sexta-feira, setembro 28, 2018

Agora que a Santa Mana Joana está de saída, eis que chegam à ribalta duas santinhas new wave, as duas divas maiores do showbiz --
Lady Cri, a Princesa das Audiências do Povo, e Manu, a desbocada Cruella Moura Guedes que tem sempre muitas contas para ajustar



Eita, cena mais benta. Vozes ao alto. Logo agora que o altar estava em risco de ficar sem santas, com a Mana Joana a deixar o casal Mariani e o seu pet, o Láparo, sem terem a quem acender velinhas, vem o canal do Tio Balsas e, de uma vezada, resolve saciar a fé deles e demais povão. Vozes ao alto. 

Começou com a Santa Cristina, AKA Sta Caga-Milhões, a new Princesa do Coração dos Anunciantes e do Povo, a prometer animar a malta com muitos desmanchamentos de sisudos e outras surpresas e continua com a Bocas Moura Guedes, comentadeira de notícias e alimentadeira de polémicas de faca e alguidar. Temos santinhas no altar, o povão já pode rezar, fazer votos, pagar promessas, confessar-se, aprender o caminho para o céu. As audiências vão começar a subir, ah isso vão. 

Não tardará muito até termos a Boca Guedes a dar entrevistas à Caras, depois os intelectuais da Passadeira Vermelha a comentar as entrevistas da Bocas, depois o ilustre académico Casanova, essa misteriosa e pessoana criatura, a comentar o carnaval televisivo que há-de galopar a passos largos (pardon my french, que é como quem diz, relevem o equídeo pleonasmo) a caminho do refugo total. Um circo. Com sorte também vão repescar o Marinho Pinto, o Zezé Camarinha, a Maria Leal, o Paulo Futre (esse conceituado andrologista) e outras grandes figuras do mediatismo tuga para terem o seu próprio programa.

E porque a Senhora Directora Cristina gosta de desconstruir e surpreender, não me admiraria nada que ainda fosse desestabilizar as Manas Carmelitas que estão em silêncio há anos e as pusesse a desfilar em biquini ou a cantarem rap ou que a próxima contratação fosse essa sumidade da intelectualidade religiosa, esse artista que assentou arraiais no coito dos Cavaquistas & Laparistas Encostados, AKA Observador, o Pdre Portocarrero de Almada e lhe dessem canal, pondo-o a comentar as toilettes e penteados das deputadas do Bloco de Esquerda, do PCP e demais esquerdas reunidas (obviamente pouparia a Madame Cristas, essa devota da Nossa Senhora dos Manda-Chuvas e outras individualidades que publicamente já tivessem dado mostras de grande devoção)


Também penso que estamos a caminho de ter telejornais da noite ditos por stripteasers (machos e fêmeas, quiçá até por híbridos como o famoso Carlos Costa (não o do Banco de Portugal porque esse não dá canal)), por ter a Quadratura do Círculo animada por back dancers e sorteios de dinheiro entre quem telefonar e acertar em perguntas simples formuladas pelo Pacheco Pereira ou o Eixo do Mal, não com aqueles paineleiros vintage que já são muito déjà-vu, mas por malta com sangue novo como, por exemplo, e é mesmo só por exemplo, a Carolina Patrocínio, o Cláudio Ramos, a a Georgina Rodriguez, o saudoso Bruno Maçães e, para dar conteúdo intelectual à coisa, o não menos saudoso Lombinha dos Briefings. Tudo devidamente moderado e apimentado pela Madame Bocas Guedes. Claro está.

Boa. Ainda há uma fatia de pizza!
Efe-Erre-Á! Á!

(Imagens photoshopadas por Hayati)

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Só boas notícias. Por isso, aleluia, irmãos, aleluia! Vozes ao alto. Cantemos. 

(Eu, se fosse a Princesa Cri, contratava já este jovem altamente promissor para ir abrilhantar o noticiário da noite. Qual Rodrigo? Qual Clara? Pelo amor da Santa... esses já eram)

Aleluia


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Não sei se depois de notícias tão estaladiças e pipoquentas terão vontade de tigres.
Se tiverem, Borges poderá levar-vos pela mão.

4 comentários:

  1. já lá está o Marques Mentes , Faltava a Beiçolas para abrilhantar o Canal Miserável,
    j´me esquecia do Costa Mentiroso , a equipa está completa ,para abrilhantar falta o
    Mariani a contar mentiras |

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  2. Moura Guedes, Cristina Ferreira, etc, etc, etc. A SIC a caminho do desastre. Espanta-me que pelo menos a C.F não tenha tido essa percepção, já que, dizem-nos, tem o tal 6º sentido para o negócio. Se calhar nem o 1º tem.
    É curioso, mas há já bastante tempo que não vejo um telejornal, nem debates (sempre os mesmos monos/as), nem porra nenhuma. Ocasionalmente, quando me dá para a pachorra de ver um filme, dou comigo a fazer zapping e calho de cair numa dessas pessegadas.
    Ou é um desastre com tantos mortos, um assassinato qualquer, uma declaração de um membro do governo a dizer umas tantas tretas, ou futebol, ou de novo futebol, ou outra vez futebol com ou mais corrupção, ou sobre o Mundo, daqui e dali, sem interesse, ou um debate com duas criaturas a debitarem umas coisas quaisquer, cujo desfecho já conhecemos de cor e salteado, etc e fico enfastiado e mando essa malta às urtigas.
    As televisões deviam pagar-nos para nós as vermos.
    Agora a SIC ir buscar a Guedes brada aos céus! É mesmo estar a bater no fundo. Eu punha-a a bater brita, na estrada. Ou a andar de táxi, com um daqueles motoristas que só se lavam ao fim de semana (aqui lembrei-me da jovem e simpática Leitora JV). Ou, pior, mandá-la dormir uma noite – inteira – com a Múmia da Rua do Possolo! Toma lá oh Guedes e vai para casa!
    P.Rufino

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  3. Olá Luís Garcia,

    Ainda lá faltam muitos mais... quando se envereda pelo caminho descendente, há muitos artistas bons para abrilhantar a festa. O Relvas, o Passos Coelho, o próprio Cavaco... todos esses ainda podem ser chamados a compor o ramalhete. Já pensou bem? Aliás, podia ir mesmo o casal Mariani e não apenas o Aníbal. O casal é que era!

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  4. Olá P. Rufino,

    Mas não vendo televisão não sabe o que perde. Cada cena mais marada... Mas eu estou quase a seguir o seu exemplo. Também pouco vejo. Outras vezes, quando se faz um zapping, deparo-me com cada macacada que fico a ver, quase como se me forçasse a testemunhar a degradação.

    Por exemplo, as telenovelas portuguesas. Há anos que não vejo nada disso mas, se calha passar po lá, é só violência. Gente de pistola em punho, gente a esbofetear-se. Penso que os sociólogos poderiam estudar quanto desse exemplo inspira a violência doméstica, os assassínios levados a cabo a sangue frio, premeditadamente.

    Mas, enfim, amanhã é domingo, o outono anda perfumado de verão, bom para andarmos a passeio, longe da televisão.

    Bons passeios, P. Rufino!

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