segunda-feira, novembro 07, 2016

Dilema que o Agente Provocador lança para discussão:
boazinha ou mazona?
[Intervalo para falar do conselheiro-comentadeiro Pin Y Pon que até já tem infiltrados no Tribunal Constitucional]


Depois de ter ilustrado a minha questão com os felinos da beira rio, se me mantivesse fiel ao que lá vos disse, deveria agora dar conta de como, pela tarde, me fui entregar à luz da beira mar e à companhia das gaivotas.

Mas, face à minha necessidade de a estas horas andar a desdireito, apetece-me fazer um intervalo.


Com vossa licença, portanto.

Esta minha necessidade de intervalar prende-se com o querer perguntar-vos se conseguem perceber como é que o catraio-conselheiro-de-estado consegue ser tão chegado a tantas e tão variadas fontes. Sabe tudo. Vai ali ao balcão da SIC e serve novidades a copo. Umas vezes revela que tem amigos no inner circle do Banco de Portugal (ainda as decisões não estão tomadas e já ele as anuncia de peito feito), outras no Governo, outras no mundo dos negócios e hoje, superando-se, até no Tribunal Constitucional. Divulgou em primeira mão, e depois ainda lhe aplicou segunda demão, que a maioria dos juízes é favorável a que a diva Domingues da CGD divulgue as suas intimidades e o pé de meia que amealhou. Ouvi e pasmei. Até ali? No Constitucional? Com o caneco...!

Ou põe escutas ou, Pin Y Pon como é, consegue infiltrar-se e enfiar-se debaixo de uma mesa sem que ninguém o veja ou, então, já arranjou um garganta funda, um juiz que, como quem não quer coisa, anda a espetar o palito no bolo dos outros para depois vir a correr, desbocar-se todo junto dele.

De cada vez que constato este dom do catraio até se me corre pela espinha abaixo um arrepio de dúvida: será que o que eu digo aqui na intimidade dos meus lençóis também transpira para os longos ouvidos do conselheiro-comentadeiro?
Corro o risco de um dia o ouvir a verter para a opinião pública confidências minhas, sussurradas na intimidade do meu ninho? Se calhar corro. Eu e todos nós. O pequeno conselheiro sabe tudo. Cuidado com ele. Ele é o verdadeiro Little Brother

No meio da célebre imparcialidade do fofo, das bicadas com biquinho atapetado a veludo para passarem por beijinhos, da espertalhicezinha simpática que tão bem se lhe conhece e que tem sido o seu salvo conduto neste pacato burgo, a uma coisa achei eu graça na charla deste domingo: a ele ter dito, com todas as letras, que o PSD anda a arrastar um morto, que Costa vai a passeio pelo Parlamento tal a ausência de oposição, que o Costa faz o que quer e soma pontos já que o PSD desapareceu.



Sabendo-se que, ladininho como é, o sorridente catraio não dá ponto sem nó, uma coisa podemos nós concluir: se disse aquilo com tanta boca aberta, é porque já deve andar, às claras, a fervilhar de contactos, toda o aparelho laranja numa inquietação, os lugarinhos nas autarquias a irem pelo cano, as hipóteses de apear a geringonça cada vez mais longínquas, e todos a conspirar, furiosos com a burrice do láparo e a sem vergonhice da pinókia dos swaps. Dentro em breve vê-lo-emos, como quem não quer a coisa, a distribuir rebuçados, cromos e berlindes (metaforicamente falando, claro) para, subrepticiamente, começar a construir um candidato ao lugar do láparo morto (politicamente morto, claro). É começar a estar atento aos subliminares das suas conversetas. O láparo já era.

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E eu, face a tantas dúvidas, perplexidades e desconfianças, acho que está na altura de espiar as actividades do ganapo, ver como consegue ele sacar tanta informação, saber quem são os seus milhares de informadores. Ou montou células? Uma organização hierárquica de informantes, de gargantas-fundas?

Hora, pois, de entrar em cena o Agent Provocateur. E só vos pergunto: preferem naughty ou nice?

Agent Provocateur’s #NaughtyOrNice


Campanha de Natal com Juno Temple.




Provavelmente só amanhã vos mostro as meninas do surf, as gaivotas e outras habitantes da beira mar.

Mas se hoje quiserem visitar-me no meu Ginjal, terei todo o gosto em vos receber e vos contar um segredo. 

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4 comentários:

  1. Não me dou ao desprazer de ouvir esse palerma.

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  2. Fui visitar o Ginjal e pus-me a encontrar...
    Passei pela Naifa, a estória do Grandola, Abel Neves e o Acordeão do Carlos Gardel.
    Belos poemas, boa música, prometo que vou continuar a encontrar!
    Não acha que é uma boa alternativa a estar a ouvir o Mindinho ou os comentadeiros que proliferam nos canais da TV?
    UC

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  3. Olá bea,

    Não ouve o mendinho? Pois tem bom gosto. Eu não. Deu-me para o ouvir. Às vezes quero perceber como é que é.

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  4. Olá UC,

    Belo comentário o seu. Neste momento, só por causa dele, até estou a ouvir um poema de Abel Neves.

    Tem razão. Para a próxima, quando aparecer o Mindinho vou pensar nas suas sugestões. Gostei.

    Obrigada, UC.

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