi assim com a baixa de impostos, com a resolução dos problemas do SNS em sessenta dias e com o início do ano escolar sem problemas). Para além desta incoerência ainda é capaz de utilizar situações dramáticas para fazer política, o que deveria ser motivo de penalização por parte dos portugueses. Não tem perfil para PM.

E o PR, tão contundente para com o Governo de António Costa nos incêndios de 2017, o qual, segundo os especialistas, ocorreram em situações mais gravosas que as actuais, agora, quando a situação também não correu bem, só sabe apoiar o governo e nem consegue proferir qualquer critica. Ainda bem que está quase a chegar som fim do mandato.

Não se pode esperar nada de bom destes protagonistas. 


PS 1 -- Por curiosidade, recomendo que se veja o CV do Secretário de Estado da Protecção Civil (advogado, presidente da distrital de Setúbal do PSD, com experiência num cargo qualquer do Vitória de Setúbal, num Centro de Emprego durante um Governo PSD, deputado, vereador em Palmela, etc). Ou seja, do que se vê, conhecimentos de Protecção Civil: zero.

PS: Uma coisa me espanta: não ter visto o Montenegro na Ponte 25 de Abril a chefiar os agentes policiais que detiveram os assaltantes da ourivesaria de Fátima.

quarta-feira, setembro 18, 2024

Uma pergunta a Marcelo Rebelo de Sousa, na sequência da sua participação no Conselho de Ministros extraordinário:
então agora não vai andar por aí a pedir a demissão de Constança Urbano de Sousa?
Então, afinal, não é ela a responsável por todos os incêndios e desgraças que acontecem em Portugal?
Ou essa sua apregoada beata solidariedade estratégica e institucional é só com o Montenegro e Cia.?

 

É que eu tenho memória, Senhor Presidente.

Da próxima vez que for a Fátima bater no peito e pedir desculpa pelos seus inúmeros e imperdoáveis pecados, não se esqueça de pedir perdão pela brutal injustiça, pela injustificável falta de solidariedade e pela vergonhosa desumanidade que, em 2017 e em idênticas circunstâncias, demonstrou para com a ex-Ministra Constança Urbano de Sousa.

E só espero, Senhor Presidente, que, tal como eu, os portugueses em geral também tenham memória e, também tal como eu, não tenham a capacidade de perdão de Nossa Senhora de Fátima que, de resto, também já deve estar pelos cabelos de o ver sempre a pedir batatinhas, reincidindo a seguir na leviandade, no cinismo, no oportunismo político.

O mínimo que podia fazer, o mínimo, seria apresentar um público pedido de desculpas a Constança Urbano de Sousa. O mínimo.


[E queiram continuar até A versão dantesca de Sol na eira e chuva no nabal]

A versão dantesca de Sol na eira e chuva no nabal

 

Enquanto noutros países chove que deus a dá, levando tudo à frente, um dilúvio que deixa toda a gente assombrada com a tenebrosa força bruta das águas, por cá está como se tem visto, o fogo inclemente a devorar florestas, matos, casas, carros e, infelizmente, também algumas vidas -- humanas e, mais do que provavelmente, também não humanas.

O calor de brasido, a raiva furiosa das chamas que avançam a uma velocidade medonha, tudo é um pavor.

Por muito que se queira encontrar culpados próximos (e há-os certamente, em primeiro lugar os criminosos que ateiam os fogos), creio que não restam dúvidas de que estamos às portas do mundo que nos espera, em especial as gerações que nos seguirão. 

Medidas estruturais, de fundo, disruptivas, terão que ser levadas a cabo para tentar travar estas alterações no clima pois eventos extremos de calor, de vento, de chuva não podem ser apaziguados com lenitivos.

A woman next to her home in Covelo, Gondomar, northern Portugal. Photograph: José Coelho/EPA

Fotografia integrante do artigo do Guardian: 

Portugal wildfire deaths rise to seven after firefighters trapped in blaze


More than 50 people injured as 54 fires burn across country amid hot, dry and windy weather
(...)

Scientists have said human-caused climate breakdown is supercharging extreme weather across the world, driving more frequent and more deadly disasters, from floods – as seen this week in central Europe – to heatwaves, droughts and wildfires.

Human-caused climate breakdown is making heatwaves more likely and more intense, with some – such as the extreme heatwave in western Canada and the US in 2021 – all but impossible without global heating.

terça-feira, setembro 17, 2024

Será que a nova Emmanuelle causará tanto escândalo quanto a primeira...?

 

Em tempos que já lá vão... deu que falar. Quando nos encontrávamos havia sempre alguém que perguntava se já tínhamos visto a Emmanuelle... 

Não que a coisa fosse verdadeiramente escandalosa mas, enfim, na altura era novidade. 

Só vi vários anos depois de já toda a gente ter visto e nunca achei que fosse a última batata a sair do pacote.


Mas, de qualquer maneira, a Sylvia Kristel tinha aquele arzinho entre o inocente e o levemente a poder tender para o depravado que apimentava as imagens e trazia alguma graça.

Do que agora vejo nesta nova versão, parece-me a modos que pãozinho sem sal. Mas, claro, posso estar enganada. Cada um que ajuize por si...

Emmanuelle

Emmanuelle procura um prazer perdido. Ela voa sozinha para Hong Kong para uma viagem profissional. Neste sensual mundo urbano, ela multiplica experiências e conhece Kei, um homem que continua a iludi-la. 

Com este filme, Audrey Diwan  oferece-nos uma adaptação livre do romance de Emmanuelle Arsan e lança um olhar feminino sobre a busca íntima da mulher cujo primeiro nome ainda evoca uma das personagens mais polêmicas do cinema atual.


Dias felizes

[Desejando muito sinceramente que acabem os incêndios o mais rapidamente possível, com o mínimo de danos, sobretudo humanos]

domingo, setembro 15, 2024

Há casas e casas...

 

Enquanto escrevo, estou a ver um programa fantástico na RTP 1, 'Em casa de Amália' em Elvas. Muita gente na rua a assistir a contagiantes momentos de partilha com o António Zambujo, o Buba Espinho e o Luís Trigacheiro, apresentado por um José Gonzalez que eu não conhecia mas que é um tipo bem simpático. 

Muito bom. Penso que o país caminha no bom sentido quando se fomentam momentos assim, de comunhão em torno de uma língua comum, em que as pessoas saem à rua para ouvir cantar, quase tudo canções que toda a gente canta, em que há sorrisos no ar. O cante alentejano é maravilhoso. 

Mas não tem que ser o típico cantar alentejano. Canções que muita gente conhece, melodicamente ricas, em que se toda a gente se junta a cantar, são uma riqueza cultural inesgotável.

E estes três jovens cantam lindamente. Estou impressionada. Por exemplo, não conhecia bem o Luís Trigacheiro e tem uma voz e um poder de interpretação extraordinários. Neste momento está a cantar uma que não é muito conhecida (digo-o pois não o acompanham a cantar) mas que é uma canção linda. Estou encantada.

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Mudando de assunto. Ontem à noite, sem querer, dei com um documentário tocante. Fiquei a ver até ao fim. Foi na RTP 2. Feito pela Charlotte Gainsbourg sobre a mãe, Jane Birkin, mulher de uma inocência e franqueza totais.

Se não viram, sugiro fortemente que ponha a box para trás e o vejam. Partilho o trailer só para se perceber o género. 

Jane by Charlotte - Official Trailer (2022) Charlotte Gainsbourg

Watch the trailer for Jane by Charlotte, a documentary by Charlotte Gainsbourg about her mother, Jane Birkin. It features intimate conversations between parent and child, as well as footage of Birkin performing onstage, and explores the emotional lives of two women as they talk about subject matter that ranges from the delightful to the difficult: aging, dying, insomnia, celebrity, and their differing memories of their shared past, which includes Charlotte's father and Jane's husband, Serge Gainsbourg. 

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Como estou com um olho no burro e outro no cigano (e espero não ser censurada pela utilização deste ditado popular), não me dá para me pôr para aqui agora com divagações. Vou já direita ao assunto.

A forma como as pessoas vivem por esse mundo varia de uma maneira que se calhar não julgamos possível. Eu, se fizesse programas educativos, incluía o conhecimento de hábitos, dificuldades, excentricidades e gostos ao longo de todo o planeta. Penso que é bom que tenhamos noção das disparidades, da diversidade. O que aqui podemos observar atesta a criatividade humana quer a nível arquitectónico, quer tecnológico, quer estético ou económico quer a nível da própria sobrevivência.

Pode ser difícil de acreditar, mas as pessoas realmente moram nestas casas


A tod@s desejo um belo dia de domingo

sábado, setembro 14, 2024

Celebridades, poemas reunidos, um diário incontínuo, mulheres e homens corredores

 

Estava na farmácia, deambulando por entre os expositores, tentada por mil promoções -- protectores solares, cremes para prolongar o bronzeado, sprays para hidratar o cabelo, colagénio sob todas as formas -- quando entrou um homem jovem, bonito, de óculos escuros. Olhou para mim, sorriu e cumprimentou-me muito bem.

Disse-lhe boa tarde, disfarcei mas fiquei ali parada, a fazer de conta que estava a ver os produtos e a puxar pela cabeça. De onde é que ele me conhecia para me cumprimentar assim? Conhecê-lo-ia eu também?

Depois chegou a minha vez. Fiquei num balcão. Depois chegou a vez dele e ficou num outro balcão, um pouco afastado. A funcionária foi lá para dentro à procura do que eu tinha pedido e aproveitei para olhar de soslaio para o jovem. Estava a ser atendido por uma técnica que se derretia em sorrisos. Ouvi então a voz dele. E, de súbito, fez-se-me luz: um conhecido, super-super-conhecido cantor! Na volta, cumprimentou-me por achar que eu o tinha reconhecido. 

E, como quase sempre, quando a gente os conhece da televisão, ao vivo constata que têm uns palmos a menos. Não que seja baixo, não é, nem isso interessa para nada, só que não é tão alto como o imaginava. Mas não foi por isso que não o reconheci. Não reconheci simplesmente porque sou despistada. E provavelmente estas pessoas muito conhecidas pensam que toda a gente os reconhece.

Também acontece cruzar-me com uma outra pessoa muito conhecida que passa por aqui a correr. Ao contrário de muitos e muitas corredoras que por aqui passam, cumprimenta sempre com um sorriso. Acho simpático. Mas na primeira vez também só o reconheci já ele devia ir a uns bons quilómetros. Tinha-me parecido que o conhecia e não me lembrava de onde.

Quando para aqui vim morar, estranhava muito que toda a gente se cumprimentasse. Agora também eu já faço o mesmo. 

Claro que isto é exequível quando nos cruzamos com poucas pessoas. 

Por exemplo, hoje almoçámos no centro de Lisboa. Deixámos o carro no parque subterrâneo ali perto e andámos um pouco numa das mais movimentadas avenidas da cidade. E obviamente ninguém cumprimenta ninguém. Aliás, ninguém olha para ninguém. Uma pessoa daria em maluca se cumprimentasse toda a gente com que se cruza num lugar assim.

Depois de uma vida inteira a viver e a trabalhar em lugares hiper movimentados e a ter que andar todos os dias no meio do trânsito, agora isso já nos incomoda. Aliás, temos sempre vontade de fugir a sete pés da confusão urbana quando nos vemos metidos nela...

Por fim, a seguir ao almoço, e já eram três e tal da tarde, como estava um calorão dos diabos, em vez de passearmos por ali, acabei por procurar o fresquinho de uma livraria. 

Comprei os 'Poemas Reunidos' de Pedro Mexia e o 'Diário Incontínuo' do Mário Cláudio. 

De tarde, já estive a ler o poemário do Mexia e agradou-me sobremaneira. É uma poesia muito honesta e, de certa forma, intensa. Hesito na palavra 'intensa'. É que, por vezes, a poesia dele pode até parecer leve. Mas eu leio-a como muito sentida, muito despojada, reduzida ao essencial, por vezes bastante pesada. Muito íntima.

Lembro-me sempre de um meu amigo, grande leitor, que não pegava em poesia e que, para me provar que a poesia é coisa fútil, fazia o exercício de ler um poema como se fosse prosa. E, lida assim, palavras corridas, o melhor poema parecia não mais que um farrapinho de prosa, uma textozinho triste. Ao ler, não fazia as pausas, não deixava que as palavras respirassem, não dava espaço ao silêncio que é essencial para que se sinta a emoção que o poema encerra.

Também já folheei, embora apenas muito pela rama, o diário de Mário Cláudio. Se calhar, também vou gostar de ler. Gosto cada vez mais de ler coisas que a gente sente como muito autênticas. O desfiar dos dias geralmente é assim. Talvez se pareça mesmo com as páginas de um blog (como a Susana o referiu).

E fico-me por aqui. Vou ver se consigo deitar-me mais cedo. Devia mudar o meu ritmo que desafia as ortodoxias circadianas. 

No outro dia, nestas minhas irregularidades do sono, acordei a meio da noite e era de madrugada e continuava sem dormir. E, para meu espanto, por diversas vezes, ouvi passar várias pessoas a correr. Não era várias ao mesmo tempo. Não. Passava um. Passado um bocado eram dois pois ouvia a passada da corrida e percebia que falavam um com o outro. Passado um bocado, outro. Senti-me estupefacta. Ainda nem deviam ser seis da manhã, eu ainda à espera de adormecer, e ali andavam, frescos e enérgicos. 

No outro dia também me surpreendi com outra coisa: fomos passear o cão já a noite estava a cair (o que não é difícil pois os dias estão a mergulhar na noite a um ritmo cada vez mais acelerado) e, às tantas, passou por nós a correr, com calção curtinho, blusinha de alças, um daqueles aparelhos de medições de sinais vitais no antebraço, uma mulher numa velocidade que nos deixou de boca aberta. Às tantas até seria atleta. Eu teria algum receio de andar a passear ao cair da noite sozinha mas aquela mulher não estava nem aí, parecia um carro de corrida.

E, pronto, nada mais tenho a acrescentar. E desculpem se é só isto.

Desejo-vos um bom fim de semana.

sexta-feira, setembro 13, 2024

Coisas ligeiramente despropositadas

 

Gosto bastante de objectos concebidos por (bons) designers. Geralmente a gente olha com algum espanto mas depois conclui: 'Olha, está bem visto, sim senhor...'. Ou ocupam pouco espaço ou são inesperadamente eficientes ou são ergonómicos ou são curiosamente inventivos... e a gente olha e vê que há ali golpe de mestre. Onde encontrei mais e mais interessantes lojas com artigos de design talvez tenha sido Amesterdão. É de uma pessoa se perder. 

Além disso, na presença de objectos com um bom design fica-se com a sensação de que somos intelectual e esteticamente desafiados e isso é muito aliciante. Pelo menos para mim é.

Mas depois há o reverso: a provocação, a gargalhada que se solta... 

Acredito que para muita gente isto que vou mostrar seja um perfeito disparate. E eu não digo que não seja. Mas divirto-me, acho que só alguém com um grande sentido de humor pode fazer coisas assim. Imagino o que a brilhante Katerina Kamprani deve divertir-se a fazer as suas travessuras. E imagino a vontade de rir que deve dar (tentar) usar estes objectos.

Por exemplo...

Cadeira para gente magrinha e flexível



Cadeira para quem tem o rabo metido para dentro



Copo para quem tem uma cabecinha pequena que encaixe bem no copo



Flutes para casalinhos



Garfo para pessoas delicadas



Óculos para quem tem olhinhos ao lado



Regador que rega o regador



Agulha para coser duas costuras ao mesmo tempo


Useless Design – How Some Everyday Items Are Brilliant Inventions!

What do two, intertwined cups, open rubber boots and a twisted watering can have in common?  They show how ingenious some everyday inventions are. Artist Katerina Kamprani shows off some of the designs which she's has created for the project "The Uncomfortable."



Dias felizes

quinta-feira, setembro 12, 2024

Sempre me pareceu que a maior arma contra os narcisistas, em especial os psicopatas, é o humor.
Gozar com eles, tirar-lhes o tapete, pô-los a ridículo, fazer com que exponham a sua prosápia, a sua bazófia, mostrar que são sacos de vento, que dentro deles apenas têm o próprio ego, um ego inflado, desmesurado.
E este Trump mostrou (uma vez mais) que, além disso, é parvo, um estupor, um trapaceiro, um bocas, um aldrabão, um desavergonhado.
Mas nada como gozar com eles, rir deles à cara podre, fazer com que toda a gente perceba que anormais assim não podem ser levados a sério

 

A ver. É um tema que, sob qualquer ponto de vista, tem a ver connosco.

Monólogo AO VIVO: Harris irrita Trump | Comer cães e gatos | O apoio de Taylor Swift a Kamala

Stephen Colbert delivers his LIVE monologue following the first debate between VP Kamala Harris and former president Donald Trump.


Jon Stewart aborda o debate de Harris e Trump e o que isso significa para a eleição 
 | The Daily Show

Jon Stewart goes live after the first presidential debate between Kamala Harris and Donald Trump. Filled with face-offs over abortion access, border control, and for some reason eating cats? Jon breaks down what this all means for the election


quarta-feira, setembro 11, 2024

Quando li em voz alta o título da notícia sobre o que Madame Gago contou na Assembleia da República e em que se diz que "Há 10.553 pessoas sob vigilância telefónica" o meu marido soltou um tonitruante F....-SE

 

E a mim apeteceu-me dizer algo ainda mais veemente, soltar os cachorros, pôr-me à janela a gritar. Mais de 10.000 pessoas estão sob escuta em Portugal???? A sério?!?!?!  Está tudo louco ou quê? 

Notícia no Expresso: Lucília Gago diz que escutas e detenções prolongadas pelo MP são "situações excecionais"; Há 10.553 pessoas sob vigilância telefónica

Este mundo é, sem dúvida, um lugar perigoso.

O Trump é um doido varrido, descontrolado, aldrabão e descompensado e deve andar a comer gatos e cães ao jantar para estar no estado demencial em que está.
Kamala é segura, é decente, é educada, tem uma visão equilibrada do mundo e da vida, fala claro, é estruturada e é directa.
Os entrevistadores estão a ir muito bem.

 

Custa a crer que um maluco como Trump tenha tantos apoiantes. O risco de a humanidade se destruir é real quando há tanta gente tão estúpida, tão burra, tão influenciável que vai na cantiga de um anormal como Trump.

Se Kamala Harris não ganhar as eleições não é apenas um drama para os Estados Unidos, é também um drama para o mundo.


PS:  David Muir, o entrevistador, é certeiro, tem muito estilo e uma presença fantástica. Para além disso, tem uma voz... Caraças, que voz...

Irineu Teixeira, Mário Carneiro, Rosa de Oliveira Pinto -- o que têm em comum?

 

Nunca tive muita paciência para pessoas histriónicas, muito menos para narcisistas. 

Aprecio a contenção, a civilidade, a capacidade de escuta. Aprecio a inteligência e a perspicácia quando usadas com um propósito que não o da auto-exibição.

Muitos dos jornalistas que pululam nos nossos canais pertencem sobretudo ao primeiro grupo: não prestam atenção aos entrevistados, estão ali com ar castigador, parece que querem ajustar contas com os convidados, parece que querem apanhá-los em falso, não os deixam falar, interrompem-nos a torto e a direito. Muitas vezes apresentam-se de má catadura ou, então, com ar irónico, quase mal educados. Cansam. Cansam-me muito.

E quem diz jornalistas, diz também entrevistados: há os que gostam de se armar em espertos, exibindo a cada passo da conversa que bebem do fino, que têm acesso a inside information, que são muito bons.

Depois há uma minoria de jornalistas ou convidados tranquilos, seguros, atentos, bem educados, frequentemente com ar distendido, sereno. Sorriem muitas vezes enquanto falam, inspiram confiança, sabem manter uma conversação calma, apetece ouvi-los. 

Qualquer dos três referidos em epígrafe é assim. 

Depois do pressing das redes sociais e da concorrência entre canais em que os gestores acham que o que 'dá canal' é ser agressivo, tentar 'entalar' os entrevistados, estimular os conflitos entre os comentadores, haverá de chegar ao ponto de equilíbrio em que se perceberá que o que retém os espectadores é proporcionar espaços em que se aprenda alguma coisa, em que se deixem as pessoas falar, em que haja respeito, boa educação, em que se consiga falar de qualquer tema com amabilidade e tempo.

Poderia incluir também o Vítor Gonçalves, que também sabe ouvir e ser cordato. Se calhar há outros mas, assim de repente, não estou bem a ver.

terça-feira, setembro 10, 2024

Time out

 

Tive um dia bastante complicado. Nem me apetece falar no assunto pois, sobre ele, pode falar-se de muitas maneiras mas a que mais me convoca remete para o sentido da vida. Mas como não serei a pessoa mais indicada para conversas que visitam o fundo da noite, acho que mais vale abster-me. 

Prefiro descansar, física e emocionalmente, deixar assentar, distrair-me e, então, com algum distanciamento, falar. De qualquer forma, primária como sou, se calhar bastará um par de dias para me sentir mais estável, mas tranquila.

Além disso, mesmo no meio de cansaços, tormentas e desgastes, tendo a ser optimista e, nessa perspectiva, quero convencer-me que hoje dobrei um cabo das tormentas. Não está totalmente dobrado, e com que esforço o dobrei, talvez até esteja ainda um bocado longe disso, não sei, mas quero acreditar que o pior desta fase foi hoje ultrapassado e que o que falta será menos difícil. Quero acreditar nisso. Conforta-me pensar nisso.

Mas tenho sono, praticamente não dormi, durante a noite não tinha sono, e tive que me levantar muito cedo, e todo o dia me esgotou. Por isso, agora não consigo disfarçar, fingir que estou noutra, esparvoar. Preciso é de descansar, de descontrair, de relativizar, de pôr para trás das costas. Sou boa nisso. Por isso, amanhã talvez até já pareça estar fresca.

Portanto, assim sendo, contando com a vossa compreensão, por hoje fico-me por aqui.

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The Parting Glass - Loreena McKennitt

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Dias felizes

segunda-feira, setembro 09, 2024

Quando as mulheres divorciadas soltam a franga

 

Se calhar é porque ainda me sinto a modos que na silly season. Não digo que não. Mas são tantas as cenas. Por exemplo, agora acabei de ouvir o Marques Mendes a confessar que aprendeu uma palavra nova no Campus da Liberdade da IL: genuflexório. Pareceu-me que estava a falar a sério. E não sei se foi com vergonha de parecer menos totó que ele mas a Clara de Sousa disse que também não sabia. Eu que não tenho ideia de alguma vez me ter ajoelhado numa igreja claro que conhecia o nome da coisa. Caraças. Mais vale desistir já da ideia de se candidatar. E não é por ser frouxo a nível de vocabulário, é por ser tão parvinho que ainda vem gabar-se disso. 

Mas o tema de hoje não é o défice vocabular do putativo candidato a PR nem a falta de esperteza dos entrevistadores que não são capazes de perguntar aos directores da polícia, ao director dos guardas e aos próprios guardas porque é que não se lembraram de olhar para as imagens das câmaras (agarram-se àquilo de não haver gente nas torres de vigilância e não percebem que seria mais fácil se estivesse alguém com atenção a olhar para os ecrãs onde passam as imagens captadas pelas câmaras): o tema hoje são as mulheres divorciadas que, mal se apanham solteiras, livres e boas raparigas, soltam as amarras que existiam dentro delas.

Veja-se a Catarina Furtado. Desdobra-se em entrevistas, que a culpa também foi dela, que agora já vai ser melhor namorada e mais não sei o quê. E diz que está numa fase toda xpto, mais picante e tal e coisa. E faz sessões fotográficas em que se mostra mais sexy, nomeadamente nua na banheira, com arzinho de atrevidota e coiso.

Catarina Furtado mostra-se nua na banheira

É como a Jennifer Lopez. Desde que se separou do Ben Affleck que se mostra mais poderosa que nunca. Agora apareceu de uma maneira que toda a gente a abençoou. Um vestido que vai lá, vai. Quase que poderia parecer um aventalinho mas está bem, está. Não sei se nas costas tem um letreiro a dizer: 'desfaz-me os lacinhos, se faz favor' ou se 'ora chupa, ó Ben Totó'

Jennifer Lopez em vestido Tamara Ralph na passadeira encarnada do Festival International du Film de Toronto, no dia 6 setembro 2024. SPUS / SPUS/ABACA

E até poderia recuar aos tempos em que a malograda Lady Di usou o chamado 'vestido da vingança' ao aparecer pela primeira vez em público após o marido ter admitido publicamente ter um caso extra-conjugal.

Uma lição sobre o dress code para enfrentar o mundo depois de um marido anunciar que afinal há mesmo outra

Acho muito bem. 

Mais. Que isto nos sirva de ensinamento. Por exemplo, mero exemplo, se um dia virmos a Santa Isabel Jonet, a ilustre Madama Cavaca ou mesmo a Senhora Dona Esposa de Marques Mendes ou qualquer outra senhora do género aparecerem descascadonas, a anunciarem-se picantezonas, já sabemos: o sagrado matrimónio foi à vida.

Tirando isso, pode falar-se de quê? Não sei. 

Só se for sobre o facto do Montenegro ainda não ter capturado, ele próprio em missão, os 5 foragidos. Mas isso não é notícia. Ninguém estaria à espera de tal proeza. Na volta deve andar a ver se angaria, ele mesmo, professores para preencher as vagas nas escolas. E riam-se, riam-se. Julgam que estou a brincar? Olhem que não, olhem que não... Sei de fonte segura que é menino para se ocupar com coisas do género (embora não necessária ou não exclusivamente com professores -- e não me peçam detalhes pois tenho por hábito proteger as minhas fontes). 

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Uma boa semana a começar já nesta segunda-feira