Os dois vídeos que aqui tenho não serão novidade para quem por aqui passa. Contudo, neste caso, é para mim que aqui os deixo. Deixo-os para que não caiam no meu esquecimento ou para que, daqui por algum tempo, quando quiser mostrar aos meus netos o que é um homem inteiro e intrinsecamente livre, o tenha aqui, presente. Deixo-os para que eles possam ver um homem que foi eleito para defender o seu país e os seus habitantes e tem honrado os votos que recebeu arriscando a própria vida, dando a voz a todos quantos também dão ou deram a vida para continuarem a ser ucranianos, para poderem decidir por si, para continuarem a sentir que são livres.
Por todos os que já morreram, perderam familiares e amigos, perderam os empregos e as suas casas, Volodymyr Zelenskyy, agora com 44 anos, mantem-se de pé, nas ruas, dando a cara, tendo sempre as palavras adequadas a cada situação, falando para os seus e para o mundo, interpretando a vontade dos seus conterrâneos.
Zelenskyy foi eleito para ser presidente da Ucrânia, para defender a liberdade e a democracia, para combater a corrupção. E é isso que tem feito. No meio de bombardeamentos e de tentativas de assassinato, longe da família, sabendo que a sua terra natal está a ser atacada, assistindo à destruição do seu país, correndo todos os riscos, ele mantem-se determinado e corajoso. Não cederá território, não desonrará o sangue dos que deram a vida por um país íntegro e livre.
E com essa coragem que impressiona, ele e todos os ucranianos têm conseguido, apesar de tudo, travar a sanha assassina e depravada (concordo com John Kirby quando usou a expressão) de um doido varrido e da seita que o apoia. E, mesmo sem água, sem gás, sem eletricidade, quase sem comida, debaixo de tortura e violações, a brava gente ucraniana tem conseguido travar o rápido avanço russo e, mesmo, recuperar algumas terras que os russos lhes tinha roubado.
A Ucrânia, de uma forma ou de outra, mais tarde ou mais cedo, ganhará esta guerra absurda, injustificável e selvagem e voltará a ser um país desenvolvido e pacífico. É inevitável.
Contra todos os que, hipocritamente apregoando a defesa da paz, apelam à rendição, Zelenskyy, tal como todos os ucranianos que arriscam tudo pelo seu país, mantem-se de pé e destemido, defendendo a integridade e a liberdade do seu país. Ficará para a história como uma das mais carismáticas e corajosas criaturas, alguém com enorme carisma e indómita coragem, alguém que se bate contra um psicopata mitómano corrupto e assassino que se porta como um nazi com ímpetos imperialistas.
Zelensky releases video on day of remembrance: 'We hear "never again" differently'
Ukraine’s President Volodymyr Zelensky released a video statement on May 8, the UN’s designated “Time of Remembrance and Reconciliation for Those Who Lost Their Lives During the Second World War,” in which he reflected on the phrase “never again”.
Address by Zelenskyy on the Day of Victory over Nazism in World War II
We are fighting for our children freedom, and therefore we will win. We will never forget what our ancestors did in the World War II, which killed more than eight million Ukrainians. Very soon there will be two Victory Days in Ukraine. And someone won't have any.We won then. We will win now. And Khreshchatyk will see the victory parade – the Victory of Ukraine!
Happy Victory over Nazism Day!
Glory to Ukraine!
(acsacsin)
ResponderEliminar"Celebrate Life", they say.
Oh Life! Mighty killer! Hooray...
No need to deplore,
contradictions galore.
(mindfulness ? foolishness)
Day succeeds night,
night follows day.
Every time memories get created
everyday (we and) they fade away.
(all) Symbols are aesthetic superstitions
Symbols are superstitious memories.
Sweet memories - life preservers;
bad memories - mind corroders.
Memory's a corrosive embalmer.
(plena consciência ? tolice plena)
A noite sucede-se ao dia
O dia segue-se à noite.
Memorizas a tod'a hora
tod'o dia perdes memória.
(todos os) Símbolos são superstições estéticas &
memórias supersticiosas
Como geleias, doces memórias;
agruras meias corroem vitórias.
Ó memória!
Porque oxidas o que preservas?
Porque conservas o que corróis?
(acsacsina)
"Celebra a Vida", dizem.
Ó Vida! Supremo algoz! Viva...
Que se deplore a tod'a hora,
contradições não vão embora.
(aproveitemos pois, as clemências do clima.)
(Mnemosyne . o adeus às armas)
ResponderEliminarA Água sempre encontra sua via.
A Água é invasor alienígena;
os humanos, a derradeira arma biológica, criada pela Terra para atrapalhar os planos da Água.
Poluída e maculada, a Água zarpará.
As armas, de novo inúteis, calar-se-ão.
(e eu - e eu - e eu - e eu - e eu?!!! Pois, esquece isso.)
Olá K.
ResponderEliminarPercebo o que diz e partilho as suas preocupações. Não sei usar palavras tão sábias como as suas nem sei cantar as dores e emoções que sinto. Enquanto as suas procuram a poesia as minhas estão ancoradas na prosa. Extraordinária toada aquela em que se converte.
Fica-me, contudo, a dúvida: para si, quem é o assassino, quem é o monstro que está a acelerar o caminho para o fim?
Fica-me, ainda, outra dúvida: para si vale a pena a vida se a viver debaixo da bota de um assassino?
E ainda outra: que doces memórias guarda que não tenham a liberdade a preservá-las?
E outra: pode alguém dizer que festeja a vida e soltar um sorridente hooray e, ao mesmo tempo, saber que estão vidas a tombar sob o seu comando?
Dias felizes, K.
Zelenskyy é um sevandija ignóbil.
ResponderEliminarVladimir Putin, a quem respeito, não pôde evitar arrastar a Grande Alma Russa pela lama, algo que só os cidaddãos Russos poderão condenar ou perdoar, dado serem eles para já as grandes vítimas anunciadas deste imbróglio (aconteça o que acontecer, serão eles a carregar o peso do opróbrio por gerações.)
De todo o modo, antipatias e simpatias pessoais à parte, o facto é que ambos protagonistas cumprem o seu papel: há uma guerra para travar, muitos milhões para morrer, e ainda só agora começámos.
Tudo é transiente, excepto a Eterna Insatisfação (also known as Deus).
Positivo & Negativo (Yang & Yin, para os caprichosos) são a oferta de Deus ao universo; permanecem, agora e sempre. Ser desprendido é um tesouro escondido à vista de todos.
K.,
ResponderEliminarAntevia que esta seria a sua resposta. Prefere a tragédia, os grandes assassinos, as guerras mais sangrentas, a fatalidade mais absurda. É isso que dá a grande literatura, os heróis torturados, desprezados, abandonados à sua má sorte.
Como sabe, estou do outro lado. Há uma linha vermelha, de sangue derramado, que nos separa.
Estou do lado dos seres normais, dos que dão a vida pela liberdade, dos que enfrentam os criminosos, os loucos, dos que defendem o direito à democracia e à autodeterminação. Coisas banais.
A autodeterminação de quem se gosta Vs. A punição para quem se odeia
ResponderEliminarCom o devido respeito, não sabe o que eu prefiro.
Não existem fatalidades nem mais nem menos absurdas: existe somente a Inevitabilidade.
Coisas banais?
No melhor dos casos, coisas irreais (como a liberdade) e no pior, coisas pífias (como a democracia.)
Seres normais, dos que dão a vida?
Os seres normais não dão a vida por nada: vão trabalhar por obrigação, entopem-se de álcool e ansiolíticos, esperança e televisão, queixam-se da carestia e do patrão, bajulam os poderosos e metem o rabo entre as pernas se topam com criminosos.
"Linha vermelha, de sangue derramado"
O sangue dos favoritos jorra mais rubro e quente do que o dos desprezados?
Tiradas de grandiloquente ingenuidade servem a algumas audiências, a outras não.
"O sangue é sempre papoila errada,
cerceado do coração que foi."
Alexandre O'Neill
Você, como todos nós, não está do lado de ninguém: está apenas no lado que julga que lhe convém.
O que vai fazer, quando a já ninguém lhe convier estar ao seu lado?
K.,
ResponderEliminarQue quer que lhe diga? O seu pessimismo, o seu cepticismo, a sua descrença, fazem com que os seus pés se enterrem e o puxem para baixo, para dentro da terra. Dirá que a morte é o destino de todos pelo que ainda bem que os seus pés tentam antecipar o ilusório hiato em que acreditamos que somos alguma coisa.
É assim que pensa, é assim que sente. Fazer o quê...?
E como todos os que acreditam que quem gosta de respirar o ar puro e ver a luz do dia e de maravilhar com o milagre das flores, dos pássaros, das crianças, são pobres de espírito e que a Verdade existe apenas em quem dela descrê, como é o seu caso, fala com a arrogância dos que se sabem sozinhos, irremediavelmente sozinhos, mas infinitamente mais sabedores.
Ou seja, o nosso diálogo é um diálogo de surdos. Não queremos ouvir-nos um ao outro. Ia dizer que, no fundo, nos desprezamos um ao outro. Mas isso é capaz de ser uma coisa violenta de se dizer. Por isso, não o digo.
Ouso corrigir: eu leio e tento entender o que escreve - você não me quer ouvir porque aparenta só ter ouvidos para o sicofantismo e lambe-botismo de coturno.
ResponderEliminarSabe tantas coisas: sabe o que é a Verdade, sabe o que sinto, o que penso ou não, sabe o que direi; só não sabe que a estimo deveras, com uma estima por tele-comando, com remoto controlo.
E o milagre dos fungos tóxicos, dos ofídios venenosos, dos abalos telúricos, da dor? Faz-de-conta que não existem? Enterrar a cabeça na areia e esperar que passe?
Não existem milagres, só a obra da Eterna Insatisfação - e graus vários de (in)gratidão.
Ai, K., que complicado e chato que é. Então de cada vez que falo de uma coisa tenho que falar do seu contrário? Se falo de uma flor bonita tenho que falar da mordidela de uma cobra? Isso faz algum sentido?
ResponderEliminarE se for ao contrário? Falo da picada de uma abelha mas alerto para a doçura do mel? Se falar do canto do pássaro tenho que complementar com o berro de um estupor embriagado a bater na mulher?
Isso não funciona assim. O facto de falar no que me agrada não quer dizer que ignore o que não me agrada.
Isto aqui não é o repositório infinito de tudo o que penso ou sinto, por extenso, à minúcia. Isto aqui são pinceladas. Não mais que isso. Se já escrevo posts longuíssimos, imagine-se se me ponho a enunciar tudo o que me vem à cabeça de forma primária, depois o que vem de forma secundária e, por aí afora, até à enésima derivada...
Se o K. é ensimesmado e cultiva isso, não queira que eu seja assim. Não sou.
Sou uma pessoa simples e gosto das coisas simples. Por exemplo, gosto da forma como escreve mesmo não gostando de algumas coisas que escreve. E fico agradada por me dizer que me estima. E isso chega-me. (Ou seja, depois de escrever isto, não preciso de, a seguir, pôr-me a falar de feridas infectadas, de caldos entornados, de oceanos poluídos).
Be happy, K.
Você não tem que fazer nada mais do que aquilo que considera adequado, nem eu a insto a tal.
ResponderEliminarTento apenas interpretar uma faceta de uma situação que nos leva a reagir de forma diversa, a saber:
- Como a vejo a si: você é a raposa do Principezinho (capítulo XXI), encanta-se por certas coisas e pede-lhes, «prende-me a ti!»
- Como me vejo a mim: tal como o ikebana, tal como a perfeição segundo Saint-Exupéry, depurar é desprender-se, e para depurar há que ponderar o todo para identificar o supérfluo.
Você deleita-se com os detalhes e prende-se a eles, o que a afasta da essência; vê a minha determinação pela essência, e considera-a agrura. Nada disso, tão só diferentes maneiras de almejar ao módico de felicidade - não desdenho a sua, não estranhe a minha.
Reitero uma ideia que julgo já ter delineado antes: somos todos cores/observadores deste caleidoscópio a que chamamos vida; quando nos cansamos de um motivo basta rodar e logo outro se apresenta; como todas as superfícies que giram em torno de um eixo, continuar a rodar conduz-nos não à luz mas ao ponto de partida.
K,
ResponderEliminarSomos cores/observadores. Gosto. Concordo. Agrada-me.
Sou a raposa? Agrada-me.
V. é como o ikebana? Agrada-me, agrada-me o ikebana.
Voltámos ao ponto de partida? Também me agrada.