No post abaixo já vos mostrei por onde andei na segunda à noite: Chiado by night, minha eterna sedução.
Mas, hoje, Lisboa, a bela, ficou para trás.
Mas, hoje, Lisboa, a bela, ficou para trás.
Esta terça feira pusemo-nos a caminho, rumámos a sul. Setembro é um bom mês para cá estar. Ou Maio. Tínhamos estado cá em Maio, uns dias, poucos, nunca temos muito tempo para estar. Voltámos agora.
De cada vez, pensamos, E se experimentássemos outro lado? Tentamos mas temos memória de outros lugares e nenhum outro, como Lagos, nos encanta tanto. Voltámos, pois, a esta cidade ainda com a sua identidade, às suas praias de águas tão limpas, ao mar grande que parte para outras lonjuras. A cidade de eleição de Sophia.
De tarde, antes de irmos para a praia e depois para a beira da piscina, estivemos no quarto a ler, naquela preguiça que se tem quando nos deitamos numa cama macia de hotel, com a janela aberta para o azul do céu e do mar. Comecei o Yoga para pessoas que não estão para fazer yoga do Geoff Dyer. Na entrada há um texto que deve ser extraído de um capítulo em que ele diz 'Aquele verde era completamente sensual, e tornava o pensamento, não apenas impossível, mas inconcebível.'
E, assim, estou eu. Aqui, não é o verde que me envolve mas o azul. Talvez amanhã já esteja mais aclimatada e consiga pensar. Hoje ainda não consigo. A água fresca, nadar, nadar, olhar o horizonte, ver o voo das gaivotas seguindo os veleiros ou vindo dançar em frente da varanda, tudo parece absorver a minha capacidade de escrita.
Venho sempre carregada de livros, nunca sei bem se vou gostar ou se me vai apetecer ler aquele em que pego, e quero ter alternativas. Desta vez, até trouxe um livro que acabei quando estava in heaven, a autobiografia de Sebastião Salgado, pois gostei tanto que queria falar-vos dele. Nem é tanto do livro mas do Sebastião Salgado em si, pessoa cuja obra admiro muito. E agora que conheço um pouco da sua vida, ainda gosto mais dele. Mas estou com tal camada de preguiça azul em cima de mim que não consigo. Além disso, estou a usar a rede do hotel e é de uma lentidão que me está a dar cabo da paciência.
Venho sempre carregada de livros, nunca sei bem se vou gostar ou se me vai apetecer ler aquele em que pego, e quero ter alternativas. Desta vez, até trouxe um livro que acabei quando estava in heaven, a autobiografia de Sebastião Salgado, pois gostei tanto que queria falar-vos dele. Nem é tanto do livro mas do Sebastião Salgado em si, pessoa cuja obra admiro muito. E agora que conheço um pouco da sua vida, ainda gosto mais dele. Mas estou com tal camada de preguiça azul em cima de mim que não consigo. Além disso, estou a usar a rede do hotel e é de uma lentidão que me está a dar cabo da paciência.
Vistas de longe, as velas das pranchas de windsurf parecem borboletas coloridas. E a luz do sul é vibrante, doura as espigas, intensifica a cor das águas, espelha o branco das velas.
Estou com vontade de ir dar um passeio de barco pelas grutas. O meu marido diz que sou maluca, que é coisa para turista ver. Há imensa oferta a este nível, junto à marina somos assediados a torto e a direita para um passeio pelas grutas e o aspecto é mesmo de comércio para turistas. Vamos ver. Às tantas esta preguiça com que ando, tira-me a vontade para isso.
À noite fomos jantar à cidade. Estava uma noite fresca mas tão agradável. As ruas cheias, cheias. O hotel em que estamos está com uma ocupação de 100%. O restaurante também completamente cheio. Comi uma bela fritada mista de peixes com arroz de legumes e salada e, para sobremesa, torta de amêndoa com doce de ovos (uma bomba calórica boa de comer e chorar por mais... mas veio só uma para os dois! que eu não quero ficar uma baleia)
Não há dúvida que Portugal se está a impor como um destino turístico de qualidade, seguro, ainda muito puro e, não menos importante, muito barato (para quem vem de países em que o PIB é a sério e não de bricadeirinha como o nosso, os preços que se praticam são trocos).
E agora vou ficar-me por aqui porque a minha alvorada é condicionada. O meu parceiro é madrugador e se agora consegue estar a dormir apesar de eu estar aqui com a luz acesa, já o mesmo não posso eu dizer com o barulho que ele faz quando se levanta e começa a cirandar à minha volta. Além disso gosta de tomar o pequeno almoço cedo para fazermos uma caminhada também cedo. Por isso, ciao, ciao, que vou apagar a luz.
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A música é 'Vozes do Mar' (letra de Florbela Espanca) numa interpretação de Marisa.
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Caso queiram ver as montras do Chiado, desçam um pouco mais, por favor.
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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela quarta-feira.
Olá UJM!Gosto do seu jeito engraçado de dizer,gosto das fotos que publica e vou-me identificando aqui e ali com vários dos seus gostos em que destaco em patamares diferentes, como é óbvio, o Chiado que é um deslumbre na diversidade e o mar...o mar sempre!Quer seja uma "cama de azeite" quer seja aquele mar de ondas enormes,sempre diferentes e a lembrar que tudo é e deve ser dinâmico.Desejo-lhe umas óptimas férias.
ResponderEliminar"...vai pelas pequenas ruas estreitas, direitas e brancas, até encontrares em frente do mar uma grande praça quadrada e clara que tem no centro uma estátua. Segue entre as casas e o mar até ao mercado que fica depois de uma alta parede amarela. Aí deves parar e olhar um instante para o largo pois ali o visível se vê até ao fim. E olha bem o branco, o puro branco, o branco de cal onde a luz cai a direito. Também ali entre a cidade e a água não encontrarás nenhuma sombra; abriga-te por isso no sopro corrido e fresco do mar. Entra no mercado e vira à tua direita e ao terceiro homem que encontrares em frente da terceira banca de pedra compra peixes.(...)"
ResponderEliminarSophia de Mello Breyner Andresen
Olá Concha,
ResponderEliminarE eu gostei de ler o que escreveu. Obrigada.
Rodeada de mar agora na recta final das minhas férias, elas estão a ser um descanso, uma maravilha.
Agradeço as suas palavras e a sua presença aí desse lado.
Um abraço.
Olá Humberto,
ResponderEliminarA ver se consigo colocar este excerto no texto que hoje vou escrever. Muito obrigada.
Tal como Sophia, também eu gosto muito do mercado e gosto muito de toda a terra e das praias e do tempo que corre mais devagar.
Um abraço, Humberto.
Boa noite Jeitinho.
ResponderEliminarLagos é uma terra de que tambem gosto muito.
Oxalá consiga convencer o seu marido a visitarem as grutas, não se arrependerão. Encantam hoje os estranjeiros como já muito antes
encantaram Sophia.
Um passeio ao longo da costa Algarvia foi para mim uma viagem inesquecivel.
Um beijinho e boas férias.
Gosto muito de Lagos, bem como de toda a costa desde Lagos até Sagres e daí até Aljezur (e, para norte, da costa alentejana em geral). Da zona central do Algarve, confesso, não gosto. Mas gosto muito do zona oriental, sobretudo da Ria Formosa (tenho belas memórias das férias na Praia do Barril) e de Tavira.
ResponderEliminarOlá Pôr do Sol,
ResponderEliminarAinda hoje voltámos a falar nisso. Teima que aquilo lhe parece coisa para turista ver. Mas talvez ainda o convença (embora com tanta gente a distribuir papelinhos e a falar em inglês connosco a vender idas às grutas até eu fique um bocado de pé atrás). Mas deve ser bonito. Nunca andei de barco junto à costa algarvia. Deve ser bonito.
As minhas férias são curtinhas mas são sempre muito bem aproveitadas. Não desperdiço nadinha.
Beijinhos, Sol Nascente. E obrigada.
Olá Carlos,
ResponderEliminarEu também gosto muito de Tavira mas não tem as praias tão à mão de semear como Lagos.
E quando falo em gostar muito das parais de Lagos falo em todas as praias desde Lagos até ao Castelejo, praia que é, para mim, das melhores e mais lindas do País.
http://umjeitomanso.blogspot.pt/2013/07/guia-para-nao-se-ficar-decepcionado-com.html
Este ano, talvez porque chegámos a esta altura do ano bastante cansados, temos estado mais sedentários e ainda não partimos para essas praias de que eu tanto gosto (incl Boca do Rio, por exemplo) mas que requerem andar um bocado de carro e são de mais difícil acesso mas, pelo menos no dia em que nos formos embora, por lá passaremos.
A do barril não conheço. A ver se para uma próxima vinda, vou lá experimentar.
Com esta minha conversa de sul, sol e mar aumento as suas saudades, não? O tempo por aí? Friozinho já, não?
Um abraço aqui dos mares do Sul, Carlos.
Irei matar saudades de Portugal daqui a duas semanas! :-)
ResponderEliminarQuanto ao tempo, tem estado mais quente nos últimos dias, mas o clima é instável (em Londres, no mesmo dia, podemos ter várias estações do ano).
Um abraço.
Carlos,
ResponderEliminarBoa! Já está quase. e se tem estado tempo quente, menos mal. E há tanta coisa boa por aí. Nunca será tempo perdido. Tomara que seja até tempo fértil a vários títulos.
Um abraço.
Não está a ser tempo perdido, de todo. Se assim sentisse, não permaneceria aqui. Eu gosto desta cidade.
ResponderEliminarUm abraço.