Um calor de verão, a terra a rebentar em flores, recantos de sombra morna e cheirosa. Um tempo devagar, pássaros coloridos que parecem de paragens tropicais, uma doçura boa no ar.
Os dois pés de glícinia vão crescendo, deitando guias, enrolando-se em muros e gradeamentos, e as flores vão rebentar sobre o grande portão ou sobem pela azinheira grande.
E eu encanto-me, encanto-me como se fosse a primeira vez que assistisse a tamanha maravilha, como se fosse a minha primeira primavera.
As nêsperas começam a fazer-se notar, os marmeleiros estão lindos. Não espreitei as ameixeiras. A semana passada estavam em flor. Raramente chego aos frutos antes dos pássaros. A esta hora devem andar eles a vigiar o surgimento dos primeiros, a vigiar a subida do açúcar para ser deles a bicada inaugural.
Levei A amante inglesa da Duras mas foi mais o tempo em que andei nisto, em sossegada contemplação do que aquele em que consegui abstrair-me e ler.
A natureza é divina. Sinto-me sempre insignificante perante as suas manifestações de vida e perfeição. A cor das flores e da folhagem, a luz que as percorre, a elegância das sombras, o reflexo azul e sereno do céu, esse intangível infinito que nos cerca, os sons, os cheiros, as texturas, tudo me parece inexplicável e digno de adoração.
A natureza é divina. Sinto-me sempre insignificante perante as suas manifestações de vida e perfeição. A cor das flores e da folhagem, a luz que as percorre, a elegância das sombras, o reflexo azul e sereno do céu, esse intangível infinito que nos cerca, os sons, os cheiros, as texturas, tudo me parece inexplicável e digno de adoração.
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Até já.
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Também temos o jardim assim. A Primavera a despontar em plenitude. Uma estação do ano que muito apreciamos!
ResponderEliminarP.Rufino