A televisão está posicionada na RTP 1 e, antes de passar a uma reportagem em que uma voz masculina sotacada relata o que se passa lá pelas terras frias e enquanto Putin, agora vestido*, faz valer as suas razões, José Rodrigues dos Santos, de pé, quase salta de entusiasmo. Estando ele de perfil, verifico que, de facto, lhe falta metade da cabeça. Não tem a parte redonda de trás: cai a pique a partir do alto. Não sei se isso justifica este comportamento histriónico de cada vez que ouve os tambores a rufarem mas acho que deveria ser caso de estudo.
É que nem consegue disfarçar: aponta para o quadro em que se projectam fotografias que só ele percebe, gesticula, faz inflexões na voz, agita as mãos. Felizmente não se baba, senão seria ainda mais bizarro.
Entretanto, apareceu o Guterres a pronunciar-se sobre a situação e como estava a escrever só retive que ainda não melhorou o sotaque, continua a perecer um mexicano que aprendeu americano com alguns gringos guerrilheiros ou traficantes.
E agora aparece o trio de repórteres: o tal senhor que fala português com acentuado sotaque russo e que, para se agasalhar e ficar ainda mais giro, usa um gorro de pele de orelhas. Chama-se Evgueni Mouravitch e está mesmo fofinho, com narizinho encarnado e aquele gorrinho. Está também a Cândida Pinto que, mal lhe cheira a guerra, salta para a boca de cena. Sempre tranquila, deveria ensinar o José Rodrigues dos Santos a ter maneiras. Está bem penteadinha e bem arranjadinha e parece que não está com frio. Em Kiev a temperatura não deve estar má de todo. E agora o João Ricardo de Vasconcelos, em Washington, onde se vê que também não está frio. Também está calmo.
Neste momento está o ministro Cravinho a ser entrevistado. O ministro está tranquilo. Tem sempre aquelas olheiras que denunciam que ou tem insónias ou passa as noites na borga. Seja como for, acho que é um homem com pinta. E resiste bem às investidas do José Rodrigues dos Santos, não está nem aí para os delírios adolescentes do escritor de best sellers.
Portanto, num excitex descontrolado, só mesmo o José Rodrigues dos Santos. Um destes dias ainda ejacula em plena emissão.
O JRS, entusiasmadissimo, voltou aos velhos tempos de Timor! Era vê-lo, equipado de capacete e colete anti-balas, a relatar as escaramuças em Dili, no cimo telhado do hotel, onde estavam sediados os jornalistas estrangeiros.
ResponderEliminarDaí advém a alcunha com que ficou crismado "Zé do Telhado"!
Excelente texto !
ResponderEliminarA.Vieira
De seu nome completo,
ResponderEliminarJoão Ricardo Monocórdico de Vasconcelos ..
Olá Amadeu
ResponderEliminarQuando o ouvimos a fazer o telejornal naquele excitex todo não ficamos mesmo à espera de ver um míssil a rasar-lhe a cabeça...? É que, se não for isso, porque é aquele excitex? O Zé do Telhado (versão fake e orelhuda) não atina...
Dias felizes!
Olá A. Vieira,
ResponderEliminarHoje estamos em sintonia... é? O José Rodrigues dos Santos uniu-nos, foi...?
Nem quero acreditar...
Olá Caro não-Monocórdico,
ResponderEliminarNão seja mauzinho... Repare: não digo que não tem razão... Digo só para não ser mauzinho...
:)