sexta-feira, setembro 27, 2019

Eu também sabia


E como eu sabia e fui apanhada numa sms a dizer que sabia, agora façam favor de também me considerar arguida.

Mais: se eu sabia, o meu marido, das duas uma, ou sabia e é grave porque não disse que sabia ou, se não sabia, ainda é mais grave porque assim até podemos especular sobre que mais se tem passado que ele não saiba.

E outra: o papagaio-mor também sabia. 

E digo mais: cá para mim foi o meu marido que, para não suspeitarem que sabia, lançou a suspeita sobre o papagaio-mor. 

E tudo isto é muito grave.

E ainda outra: no outro dia, quando a minha prima me enviou uma sms a dar os parabéns, eu agradeci e disse-lhe que sabia e que estava toda contente. E isto é também muito grave porque, se a minha prima sabia, devia ter dito. E isto é gravíssimo porque não se pode brincar desta maneira. Cá para mim, ela também deve ser imediatamente chamada.

E é bom que vá tudo dentro, tudo, o meu marido, a minha prima, eu e toda a gente que sabia. Isto é uma vergonha. Não pode ser. Tudo dentro. 

...............................


E aqui chegada, aposto que o Rui Rio só não está também já aos pontapés na minha cabeça porque felizmente tem perna curta e não consegue chegar até aqui. Consta que, a esta hora, está ao espelho a rir-se para si próprio (e isto porque, como não é só a perna que é curta, é também o neurónio, ainda não percebeu que deveria era estar a rir-se de si próprio). 


E a Assunção Cristas só não está aos saltos em cima do meu cadáver por duas razões: primeira, porque ainda estou viva e, segunda, porque anda muito ocupada a dar saltos em cima da sua peixeira-sombra.


E a Catarina só não está a espetar facas nas minhas costas também por uma de duas razões: primeira, porque teria que crescer um bocadinho mais (a nível de pontaria, quero eu dizer; e, já agora, também de carácter) e, segunda, anda muito ocupada a espetar alfinetes no boneco do Costa.

E outra coisa: muitos dos meus Leitores, aqueles que facilmente vão na canção de qualquer bandido, já devem estar a fazer coro com o Rio, a Cristas e a Martins. Sabia! Sabia! Grave! Sabia ela e os outros todos! Muito grave! Isto tem que ter consequèncias! Mas outros, os mais prudentes, devem estar a coçar na cabeça e a dizer: Caraças. Mas estamos a falar de quê? O que é que a UJM afinal sabia?

E, aí, eu, que não gosto de polémicas mixurucas, esclareço: eu sabia que estava mais magra. Não sabia exactamente quanto mas que estava toda orgulhosa lá isso estava.

E sabia ainda outra coisa. Mas não posso dizer. Sou maluca mas não sou parva.

5 comentários:

  1. A declaração de António Costa foi pungente! Dilacerou todos os corações democratas! Costa, naquela sua postura teatral, a fazer-se de vítima, tocou-nos fundo. Não explicou se sabia ou não daquelas combinações tenebrosas sobre o roubo de fantasia de Tancos, nem mesmo como aceitar que, como PM, um Ministro – logo da Defesa Nacional, um dos mais destacados e importantes de qualquer Governo – lhe escondesse a trafulhice, o que significa que o dito Ministro não o respeitava o suficientemente para com ele ter uma conversa a revelar os factos. Fica mal o Costa de qualquer maneira. E não vale a pena fazer uma declaração como aquela que fez. O caso de Tancos foi uma daquelas “comédias” que não nos fazendo rir, como seria suposto, dá uma péssima imagem de como o Estado – e um Governo - se não deve comportar. As “trapalhadas” em que o Governo de António Costa tem sido envolvido (a pior de todas os fogos de 2017, onde, convém não esquecer, morreram mais de uma centena de pessoas, a par da devastação florestal, habitacional, agrícola, etc e tal), sem necessidade, houvesse algum bom senso, não nos deixam tranquilos no que ao futuro próximo respeita. Haja pois alguma esperança em que as sondagens, que vêem traduzindo um recuo do PS, se traduzam nisso mesmo no dia 6 de Outubro. Um PS mais humilde (embora com um par de votos acima daquele sexagenário do Porto), a ser obrigado a ir à malga da Esquerda para conseguir fazer passar o seu programa de governo. Imagino algumas complicações, sobretudo por parte do PCP – isto porque, a acreditar no que as tais sondagens indicam, teremos um PCP (CDU) mais diminuído, ou reduzido, eleitoral e parlamentarmente, o que a direcção do PCP entenderá que afinal de contas fazer “fretes” de Geringonça ao PS não compensa, sendo preferível voltar à velha fórmula, de oposição cerrada anti-PS. Enfim, teremos, tudo se perspectiva, tempos “divertidos” e algo complicados. O mais natural será ver o programa de governo do PS e depois o OGE, quando submetidos ao plenário da A.R, a serem chumbados pela Direita, mas, a passar, por via da abstenção da CDU, BE e até, do PAN. E assim, teremos um Governo, de ano a ano, a governar sobre uma “bóia de salvação”, chamada de abstenção. Durará 4 anos um Governo assim, ou Costa atira a toalha ao chão e vai-se embora? Ou aguenta-se até ao final da Legislatura? E Centeno? Estará ele, qual Ronaldo, disposto a este tipo de constrangimentos, ou preferirá partir para outra, como, por exemplo, um lugar “ao sol” num qualquer Organismo Internacional (que, como sempre sucede nestas ocasiões, nos “deixará cheios de orgulho”)? Vamos então esperar com calma no que se irão traduzir os resultados eleitorais. A ver se vou a Fátima pôr uma vela na Senhora a fim de que o Costa não ultrapasse o poucochinho e que o rapaz Rio lhe fique um pouquinho atrás. Depois, que o resto dos votos se espalhem como os eleitores melhor acharem, em consciência.
    Álvaro Sobral

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  2. Pensava que estava a falar daquele animal farejador. Ou não bem farejador, mais animal escavante. Um furão autêntico. Só que não é furão. Quase ceguinho, dizem. Ou ceguinha, que se sou menina por que não hei de usar o feminino? Por uma camisola, um bilhete e, por que não, um rebuçado, também arranjava forma de saber. Saber tanto que não se encontrava prova nenhuma. O jeitaço que não dá ser cega: o que os olhos não vêem, o nariz não cheira e as mãos não tocam. Nem o rebuçado vai à língua, mas isso são cá tristezas minhas.
    Um abraço,
    JV

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  3. Caro Álvaro Sobral,

    Ora muito me conta. Então sabe se o Ministro encobriu um crime? Sabe de fonte segura? Se sabe, boa. É de ir entregar as provas ao Ministério Público. É que ainda não houve julgamento nenhum. Portanto, vendo-o tão certo, é porque sabe alguma coisa que eu não sei.

    É que se não tem provas seguras e se ainda não foi ao futuro, não sei como sabe que o Ministro é um criminoso. É que, se não sabe, tudo o que diz cai pela base.

    Quanto aos fogos, na volta o Costa também é culpado pelos mortos nos fogos em França, em Espanha, na Grécia e, quiçá, na Califórnia. Passamos por cima das razões climatéricas, da seca extrema, passamos por cima de quem pôs fogo, passamos por cima das linhas de alta tensão, de tudo. Por sua vontade, prendia-se era já o Costa, não?

    Já agora. Meu Caro: nos intervalos do exercício de justiceiro, dedica-se à futurologia?

    Mas uma coisa é certa: vejo-o céptico, olhando a realidade com um certo cinismo.

    E o que lhe digo é: anime-se, Álvaro. A vida é bela.

    E escreva mais vezes. Gostei de ler. Valeu?

    Dias felizes.

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  4. Ui, JV, que hoje está fina...

    Quanta ironia... A esta hora estão aqui os Leitores a tentar desencriptar o seu comentário 'mas de que macaco é que a JV está a falar...?' Não sabem que quando uma mulher inteligente resolve dar a volta ao texto, deixa os outros a ver estrelas.

    Mas olhe, JV, sabe certamente que há 'mundos' onde imperam os códigos, os pactos. Há 'mundos' em que quem sabe, faz que não sabe. Quem vê, faz que não viu. Quem ouve, jurará que não ouviu nada.

    Não digo que seja bom ou que seja mau. São hábitos arreigados.

    Quebrar isso, está bem está...

    O ministro Azeredo é menino do coro. Digo eu.

    Tirando isso, tudo numa boa.

    E desejo-lhe uma feliz sexta-feira e envio-lhe um grande abraço.

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  5. Ui, JV, que hoje está fina...

    Quanta ironia... A esta hora estão aqui os Leitores a tentar desencriptar o seu comentário 'mas de que macaco é que a JV está a falar...?' Não sabem que quando uma mulher inteligente resolve dar a volta ao texto, deixa os outros a ver estrelas.

    Mas olhe, JV, sabe certamente que há 'mundos' onde imperam os códigos, os pactos. Há 'mundos' em que quem sabe, faz que não sabe. Quem vê, faz que não viu. Quem ouve, jurará que não ouviu nada.

    Não digo que seja bom ou que seja mau. São hábitos arreigados.

    Quebrar isso, está bem está...

    O ministro Azeredo é menino do coro. Digo eu.

    Tirando isso, tudo numa boa.

    E desejo-lhe uma feliz sexta-feira e envio-lhe um grande abraço.

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