terça-feira, março 29, 2011

Portugal tão cansado de morrer ininterruptamente e devagar: quem são os vencedores desta agonia?


Árvore morta, uma imagem fantasmagórica na paisagem

Quem cantará vosso regresso morto
que lágrimas, que grito hão-de dizer
a desilusão e o peso em vosso corpo?

Portugal tão cansado de morrer
ininterruptamente e devagar
enquanto o vento vivo vem do mar.

Quem são os vencedores desta agonia?
Quem são os senhores sombrios desta noite?
Por que agoniza   morre e se desvia
a antiga linha clara e criadora
do nosso rosto voltado para o dia?

(Regresso, nas palavras premonitórias de Sophia de Mello Breyner Andresen)

Duas grandes aves negras pousadas à beira mar, no Tejo, isoladas, sem saberem para onde ir

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