Começo a duvidar se não serei descoordenada motora. Nunca antes tinha suspeitado, juro. Mas, na hidroginástica, vejo-me aflita para atinar com alguns exercícios. Tudo o que seja do género: levanta a perna esquerda para o lado esquerdo e acompanha com o braço direito que vai para a esquerda, depois leva a mesma perna esquerda para a frente e passa o braço esquerdo para trás das costas, depois a perna esquerda chuta alto para o lado direito e o braço esquerdo vai para a frente e para a direita. E troca. E aí já começo a baralhar-me. Qual braço e qual perna vai agora para onde? Ou então: segura com o braço esquerdo o braço direito, levanta o cotovelo direito por cima da cabeça e empurra com o braço esquerdo. E troca. E aí já eu não sei onde pára o braço esquerdo ou o direito e até chega a parecer-me que a mão direita se mudou para o braço esquerdo.
E como é música bem puxada para aquilo ser de tipo aeróbico, mal começo a concentrar-me para ver se atino (chego a fechar os olhos para ver se consigo raciocinar) já o professor ordena: e troca!
Outra que é do caraças é fazer exercícios com uns tijolos de espuma compacta. Fora de água é coisa de crianças, não pesam nada. Dentro de água viram um pesadelo. Com cada um em sua mão, abre os braços (debaixo de água) e leva-os até às pernas. E abre, e fecha, e abre, e fecha. Rápido, rápido. E segura neles à frente e levanta as pernas e junta-os por baixo das pernas. E passa a mão esquerda com o tijolo por baixo da perna direita e troca. E troca. E troca.
Muito difícil.
No outro dia uma camarada, com um tubo de espuma por trás das costas e as mãos sobre as extremidades, num exercício de levantar as pernas, deu mais balanço do que devia e ficou numa aflição, rebolando-se de barriga para o ar. Teve que ser ajudada. Aguentei-me sem me rir pois pensei que poderia ser comigo. E que não fosse. Há que respeitar as dificuldades alheias. Se alguém me filmasse naquela dislexia motora também haveria de ser bonito.
Uma coisa é certa: sempre pensei que, com o par certo, haveria de ser capaz de dançar um tango à maneira. Mas, ao fim de um par de aulas de hidroginástica, já perdi as peneiras. Não seria capaz de me sincronizar. Nem pensar. Não seria só o caso de o pisar. Haveria de, sem dar por isso, lhe passar rasteiras... e até cabeçadas lhe haveria de dar.
Já Aoniken Quiroga, o improvável tangueiro, é um mimo. A música funde-se com as células do seu corpo e ele desliza, rodopia e encanta com um destreza extraordinária. Muito bom. Talvez se ele me levasse ao colo eu conseguisse ter a ilusão de conseguir dançar um belo tango. Mas só assim.
UJM
ResponderEliminarPara desestressar, nada melhor que um bom som,
https://www.youtube.com/watch?v=CTyPuuq9yLM,
Bom fim de semana.
Ahahahahaha...Não leve a mal, UJM, mas desta vez fez-me rir a valer!
ResponderEliminarTambém é certo que só nos rimos com o mal dos outros. Quem resiste? A hidroginástica contada desta maneira com tão boa disposição já nos puxa para o riso.
Quanto aos vídeos foi tudo na sequência do texto. Para ver, rever e adorar.
Sempre pensei que no 2º, os "velhotes" tangueiros e bailarinos de 1ª, tirassem as máscaras de borracha. :)
Uma delícia!
Bom Domingo, UJM.
Saúde e alegria, é o que lhe desejo de coração.
Uff!.. Que canseira!
ResponderEliminarNão seria possivel iniciar de uma maneira mais calma?
Fiquei estafada só de a imaginar, e claro, só de me ver numa dessas, não pararia de rir, tal como há muitos anos, em Marrocos, a descer de um camelo deu-me um ataque de riso que nem os quatro homens tiveram a ajuda facilitada.
Na piscina ainda morria afogada.
Que tenha sido um bom fim de semana.