terça-feira, abril 21, 2020

E, agora, para algo completamente diferente....


O mundo está de doidos e nem vou entrar em grandes conversas: petróleo dado a balde -- dado não: pagam para que alguém o receba --, sectores e sectores em catadupa a baquearem, os hotéis sem saberem quando conseguem reabrir, os aviões em terra, os navios ancorados, os carros parqueados, os modelos de negócio a sofrerem impensáveis reviravoltas, meio mundo sem conseguir antever a saída para isto e a perceber que, quando a luz estiver ao fim do túnel, o mundo já se terá readaptado e já devemos ser outros.
Claro que pode acontecer que o mundo seja outro mas que os mais bolsonaros e trumpas de entre os humanos persistam em ser como eram antes: burros todos os dias. Mas sonhemos, cantemos hossanas e demos a mão enquanto dançamos em roda da fogueira, e esperemos que o mundo, lato sensu, saiba tratar como refugo inaproveitável as excretáveis criaturas que acima referi bem como todos os apêndices que os apoiam. 
Passando o dia inteiro a labutar no mundo da economia real, deparando-me permanentemente com as dúvidas e os problemas de quem se debate para se aguentar à tona de água, muitas vezes sem saber como andar ou nadar quando as águas são turvas e as areias movediças, depois de jantar e de falar com a família e de ainda despachar mais uma data de coisas que revelam tudo o que atrás referi, abro o computador para descansar a cabeça e ouço um médico no Prós e Contras a dizer que o corona pode deixar sequelas naqueles que apanha, inclusivamente no cérebro e mais nem sei o quê... e nem vou entrar em detalhes que a coisa pode ser assustadora. E, aqui chegada, desisto, caguo (reparem cagar escrito com u para não ser a mesma coisa) e vou deitar-me à sombra do YouTube, ruminando um silenciado que se fornique (e, lá está, claro que, uma vez mais, não uso mentalmente o verbo fornicar mas uma sua declinação; os meus filhos lêem esta coisa e longe de mim que eles pensem que a mãe diz palavrões, mesmo que palavrões mentais).

E é então que o meu amigo algoritmo, o mais amigo de entre os amigos, se chega à frente e me apresenta, como recomendável para mim, uma série de vídeos. Clico no primeiro e, no fim, senti-me compensada. Amigo do seu amigo, diria eu, voz embargada, na televisão, se me pedissem para falar do meu amigo algoritmo do youtube.

Mais: não apenas gostei do vídeo que ele me propôs como me deu ideias. Muitas ideias. Ui. 


Resmas, resmas deles a quem eu faria o mesmo.

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