Na altura falei no caso, no absurdo do montante da indemnização (para o qual não antevia justificação plausível), e no disparate de, tendo-a recebido e não devolvido, a senhora continuar a circular nos corredores do 'empregador'.
Turbinada, a Alexandra. Não há como negar.
Tão turbinada na ascensão como na queda. Se é para fazer sangue, não há como Alexandra Reis para o fazer. Caiu, é certo, mas meio mundo cai com ela.
Coisa tão impensada e vertiginosa que chega a ser anedótica.
Assistindo-se a este fenómeno, pergunta-se: ficará a razia por aqui? Quem mais irá ela ainda arrastar?
Os jornalistas, os comentadores e os Montenegros, Venturas e Mortáguas desta vida salivam de alegria perante esta torrente de casos que beliscam o Governo e lhes dá palco a eles. É vê-los. Ei-los a espadeirar, exigindo mais e mais cabeças. Há quem salive por sangue e nunca se dê por saciado.
Toda esta inenarrável sucessão de demissões serve para quê a não ser para fazer de conta?
As coisas, quando são a sério, têm um efeito preventivo. Fazem-se para estancar a probabilidade de voltar a haver 'porcaria'.
Ora, neste caso, em concreto, o que vai mudar? Mudar a sério, quero eu dizer.
Volto à minha: quem controla minimamente o que se passa não apenas na TAP mas noutras empresas também tuteladas pelo Estado?
Por exemplo, o que justificava que uma pessoa com o CV de Alexandra Reis tivesse assinado um contrato como assinou, com condições remuneratórias e de rescisão como as dela? Mas... é só ela que lá foi contemplada com a rifa premiada? Ou aquela gente trata-se toda como se fossem uns CR7s da gestão?
Alguém já verificou esses contratos? Com olhos de ver, com saber de experiência feita, quero eu dizer.
E mais. É comum, quando qualquer consultor ou fornecedor seja do que for se vai apresentar a qualquer empresa, exibir como referência a TAP. A TAP compra tudo, contrata todos. Uma coisa e o seu contrário. Há dinheiro para tudo. Pergunto: quem controla, com olhos de ver, aqueles orçamentos e a sua execução?
Não estará aquilo pejado de amigos dos amigos que têm zero conhecimentos concretos da coisa e que papam tudo o que se lhes dá a comer?
Em tempos trabalhei com um 'artista' que já tinha passado por várias administrações na qualidade de gestor público. As mordomias a que estava habituado eram de bradar aos céus. Por exemplo, da sua contratação fazia parte que levasse também o motorista que era, na prática, moço de recados da mulher, motorista das filhas e tudo o mais que fosse necessário. Mas mais de bradar aos céus era a sua total ignorância e inaptidão para as funções. E pior ainda que isso: estava-se verdadeiramente a marimbar para tudo o que fosse trabalho. O que lhe interessava era combinar almoços com este e com aquele, saber onde parava este ou aquelo, antever movimentações de 'peças', ligar a amigos, tecer conjuras e mover influências, acompanhar movimentações nas concelhias e distritais. Nisso consumia o seu tempo. Nisso e em conseguir convites para tudo o que era 'coisa', em especial 'coisa' em que pudesse ser visto.
Era do PSD mas creio que é partido que não terá a exclusividade neste tipo de comportamentos 'desviantes'.
Ou seja, não é só a TAP que deve estar habituada e acrítica em relação às mordomias destes e daqueles, achando já naturais contratos e rescisões como os da Alexandra Reis: é também toda a máquina da 'tutela' que 'apara', consciente ou inconscientemente, todos estes bodos aos pobres.
Há uma moralização a levar a cabo na TAP e nas outras empresas tuteladas. Mas, quando falo em moralização, tem que ser uma moralização mesmo a sério, de forma isenta e 'holística'.
E, antes e depois e acima de tudo, há que ter qualidade e experiência, gente com tarimba, gente com mundo, gente respeitada, nas funções chave do Governo. Não podemos ter Secretários de Estado e Ministros que da vida profissional apenas conhecem o que os partidos lhes proporcionaram. Senão vai ser disparate atrás de disparate, escândalo atrás de escândalo.
[NB: O texto está cheio de aspas... mas como não...?]
UJM
ResponderEliminarHá aqui um esconder a mão, de quem atirou a pedra. Explico: Quem levou e aconselhou,Alexandra
Reis, a limpar os quinhentos mil? Pois, o escritório de advogados, Rebelo de Sousa, né?!
Este país, é uma vaca leiteira que alimenta boquinhas sempre bem escancaradas para mamarem.
Olá Ccastanho
ResponderEliminarPor detrás de cada jogada, de cada esquema, de cada chico-espertice... está sempre, sempre, sempre, um escritório de advogados. Por vezes, também brilhantes académicos, professores universitários, que se fazem pagar bem para emitir pareceres.
A realidade é sempre multifacetada e para encontrar a face adequada estão lá os advogados. Sempre gostei de trabalhar com advogados. São frequentemente brilhantes.
Agora uma coisa é certa: os advogados preparam a papinha mas a decisão de avançar ou não ou a orientação que se quer seguir é sempre decisão de quem paga aos advogados.
O nome Rebelo de Sousa nesta confusão é um pouco incómodo mas a liberalidade no uso de dinheiros públicos não é propriamente responsabilidade dele...
Há muito trabalho a fazer para que muita gente aprenda a ser comedida com os dinheiros públicos.
Um bom dia para si, Ccastanho!
Boas...
ResponderEliminarSe se lembrarem ou forem ouvir/ver a primeira declaração/comentário do PR sobre o caso vão ver que ele já estava informado do caso e disse algo parecido com "...é porque o valor da indemenização é devida...", e estas declarações foram dadas na altura e nunca, MAS MESMO NUNCA, foram repetidas pelos "mérdicas".
Cpts, Alendaqui