Depois de ter ilustrado a minha questão com os felinos da beira rio, se me mantivesse fiel ao que lá vos disse, deveria agora dar conta de como, pela tarde, me fui entregar à luz da beira mar e à companhia das gaivotas.
Mas, face à minha necessidade de a estas horas andar a desdireito, apetece-me fazer um intervalo.
Com vossa licença, portanto.
Esta minha necessidade de intervalar prende-se com o querer perguntar-vos se conseguem perceber como é que o catraio-conselheiro-de-estado consegue ser tão chegado a tantas e tão variadas fontes. Sabe tudo. Vai ali ao balcão da SIC e serve novidades a copo. Umas vezes revela que tem amigos no inner circle do Banco de Portugal (ainda as decisões não estão tomadas e já ele as anuncia de peito feito), outras no Governo, outras no mundo dos negócios e hoje, superando-se, até no Tribunal Constitucional. Divulgou em primeira mão, e depois ainda lhe aplicou segunda demão, que a maioria dos juízes é favorável a que a diva Domingues da CGD divulgue as suas intimidades e o pé de meia que amealhou. Ouvi e pasmei. Até ali? No Constitucional? Com o caneco...!
Ou põe escutas ou, Pin Y Pon como é, consegue infiltrar-se e enfiar-se debaixo de uma mesa sem que ninguém o veja ou, então, já arranjou um garganta funda, um juiz que, como quem não quer coisa, anda a espetar o palito no bolo dos outros para depois vir a correr, desbocar-se todo junto dele.
De cada vez que constato este dom do catraio até se me corre pela espinha abaixo um arrepio de dúvida: será que o que eu digo aqui na intimidade dos meus lençóis também transpira para os longos ouvidos do conselheiro-comentadeiro?
Corro o risco de um dia o ouvir a verter para a opinião pública confidências minhas, sussurradas na intimidade do meu ninho? Se calhar corro. Eu e todos nós. O pequeno conselheiro sabe tudo. Cuidado com ele. Ele é o verdadeiro Little Brother.
No meio da célebre imparcialidade do fofo, das bicadas com biquinho atapetado a veludo para passarem por beijinhos, da espertalhicezinha simpática que tão bem se lhe conhece e que tem sido o seu salvo conduto neste pacato burgo, a uma coisa achei eu graça na charla deste domingo: a ele ter dito, com todas as letras, que o PSD anda a arrastar um morto, que Costa vai a passeio pelo Parlamento tal a ausência de oposição, que o Costa faz o que quer e soma pontos já que o PSD desapareceu.
Sabendo-se que, ladininho como é, o sorridente catraio não dá ponto sem nó, uma coisa podemos nós concluir: se disse aquilo com tanta boca aberta, é porque já deve andar, às claras, a fervilhar de contactos, toda o aparelho laranja numa inquietação, os lugarinhos nas autarquias a irem pelo cano, as hipóteses de apear a geringonça cada vez mais longínquas, e todos a conspirar, furiosos com a burrice do láparo e a sem vergonhice da pinókia dos swaps. Dentro em breve vê-lo-emos, como quem não quer a coisa, a distribuir rebuçados, cromos e berlindes (metaforicamente falando, claro) para, subrepticiamente, começar a construir um candidato ao lugar do láparo morto (politicamente morto, claro). É começar a estar atento aos subliminares das suas conversetas. O láparo já era.
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Hora, pois, de entrar em cena o Agent Provocateur. E só vos pergunto: preferem naughty ou nice?
Agent Provocateur’s #NaughtyOrNice
Campanha de Natal com Juno Temple.
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Desçam, agora, se vos apetecer ver a minha mãozinha a fazer de conta que quer fazer uma festinha a um gato.
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Desçam, agora, se vos apetecer ver a minha mãozinha a fazer de conta que quer fazer uma festinha a um gato.
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Provavelmente só amanhã vos mostro as meninas do surf, as gaivotas e outras habitantes da beira mar.
Mas se hoje quiserem visitar-me no meu Ginjal, terei todo o gosto em vos receber e vos contar um segredo.
Mas se hoje quiserem visitar-me no meu Ginjal, terei todo o gosto em vos receber e vos contar um segredo.
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Não me dou ao desprazer de ouvir esse palerma.
ResponderEliminarFui visitar o Ginjal e pus-me a encontrar...
ResponderEliminarPassei pela Naifa, a estória do Grandola, Abel Neves e o Acordeão do Carlos Gardel.
Belos poemas, boa música, prometo que vou continuar a encontrar!
Não acha que é uma boa alternativa a estar a ouvir o Mindinho ou os comentadeiros que proliferam nos canais da TV?
UC
Olá bea,
ResponderEliminarNão ouve o mendinho? Pois tem bom gosto. Eu não. Deu-me para o ouvir. Às vezes quero perceber como é que é.
Olá UC,
ResponderEliminarBelo comentário o seu. Neste momento, só por causa dele, até estou a ouvir um poema de Abel Neves.
Tem razão. Para a próxima, quando aparecer o Mindinho vou pensar nas suas sugestões. Gostei.
Obrigada, UC.