quarta-feira, março 30, 2011

Lula, doutor Honoris Causa pela Universidade de Coimbra; Dilma Rousseff presidenta amiga mas responsável. E até fica mal misturar aqui o Pedro Passos Coelho pelo que remato com uma citação de Roberto Bolaño

Luís Inácio da Silva, doutor, em Coimbra
Depois de ontem ter recebido o prémio Norte-Sul atribuído pelo Conselho da Europa, hoje Lula da Silva foi recebido em festa na Universidade de Coimbra, em que em cerimónia revestida de prestígio colorido e cheia de simbologia, lhe foi atribuído o doutoramento Honoris Causa. Apesar dos escândalos e apesar da ainda imensa mancha de pobreza, ficará para a história como o sindicalista que soube criar e distribuir riqueza de forma a posicionar o Brasil como um País com um dos mais interessantes índices de crescimento.

Vestes de cerimónia para celebrar os novos doutores

E, no dia em que uma crónica do Financial Times sugere que o melhor para Portugal seria que o Brasil cooptasse Portugal, anexando-o como um dos seus estados, Lula assegura aos amigos portugueses - a quem os brasileiros devem ver como uma espécie de antepassados aristocratas, decadentes e falidos - que o Brasil terá todo o gosto em ajudá-los.

Lula, ex-Presidente, tem já aquela postura típica dos avós, que tudo fazem para agradar aos netos, sem se preocuparem muito com o lado formal da sua educação. Já Dilma, claro, é mãezona: tentará ajudar mas tem que se ver como, apenas costumam comprar títulos de dívida AAA (e não disse mas deve ter pensado: não a dívida que as agências [algo vampirescamente] classificam como quase lixo).

D. Dilma Rousseff, Presidenta do Brasil formal, prestigia com a sua presença na Universidade de Coimbra o seu antecessor e amigo Lula

Mas isto, quando dá para correr mal, corre tudo mal (a sombra de Murphy a pairar, pois claro). Quando se pensava que se ia conseguir tirar a limpo, se ajudam ou não e de que forma, morre José Alencar e lá vão os nossos salvadores de asa, deixando aqui os pobres coitados na aflição, de mal a pior, tudo a derrapar perigosamente a caminho do abismo.

Tudo a derrapar perigosamente... e não são apenas os ratings, a dívida, os bancos, as empresas que começam a deitar contas à vida (... e, quando as empresas o fazem, certifiquemo-nos do estado dos pára-quedas...) - não, refiro-me também à idoneidade dos dirigentes do PSD. Derrapa, derrapa...

Um circo. E não sei em que número os inclua: malabaristas? Contorcionistas? Ilusionistas? Palhaços?

Então agora rejeitaram o PEC 4 não porque era muito gravoso para a população como alegaram... mas porque queriam ainda mais sangue?! Em que é que ficamos?! Desencadeiam uma crise num momento destes e depois ficam à nossa frente aqui às voltas sobre o próprio rabo?

Mas o que é isto?! Parvoíce pura e simples? Disfuncionalidade intelectual? Dislexia moral?

E, já agora, por dislexia.

Mónica Maristain pergunta a Roberto Bolaño: "Teve alguma importância na sua vida o facto de ter nascido disléxico?".

Resposta dele: "De modo algum. Houve problemas quando jogava futebol, sou canhoto; problemas quando me masturbava, sou canhoto; problemas quando escrevia, sou destro. Portanto, como pode ver, nenhum problema significativo."

Portanto, se a dislexia não é tão grave assim, então o problema do Pedro Passos Coelho e do PSD não deverá ser só isso. Talvez esquizofrenia, coisa assim, patologia séria.

A pose e a expressão não são famosas, quase parece ter saído de um concurso de shots. Mas o pior é a gravatinha rosa-menina: um susto.

Irina Shayk e Adriana Lima, gémeas separadas à nascença?

Irina Shayk, cujo noivo malandreco foi referido como cliente da menina Ruby, petite amie de Berlusconi, gémea vitelina da brasileira Adriana Lima
Adriana Lima, figura de proa da passerelle, especialmente da Victoria Secret: gémea verdadeira de Irina CR7 Aveiro

terça-feira, março 29, 2011

A chupeta - para se ver com o coração wide open


Filme sobre voluntariado, muito justamente premiado - promovido pela Cruz Roja da Cataluña (Cruz Vermelha)

Portugal tão cansado de morrer ininterruptamente e devagar: quem são os vencedores desta agonia?


Árvore morta, uma imagem fantasmagórica na paisagem

Quem cantará vosso regresso morto
que lágrimas, que grito hão-de dizer
a desilusão e o peso em vosso corpo?

Portugal tão cansado de morrer
ininterruptamente e devagar
enquanto o vento vivo vem do mar.

Quem são os vencedores desta agonia?
Quem são os senhores sombrios desta noite?
Por que agoniza   morre e se desvia
a antiga linha clara e criadora
do nosso rosto voltado para o dia?

(Regresso, nas palavras premonitórias de Sophia de Mello Breyner Andresen)

Duas grandes aves negras pousadas à beira mar, no Tejo, isoladas, sem saberem para onde ir

Ana Drago, Miguel Relvas, Mário Nogueira, e outros que tais: tudo o que Portugal não necessita para sair da crise

Já aqui me referi uma vez a Miguel Frasquilho e à sua pulseirinha fatal. Já falei de Miguel Relvas, de Ana Drago e de tantos outros que ou não sabem sequer falar, ou não sabem vestir-se ou ainda não cresceram. Já referi que, se houvesse algumas provas de aferição ou testes psicotécnicos ou qualquer outro tipo de crivo, jamais passariam.

Para se alcançar o lugar de Deputado da Nação deveria ser preciso ser-se culto, ser-se experiente, ter o mínimo de vida, de mundo, de maneiras. Não deveria, jamais!, ser possível que qualquer um, só porque lhe deu para isso, conseguisse entrar na Assembleia da República armado em representante do Povo.

Miguel Relvas, o PSD no seu pior e agora o grande amigo do BE

Que eu e tantos outros andemos a trabalhar para, do nosso ganho, nos ser retirada grossa parcela para pagar a estas pessoas para que façam o que lher der na bolha, é coisa que até faz doer.

Hoje vinha para casa, depois de um dia de trabalho, a ouvir essa rapariga que cresceu na Assembleia, a opinar com ar doutoral, a dizer que vai interpor, interrogar e sei lá que mais o quê. Ela e mais uns quantos ali andam a causar entropia, ruído - e sempre com tempo de antena.

Pode às vezes ter alguma razão (não é destituída de inteligência), mas não tem background, não tem sabedoria, não tem mundo. Como pode representar alguém?

Já para nem falar no dress code: quando uma deputada se apresenta assim, como se estivesse ido à cozinha depois de acordar...

Impreparados, oportunistas, fedelhos, burgessos, pirosos, ignorantes, demagogos: por favor, arranje-se maneira de não ser possível que ocupem lugares na AR. Que fique apenas a gente capaz, os que querem ir para lá para, com cabeça, tronco e membros, ajudar a construir o País. Gente de prestígio.

É que há uma outra coisa: em épocas de crise brava, de falências, de susto, as pessoas ficam impacientes quando vêem que os órgãos de soberania estão ocupados por uma maltosa sem preparação nenhuma e, às tantas, pode haver a tentação de abolir a democracia.

Antecipadamente, há que evitar essa tentação.

E a exigência tem que ser generalizada na escolha dos representantes, sejam eles quais forem.

Sindicatos: sim mas para defender os trabalhadores, não para defender as estruturas sindicais (por exemplo: por que cabeça passa que, com as empresas de transportes falidas, ande aquela gente a fazer greve e a querer aumentos?)

Mário Nogueira, uma figura sinistra que tem arrasado a imagem dos professores em Portugal

Comissões de Trabalhores: sim mas para defender os trabalhadores, não para serem correias de transmissão do aparelho do PCP e das estruturas sindicais.

E por aí fora.

Sejamos exigentes. A democracia tem que ser capaz de sobreviver.

segunda-feira, março 28, 2011

Souto de Moura, o 2º Pritzker para um arquitecto português. Muitos parabéns a este homem exemplar!

Os meus parabéns a Eduardo Souto de Moura. Sinto-me orgulhosa por ele.

A sua obra revela uma inteligência totalmente articulada com a imaginação, com a sensibilidade, com o sentido prático.

Quando visitei a Casa das Histórias de Paula Rego referi-me a ele porque é preciso ser-se um grande arquitecto para conceber uma obra tão adequada à obra que alberga, tão adequada ao espírito da sua promotora, tão bem integrada no meio envolvente, tão arrojada na sua simplicidade.

E é uma pessoa simples, o Eduardo Souto de Moura, de uma simplicidade afável, muito digna, muito inteligente, o sorriso simpático sempre presente. Os louvores que tem recebido não o distraem da sua personalidade. Continua solidamente a ser ele próprio.

Como portugueses só temos a orgulhar-nos: 2 Nobel, 2 Pritzker e tantos outros prémios nos mais variados domínios da Ciência. Como portugueses só temos que perceber que é com concidadãos assim, cultos, trabalhadores, honrados, que conseguiremos ultrapassar o tempo de pântano em que nos deixámos atolar.

Estádio Municipal de Braga, obra emblemática de  Souto de Moura

Casa 2 em Nevogilde, a beleza das coisas simples

Parabéns, uma outra vez.

Radioactividade global - sem riscos para a saúde pública ... mas chegou ao Açores

Segundo leio no Diário Digital, partículas de Xenon 133 terão chegado aos Açores e um gás ainda mais perigoso, o Xenon 131, terá atingido a Península Ibérica mas em quantidade mínima, que se dissipará em poucos dias (espera-se). Estas partículas chegam através do ar.

Assustador. O mundo parece ter-se virado contra a espécie humana.

Georgia O'Keeffe, pintora americana, mulher livre (contrariando Pierre le Fou)

"Recorda como muitos amaram o teu corpo"

Georgia apertando os seios, fotografada por Alfred Stieglitz em 1918
"(...) e a mágoa no teu rosto em mudança"


"Quando estiveres velha e cansada (...) e as sombras excederem as coisas em seus tamanhos"

Na sua propriedade em Santa Fe, velha e bela,
Georgia O'Keeffe certamente olhava o vasto horizonte e pensava aliviada que afinal o amor existia e estava por todo o lado, nas flores, nos ramos secos, na luz, nos cumes das montanhas, na multidão das estrelas, nos homens.

(Excertos do poema 'As sombras' de Pedro Mexia, também colocado no Ginjal e Lisboa, a love affair)

Male and female: o sexo da arte, o sexo das flores. Pintura abstracta e flores reais. Giorgia O'Keeffe e, imagine-se a imodéstia: eu.

Pintura de Georgia O'Keeffe, pintora americana

Jarro com pequeno insecto (que não macula a beleza da flor, apenas a intensifica)

Pintura de Georgia O'Keeffe, pintora cuja obra muito aprecio

Araceae in heaven

Araceae ou Jarro ou Copo-de-leite (no Brasil) por Robert Maplethorpe... e por mim

Robert Maplethorpe, um fotógrafo efémero que fotografou as beleszas efémeras ou fugidias ou provocantes

In heaven, pela manhã, ainda orvalhado pela chuva da noite um copo-de-leite de uma beleza efémera

In heaven, um jarro numa pose muito pouco celestial

domingo, março 27, 2011

Tapete de Arraiolos, modelo clássico (idêntico a um que Marcelo Rebelo de Sousa também tem em sua casa)

Espero não estar a cometer nenhuma inconfidência mas, se estiver, não é grave. Ele perdoar-me-á, estou certa.

Recebo aqui diariamente muitas visitas relacionadas com tapetes de Arraiolos e, para não decepcionar os meus visitantes, deixo-vos hoje a fotografia de uma pequena carpete de hall, baseada num modelo original atribuível ao século XVII que se encontra no Museu da Fundação Ricardo Espírito Santo e Silva.

A dimensão é outra pelo que o desenho teve que ser adaptado; tratando-se de um tapetão de hall, as suas dimensões são aproximadamente 1,45m x 2,10m. As cores também foram alteradas face ao original; em vez dos tons ocre aqui adoptei pelos tons de verde.

Tapete de Arraiolos clássico atribuível ao século XVII

sábado, março 26, 2011

Primeiro Ministro dá uma entrevista ao programa Newsnight, Pedro Passos Coelho mostra a sua escassez de ideias frente a Clara de Sousa e a menina Paula Gil diz que não diz nada


Sorry, it's not José Sócrates. É o prime minister de Little Britain cujo chefe de gabinete é o fantástico Sebastian. Podem ver porque é mais divertido do que a entrevista de Pedro Passos Coelho à Clara de Sousa na SIC.

O pobrezinho do PPC não tem uma conversa concreta, uma ideia consistente, uma linha de rumo. Nadinha.

Parece aquela jovem da Geração à Rasca, a Paula Gil que, quando lhe perguntam o que quer que seja, com um arzinho sonso, diz que não diz como se soubesse mas não quisesse abrir o jogo. Foi à AR entregar as ideias dos deolindos e, quando lhe perguntam que ideias destaca, diz que não diz. Quando lhe perguntam se, ao menos, pode dizer, do que leu, se há alguma ideia que lhe tivesse despertado atenção, diz que não diz, e faz um sorrisinho pretensamente alusivo.

Mas eu, que às vezes sou mazinha, acho que eles, o Pedrocas e a Paulinha, não têm é nadinha dentro daquela cabecinha sonsa.

Do que o Doce disse à Clara de Sousa (em grande forma, a Clara, uma entrevista bem conduzida, com firmeza mas sem agressividade) não retive nadica excepto uma coisinha: falou em 'amortecer a dívida'. Ora essa é uma expressão frequente, que se ouve muito em entrevistas de rua. Mas os gestores, economistas e afins e, especialmente, os putativos primeiros-ministros dizem mais 'amortizar a dívida'. Será que o Doce também tirou uma licenciatura às três pancadas?

Entretanto, a gentinha - os Bolas de Neve, os Napoleões e quejandos - que se acha representante do povo (uma chapelada a Pacheco Pereira que mostrou ter coluna vertebral), a correr, despachou na generalidade e na especialidade a certidão de óbito da avaliação de professores e, portanto, Portugal deu mais um passo no sentido da parvoíce mais absoluta, mais ridícula.

Mas é fim de semana, não pensemos em palhaçadas (sem ofensa para os palhaços). Divirtam-se, meus caros, antes que nem isso consigam fazer mais.

Últimas entrevistas de Roberto Bolaño, Rabo de Foguete de Ferreira Gullar, Uma vida à sua frente de Romain Gary, Bufo e Spallanzani de Rubem Fonseca, Painting People de Charlotte Mullins e Cozinha Confidencial de Anthony Bourdain

Últimos livros. A ver se hoje começo a ler as entrevistas a Roberto Bolaño, gosto de ouvir (e ler...) na primeira pessoa escritores, pintores, arquitectos. Às vezes são um pouco malucos mas prefiro isso a gente maçadora, armada em boa.

Haja alguma coqueterie na vida: aqui os meus livros estão dispostos sobre écharpe com motivos florais, absolutamente saison


Os literatos que perdoem o que devem achar a futilidade de uma leitora que, ao fotografar os livros, não sabe mantê-los numa redoma, devidamente envoltos não numa écharpe perfumada e macia mas em sofrimento, em pessimismo, em angústia.

Mas mais: tenho frequentemente uma tendência para composições que oscilam entre o barroco e o surrealismo e, neste caso, achei que o décor ficava mais composto se lhe juntasse uma pequena caixinha 'Porcelain Royal' que, na tampa, tem um coração e a palavra 'ocupado'. Abre-se e lá dentro tem outro coração, este inclinado e, por baixo, a seguinte inscrição 'o meu coração inclina-se para ti'. Ternurento.

Moral da história: livros, imaginação, boa disposição, ternura, e outras coisas, tudo ingredientes essenciais na minha vida.

Helena Garrido e José Castelo Branco: gémeos separados à nascença?

A jornalista Helena Garrido: a mana gémea de José Castelo Branco saíu atinadinha e, basicamente, interessa-se por números e política económica, pouco ligando a modas

José Castelo Branco, o gémeo verdadeiro de Helena Garrido, mais feminino que a mana, saíu doidona, maluca por compras, por toilettes, por lingerie, por penteados.

sexta-feira, março 25, 2011

PSD: amadorismo e desnorte - e lingerie de presente para os senhores que se seguem

Até tenho vergonha da figura triste que os amadores do PSD andam a fazer por todo o lado. Depois de tirarem o tapete ao Governo por causa dos sacrifícios impostos, logo a seguir anunciam a primeira medida: aumento do IVA.

O doce jota que parece não ter unhas para esta viola: incoerente, inconsistente

Em Bruxelas, em dia de cimeira, na reunião do Partido Popular Europeu, vejo na televisão o Pedro Passos Coelho a andar na última fila do grupo que vai tirar a fotografia de família, à procura de lugar, e ninguém se afasta para lhe dar o lugar. E ele, feito barata tonta, ali anda de um lado para outro, a olhar para o chão e a ver se consegue encaixar-se. A câmara, cruel, segue aquele andar errático. Triste figura.

Angela Merkel zangada, com voz grossa: o que é que Portugal anda a fazer? A brincar numa hora destas?


Depois das críticas de todos os outros líderes face à insconsciência suicida dos portugueses e, sobretudo, depois da desanda monumental de Angela Merkel (que, para azarinho do PPC, é do mesmo grupo político europeu que o PSD) aos parlamentares portugueses que interromperam o processo de reestrturação que vinha a ser apoiado na UE, assistimos ao desnorte generalizado do PSD. 

Se este blogue não fosse um blogue de família, dar-me-ia vontade de sugerir que, se quisermos passar a coisa a cartoon, deslizemos até ao post abaixo e substituamos os elementos da cadeia: imaginemos a Angela Merkel sentada e depois os inteligentes do PSD ali de seguidinha.

Ja aqui escrevi que Sócrates esteve muito mal na forma como conduziu este processo do PEC 4. Falta de diplomacia, falta de respeito pelas instituições, stress, cabeça perdida? Não sei.

Também me parece que a via seguida que consiste em arrefecer brutalmente o consumo, levará provavelmente à morte dos consumidores, à morte da economia. Mas o desequilíbrio de tesouraria é tão grave que talvez, de momento, não haja outra alternativa.

No entanto, seja como for, o interesse nacional obrigaria a que se arranjasse um entendimento entre as várias forças políticas para que, em conjunto, chegassem a um pacto de regime, a uma forma de sair do buraco. Claro que isso seria se fossem responsáveis, estadistas, políticos a sério e não estes amadores inconscientes, oportunistas new comers, incompetentes.

Até me custa a acreditar no que há pouco ouvi nas notícias: o PSD também vai cavalgar a onda da estupidez e da demagogia do PCP e do BE que, numa altura destas, querem acabar com a avaliação dos professores. Até a menina Ana Drago estava admirada. Em pleno processo de suicídio colectivo, do que se lembram todos é de ver se os professores se escapam sem avaliação?

As estações de televisão europeias, e não só, a relatarem com pasmo o que se está a passar em Portugal, Bruxelas reunida a ver o que pode acontecer a Portugal, de quanto é a ajuda que tem que ser dada (a troco de duras penas), as agências de notação financeira a baixarem os ratings para níveis perigosos, muito perigosos (já vamos nos B's!), os juros da dívida pública a subirem vertiginosamente, para níveis perigosos, muito perigosos... e aqui a maltosa a discutir a avaliação dos professores! (... e os estudantes universitários na guitarrada na relva, tipo acampamento de escuteiros em festa, cantando em protesto contra a redução nas bolsas)

Será possível coisa mais absurda?
 
Vergonhoso.

E Cavaco Silva? O que vai fazer?

No meio desta desgraça, desta exibição de desnorte por parte dos psd's, até o Pedro Santana Lopes parece ajuizado, dizendo que é inadmissível que, no meio da situação calamitosa do País, venhamos a ter nas ruas carros com buzinas a fazer propaganda partidária e que é uma pena não termos um Presidente da República que saiba tomar as rédeas ao País.

Claro que eu não devia falar muito. Estou aqui a escrever isto em vez de me dar ao trabalho de me meter num partido qualquer a ver se faço qualquer coisa pelo país. Mas em qual partido, alguém me diz?!

Por isso, não podendo fazer muito mais, como presente antecipado, aqui deixo uns modelitos de lingerie masculina que me parecem muito adequados à conjuntura: se os senhores que se seguem tiverem aquilo que me parece indispensável, precisarão de usar cuecas com suspensórios.

Encontram-se à venda nas boas lojas da especialidade. Esta era na Chueca. Olé!

De qualquer forma, acho que o melhor mesmo seria que as mulheres se chegassem à frente. Já se viu que os homens não dão conta do recado. É sabido que só conseguem fazer uma coisa de cada vez (têm uma rede neuronal fraquinha, fraquinha), gostam de se armar em cowboys quando claro que não têm competência para tal, e, quando não sabem qualquer coisa, não gostam de dar parte de fracos e fingem que sabem, o que é uma chatice... enfim, a incompetência e a imaturidade que se sabe.

E aliás, como se tem visto, também não é preciso ser homem para ter o que é preciso (Angela Merkel tem-nos maiores que os outros governantes da UE todos juntos).

Por isso: mulheres e gafanhotos ao poder, já!

quinta-feira, março 24, 2011

A cadeia dos negócios - do produtor ao distribuidor, por Efren Alvarez

Entre sol e sombra para não escandalizar os académicos: Exposição designada por Economics no Rainha Sofia

Um jovem catalão desenha a sua própria visão sobre os tempos modernos. Tem graça.

"O comunismo falhou porque é impossível"

Efren Alvarez expõe vários desenhos no Rainha Sofia

Sócrates demite-se, Cavaco Silva diz que não pode fazer nada, Pedro Passos Coelho, Paulo Portas, Francisco Louçã e Jerónimo de Sousa estão com nervoso miudinho porque a coisa aconteceu cedo demais - e o País assiste perplexo a estes políticos sem rumo 'que chegaram aqui e não souberam o que fazer'



Uma luz branca nasce do voo
destes pássaros que habitam as rias,
contamina o mar com a sua ânsia
de equinócio, mancha a superfície
seca das falésias despojadas de musgo.

Os impérios chegaram até aqui
e não souberam o que fazer: há
exércitos sepultados sob as colinas;
a voz dos sacerdotes foi apagada
pelo vento dos invernos.

Como se este fosse o destino
de todas sa navegações, o limite
a que se acolheram os nómadas
sem rumo, a margem acolhedora
onde se dissipa a poeira das viagens.

(Sul de Nuno Júdice)

Pedro Passos Coelho e José Sócrates: dançaram o tango durante pouco tempo mas teria sido preferível que tivessem escolhido a valsa, talvez tivessem aguentado mais tempo

Geração à Rasca: estarão contentes com a situação ou não estão nem aí?

Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã, mestres do populismo, da demagogia mais descarada, estão contentes com a situação?

Ana Avoila e Mário Nogueira, dois dos grandes agitadores de ilusões, insensatos, incendiários, estão contentes com a situação?

Cavaco Silva e Paulo Portas, duas figuras que gostam de encenar pose de estado mas encenação é isso mesmo: encenação.

Que maçada que é aturar gente assim. Portugal merecia coisa melhor.

Lembrei-me agora daquela historinha chinesa, acho eu: quando o homem inteligente aponta e vê as estrelas, o idiota aponta e vê a ponta do dedo.

Cavaco Silva e este manequim antigo: gémeos separados à nascença?

Embora tenha olhos azuis e bigode, não restam dúvidas: são gémeos separados à nascença. Mas este é mais activo e interveniente que o mano Aníbal. E, quem os conhece, diz que este tem melhor feitio.
Aníbal Cavaco Silva, o gémeo vitelino do manequim de cima... mas tem pior feitio que o mano, é mauzinho, segundo dizem pelos EUA, é vingativo; além disso, quanto tem que agir, não age. O mano do chapéu saíu melhor, não tira o tapete, nem assina dizendo depois que não gosta do que assinou, não apela aos sobressaltos, enfim. Por isso é que , com invejinha do mano, Aníbal nunca fala  dele.

Miguel Sousa Tavares e este senhor, gémeos separados à nascença?



O gémeo de Miguel Sousa Tavares tem a mesma atitude corporal, os mesmos gestos, o mesmo tom de voz que o mano


Miguel Sousa Tavares, gémeo ou clone do senhor acima?

quarta-feira, março 23, 2011

Portugal anestesiado, alienado, num verdadeiro estado de estupor catatónico e Espanha, aqui ao lado, a fervilhar (e o nossos pequenos políticos a brincar aos cowboys)

Depois de uns dias fora, chego cá de noite e vejo as ruas quase desertas. Num pequeno intervalo de tempo passo de um sítio em que as ruas, a qualquer hora da dia e da noite (especialmente ao fim de semana) estão pejadas de gente que fala, ri, passeia, reclama, enche as lojas, os bares, os restaurantes, as praças, apanha sol em qualquer nesga de relva ou no próprio chão das praças, em que há gente a cantar e dançar em plena rua, em que se vêem muitas crianças, muitas, muitas a brincar, andar de patins, de bicicleta, para um sítio em que quase não se vê vivalma nas ruas.

Rua cheia de esplanadas, de restaurantes, de gente

Nesse local, não muito longe daqui, apesar da multidão que se passeia ou se detém nas ruas, não há sujidade. A qualquer hora se vêem funcionários da limpeza com surpreendente agilidade a varrer o chão, a despejar caixotes de lixo. Andam pelo meio dos transeuntes, desviando-se para não perturbar e, com rapidez, limpam e passam à frente.

No local de onde vim, e onde passei uns dias, as pessoas andam muito arranjadas, as ruas cheiram como nas perfumarias, as mulheres andam elegantes, as raparigas, de curtíssimas mini-saias ou reduzidos shorts, mostram as pernas e equilibram-se em cima de saltos altíssimos e ninguém se vira para olhar porque são muitas, muitas, são todas, e isso é o normal.

Jovens nas ruas da cidade, as mulheres sempre elegantes, dressed to kill
Muitos homens andam nas ruas como se saíssem de folhetos de moda. E os casais gay (masculinos ou femininos) andam abraçados, de mãos dadas ou aos beijos sem que alguém ache estranho.

Casal gay namora na relva num jardim cheio de gente
E eu acho que isto é cosmopolitismo. Tolerância, civismo.

Mas nem tudo é festa. Claro que também há pobres. Vejo muitos a fazerem de homem-estátua e, do movimento que observei, presumo que muitos são os que à noite fazem a cama entre caixas de cartão.
  
Um dos muitos homens-estátua que se vêem por toda a cidade

Pedintes (refiro-me aos que se limitam a pedir uma moeda) também alguns mas, dos que vi, não mais que uma dúzia. Mas há muitos que, em parques ou locais de grande afluência, fazem pequenas habilidades como bolas de sabão, brincadeiras com o cão ou coisas do género e recolhem moedas em pequenas latas. E há muitos que tocam instrumentos musicais (o que alegra as ruas). Ganham dinheiro assim e a gente presume que façam parte dos cerca de 20% de desempregados (que é um número assustador).

Violinista na entrada do Palácio Real: um dos muitos músicos de rua

Mas, se o são, estão ocupados e a gente o que vê pelas ruas, por todas as ruas, é diversão, boa disposição.

Claro que também se vê prostituição (não sei se contam como desempregadas) e é non stop, 24 horas por dia, as mulheres ali estão, no meio de uma das ruas mais frequentadas, na mesma rua onde está a esquadra de polícia, elas ali estão ao pé do Mcdonals, ao pé da loja de noivas, de alto a baixo da rua, na maior convivência com a população que não se admira com a situação. Botas até meio da perna, mini-saia e calções ínfimos, bolsa a tira-colo, abordando os homens que passam sozinhos, a polícia a circular ao lado, no big deal.

Prostituição nas calles mais movimentadas, neste caso a escassos metros da esquadra da Polícia 

Os museus? Cheios, absolutamente cheios, sempre os vi com grande afluência mas agora estava muito mais gente que antes, um bulício incrível, os jovens a irromperem em alegria pelas salas, uma coisa gostosa de se presenciar.

Guernica de Picasso, no rainha Sofia: sala a deitar por fora - a maioria são jovens

Turistas? Por todo o lado. Grande parte dos milhares de pessoas que circula pelas ruas, pelos jardins, pelos museus, que enche bares e restaurantes, é seguramente de fora, e vêem-se muitos ingleses, japoneses claro (estão everywhere, aparentemente indiferentes ao que se passa no Japão), mas também muitos italianos.

Há vitalidade no ar, há um clima de vivacidade contagiante, entre sábado e domingo assisti a duas grandes manifestações (mas de curta duração, em cerca de 1 ou 2 horas a manifestação ocorre, alegre, ruidosa e logo de desmancha e cada um vai às suas; no principal largo, um pouco antes montaram um palco, instalação sonora e baias de protecção e mal a manifestação saíu desse largo tudo aquilo foi quase instantaneamente desmontado).

Manifestação contra os despedimentos na Prisa:  '2.514 despedidos. Só faltas tu, Cebrián'

Chego cá e parece que aterrei noutro planeta. Silêncio. Ruas quase vazias.

Isto reflecte bem a grande diferença entre a extraordinária vitalidade de Espanha e o fatalismo auto-punitivo de Portugal.

Madrid fervilha de emoção, move-se com alegria e vivacidade enquanto Lisboa, a bela, se recosta nas colinas, romântica, melancólica.

Assim são também as respectivas economias.


[E nem quero falar na macacada que se está a armar aqui. Sócrates portou-se mal, imperdoavelmente mal, ao levar o PEC 4 a Bruxelas sem passar cartão aos orgãos de soberania nacionais. É certo que o poder de decisão nesta altura está mais em Bruxelas do que em Lisboa. Mas há mínimos. Levar aquilo a Bruxelas e nem falar com o PR? Marimbar-se para a AR? Nem aprovado pelo Governo aquilo estava. O pressing, as reuniões permanentes, cansaço, urgência, tudo isso mais a raivinha pelo discurso de cavaco, e meia bola e força: PEC para Bruxelas. Mas isto não é assim. Cartão vermelho, Mr. José Sócrates.

Mas eleições agora?! Estão a brincar?! Meninos birrentos e mal-educados. Impreparados para os lugares que ocupam. Maça-me, esta gente.

Tal como o Titanic a afundar-se enquanto o pessoal continuava a dançar no convés, assim este desgraçado país. À beira do colapso financeiro, andam estes tontos - PPC mais o seu saco de gatos, Sócrates à beira de um ataque de nervos, agarrado à beira do telhado, Portas a dominar a histeria com trejeitos e sorrisinhos, o PC e o Louçã alheados da realidade, Cavaco Silva a brincar às múmias, 'eu não comento, eu não digo, eu não faço' - a fazer de conta que sabem o que é Política. Não sabem. (Mas fomos nós todos que os pusémos onde estão - não nos desresponsabilizemos)

Alguém com tino no próprio PS deveria dizer ao Sócrates, 'meu amigo, apreciamos a sua dedicação, o seu esforço mas olhe, portou-se mal, agora vai ficar de castigo. Para o banco, sossegado' e pegava talvez no António Costa e negociava com o PSD (há-de lá também haver alguém com tino), nuns quantos independentes que tenham noção do que é o sentido de Estado e um ou outro das franjas e entendiam-se para governar aqui a piolheira.

E, bem entendido, se não é para gerir situações assim que existe um Presidente da República, então para que é? Será possível que Cavaco Silva vá deixar o País afundar-se só para dar cabo do Sócrates?

Deprimente.]


Nota: Com o que escrevi acima não quero dizer que acho os espanhóis o máximo. Em termos tecnológicos e de gestão - e do que conheço pessoalmente e dos vários testemunhos de que tenho conhecimento - estão abaixo de nós a nível de qualidade de gestão e tecnológico. Escrevi-o já aqui há tempos: trabalhar com eles é do pior que há. São desorganizados, trapalhões, diz-que-diz e 'te ruego pérdon'' -ou seja, uma novela mexicana que nós estranhamos. Mas compensam isso com a escala e com a fantástica confiança que os atira para a frente.

terça-feira, março 22, 2011

Pedro Passos Coelho e o PEC, a tia que acordou a falar espanhol, Horst Strub que era nazi e Monika, a enfermeira socialista

Estive fora uns dias, afastada do pequeno nonsense diário. Mas, ao regressar, fiz questão de comprar o Expresso e já o folheei, lendo em diagonal algumas coisas. Penso que é a única paranóia de que padeço: não descanso se não ler o Expresso, mesmo que alguns dias depois. Tenho receio de que algo de grave aconteça e eu sem dar por nada. Mas não, como de costume por aqui nada de especial, só a costumeira parvoíce. Infelizmente lá por fora, e isso eu acompanhei, o mundo continua numa convulsão que só visto. Há um ou dois meses o problema maior era a crise financeira e económica. Depois veio a revolta na Tunísia, depois o Egipto, depois o contágio a outros países, agora a Líbia sob fogo. E o Japão de mal a pior.

Mas, aqui, vi agora as notícias por alto e dei uma espreitadela a alguns blogues e ou percebi mal ou algo de estranho aconteceu com o Pedro Passos Coelho e entourage.

Há tempos, falando com um médico amigo sobre um familiar meu que sofreu um AVC e que ficou com algumas alterações a nível de orientação e equilíbrio, contou-me ele o que se tinha passado com uma sua tia que também tinha tido um AVC. A tia, ao recuperar a consciência, para grande espanto da família, desatou a falar em espanhol, só falava em espanhol. Ninguém percebia porquê. Familiares mais idosos recordavam que na infância tinha estado em sua casa, durante algum tempo, uma prima espanhola mas há que tempos isso tinha sido e, além disso, ninguém se lembrava de a ter ouvido alguma vez falar em espanhol.

Contudo, os médicos informaram a família que não é inédito, depois de uma lesão cerebral, a pessoa passar a falar em língua estrangeira.

Pois vem isto a propósito do PPC. Do que percebi, saíu da reunião com o Sócrates a dizer que vai chumbar o PEC, que não há acordo possível.

Passado um bocado, algum treco deve ter tido, pois parece que passou a exprimir-se em língua inglesa.

"Indeed, a broad coalition for change would improve the political legitimacy of such a program"

Além disso, parece que disse o que acima refiro entre aspas, ou seja, que quiçá o melhor seja o país ser governado por uma coligação.

What? Oh dear.

Ou li tudo muito em diagonal e derrapei nalguma curva ou alguma coisinha de mal lhe sucedeu a ele pelo meio. Ou isso ou, então, é muito influenciável e, consoante quem está ao lado a opinar, assim ele vai repetindo o que ouve. Já se sabe que o PSD é aquele saco de gatos e, vai ver, se é o Cabo Angel que lhe sopra no ouvido, vai para a guerra, se é o Pacheco Pereira, nem sim, nem sopas, se é o Rui Rio atira-se para os braços do Sócrates.

Pedro Passos Coelho e o Grande Mestre Ângelo Correia

Tem graça. Será que amanhã aparece a falar em francês e a querer coligar-se com a Joana Amaral Dias?

Também há aquele caso do skinhead nazi que virou enfermeira socialista.

Antes Horst Strub, pró-nazi. Agora, Monika, enfermeira socialista, candidata social-democrata na Alemanha
Acontece.

E o nosso Presidente o que diz? Ou está atarantado com estes sobressaltos e não diz nada?

Vou ver se me informo. Talvez amanhã já consiga perceber. Às tantas não é nada disto.