Mais um dia tranquilo. Não é que não tenha feito nada. Fiz, por acaso até fiz. Mas, tenho que ser sincera: não foi muito. O meu ritmozinho por estes dias situa-se lá bem no finzinho da escala dos diminutivos. E, confesso: gosto, sabe-me bem, estou capaz de me habituar.
Antes, por estas alturas, em dias assim de dolce far niente, a minha cabeça começava a fervilhar de vontade de, no regresso, no trabalho, dar uma volta àquilo tudo, avançar com ideias disruptivas, e, em casa, me atirar a limpezas, a remodelações, a mudanças na decoração, nem sei. Agora não. Agora tenho é vontade de que não me apareça nenhum contratempo que venha interromper a paz e a quietude que me é tão benfazeja.
Tirando a limpeza de fundo ao terreno, com subida de copas e outras coisas afins, não tenho nada em perspectiva, nada, nem sequer almofadas novas. Os livros estão bem onde estão, os bibelots foram tão bem colocados (pela minha filha, quando nos mudámos) que não quero que mudem de sítio, os vasos estão bem com o que estão.
Quase nem me reconheço, dizendo isto.
Estamos quase a entrar numa nova saison e eu aqui, quieta, sem turbulências, sem querer revirar a casa e o meu mundo. Longe vai o tempo em que me deliciava ao ter novos projectos mesmo que fossem trabalhos horríveis, mesmo que fosse mudar para empresas complicadas, mudar de local de trabalho e, até, como aconteceu há três anos, mudar de casa. Agora sou esta tranquilona que aqui vedes. Peace and love da cabeça aos pés.
Tirando umas pesquisas para uma coisa de amigos, o computador/net serve-me, sobretudo, para espreitar alguns vídeos, sobretudo daquilo que já sabem (arquitectura, jardinagem, decoração). Acho que, quando os vejo, é também como se estivesse a meditar, cabecinha vazia, apenas focada no que vejo, ignorando tudo o que me cerca.
E é bem bonito. Se a mim isto me agrada mas não me dá vontade de ir a correr fazer coisas assim, pode ser que também gostem de ver. É bem bonito o que aqui se vê. Pensa-se que uma casa alugada pode ser uma coisa transitória, que nem vale a pena personalizar... não é? Errado. Veja-se o que a Sophie Ashby fez com a casa que alugou.
Our Designer of the Year Sophie Ashby on decorating her rented Georgian house | Design Notes
Assim que a pandemia atingiu, Sophie Ashby e seu marido, o estilista Charlie Casely-Hayford, mudaram-se para uma casa do início do século 19 em Spitalfields. Era um aluguer - uma oportunidade de aproveitar mais espaço do que eles tinham no seu pequeno apartamento no oeste de Londres e um paliativo antes de comprar uma casa própria. Em vez de ser frustrante como designer de interiores - na verdade, o atual Designer de interiores do ano da House & Garden - e restrito pelas limitações do que você pode fazer para alugar um imóvel.
“Na verdade, achei muito libertador”, diz ela. “Não precisei me preocupar com nenhuma estrutura arquitetónica do edifício. Já estava bonito, então pude entrar e preenchê-lo com coisas bonitas.'
Digo mais:
ResponderEliminarDistribuir gasosas e chouriços por todos que em trabalho mamam ostras e champanhe......!
Alexandre Vieira