segunda-feira, abril 10, 2017

Afinal havia outra...
[E uma outra confusão]
(E ainda a bagunça armada pelos estudantes em Torremolinos)





Pouco tempo depois, outro mail. Pedindo desculpas, confessando o embaraço.

Ontem, para criar algum suspense, não referi aquilo que, claro está, desde logo me tinha ocorrido: o que a redonda adivinhou. Aquele mail não era para mim.

Pouco tempo antes eu tinha comentado num sítio que enviava mail de aviso para o seu autor, ficando lá, portanto, o meu endereço. Distraído, ao enviar o seu mail de amor à mulher que amava em silêncio, ele nem reparou na rasteira que o gmail lhe estava a pregar.

Claro que o teor do mail não era exactamente o que escrevi pois, logo que vi que se tratava de engano, apaguei. Mas a memória que guardo é de um grande e secreto amor descrito de uma forma muito sentida e muito digna.

Contudo, fiquei a ver os riscos que, sem querer, se podem correr. Achei graça mas imagino o embaraço que o autor sentiu, expondo os seus sentimentos perante uma desconhecida.
Sou pessoa de confiança e, portanto, jamais faria alguma coisa que lhe causasse algum desconforto. Tranquilizei-o, apaguei o mail e saí de cena. Mas imagino o mal que uma coisa destas poderia desencadear se o mail tivesse ido parar às mãos de uma daquelas pessoas mesquinhas que apenas se comprazem com o mal alheio.
Enfim. São histórias que vão passando na nossa vida. Episódios.


Outra 'cena' curiosa passada com os mails (e sobre a qual, com vossa licença, também não vou revelar qual a segunda pessoa envolvida): por vezes, recebia dos mais variados remetentes (e escrevo no passado porque talvez há mais de um ano que isso não acontece) mails que eram destinados a conhecida figura pública. Na altura, ele era conhecido do mundo cultural (e televisivo). Agora, justamente há ano e picos, também exerce funções políticas. As pessoas escreviam-me como se eu fosse ele. Convites diversos, incluindo para participar como orador em palestras ou outros ainda mais interessantes. Claro que informava os remetentes que eu não era essa pessoa e encaminhava os mails para a pessoa em causa, cujo mail consegui encontrar. Quer ele, quer eu nunca percebemos a origem de tal confusão. Mais: que pesquisas é que alguém, querendo escrever-lhe, iam desembocar no meu endereço de mail? Um mistério que ambos nunca decifrámos mas a que ambos achámos sempre alguma graça. Acho que a minha escrita é suficientemente feminina (digamos assim) para que alguém possa pensar que, por detrás da persona que aqui escreve, esteja um homem. Além do mais, são sabidas as minhas orientações políticas e situam-se em quadrante bem mais à esquerda do que as da referida pessoa. Mais: como leitora, acho que a confusão é simpática para mim mas penso que só gente distraída seria capaz de achar que a minha escrita lhe poderia ser atribuída. Pois, garanto-vos que até gente da cultura brasileira se me dirigiu tomando-me por ele. E isto é absolutamente verdade.


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PS:

E eu, enquanto escrevo, estou a ver o Jornal da Noite e, como não podia deixar de ser, o tema continua a ser o mesmo: os desmandos que os estudantes portugueses fizeram em Espanha. E eu pasmo, pasmo mesmo!, com o regime em que estas excursões se fazem: bar aberto? bebidas à discrição? 


Quem organiza isto é que deveria ser responsabilizado. E os pais aceitam que os filhos vão nestas circunstâncias? Que vão para se embebedarem até caírem para o lado? Para armarem desacatos? Que pais são estes? E as escolas acham bem? Ou lavam as mãos?


E um jovem acaba de dizer que é normal partir coisas e uma miúda esteve a dizer que viu as paredes riscadas, os elevadores danificados e a iluminação do jardim estragado mas nada de mais, nada daquilo que está a ser noticiado. E isto para nos dizer que as notícias são exageradas, como se fosse normal dar cabo do hotel em que se está...

Acho tudo isto extraordinário. Tudo gente doida ou quê?

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(E agora tenho aqui o Passos Coelho que, com o que está a dizer, como se nada tivesse a ver com a derrocada do BES e com o figurino escolhido para o Novo Banco, me parece ainda mais alucinado ou delinquente do que os estudantes que escaqueiraram os hotéis e nos aparecem agora, com ar cândido, a dizer que é normal. Fogo. O que vale é que o meu marido chegou agora aqui e mudou de canal).


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Como é bom de ver, as fotografias que escolhi não têm nada a ver com o que escrevi.

Lara e Mara Bawar são duas gémeas albinas de 11 anos. Têm uma irmã de 13, Sheila. Tão belas são que começam a ser disputadas para fotografia publicitária. Aqui são fotografadas por Vinicius Terranova.


Lá em cima, de Vivaldi, o Concerto Dresden 

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Até já.

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