quarta-feira, setembro 03, 2014

Chiado by night no primeiro dia de Setembro


Ora então, vamos ver o que é que consigo fazer com uma internet a pedal. Se chegar ao fim será milagre.

Dizia-vos eu que na segunda feira o nosso encontro foi no Chiado, ou melhor, com o Chiado à noite. Mas, se não se importam, vamos com música.




Fado de Lisboa





As ruas cheias como já vem sendo hábito. Gosto de andar na rua à noite, em especial quando os candeeiros derramam uma luz amarela na calçada, na bela calçada lisboeta.




Por onde andamos vamos ouvindo outras vozes. Muitas vozes italianas. E francesas. E soa tão bem. E cheira bem. Perfumes discretos, vozes discretas. Lá em cima, junto à Brasileira há as músicas e as danças do costume, as pessoas juntam-se em volta, dançam também, aplaudem.

Num beco, um rapaz oriental toca viola e entoa uma balada romântica. E há o homem estátua em acrobacia dourada.

Há agora grandes cartazes d' Os Maias, imagens do Chiado do Eça de Queirós, frases. Estas foram as ruas que Carlos da Maia e João da Ega frequentaram. A minha mãe anda a reler o Eça. No outro dia dizia-me que é tudo muito actual. Em mais de cem anos os portugueses pouco aprenderam.




Mas agora as mulheres, se usam vestidos compridos é porque querem; e podem arranjar maneira de deixar a perna à vista; e os homens podem usar calções ou camisa quase aberta; e os abraços e beijos em público são uma coisa normal.

E, na Brasileira, haverá ainda maledicência bem estruturada? Malícia? Romance?

Ou apenas conversas soltas de turistas?

Adiante.

Há muito comércio de rua. Os indianos vendem écharpes e lenços no chão, tudo bonito e a bom preço. Já lá comprei duas. E há o artesanato urbano do costume. 

E há as boas lojas do Chiado. A Vista Alegre, por exemplo.




A Vista Alegre renova-se, alegra-se, ganha novas cores e as montras adaptam-se a cada nova série.

E há as lojas novas, as boutiques espaçosas, peças diferentes, adereços.




E as de objectos decorativos a preços ditos de outlet, conforme ontem já o referi. A chávena, por exemplo, a 80 euros, coisa pouca. Desta vez Versace. Para quem pode, claro.





E as peças retro-pop, coloridas,divertidas. Uma tentação. Boas para misturar em ambientes mais clássicos, apontamentos inesperados.




Ou esta montra aqui abaixo, minimalista, elegante. Não sei quantas destas peças simples, modernas, virão um dia a fazer parte de espólios de que os antiquários se interessem. Quando se vêem as montras riquíssimas dos antiquários podemos observar objectos lindos, requintados, trabalhados. Será que, um dia, as peças simples que se vêem nestas montras podem vir a adquirir valor de peça antiga? Se calhar, sim. Por enquanto, quanto muito fazem parte de colecções vintages.




O Chiado é um local múltiplo, para todos os gostos. Vê-se isso pela sua heterogénea frequência. Gente muito jovem, aspecto hippie, gente alternativa, gente com aspecto desportivo, gente elegante, gente de idade, casas hetero, casais homo, grupos de amigos ou amigas, brancos, negros, asiáticos, indianos: a total diversidade, de todas as nacionalidades. 

Parte da sua grande beleza está nisto. Outra são as esplanadas, as casas de gelados, os restaurantes, as casas de petiscos, as cervejarias, os sítios para se estar.

Outra é o rio lá em baixo, sempre presente.

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A música é o Fado de Lisboa interpretado por Maria Clara.


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5 comentários:


  1. Bom dia, UJM

    O Chiado é o meu espaço de eleição na bela Lisboa.

    Obrigada por nos trazer estes ecos.

    Bjs

    Olinda

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  2. Alto...Disse eu pra mim,ao ver uma seta erecta sem curvas,símbolo dum agrupamento político,que abrange banqueiros bispos,maçons,e até pessoas que (ainda) trabalham,um simbolo novo!!!Depois reparei bem...e disse:hummmmmmmmm,ná ! Nada de novo !Vou esperar mais uns dias...

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  3. Olá Olinda,

    Chiado é bom para lá se estar, para passear, para fazer compras, para almoçar ou jantar ou lanchar, para ver montras, para fotografar. Para tudo. é desde há muitos anos o meu bairro preferido em Lisboa.

    Fico contente por saber que partilhamos este gosto.

    um beijinho, Olinda.

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  4. Olá Firme,

    Vai esperar? Olhe, mas já arranjou um banco...?

    Para se sentar nele enquanto espera, claro.


    :)))

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  5. Olá,UJM: sobre a escolha dum banco pra me sentar,tranquilo,inda não decidi!Se os seus conselhos para futuro Governo forem aceites...como espero,já tenho umas ideias!Sou enformado,sento-me num banco público,de tanto jardim que por cá temos,só espero que sejam bem tratados!!!QUE TENHAIS UMA BELA NOITE...

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