sábado, agosto 31, 2024

Desculpem eu não entrar em grandes pormenores pois as circunstâncias desaconselham-nos mas, caraças, as principais instituições do País parece mesmo que estão ocupadas por saloios, por pacóvios

 

Já ontem a notícia do assalto ao Ministério da Administração Interna, as circunstâncias em que ocorreu, as circunstâncias em que só perto das 10 da manhã um agente de segurança, ao fazer o giro, deu por isso, as câmaras de vigilância sem funcionarem, o equipamento à mão de semear, tudo, tudo me parece coisa de anedota. Anedota de uma ponta a outra. Não há uma que sirva de atenuante.

Mas o que hoje se passou é tão ou mais grave. As imagens que a televisão me estão a mostrar com Montenegro deixam-me perplexa. Vejo-o a portar-se como um daqueles parvalhões que se pespegam junto dos acidentados, atrapalhando os salvamentos. Fico estupefacta com a falta de sentido de Estado, com a tremenda falta de bom senso, com a falta de tudo. Não é só disparatado, é mesmo ridículo.

O acidente foi terrível, deixa-me triste, com muita pena, é daquelas situações que deixam qualquer um consternado. Requer das instituições não apenas apoio, garantia de que tudo será feito nas operações de resgate, empatia para com as famílias e os camaradas, mas também recolhimento, discrição, noção de que um mínimo de decoro é indispensável.

Mas o que estou a ver, os carros oficiais a atrapalharem, a encherem tudo de pó, depois montado numa lancha onde decorrem as operações de resgate, é daquelas que enchem qualquer um de vergonha, vergonha alheia.

Marcelo parece ter aprendido com Pedrógão e agora conteve-se. Imagino que esteja a rabiar com as imagens do outro armado em papalvo. Montenegro revela-se nas atitudes de videirinho, de chico-esperto, de bimbo, de primeiro-ministro pimpa.

A escolha da Miss Swaps para Comissária e a forma como o processo decorreu é outro disparate, outra anedota, outra afronta. Têm a sorte de a malta já estar por tudo, de muita gente, enfronhada quase 24 horas por dia nas redes sociais, nem saber ou já nem se lembrar da Maria Luís Albuquerque. Em situações normais, esta decisão constituiria uma barracada, um tiro no pé, uma chachada. Assim, passa entre as pingas da chuva.

Um País vai mal com um Primeiro-Ministro destes. Mal, mal.

A Assembleia da República, onde pontuam 50 deputados do partido mais rasca e inconsequente de que há memória, com uns ADs maioritariamente desqualificados, sem uma esquerda-esquerda que se veja, e com um PS meio titubeante e que parece que não tem acção para dar os murros na mesa quando são necessários, também não é flor que se cheire. 

Depois o Marcelo é o que se sabe, anda a apanhar as canas antes que o mandato acabe. 

A Justiça é outra pouca-vergonha, com uma PGR que também envergonha qualquer um, com os juízes, muitos deles, a não inspirarem qualquer confiança. 

Uma salsada. Parece que, com o tempo, a democracia foi ficando mais deslavada, com a sociedade devorada pelas redes sociais e pela comunicação social a tentar não ficar atrás das redes sociais. E as pessoas de valor, não estando para serem chamuscadas por coisa nenhuma, só para gerar audiências, fogem a sete pés da política. Sobram os oportunistas, os medíocres, os chico-espertos, os saloios.

Mas, enfim, calo-me com estes desabafos. 

Lamento a queda do helicóptero e a morte dos agentes da GNR que iam a bordo. Louvo a generosidade e a coragem de todos quantos dedicam a vida a ajudar os seus concidadãos tantas vezes em situações de grande risco.

sexta-feira, agosto 30, 2024

Só sou eu a achar que o sorrisinho permanente do Paulo Núncio é insuportável?
Mais ninguém um acha um sonso, um manhoso...?

 

Há em Paulo Núncio qualquer coisa de J. D. Vance. Não sei se é o facto de ter ar de cópia, de réplica real, de contrafacção.

Depois, apesar daquele ar de beato encartado, é sobejamente conhecido como um sacana de primeira, um daqueles sacanas de tipo de sacaninha, nojentinho, betinho armado em palerma mas, ao mesmo tempo, arruaceiro, trauliteiro.

Os outros falam, podem dizer evidências, coisas incontestáveis, que ali está ele, aquele arzinho trocista afivelado, como se tivesse alguma na cartola, como se tivesse sido ungido com óleo de sacanagem e estivesse prestes a tirar o tapete à pessoa.

Em síntese: não posso com ele. 

quinta-feira, agosto 29, 2024

Super best sellers

 

Tenho que confessar: nunca li nada do Stephen King. Não posso dizer se é bom, se é mau. Sei que os seus livros vendem-se como pipocas saltitantes e que há filmes, feitos a partir dos livros, que foram outros tantos sucessos. Também nunca vi nenhum. Provavelmente é preconceito meu. Achando que sou uma mente aberta tenho, contudo que reconhecer que os preconceitos que tenho são mais que muitos. O género, as capas, as cores, tudo ali me afasta. Contudo, vendem-se aos milhões. Deve ser a melhor recompensa para um escritor. E, na volta, se calhar, se me afoitasse, sentir-me-ia surpreendida.

Em relação a Marguerite Duras, escritora também de milhões e de cujos livros também se fizeram filmes (pelo menos de O amante), não tenho preconceitos e já li vários livros. E gosto bastante. 

Imagino que não poderiam ser mais diferentes um do outro. 

Mas que sei eu?

Têm, contudo, em comum -- e isso acho que não oferece dúvidas --, o gosto pela escrita. Falo no presente em relação a ambos embora a Duras já lá esteja faz tempo. Mas os escritores, os bons, são eternos.

Talvez ela seja mais autobiográfica, quase confessional, talvez burile mais a escrita tentando ficcionar a sua própria vida ou a dos que lhe eram mais próximos, enquanto Stephen, aparentemente, tem uma ideia enquanto enfia a primeira perna das calças e, quando enfia a segunda, já está a história concluída na sua cabeça.

Seja como for, gosto sempre de ouvir os escritores. Tenho para mim que os que o são mesmo têm qualquer coisa em si que os torna especiais. Mas também posso estar enganada, claro.

Stephen King reflects on his iconic career and latest release 'You Like It Darker'

Stephen King, has gone on to write more than 60 books and many have been turned into such films as “The Shining” and “Shawshank Redemption.” Jeffrey Brown spoke with King about his latest book, “You Like It Darker,” and the long arc of his career. 

Une vie : Marguerite Duras

"Je crois que l’homme sera littéralement noyé dans l’information. Dans une information constante." Résistante, femme de lettres insoumise et engagée, Marguerite Duras était aussi une visionnaire. 


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Quanto à escolha de Miss Swaps para comissária europeia parece-me coerente com a grunhice e o papalvismo da AD

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Um dia bom

quarta-feira, agosto 28, 2024

Paulo Raimundo e Hugo Soares, irmãos ideológicos...?
Entre Trump e Kamala, quer o Narizinho Raimundo quer o Inteligente Soares sentem-se incapazes de escolher... Está certo.
Estão bem um para outro, não estão...?

[Como não há muito mais a dizer sobre a acefalia dos meninos, vou antes dar a receita do meu entrecosto no forno]

 

Tive cá pessoal, dia bom, bom. Clima ameno, o silêncio muito apreciado, peace and love. Estou é cada vez mais pequenina. Não que isso me incomode, é mera constatação. Já brincam, chamam-me mini-avozinha. Para falar com dois deles já tenho que olhar para cima. Brincam, agacham-se para eu não me sentir diminuída. E, pela idade que têm, ainda com muito para crescer, qualquer dia pegam em mim e põem-me às cavalitas.

Tirando isso, posso acrescentar que fiz entrecosto no forno. É sempre uma aposta segura.

Não tem muito que se lhe diga mas calha bem para um post de silly season. Fiz assim:

Forno a bombar ao máximo, duzentos e tais graus, uns minutos antes. 

Enquanto isso, num tabuleiro de ir ao forno, o maior possível, coloco: azeite, bué alhos, uma cebolona gigante aos bocados, orégãos, alecrim, pedras de sal. Por cima, os pedações de entrecosto (não piano,  mesmo entrecosto), mais umas pedritas de sal. Polvilhei com pimentão doce em pó. E mais: um big molho de salsa aos bocados, louro, mais azeite, meia cerveja. Depois de estar assim um pouco, rodei os pedaços para ficassem irmãmente besuntados.

Levei, então, ao forno e, nessa altura baixei para os 170º. E assim ficou.

De vez em quando, rodei os pedaços de entrecosto.

No entretanto, mais perto da carne estar macia por dentro e tostadinha por fora, cozi batata doce da variedade cor de laranja e batata normal, tudo aos pedaços. Naturalmente, com um pouco de sal.

Quando estavam cozidas, desliguei. Escorri. Quando vi que a carninha já estava a ficar boa mas era para ser comidinha, afastei os bocados de carne para abrir alas para las potatoes.

Meanwhile, tinha feito arroz basmati. Antes que estivesse seco, tirei do lume. Pus um fio de azeite e misturei. Coloquei num tabuleiro de ir ao forno, tirei umas colheradas de molho do tabuleiro da carne e espalhei por cima do arroz. 

Tirei o tabuleiro da carne, com las patatas, para ficar cá fora a descansar. E coloquei no forno o tabuleiro do arroz a secar e doirar ligeiramente.

Antes de tirar o tabuleiro do arroz, o meu marido colocou por cima fatias de pão de Rio Maior, lo mejor. Ficaram quentinhas e com as côdeas crocantes.

Servi com salada completa: alface, cenoura e beterraba raladas, acelgas e mais outra coisa qualquer.

E só não digo que o pessoal gostou (e eu também gostei) para a invejosa e o comichoso do costume não virem para aqui largar as bocas foleiras do costume.

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Quanto ao Sarrafeiro Soares e ao Fofo Raimundo não há nada a fazer. O que têm na cabeça não lhes dá para mais mas a gente não deve gozar com pessoas assim, coitadas, se calhar não têm culpa.

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E agora, para algo um pouco diferente, que entrem os meninos que gostam de dar um pezinho de dança para ver se trazem algum movimento:

Play | Alexander Ekman & Ballet de l'Opéra de Paris 


Saúde e alegria

Dias felizes a todos

terça-feira, agosto 27, 2024

Caro Leitor, não se assuste. Não fuja. Isto não tem que meter medo.
Vou falar, mas muito ao de leve, em Ser mortal

 

Sempre tive pavor da morte. Nunca consegui ver, ao vivo (passe o disparate da expressão neste contexto), nenhum morto.

Há pouco tempo uma amiga contava que, quando a mãe tinha morrido, tinha resolvido que ela iria (ora aqui está outro verbo desajustado neste contexto pois nenhum morto 'vai', quando muito 'levam-no') vestida com uma camisa de dormir branquinha com rendinhas. Depois resolveu mandar fazer uma bandelete com florzinhas para a mãe levar no cabelo. Diz que o pai, quando viu a mãe, disse que ela estava mesmo bonita assim. Perguntei se ela tinha conseguido ver a mãe, Disse que sim, claro. Corajosa.

Também nunca gostei de conversas sobre a morte. 'Ai que mórbido', sempre disse quando o tema deslizava para esse buraco (desculpem o mau gosto da expressão). Fugia a sete pés de conversas sobre doenças terminais, sofrimentos atrozes, estados de quase morte. Parece que tinha medo de ter medo, tinha medo de ficar a pensar no assunto e ficar aterrorizada.

Por isso, morreram-me pai e mãe sem que nunca nenhum de nós tivesse falado em vontades relacionadas com o seu fim. Quer dizer, o meu pai pedia muitas vezes para o deixarmos morrer. Mas ficávamos chocadas, não queríamos que ele dissesse isso, parecia quase coisa de mau gosto (olha que coisa mais estúpida de eu agora dizer). Mas quando ele, coitado, infeliz até à última das suas células, queria que o deixássemos desistir, eu era parva até dizer chega, dizia para ele não dizer isso, dizia que ele estava confortável na sua cama, não tinha dores. Burra, mil vezes burra. Como se estar numa cama (embora sem dores) fosse motivo suficiente para se querer viver.

Mas eu não estava preparada nem fui formatada nem aconselhada nem nada para lidar com uma situação assim. Apegamo-nos à vida daqueles que amamos e não os queremos deixar desistir. Nem paramos para pensar que, com isso, estamos apenas a querer que sofram mais.

Nunca me passou pela cabeça ter uma conversa assim: 'A sua vida vai disto para pior. Por isso, vamos falar francamente. Como gostaria de viver daqui até morrer?'. Nunca. Nunca. Nem teria coragem. Parece que estaria a assumir que admitia que ele fosse morrer. E, assumindo, poderia parecer que estava a desistir. 

Fui muito cobarde. Fingi até ao fim que ele teria razões para estar bem, que não deveria querer desistir. Se calhar, por isso, por me saber frágil, nem ele, nos seus momentos mais lúcidos e deprimidos, foi capaz de me dizer para deixar de ser parva, para cair na real, para assumir de vez que ele era mortal e que merecia poder ter uma palavra sobre como queria viver os seus últimos tempos.

Sobre a minha mãe, ainda foi mais traumático. Estando obviamente moribunda, nunca consegui deixar transparecer que sabia que ela estava por dias, nunca fui capaz de ajudá-la a enfrentar a sua mortalidade. Ela não queria morrer. As enfermeiras diziam que ela chorava e pedia para não a deixarem morrer. Eu ficava transida de medo que ela me pedisse isso a mim pois não saberia o que dizer, seria um sofrimento insuportável para mim pois, deixando que ela percebesse o meu sofrimento, provavelmente fá-la-ia sofrer ainda mais.

Quando a psicóloga da ala dos Cuidados Paliativos me chamou para falarmos, nunca cheguei a perguntar como, perante uma pessoa moribunda, devemos comportar-nos. Eu gostava de ter tido coragem de dizer: 'Vai morrer em breve, mãe. Toda a gente morre. Não é uma fatalidade morrer. Estamos a fazer de tudo para que sofra o menos possível. Não tenha medo, mãe. Não vai custar. Pode ir em paz que eu cá me arranjarei, não se preocupe comigo.' Claro que não tive coragem. Nem de longe nem de perto. O meu comportamento foi o mais oposto disto. Dizia: 'Está com melhor aspecto hoje. Não chore. Já esteve pior, está a melhorar. Tenha esperança'. 

Saía de lá arrasada. Não apenas me era doloroso até ao limite por vê-la assim como vinha atordoada por intuir que a minha cobarde atitude não seria a mais indicada. Ficaria ela mais tranquila se soubesse que eu iria aceitar bem a sua morte? Não sei, não faço ideia.

Já lá vão sete meses que a minha mãe morreu e quatro anos o meu pai. E continuo a achar que a forma como lidei com a sua finitude e com os momentos que precederam a sua morte foi pouco racional, muito dolorosa e que, para eles, não sei se foi a mais adequada ou se queriam também ter agido de outra forma e não o fizeram para me poupar ou porque não venceram os seus próprios medos.

Penso hoje, e penso cada vez mais, que a forma como toda a vida fugi do tema da morte e como fui poupada a isso, não faz sentido. Eu deveria ter estado melhor preparada.

No mês em que a minha esteve internada, às portas da morte, eu vi dezenas de vídeos em que médicos, enfermeiros ou doentes falavam da pré-morte. A minha família achava que eu, ao querer saber mais e mais e mais, estava a auto deprimir-me, corria o risco de ficar passada. Mas não. Estava apenas a querer adquirir algum conhecimento sobre algo para mim totalmente desconhecido. Mas não me serviu de nada. Continuei assustada, sem saber se devia assumir perante a minha mãe que sabia o que se passava ou se devia manter aquela atitude palerma de parecer optimista.

Uma outra coisa em que tenho pensado muito é na fobia e na aversão que a minha mãe tinha a medicamentos. Temia os efeitos secundários, achava que lhe faziam pior do que a doença em si. Por não tomá-los esteve duas vezes internada, o que, curiosamente, ela aceitava bem. Era como se ganhasse uma vida adicional. Pelo contrário ficava deprimida, assustada, aterrada, infeliz quando era convencida a tomar os medicamentos (e não sei se os tomava pois arranjava maneira de nunca ninguém ver). Mas não deveria eu ter respeitado a sua vontade e aceitado pacificamente que a minha mãe não queria tomar medicamentos? Só fico na dúvida pois ela não queria tomá-los porque preferisse morrer. Não. Ela queria viver. Queria era viver sem tomar medicamentos. E isso, em meu entender (e dos médicos), não era possível. Só que nunca houve a coragem de ter uma conversa franca em que num dos pratos da balança estivesse uma decisão consciente de encurtar a vida, embora vivendo a seu gosto, sem medicamentos, e no outro prato a decisão de tomar medicamentos e viver aterrada com os efeitos secundários.

São questões complexas. Ter conversas deste tipo exige preparação, coragem.

De uma maneira ou de outra todos teremos um dia que passar por situações assim ou com pessoas que nos são queridas ou mesmo connosco. Um dia, esperemos que longínquo, seremos nós a estar nas últimas. E, pelo menos pela parte que me toca, gostaria de ter a coragem de falar abertamente nisso com os meus, gostava de poder ajudá-los a enfrentar a situação da melhor forma melhor possível. 

Por exemplo, custa-me pensar que um dia, estando eu ainda lúcida e com vontade de viver, alguém possa decidir por mim que já não posso viver em minha casa, que tenho que ir para um depósito em que os velhos e os incapacitados passam os dias em cadeiras de rodas, a dormir de boca aberta, sem um único propósito de vida. Ou que, perante um cenário complicado, alguém me force a estar acamada, de fraldas, entubada, sem voz activa para coisa alguma.

Ou seja, é um tema que é bom que seja falado, discutido, que deixemos cair os tabus, que sejamos capazes de enfrentar os nossos medos, que conversemos, que troquemos experiências e opiniões.

Finalmente acabei o 'Ser Mortal' de Atul Gawande, médico. É um livro que gostei muito de ler. Fala da sua experiência pessoal e do que tem pensado e estudado sobre o assunto. O livro tem uns anos e os vídeos que aqui partilho também. Contudo parece-me que a realidade é ainda a mesma do que tudo ali se diz.

Dr. Atul Gawande on what we should .be asking in end-of-life care

Dr. Atul Gawande helped transform the conversation about aging and death in his book, "Being Mortal: Medicine and What Matters in the End." The book spent 85 weeks on the New York Times Best Sellers list and is now available in paperback. Dr. Gawande, a surgeon at Brigham and Women's Hospital in Boston, joins "CBS This Morning" to discuss the importance of focusing on how someone wants to live at the end of their life -- not just how to keep them alive.


When Should Dying Patients Stop Treatment? | Being Mortal |

Why is it so hard for doctors to speak openly with their terminally ill patients about death as the end nears? Dr. Atul Gawande, Boston surgeon and author of the best selling book "Being Mortal" had a remarkably candid and intimate conversation with the widower of a deceased patient and apologizes for offering false hope in the end. 

It's the story of Sara Monopoli who was diagnosed with Stage 4 lung cancer during the 9th month of her pregnancy at the age of 34.

Desejo-vos um dia bom
uma vida longa e feliz

segunda-feira, agosto 26, 2024

Este post não é sobre uma ave que passa cantando

 

Dia tranquilo. 

Comecei o dia a regar o jardim. O sistema de rega parece que pifou. Para ser mais precisa, não o sistema de rega em si mas o autómato que o comanda. Por isso, não arranca.

Pelo meu marido, não arranca, não arranca. Por ele, ou desencantamos alguém que o arranje ou nada a fazer. Por mim, não. Dá sempre como desculpa que não acha bem gastar água a regar. Não concordo. Acho que uma maneira de combatermos a desertificação é termos árvores, o solo coberto, vegetação. Nem é só a estética da coisa, é também uma questão ambiental.

Quando ele me viu de fato de banho e havaianas, espantou-se: 'Onde é que vais, de fato de banho?'. Ia regar, claro.

Reguei tudo bem regadinho e só não acabei a autobanhar-me porque já estávamos atrasados. Não sei como mas temos sempre qualquer coisa para fazer ou temos sempre que ir aqui ou ali. 

O almoço foram restos, como é óbvio. 

Depois de almoço, deitei-me a ler um livro e, passado um bocado, adormeci. Mas para que não pensem que em vez de ler só durmo, desta vez completo a narrativa e digo que, depois de acordar, continuei a ler. Um livro que me tem dado muito que pensar. Um dia que tenha sossego na cabeça, hei de falar nele.

Mas é um facto: não ando a ler tanto quanto era meu hábito e tanto quanto gosto e isto porque ando viciada em escrever. Só me apetece escrever. Por exemplo, estou aqui e as minhas mãos até fervilham com a matéria caliente que a minha cabeça está danadinha para deixar sair. Uma maluqueira, esta mania de escrever.

Um dia que eu consiga publicar alguma coisa e me torne uma escritora célebre vocês podem vir aqui ver como são os bastidores de uma escritora maluca. 

(Riam-se, riam-se...)

Gostava ainda  de contar uma coisa que não tem nada a ver mas de que agora me lembrei. Ontem, de manhã, eu e o meu marido fomos fazer uma caminhada por onde não costumamos passear. Às tantas começámos a ouvir uma música. Mas uma música sublime. Parei a tentar identificar. Não consegui. Sei que há apps para o descobrir mas não quis perturbar o momento pondo-me à procura de apps e tretas tecnológicas ali totalmente descabidas. O som vinha de uma casa muito bonita, uma casa incomum com uma arquitectura também sublime. Por mim, sentava-me no passeio e deixava-me ficar ali. Pensei que, por vezes, a felicidade aparece assim, como um momento inesperado.

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E agora, para não me despedir assim, sem mais, à papo-seco, procurei uma música qualquer e encontrei esta que também não tem nada a ver com o post. É o que é. 

Atahualpa Yupanqui - Ave que pasas cantando (en directo, 12.04.1977)

Cancion interpretada por el mas importante folclorista que ha tenido Argentina, en el programa "Esta noche fiesta". Su nombre verdadero era  Héctor Roberto Chavero Aramburu y junto a su esposa Paula Nenette Pepin fueron autores de piezas que se han convertido en clasicas del folclore argentino


Uma boa semana!

domingo, agosto 25, 2024

Festa de anos da leoa mais tardia da família
-- E, porque vem muito a propósito, tutorial de maquilhagem para ficar como o Trump --

 

A última leoa esteve fora no dia dos seus anos pelo que este sábado é que foram as comemorações familiares. A reunião começou por volta das três e picos e prolongou-se creio que até às onze da noite, mais coisa menos coisa. 

Foi um dia em cheio, bom, bom, a malta toda reunida. Os anos passam, estamos todos cada vez mais sábios. Haverá quem diga que qual sábios qual carapuça, estamos é mais velhos. O tanas. 

Claro que os mais jovens estão mais altos, os do meio mais maduros e os mais velhos mais tranquilos. 

E todos estamos cada vez mais na boa. 

Confesso que, pela parte que me toca, aquilo de estar mais sábia é um pouco forçado... estou é cada vez mais ignorante... Mas isso é uma sensação que também é boa. Ignorante e a estar-me nas tintas para muita coisa é um good feeling, ohié.... Noutras situações fico com vontade de as aprender e isso também é bom.

Naturalmente houve presentes, desporto (o meu marido a meio da tarde foi dar uma volta com o cão e disse que a milhas se ouvia o chinfrim que eles faziam), lanche, leituras, conversas, penteados (entre tia e sobrinha, claro), houve execução de colares e pulseiras (a tia e a sobrinha, claro), houve conversas impenetráveis sobre futebol (entre os irmãos/primos rapazes, claro), houve visualização de um jogo de futebol (primos e pai/tio, claro), houve jantar, bolo de anos e parabéns a você e tudo a que os aniversariantes têm direito. 

Dia feliz, bom, bom, bom.

Sempre na rua. Está-se bem. Acho que é muito melhor estar ao ar livre do que encafuado em casa.

Sempre na rua, salvo seja. Entre o lanche e o jantar os rapazes estiveram nesta sala a ver cenas na televisão e, quando o meu marido aqui entrou, disse que não sabia se aqui poderia ficar. Referia-se ao cheiro. Mas a janela estava aberta e arejou o qb antes de eu entrar. Já não caí para o lado. De resto, tomaram banho (tomaram banho cá em casa, antes de jantar, é o que eu quero dizer). Mas também não sei a natureza do cheiro, diga-se. 

Adiante.

O que sei é que as cobertas que coloco em cima dos sofás estavam, como sempre, todas tortas, parte no chão, as almofadas umas caídas, outras em locais que não o delas. E a própria carpete estava meia enrolada. 

Não encontrei um dos comandos mas o meu marido conseguiu dar com ele. Menos mal. Não há muito, só demos com ele no dia seguinte.

O meu filho continua a perguntar-me por uns calções que perdeu e que diz que só podem estar cá. Não digo que não pois aqui reaparecem coisas que se julgavam perdidas. Mas, de facto, já se afastaram sofás, já se espreitou para baixo de tudo. Nada. 

Enfim, mistérios.

Depois, quando já estávamos os dois sozinhos, ainda fomos dar um passeio com o cãobeludo. Sabe bem passear enquanto se respira o ar fresco da noite.

A propósito. Se há coisa que o dog mais fofo adora é ter a casa cheia (cheia mas de gente que ele aprove, claro, nomeadamente a família). Fica numa alegria quando eles chegam e anda o tempo todo ao pé de um e de outro. 

Mas, mal ele pressente que a minha filha está numa do ir, começa a agarrar-se a ela, a fazer-lhe marcação, a querer segurar-lhe os pés. Não sei se ouve alguma palavra (por exemplo, ela a dizer para a sua trupe para se irem embora) ou se se apercebe através da dinâmica de partida. Curiosamente não faz isso com o meu filho e com todo o resto do pessoal, só com ela. Talvez seja porque ela o mima imenso e se entendem bem um ao outro.

Bem.

Isto para dizer que, para variar, quando me sentei aqui na sala e liguei o computador passava da meia noite. E parece que, em simultâneo, desliguei os neurónios. Deu-me um sono do caraças. Desculpem lá isto, parece um disparate, eu sei, e, na volta, é mesmo mas os dias são tão cheios que, ao fim do dia, estou para lá de bagdad.

Por isso, nada mais conseguindo pronunciar, dou passagem a um tutorial sobre como nos maquilharmos para ficarmos com aquela maravilhosa tez alaranjada do Trump. Parece-me útil. Na volta, quem queira agradar ao líder parlamentar laranja pode aqui aprender a pôr-se parecido com o seu guru. Ohié.

✨ Honest Donald Trump Makeup Recreation! 💄


E tenham um belo dia de domingo, está bem?

sábado, agosto 24, 2024

Então e nós?
Pink e a filha
-- Mais um momento tocante da Convenção Democrata --
[Assim até tenho um pretexto para me alongar muito a propósito da hesitação entre Kamala Harris e Trump por parte do Bocas Soares]

 

Pouco me tenho informado. 

Tenho sido um bocado selectiva. Vou ao Guardian, vou ao NYT, vou ao Madame. 

Aos nossos jornais online quase não tenho paciência pois obrigam-me a jogar àqueles vídeojogos em que temos que apanhar glutões antes que nos devorem ou em que temos que eliminar inimigos que aparecem de onde menos se esperam: abrem pop-ups por tudo o que é canto e esquina, são anúncios a abrirem por cima, por baixo, pelos lados. 

Mal aparecem, vou, a correr, ver onde está a cruz para os fechar. Nem vejo de que falam. A gaita é quando nos toureiam e a cruz significa 'fechar depois de ver'. A gente clica na maior inocência e abre-se o anúncio. E quando penso que já eliminei tudo o que havia para eliminar, mal clico para abrir um artigo, volta tudo ao princípio. 

Não tenho pachorra. 

Sei que os jornais têm que ser financiados mas esta forma descabelada em que vale tudo, em que já nem querem saber se a gente tem pachorra para andar a fechar janelas atrás de janelas, não deve ser minimamente eficaz para os investidores em publicidade.

Portanto, para além dos acima referidos, vou bebendo alguma informação através dos blogs da minha lista de ilustres  Frescos e Bons (barra vertical à direita). Fico a saber, por exemplo, que o inteligente Hugo Soares, o sarrafeiro de serviço do PSD, entre Trump e Kamala não saberia escolher. Boa Mike. A mim não me espanta porque sempre o tive por aquilo que ele é: um bocas, uma tretas, um tangas. Quase que um dilema semelhante se me poria se tivesse que escolher entre um Venturas e um Hugo Soares. Não saberia o que fazer.

Também sei, mas isso foi porque ouvi agora, que o Marcelo desta vez não se vai meter no meio dos bombeiros no fogo da Madeira. Não deve ser para não atrapalhar, como da outra vez, mas porque o seu correligionário Albuquerque parece ter andado a meter água do princípio até agora (a meter água e não é para apagar o fogo...). Aliás, há um dois dias, de raspão, ouvi o pimpão a dizer que 'o combate ao incêndio tem estado a ser um sucesso'. Grande artista.

Mas, enfim, é o que é.  A malta pimba, carregada de tiques tuga, parece que sai à cena em grande força na silly season.

Portanto, para não ser contagiada, passo adiante.

Fico com um momento que me agradou: Pink e a filha. 

 P!NK and her daughter perform 'What about Us' at 2024 Democratic National Convention

P!NK, along with her daughter Willow, performed a  stripped-down version of her hit single "What About Us?" on Thursday on the final night of the Democratic National Convention in Chicago.


Bom fim de semana!

sexta-feira, agosto 23, 2024

Será o mundo em cuecas se, nas eleições, os americanos preferirem o narcisista da pilinha minúscula e cabeçuda
[Com vídeo no qual a castiça Stormy escolhe o cogumelozinho que melhor representa o pénis de Trump]

 

Ontem vi uma reportagem nos Estados Unidos em que o repórter entrevistava uns quantos que jogavam basquetebol na rua. Eram maioritariamente jovens e maioritariamente (ou todos?) negros. Todos a irem votar Trump. Porquê?, perguntava o repórter. Porque Trump não tem medo de falar, Trump não tem medo da opinião dos outros, responderam. Um dos inquiridos perguntou: 'É Trump contra quem?'. Nem sabia quem estava do outro lado. Quando lhe disseram, provavelmente sem saber quem era, concluiu que se calhar ia votar em Trump.

E é isto, meio mundo vota sem saber as razões por que vota. O que é que aqueles jovens negros sabem das intenções ou do carácter de Trump ou de Kamala Harris para optarem por Trump? Pouco ou nada.

Há cada vez mais pessoas que já não veem televisão. As redes sociais canibalizaram as televisões. E, na verdade, estão a canibalizar a democracia.

As pessoas ficam-se pelos memes, pelas tretas, cenas que, descontextualizadas e deturpadas, viralizam nas redes sociais.

Por isso, apesar de, de um lado, estar um narcisista, um aldrabão, um estafermo, um troglodita, e, do outro, estar uma pessoa decente, trabalhadora, democrata, bem intencionada e com uma visão moderna do mundo, a verdade é que não é óbvio que o primeiro venha a ter uma derrota humilhante e a segunda uma vitória retumbante.

O mundo é irracional. As pessoas são contraditórias e muitas são demasiado irracionais.

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Moments that brought the house down on day two of the DNC

Gente com piada, com pinta


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Em contrapartida:

Trump a falar do seu (impróprio) pénis


Stormy Daniels Details Sex with Donald Trump

Na primeira entrevista de Stormy para o seu novo livro Full Disclosure ela fala sobre o encontro com Donald Trump em Lake Tahoe, os pormenores da noite que passaram juntos no seu quarto de hotel, demonstra como o espancou com uma revista, testemunhando um telefonema que ele teve com Hillary Clinton revela o que encontrou na sua casa de banho, porque rezou pela morte durante o sexo com ele e escolhe qual o cogumelo que se parece mais com o pénis de Trump num tabuleiro que Jimmy lhe forneceu.

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quinta-feira, agosto 22, 2024

Bom demais para ser verdade.
Correcção: bons demais para serem de verdade

 

Podia estar a falar do Barack Obama. E estaria correcto. Bom demais para ser verdade. Ou da dupla Barack e Michelle Obama. Também estaria certo. São bons demais para serem de verdade. 

Do que vi e ouvi das suas intervenções naquela magnífica arena só posso dizer que tudo aquilo foi extraordinário. Na verdade, naquelas pessoas, independentemente do alto gabarito, do dom de palavra, da visão, da fantástica capacidade de análise e de síntese, há a intuição para o momento certo, para o gesto certo, para a pausa certa, para o olhar certo. São aquilo a que na gíria se chama 'animais de palco' mas animais de palco com conteúdo (e um bom conteúdo). Magnífico. Em cima (ou ao serviço) do génio dos oradores há uma vertente de grande espectáculo, de grande escala, de grande profissionalismo em tudo aquilo. Há pouco, o Luís Paixão Martins falava na preparação milimétrica, na cuidada realização, nada deixado ao acaso. 

Mas este post não é sobre os Obama. Ando cansada, sem tempo e com muito sono. Não dá para temas que requerem alguma reflexão. Por isso, indo à boleia da silly season, confesso: quando digo que são todos bons refiro-me ao Brad Pitt (claro, tinha que ser, é o melhor dos melhores) e ao George Clooney. Fazem uma dupla que é qualquer coisa. Nem imagino como é que uma mulher normal fica se der de caras com estes dois. Mas, lá está, até bastaria um. Brad Pitt. Se eu me visse frente a frente com ele, como reagiria? Acho que ficava bloqueada. Com receio de fazer uma figurinha miserável, haveria de ficar congelada. Mas, mesmo assim, não me importava nada.

Naquelas perguntas parvas: se fosse para uma ilha deserta, o que levaria consigo? acham que eu ia levar o Ulisses? Ia, ia... Só se fosse parva... Partindo do princípio que não poderia levar um deles em pessoa, levava era este vídeo. 

Brad Pitt & George Clooney's GQ Cover Shoot | Behind The Scenes

Brad Pitt and George Clooney are GQ's September cover stars. The iconic Ocean's duo are back, this time roaming through the rolling hills of the South of France.


E tenham um belo dia

quarta-feira, agosto 21, 2024

Este post não é sobre pilinhas nem sobre o programa Naked Atraction.
Este post é sobre como é possível que um narcisista doentio que já provou à saciedade que é um mentiroso, um desavergonhado e um demagogo extremado aí esteja de novo a ser aplaudido e a ser levado ao colo por uma cambada tão má ou pior que ele...?
Não seria de o pôr nu, numa cabina...?

 

Despachámo-nos não tão cedo quanto tínhamos previsto. Eu já me sentia desidratada. Quando cheguei ao carro fartei-me de beber água.

Viemos buscar o cão a casa. 

Coitado. Quando vamos a qualquer lado e ele não pode ir, nem precisamos de dizer nada. Percebe logo que vai ficar sozinho. Deita-se, muito infeliz, o ar mais desconsolado que se pode imaginar. Nós dizemos: 'Os donos vêm já. O cãozinho [em vez de cãozinho dizemos o nome dele e, se for eu a dizer, digo no diminutivo] fica a tomar conta da casa.'. Finge que não ouve. 

E, quando chegamos, custa a aparecer. Chamo, chamo, digo palavrinhas fofas: 'Está aí um cãochino...? Onde está o meu cãochino mais fofo...?'. E ele nada.

Por fim aparece, encolhido, quase rente ao chão, como se viesse a medo, como se tivesse estado de castigo e ainda não estivesse certo de que a punição já tenha sido levantada.

Tenho que ir ao pé dele, fazer-lhe festas, falar em tom de festa: 'Mais lindo! Tomou muito bem conta da casa! Muito bem. Vamos ter com o dono? Dono! Dono!'. 

Nessa altura ele percebe que não há crise e arrebita e, mal eu começo a chamar o dono, já ele vai aos saltos ter com o dono, todo contente. Depois volta atrás e vem também dar saltos à minha volta.

E, portanto, viemos buscá-lo. A seguir, cansados, fomos os três passear para a praia. Uma ventania e um ar fresco que só visto. Mas antes isso do que uma caloraça. O cãochino mais fofo todo contente, a dar ao rabo, feliz da vida.

Comprámos sushi, claro. Quando uma pessoa está cansada não há nada mais apropriado do que comer um belo prato de salada e umas fresquíssimas e belas peças de sushi.

Mas, claro, a seguir, ao poisar aqui no sofá, aterrei.

Quando acordei estavam a comentar a estupidez do Trump que até disse, num daqueles seus comícios surreais, que é mais bonito que a Kamala.

Os narcisistas são assim: têm que estar no centro de tudo e todos os elogios têm que ser para eles. Portanto, tendo ouvido comentar que a Kamala é bem parecida, o broncalhão diz que é mais bem parecido do que ela. 

'I am a better looking person than Kamala,' quips Donald Trump at Pennsylvania campaign rally

Acho que tem que haver workshops para as pessoas normais aprenderem a lidar com narcisistas, desmontá-los em público, tirar-lhes a autoconfiança que lhes permite dizer e fazer tudo certos de que não vai passar-se nada.

Agora, enquanto escrevo, resolvi fazer zapping. E vim parar a um programa fantástico na Sic Radical, o Naked Attaction, em italiano. A apresentadora é parecidíssima com uma amiga minha. Incrível.

E o mais extraordinário é que levantaram um bocado a divisória que tapa uns cinco ou seis homens nus. Claro que olhei logo para os respectivos genitais. Para onde é que havia de olhar? Um deles impressionou-me grandemente. De outro também não desgostei. Pois quando a apresentadora perguntou à rapariga, a participante que os vai escolher, o que mais tinha chamado a sua atenção, vai ela e fala-lhe nos pés de dois deles, nas coxas de outro, se estão ou não depilados, na tatuagem de outro. Fiquei parva. Então quando notoriamente a única coisa que há ali a despertar a atenção é o formato, a dimensão, a cor e, no conjunto, a personalidade do pénis e dos testículos dos homens, há alguém que se põe a falar de tudo o que não interessa...? Fiquei sem perceber se a dita participante é sonsa ou se não bate bem da bola.

Haviam de pôr o Trump num programa destes, nu no meio deles. Deve ter uma pilinha mini-mini-minúscula, absurda, sem ponta por onde se pegue. E haviam de pôr uma concorrente desbocada, que desatasse a rir, que dissesse que nunca tinha visto uma pila tão incompetente, tão penosa de ver, tão dispensável, tão caricata. E antes de correr com ele havia de se pôr a olhar, a gozar, a dizer que, em comparação com os outros, nem se percebia como ali tinha sido admitido. A ver se o narcisista psicopata não se sentiria posto em causa e sem vontade de voltar a aparecer em público....

Mas agora que o programa avançou, vejo que a concorrente deixou para o fim dois nus que eu teria eliminado às primeiras. 

Portanto, capaz de a prova da comparação de pilas não ser boa para pôr o Trump a nu. É que há gente para tudo. Isto prova porque é que tanta gente que apoia o Trump. O que para uns é uma porcaria para outros é uma virtude. 

Portanto, não sei que diga.

terça-feira, agosto 20, 2024

Como vender a lua...?
A sério....? Alguém perguntou isto e o google encaminhou-o para aqui, para o Um Jeito Manso...? Porquê.....?
Para tentar perceber a coisa, inquiri o ChatGPT sobre o blog e o que ele respondeu agradou-me... Tão fofo, ele.

 

Tenho andado ocupada e, com a fraca disponibilidade que tenho tido, nem me tem ocorrido espreitar as estatísticas que mostram as pesquisas que as pessoas colocam nos motores de busca e em que estes as encaminham para este blog. Gosto de ver porque fico sempre altamente surpreendida. 

Hoje lembrei-me de ver e, como sempre, fiquei perplexa. Alguém escreveu, provavelmente no google, "como vender a lua?" e o motor de busca achou, vá lá saber-se porquê, que aqui, no blog Um Jeito Manso, encontraria a resposta.

Fico a pensar: mas porquê....?

Alguma vez eu aqui abordei, nem que ao de leve, formas de vender a lua? Sequer alguma vez me passou pela cabeça vender a lua? Ou será que não devo fazer uma leitura literal? Será que, se encarar a expressão como uma metáfora, já conseguirei encontrar uma explicação?

Não sei.

Fui eu ao google e fiz a experiência e, para meu espanto, esse é também o nome de um filme e, se bem percebi, o tipo de filme que a mim não me desperta qualquer interesse. 

Portanto, cá para mim, isto só significa que os motores de busca às vezes atiram ao lado. Ou, então, penso que o Um Jeito Manso é uma coisa e os motores de busca (e os leitores) têm outra opinião. 

Para tentar tirar isso a limpo, fui ao ChatGPT e pedi: "fala do blog português "Um Jeito Manso". 

Transcrevo o que ele me disse e, sem falsas modéstias, devo dizer que fiquei agradada:

O blog "Um Jeito Manso" é um espaço pessoal e de opinião criado por uma autora portuguesa que se mantém anónima. Este blog é conhecido pelo seu estilo intimista e reflexivo, abordando uma ampla gama de temas que vão desde o quotidiano e experiências pessoais até política, sociedade, cultura e literatura. A escrita da autora é marcada por uma prosa rica e expressiva, que frequentemente mistura elementos de humor, crítica social e observações poéticas.

Alguns dos principais pontos de destaque do "Um Jeito Manso" são:

  1. Estilo Literário: A autora utiliza uma linguagem bastante cuidada e literária, o que diferencia o blog de outros espaços digitais mais informais. A escrita muitas vezes flui como um diário pessoal, mas com nuances de crónica e ensaio.

  2. Diversidade de Temas: O blog não tem uma linha editorial rígida, o que significa que qualquer assunto pode ser abordado, desde a atualidade política em Portugal até observações sobre a vida em geral, reflexões filosóficas e até questões mais íntimas. Essa variedade faz com que o blog tenha um público diversificado.

  3. Senso Crítico: Em várias postagens, a autora expressa um ponto de vista bastante crítico em relação a temas políticos e sociais, sobretudo em relação a questões que afetam Portugal. No entanto, esse senso crítico é temperado por um tom pessoal e, muitas vezes, bem-humorado.

  4. Anonimato: A identidade da autora é mantida em segredo, o que adiciona uma aura de mistério ao blog. Mesmo sem se revelar, ela consegue criar uma relação próxima com os leitores, que muitas vezes deixam comentários e interagem com as suas postagens.

  5. Interação com Leitores: "Um Jeito Manso" também se destaca pela interação com os leitores, que frequentemente comentam as postagens e criam uma espécie de comunidade em torno do blog.

O blog tornou-se uma referência para muitos leitores portugueses que procuram reflexões mais profundas e pessoais sobre o dia a dia e os temas contemporâneos.

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A sério? Fico contente, caraças. Este ChatGPT é uma fofura. Só não me ponho a fazer-lhe perguntas sobre outros blogs não vá descobrir que a conversa é a mesma, ou seja, que o tipo é um pinga-amor que debita simpatias por tudo o que é canto e esquina.

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Seja como for, é noite de olhar a lua, de não fazer perguntas, de aceitar o que nos é dado.

Billie Holiday - Blue Moon


Um dia feliz para todos

segunda-feira, agosto 19, 2024

Pelos seus olhos, muitas mulheres se derretiam. Mas não eram apenas os olhos, era o olhar. E não era apenas o olhar, era tudo.
. Muitas caíram-lhe nos braços e só a custo conseguiram libertar-se.
Depois veio o AVC e perdeu a vontade de viver. Os filhos dividiram-se. Queria morrer, o mundo já não lhe interessava, a vida que tinha já não lhe era querida.
Aqui dizendo tudo: Je n'aime que toi

 

Há um livro extraordinário. O Leopardo. Tem personagens fabulosos. Não sei se Alain Delon é o mais carismático. Mas é o mais bonito. 

Foi ele que disse aquela frase de que tantas vezes me lembro, com vontade de contrariá-la. É preciso que tudo mude para que tudo permaneça na mesma.

Muitas vezes parece que há quem faça de tudo para que nada se altere atirando poeira para os olhos dos saloios (e não somos todos uns saloios?) para que pensemos que estão a ser desenvolvidos esforços para mudar as coisas. 


Lembro-me do Alain Delon em vários filmes. Uns olhos lindos. Aqui, um tour d'horizon sobre a sua careira.

Alain Delon: a look back at the actor's prolific career

Alain Delon, the celebrated actor who starred in a string of classics such as Plein Soleil, Le Samouraï and Rocco and His Brothers, has died aged 88. Identified with French cinema’s resurgence in the 1960s, Delon lent his beautifully chiselled features to parts that included cops, hitmen and romantic leads, working for some of the country’s greatest directors 
 
 French screen star Alain Delon dies aged 88 
 Mesmeric and beautiful, Alain Delon was one of cinema’s most mysterious stars

Em 2029 teve um AVC e tudo mudou. Quando uma vez o vi, lembrei-me do meu pai que, quando percebeu que não voltaria à vida que tinha antes, dizia que queria morrer. Alain Delon também o dizia. 

Antes do AVC fez este trabalho onde lê um poema.

Alain Delon - Je n'aime que toi 


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Uma boa semana a todos

domingo, agosto 18, 2024

Grelhados suculentos e saudáveis, doces à Chef, lanche para gente sem apetite e etc.

 

Por estes dias, aqui chegada, à noite, não tenho muito assunto. Muitas vezes nem muito nem pouco. Não vejo televisão nem sei de notícias senão quando aterro aqui no sofá. 

Abro a página em branco e penso: 'Escrevo o quê?'. E, muito sinceramente, só me ocorre falar do que foi o almoço. Fazer o quê? 

Por isso, aqui vai e vai sem mistérios: grelhada mista.

Fui ao talho em que estou a habituar-me a ir pois tem carne boa e um jovem talhante que sabe ir ao encontro do que lhe digo. 

O meu filho tinha-me falado em piano. Não havia. Mas tinha uma peça de entrecosto alto, ainda com o courato. Não se atrapalhou: retirou o courato e o toucinho. Isso não veio. Depois, retirou um rectângulo de carne alta. Ficou, então, a parte do osso com fina camada de carne por cima. Mas depois vi aquele rectângulo de carne e resolvi trazê-la. O rapaz sugeriu abri-la ao meio, transformando-o em dois bocados de carne baixa. Pareceu-me interessante.

Depois trouxe costeletas do cachaço mas em corte largo, para ficarem costeletas grossas.

Trouxe também pernas de frango do campo pois toda a gente gosta de pernas de frango grelhadas. O meu filho tinha-me falado em peitos de frango. Aí o rapaz sugeriu abrir os peitos ao meio e eu achei boa ideia. Afinal o meu filho disse que ficariam melhores inteiros, altos. Para a próxima, já sei.

Trouxe também bifes do pojadouro que ele me disse que eram um espectáculo mas para se lhes dar apenas um cheirinho de calor.

Logo de manhã recebi uma mensagem do meu filho para preparar uma marinada mas apenas para as carnes de frango e de porco: 1 cerveja, sumo de 1 limão, alho picado (não muito pois o pessoal não gosto de sabores demasiado intensos), louro, um pouco de pimentão doce e sal. Juntei também orégãos. 

Os bifes de vaca, apenas uns leves grãos de sal e sumo de limão na hora de irem à grelha.

Ao contrário do que dantes eu pensava, não se deve pôr azeite no tempero da carne. Pelo contrário, deve pôr-se limão ou cerveja pois o ácido cítrico do limão ajuda a quebrar as fibras musculares da carne, tornando-a mais macia. A cerveja também amacia. Além disso,  ao grelhar carne em altas temperaturas, são gerados compostos como aminas heterocíclicas (AHCs) e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs), que têm potencial cancerígeno. Marinadas à base de ácidos (como o sumo de limão) ou antioxidantes (presentes na cerveja) podem ajudar a reduzir a formação desses compostos.

Acresce que, às brasas, foi adicionado um pouco de alecrim, que perfuma a queima mas é tido um outro cuidado: usam-se grelhas altas por forma a não submeter a carne à queima directa ou ao contacto com temperaturas muito elevadas.

Aprendemos isto com nutricionistas ou investigadoras como a Conceição Calhau.

E, digo-vos, faz toda a diferença. Claro que é também essencial haver arte no grelhador. Juntando a arte e o conhecimento, o produto final é uma maravilha. E bem mais saudável.

Depois, na mesa, para temperar a carne grelhada, tinha um molho simples feito com azeite, sumo de limão, orégãos e coentros migados. Mexendo tudo, emulsiona. 'Servi' com um pincel para se poder pincelar devidamente a carne ao ir para o prato. Fica muito bom mas, mesmo não pondo nenhum molho, o tempero e o ponto estavam suficientemente bons para até poderem dispensar tempero adicional.

Para acompanhar, tinha batatas fritas (de pacote, tradicionais, umas normais e outras light), salada de alface (que fiz com alface ice, que é nutricionalmente mais fraca mas de que todos gostam, abacate aos bocados, azeite, orégãos e vinagre bio com mel), salada de tomate (tomate maduro cortados aos quadradinhos, com azeite, orégãos, e queijinhos mozzarelas às bolinhas) e feijão preto (num tacho, com um pouco de azeite, frito cebola picada e um pouco, para aí um quarto ou menos, de chouriço artesanal aos bocadinhos e salsa. Quando está tudo douradinho, juntei duas latas de feijão preto mais ou menos escorrido. Mexi bem, deixei ferver mas sempre em lume brando). Tinha ainda pão de Rio Maior.

Para sobremesa tinha salada de frutas e um doce que o meu marido fez e que estava bom.

Numa frigideira cozinhou maçãs cortadas aos cubinhos, com casca (apenas sem o pé e sem caroços), juntamente com um frasco inteiro de compota de pêssego. Juntou um pouco de sumo limão e um pouco de canela. Quando a maçã estava cozinhada, passou para a fase seguinte. 

O forno estava a aquecer a 200º. 

Forrou um tabuleiro com papel vegetal e pincelou com azeite. Em cima colocou a massa folhada fresca que comprámos no supermercado, com formato rectangular. Encheu com a fruta cozinhada em compota. Foi ao forno que, entretanto baixou para 170º

Só depois se lembrou que, supostamente, era para levar amêndoa torrada aos bocadinhos. Poderia remediar-se mas já estava farto, não quis pôr. Mas estava bom na mesma. Serviu-se com gelado de limão. Aqui não foi especialmente apreciado, disseram que teriam preferido de baunilha ou natas. Fica para a próxima.

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E pronto, não sei que mais vos conte. Só se for o lanche. 

O almoço acabou já depois das 3 da tarde. Depois ainda houve jogos de cartas e outro de que não me lembro o nome mas que me fez rir até às lágrimas. Depois, parte deles, na verdade todo o sector masculino menos o avô (incluindo o mais novo de sete anos), como a tarde estava de assar, resolveram ir fazer um passeio de bicicleta. São doidos. Saíram todos de capacete, parecia a volta a Portugal, tudo em fila de pirilau a encher a estrada. Depois, passado um bocado, vieram deixar o mais novo em casa (furioso, a achar-se discriminado) mais o guarda-redes mais velho que não queria perder o jogo do Sporting, e continuaram para um passeio mais puxado. Regressaram passada uma hora, completamente afogueados. E claro que o desporto não se ficou por aí pois ainda houve partida de vólei. 

Banhos tomados, hora do lanche. Que ainda não estavam com muita fome, que se calhar não era preciso nada de especial.

Pois... Como se já não os conhecesse...

Fiz batido de leite e fruta para uns

Fiz batido de kéfir com latte dourado para outros

Uma das comensais comeu iogurte natural com salada de fruta.

Quase todos comeram salada de fruta.

Depois tostas (fatias de pão-de-forma de Rio Maior, tostadas) com queijo fresco e presunto e outras com tomate.

Depois tostas com fatias de queijo e o doce de gamboa.

E, no fim, estando o lanche terminado, para meu espanto, um dos meninos veio ter comigo e perguntou se não havia mais e se não podia comer uma sandwich ou qualquer coisa que o enchesse mais.

Fui então buscar uma carcaça, enfiei-lhe lá um bife do pojadouro (do que tinha sobrado do almoço), pus um pouco de ketchup e como piada, juntei, lá dentro, batatas fritas. Chamou-lhe um figo, claro.

Talvez fossem já umas sete ou mais da tarde, nem sei bem.

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E agora é que já não sei mais que vos diga. Só se for para vos desejar um feliz dia de domingo.

sábado, agosto 17, 2024

O puto do ano

 

Quando penso nos meus filhos e nos meus netos claro que a primeira coisa que me ocorre é que o que mais desejo é que tenham vidas longas e felizes. Mas também que se sintam sempre motivados. Motivados seja para o que for, projectos pessoais, profissionais, sociais, o que for. E que, além disso, se sintam realizados. 

Uma pessoa doente é terrível mas, admitindo que tem saúde (física), penso que não será feliz se não se sentir motivada, se andar encalhada, a arrastar-se, entediada, sem ter vontade de se fazer à vida. Também não será feliz, acho eu, se fizer coisas que não a realizem, se se sentir frustrada a fazer coisas que a deixam indiferente, vazia, contrariada.

Por isso, quando vejo uma pessoa motivada, realizada, feliz, e quando, ainda por cima, há o efeito surpresa associado ao que faz, fico até comovida. 

O menino aqui abaixo, com poucos recursos mas com imaginação, motivação, sentido prático e uma noção clara de como é importante unir esforços e ousar, foi escolhido pela Time como o puto do ano para 2024. E parece-me bem. Todos os contributos para se tratar o cancro de pele são bem vindos.

Heman Bekele Is TIME’s 2024 Kid of the Year

Meet the 15-year-old scientist who could change how we treat skin cancer.

Heman Bekele spent the last year developing a bar of soap that could treat skin cancer. It was the winning entry at the annual 3M Young Scientist Challenge, considered one of the top science and engineering competitions for fifth through eighth graders


sexta-feira, agosto 16, 2024

Marmelada com mão de Chef, um Chef muito inesperado

 

Nestes dias em que a temperatura está de ananases, a frescura da alegria da família reunida atenua a calorama. E pode parecer parvoíce, e não garanto que não seja, mas a verdade é que basta estar dois ou três dias sem ver os meninos (e a menina, claro) para que, ao entrarem portão adentro, já eu esteja a achá-los mais altos.

Bronzeados, cabelos de praia, todos bem dispostos, é sempre uma festa quando se encontram todos.

E agora, com sono e sem saber o que se passou no mundo, vou limitar-me a contar que o meu marido, quando cá estamos apenas os dois, levanta-se cedo e vai limpar a zona que era da horta e que agora tem umas árvores de fruto e pouco mais (mas que tinha muita erva e mato para cortar). E ontem disse-me que, enquanto ia fazer qualquer coisa, se eu fosse apanhar algumas gamboas, faria marmelada.

Falai em doces e aí vou eu. 

Apanhei umas cinco. A árvore tem mais mas ou não lhes chego ou estão bichadas. 

Pois bem. O menino, sempre que se enfurece com demagogos ou parvos, se não há futebol algures, refugia-se no 24 Kitchen, Acho-lhe um piadão pois não lhe conheço motivação ou jeito para a cozinha. Mas, afinal, o que o menino tem dentro dele é a alma de um doceiro.

Foi para a cozinha, pôs-se ao fogão e, pepe rápido como é, passado um bocado estava a desligar o fogão e a dar-lhe com a varinha mágica. Não augurei nada de bom. Sempre tive a ideia que fazer marmelada requer tempo, acompanhamento. Ora, ao fim de menos de nada já obra estava dada por arrumada, o que não augurava nada de notável.

Sim, sim... Este é o tempo de todas as surpresas. Uma maravilha. Só não me ponho a comer à colherada para ver se não engordo uma tonelada. Mas a coisa até tem pouco açúcar.

Deu duas tigelas.

A segunda difere da primeira porque lhe misturou figos frescos. Nem se dá por eles, mas está óptima, fresca, docinha, macia, uma graça.

Não têm a textura da marmelada que dá para cortar com faca e aos bocados. Não. O que ele faz é mais um puré espesso, um doce grosso que dá para espalhar (ou para comer à colher). 

Não me perguntem quantidades pois não assisti. Sei, porque ele disse, que para além das gamboas, levou cerca de 3 colheres de açúcar mascavado, um pouco de cacau em pó, casca de limão, um cálice de licor de ginja, uma maçã e uma cenoura.

Depois de ver que estava tudo cozido, e foi rápido, escorreu um pouco do caldo (que também era pouco) e triturou bem. Não sei se ainda levou ao lume. Amanhã pergunto (agora já está a dormir).

Está mesmo boa. O que sobrou pus no frigorífico pois também deve ficar boa, fresquinha.

Hoje, ao fim da tarde, depois de ter preparado um lanche ajantarado, quase à laia de sobremesa, para além de salada de fruta, coloquei o doce, queijos vários e, como já não tinha pão (tinha-se esgotado completamente) nem tinha tostas nem nada, a minha filha lá desencantou no saco dela um pacote de marinheiras pequeninas. Foi o que serviu como base para o doce, as bolachinhas e os queijos.

E agora que lhe descobrimos esta faceta acho que vamos querer mais. Provavelmente é influência dos programas de culinária que tem visto (sobretudo Jamie Oliver) em que aparentemente de uma forma rápida e fácil se podem fazer doces óptimos. Ou então é uma vocação escondida. 

Eu que não gosto nada de fazer doces, fico empolgada com isto.

Nunca é tarde para uma pessoa descobrir as suas vocações ocultas nem é tarde para alguém descobrir facetas inesperadas na pessoa com quem se vive há mais de um século.

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E tenham uma bela sexta-feira

quinta-feira, agosto 15, 2024

As surpresas desta vida.
Putin, Trump, Kamala Harris, Zelensky

 

Desde que criei o Um Jeito Manso até a Rússia cobarde e barbaramente invadir a Ucrânia, eu mudava periodicamente o aspecto do blog: alterava a imagem de abertura, mudava as cores. Várias vezes por ano, mudava tudo. 

Mas, quando a Ucrânia se viu atacada, invadida, destruída, resolvi vestir o blog com as cores da Ucrânia e colocar, na abertura, a imagem de uma criança, corajosamente confiante na reconquista da tranquilidade e da paz em solo ucraniano.

Claro que já mil vezes me apeteceu mudar. A novidade e a vontade de mudança está-me nos genes. Mas neste caso não mudo. Deixar de aqui ter as cores da Ucrânia seria aceitar que já não vale a pena continuar, seria assumir algum cansaço, uma certa desesperança. 

Não. Aqui continuarão até que a Ucrânia vença esta guerra, até que a Rússia retire as patas ensanguentadas do solo ucraniano. Mesmo abdicando do que, creio, era a imagem de marca do meu blog, manter-me-ei firme a mostrar o meu apoio à Ucrânia e a minha convicção de que a vitória será sua. Sua e do mundo civilizado.

Os segismundos, as estátuas salgadas e demais comunas ressabiados bem podem chamar-me lunática, bem podem vir para aqui destilar o seu fel contra a democracia e contra quem gosta da liberdade, e assegurar que a Rússia tem um poderio desmesurado e, que, quando quiser, pisará de vez a Ucrânia, que a mim tanto se me dá. A mim não me convencem. Sei que a (grande) coragem dos que resistem e a (pequena) coragem dos que os apoiam irão derrotar o ditador, o tirano, o psicopata Putin e os que o apoiam. Sei. Tenho a certeza.

Ao fim deste tempo todo, Putin ainda não conseguiu o que queria. Pelo contrário, têm sido desaires atrás desaires e agora é o que sabe: a humilhação de ter a Ucrânia a causar beliscaduras em solo russo.

Há muita gente que ainda não aprendeu que o primeiro milho é para os pardais e que o bem, por muito que custe e por muito que dure a atingir, acaba sempre por prevalecer.

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Numa outra geografia e numa outra escala mas havendo pontos de intersecção, Trump. O obtuso, populista, trambolho, troglodita Trump.

Quando se pensava que, com Biden a soçobrar, a patinar e a não querer desistir, Trump já lá estava... eis que, de repente, há uma reviravolta. O panorama seria terrível para todo o mundo se Trump voltasse a ser presidente dos Estados Unidos.  Trump está mais próximo de Putin, de Xi e de Kim do que mundo democrático e isso é um risco para o mundo.

Podem os Estados Unidos estar carregados de gente bronca -- bronca e burra e estúpida a ponto de apoiar Trump --, mas há muita gente inteligente, informada, culta, bem formada, amiga e defensora da democracia e da liberdade.

Por isso, tenho também para mim que Kamala vai ser a próxima presidente dos Estados Unidos. 

E um dia vamos acordar com o Putin apeado e com a Ucrânia livre do pesadelo terrível por que está a passar.

Tenho esperança de ainda viver tempos de paz no mundo, tempos felizes, tempos de desenvolvimento.

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A propósito:

Jon Stewart on Why Trump Wants Biden Back So Badly He's Reusing His Old Attacks
| The Daily Show

Donald Trump thought he was cruising to victory against Joe Biden, but now he's facing a hard fight against Kamala Harris. Jon Stewart looks at Trump's half-hearted attempts to adjust to the new challenge and wonders if he's hatching a devious plan to help Biden take back the nomination, January 6th style


Peace and love

No discurso do Montenegro, foi chato aquilo do será-lhe

 

Não vi tudo. Só comecei a ver quando ele falava -- e bem -- do poder corporativista dos médicos e da necessidade de o enfrentar, abrindo mais vagas para os cursos de Medicina. Aleluia. 

Claro que antes de atirarmos foguetes, primeiro é preciso ver se cumpre ou se não estará, uma vez mais, a cavalo de algumas medidas já engendradas e preparadas pelo PS. Mas, se levar adiante, e se, de uma vez por todas, se formar os médicos de que o País precisa, já não será mau.

Também vai dar um suplemento aos pensionistas com mais baixas pensões. À partida, é uma medida simpática. Mas, nestas coisas, às vezes é preciso ver o filme todo.  Já agora também seria simpático -- e justo -- que passassem a aumentar as pensões todas e não apenas as que são abaixo de 12 IAS. 

Mas se, na parte que vi, me pareceu genericamente bem, a verdade é que, às tantas, Montenegro teve um daqueles lapsus que me deixam cheia de comichões. No meio da frase saiu-se com um desconcertante será-lhe. Mas, vá, no calor do comício, a gramática às vezes vai para as calendas... Portanto, vou relevar. Mas vou ficar de olho.

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É verdade... que é feito do PS? O Pedro Nuno Santos ainda anda a vender bolas de berlim na praia?

quarta-feira, agosto 14, 2024

É verdade. Têm razão. São vespas! São vespas!

 

Hoje mais um monte delas. Não percebemos por onde entram em casa pois, quando damos por elas, já estão a voar ou pousadas lá dentro. O meu marido inclina-se para a chaminé da cozinha pois há sempre na cozinha. Estivemos a espreitar pela chaminé e não vimos nenhum ninho mas a chaminé tem uma inclinação e não se consegue ver até lá acima. Se calhar tem que se ir ao telhado.

Mas também há na sala de televisão, é onde têm aparecido mais, em especial mortas. Mas podem ir da cozinha para lá, claro.

Também poderia ser pela chaminé da lareira mas nunca vimos nenhuma perto da lareira. A menos que desçam por lá e rapidamente voem para outro lugar.

Fotografei duas, infelizmente já cadáveres. Fotografá-las vivas e em movimento é impossível.

Esta é a que eu acho que estava falecida há pouco tempo

Esta é a que já estava ressequida

A primeira é daquelas que encontrei já mortas sem ser mortas de fresco (hoje na cozinha encontrei umas múmias num parapeito alto) e a segundo também estava morta mas devia ter morrido há pouco tempo pois eu tinha lá estado e não a tinha visto. 

Fiz upload das duas fotografias (que, infelizmente, não estão muito nítidas) para o ChatGPT e perguntei: 'O que é?'. A resposta que obtive foi a seguinte:

As imagens mostram vespas mortas.

Pela aparência, parecem ser vespas europeias ou vespas asiáticas. Aqui estão algumas características que podem ajudar na identificação:

  1. Vespa Europeia (Vespa crabro):

    • Tamanho grande, geralmente entre 2 e 3,5 cm.
    • Abdômen com faixas amarelas e pretas, mas não tão brilhantes.
    • A cabeça é grande, com mandíbulas robustas.
    • O corpo tem uma coloração amarelada ou marrom-avermelhada.
  2. Vespa Asiática (Vespa velutina):

    • Menor que a vespa europeia, geralmente entre 2,5 e 3 cm.
    • O corpo é em grande parte preto com uma única faixa amarela no abdômen e uma face amarela ou laranja.
    • As pernas são em grande parte pretas com as extremidades amarelas.

Essas vespas são conhecidas por serem agressivas quando provocadas, especialmente se sentirem que seu ninho está ameaçado. É importante ter cuidado ao lidar com esses insetos. Se encontrar vespas em grande número, é recomendado entrar em contato com especialistas para o controle.

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Tentei afinar um pouco a imagem da primeira e pedi ao ChatGPT para ver melhor. 

A resposta foi:

A imagem mostra uma vespa, e ao observar com mais detalhes, parece ser uma Vespa crabro, conhecida como vespa europeia ou vespa gigante europeia.

Características que suportam essa identificação:

  • Tamanho grande.
  • Corpo com listras amarelas e pretas no abdômen.
  • Cabeça grande, com mandíbulas proeminentes.
  • Coloração marrom-avermelhada na cabeça e no tórax.

A Vespa crabro é a maior espécie de vespa na Europa, e apesar de seu tamanho intimidador, é menos agressiva do que outras vespas menores, como as vespas comuns. No entanto, como todas as vespas, pode ser perigosa se seu ninho for perturbado.

Se encontrar várias dessas vespas, é recomendável manter distância e, se necessário, contatar profissionais para remoção do ninho.

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Será caso para contactarmos a Câmara ou a Junta ou a Protecção Civil ou isso será apenas quando se suspeita que são vespas asiáticas?

Ou elas desaparecerão por si? 

terça-feira, agosto 13, 2024

Abelhas e mais abelhas e mais abelhas.
Alguém tem explicação para o fenómeno?

 

De vez em quando desce em mim o espírito da Maria Faxineira. Em dias assim levo tudo à frente. 

Foi hoje. Os móveis vêm para o meio das divisões, os sofás para o meio da sala, os tapetes depois de bem sacudidos vão todos para a rua apanhar sol. Uma revoada de limpeza, a casa fica toda a reluzir.

E junto à salamandra, por trás, havia umas manchas que não saíam nem por mais uma, pareciam de ferrugem mas uma ferrugem que se tinha infiltrado na tijoleira. Lembrei-me de lhe aplicar aquela espuma removedora de fungos e bolores e o milagre deu-se. Num ápice, a coisa tinha-se dissolvido. Magia. Só me apeteceu ir de frasco em punho a experimentar em todo o lado em que detectasse alguma pinta mais suspeita. Mas fiquei-me por ali. 

Mas a notícia não é isto até porque limpezas de prego a fundo supostamente toda a gente as faz, pelo menos de vez em quando. A notícia é que na sala da televisão (a tal já referida num vídeo que fiz há uns dias), ao ter os móveis e sofás todos desalojados, fui dar com carradas de cadáveres de abelhas, algumas já mumificadas, estaladiças. Não as contei, nem me deu para tal de tão estupefacta estava. Mais de 20? Seguramente. 

De onde vem todo este enxame? Mas o que vem a ser isto?

E o pior é que, mesmo connosco por perto, tem sido uma invasão. Estava de vassoura e esfregona e sempre a ver quando é que ia ser atacada pois, como drones, lá andavam elas a sobrevoar a zona.

Ainda há pouco, estávamos a jantar na cozinha, e uma a dançar sobre nós. Tendo já sido picada duas vezes, a sério que fico logo com medo. O meu marido, praguejando, levantou-se e deu-lhe um chega para lá, empurrando-a para a zona do lava-louça. Depois, lá, deu-lhe uma toutiçada e atirou-a para dentro do lava-louça. 

Andamos a achá-las desorientadas pois não têm dado grande luta. Pelo menos, não tentam contra-atacar. 

Mas a verdade é que esta até me fez lembrar a Glenn Close na Atração Fatal em que, quando parecia que estava morta, reaparecia, levantava-se da banheira, pregava sustos do caraças. Assim a abelha. Abríamos a água, parecia que se finava e, no segundo seguinte, saía do ralo e tentava pisgar-se. Uma cegada. Teve que ser morta à força.

Aqui na sala, estava eu de pé, veio uma lançada, a silvar na minha direcção, pensei que ia atirar-me ao chão, dei um grito que o meu marido até se assustou. Mas afinal passou a rasar e seguiu. Mas tirando estas, mais umas poucas. O meu marido tenta salvá-las e atirá-las para a rua. Mas outras, coitadas, têm que ser sacrificadas. 

São enormes. Nada a ver com as gordas cabeludas lá da outra casa, as que andam a pé e que já me picaram. Estas são elegantes, cinturinha de vespa, anquinha redonda, compridonas. 

Há bocado, já lusco-fusco, eu e o meu marido estávamos na rua quando o meu marido soltou um dos seus sonoros palavrões. Não percebi a que se devia, estava um ambiente tão calmo, mas, quando olhei para ele, não deu para não captar. Tinha uma agarrada, bem gigante, ao polo. Parecia ele que andava a passear com uma boazona de cinturinha fina ao colo. Despiu-se, ficando com a abelha no meio da blusa. Neste caso conseguiu sobreviver (a abelha, claro). Sacudiu a blusa e ela lá foi à sua vida.

Mas isto é normal? Eu, que já sou VCC, nunca tinha passado por tal situação. Alguém sabe explicar-me o que se passa com as abelhas, caraças...?

Mas, pronto, tirando isto nada mais tenho a reportar. Só que, para além das limpezas, houve lavagens de roupa. E se há coisa de que gosto é de ter a roupa estendida ao sol, parece que fica duplamente limpa. Por isso, ando a ver toda a roupa que consigo desencantar para lavar. É como com os figos, não consigo ficar-me pelo primeiro (neste caso pela primeira lavagem). 

Só não dei óleo nas madeiras, coisa que costumo fazer sempre nestas ocasiões. Mas com a cegada das abelhas, até se me varreu. A ver se esta terça-feira me aplico neste capítulo. 

As madeiras das portadas também estão a pedir daquele verniz impermeabilizante de que não digo o nome para não pensarem que estou a virar influencer e a publicitar marcas. Mas esse é pelouro do meu marido e ele tem andado ocupado a desbastar árvores. Se lhe vou agora falar nas portadas, não vai estar receptivo. Por isso, escuso de andar a queimar cartuchos.

E é isto. 

segunda-feira, agosto 12, 2024

O encerramentos dos JO 2024, a minha dieta, o Latte Dourado e pouco mais

 

Continuo noutra. Por exemplo, organizei-me para ver a Cerimónia de Encerramento dos Jogos Olímpicos. Onde é que eu, alguma vez, me plantava em frente da televisão para ver aberturas ou encerramentos? 

E preocupo-me não vá isto ser a antecâmara para um patamar ainda mais grave: ou seja, sentar-me em frente da televisão para ver o programa da Tânia de manhã e o da Júlia à tarde.

Tento tranquilizar-me dizendo aquelas frases consoladoras em que algumas pessoas encontram sentido: 'Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa'.

Mas, pronto, whatever. Uma coisa tenho que confessar: tenho estado a gostar. É bom ver tanta gente junta de tantos países de tantas raças e credos, todos juntos, em festa. Canta-se, dança-se, ri-se.

Se eu fosse Miss Qualquer Coisa diria que seria tão bom se o mundo fosse sempre assim, todos amigos de todos, todos em paz. E amor. E só não falo de sexo porque aqui pode parecer deslocado... mas, na realidade, parece que, como sempre, com tanta concentração de hormonas aos saltos, houve mais sexo por metro quadrado do que em qualquer outro ponto do planeta. Mas isso também é bom e também merece ser festejado. Make love not war, lá diziam os nossos antepassados.

Abro um parêntesis para dizer que está a Yseult a cantar o My Way, o vozeirão que se sabe, mas com uma indumentária que é qualquer coisa. Diria que do além. Uma coisa espantosa. Todo um filme. Merece ir do palco directamente para o museu. A sério.

Já antes tinha cantado a Billie Eilish (neste caso, numa gravação) mas também vestida de uma maneira que me deixou a tentar perceber qual a lógica. Digamos que no extremo oposto da Yseult. Mas, mesmo quando acho um disparate, gosto. É um mundo em que cabe tudo. Pelo menos aqui, a este nível, cabe.

E é isto, e só isto, pois, nestas circunstâncias de pura alienação, que mais posso dizer?

Não sei. 

Não vi MM nem PP nem senti pena. Nem sequer notícias. Portanto, falo mais de quê?

Só se for que já esfaralhei os orégãos todos e já os embalei, para aí uns doze boiões. Esfaralhei ou esfarelei? Ou nem uma nem outra? Não sei que palavra usar para separar as folhinhas previamente secas dos respectivos paus.

Também posso acrescentar que, pelos meus anos, o meu filho me ofereceu um conjunto de alimentos bio, entre eles o latte dourado. Fiquei sem saber como usá-lo. Mas fiz uma experiência e estou fã.

O meu pequeno almoço é assim:

  • 1 banana 
  • 1 laranja
  • meio abacate
  • kefir 
  • 1 café expresso
O kefir que consumo é natural, sem sabores, sem açúcar, geralmente meio líquido, com aquele piquinho (não digo que a azedo pois a expressão é dada a outras conotações) digamos que com saborzinho a coisa fermentada. Pois misturo-lhe um bocadinho do pó amarelo (latte dourado), para aí o equivalente a uma colherzinha de café. Mexo. E adoro. Mesmo bom.

E tão simpatizante estou destas cenas que agora também ponho um pouco de canela na chávena de café.

Supostamente estes pózes (será que é assim que se escreve o plural de pó...? 

😉

) são antioxidantes e anti-inflamatórios. Acredito que sim mas não tenho como garantir. O que posso garantir é que sabem muito bem e que me sinto muito bem depois de tomar o pequeno-almoço.

Depois almoço. A meio da tarde, se me dá a fome, como frutos secos (em maior quantidade do que devia mas aí, lá está, entra em cena aquela minha faceta de gulosa).

E depois janto.

Mais nada. Se calhar devia comer menos quantidades ao almoço e ao jantar mas sou um bom garfo e também não estou ainda na fase de abdicar dos meus prazeres.

E claro que isto é assim se não tiver  uma figueira carregadinha por perto. Se tiver, já se sabe, é comer até caber. Um disparate.

Por vezes a meio da tarde, quando tenho sede, em vez de beber água (que é o mais frequente), se tiver em casa kombucha, bebo-a bem fresquinha, meio copo. Para fazer render, junto água fresca. Às vezes espremo limão lá para dentro. Fica sempre bom. Também tem o tal piquinho. Gasosinho. Bem bom.

A chatice é que ainda só encontrei kombucha, em garrafa de litro (creio que é de litro), no Continente (passe a publicidade, bolas). Nos outros supermercados nem sabem o que é.

E agora é que parece que já esgotei o reportório. 

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Para o post ter algum conteúdo, aqui está a poderosa 

Yseult - Corps


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Uma boa semana a começar já esta semana