Bem, abaixo já falei do Mosquito e do Sobrinho e da pica que a comunicação social portuguesa lhes dá.
Mais baixo falei da pica que as madames dão às peixeiras e que os chernes dão aos ursos.
E aqui, agora, devia falar da minha bela noite no Chiado, uma noite quente em que não subia aragem do rio - mas este calor dá-me cabo do ânimo.
Bebo água, refresco-me, faço o que posso mas, aqui chegada, talvez por ter regressado tarde a casa e já esteja com sono, não estou com vontade de a esta hora, cerca das 2 da manhã, ainda ir seleccionar fotografias para ilustrar o texto.
Hoje o nosso compromisso era no Chiado by night, o meu bairro preferido, e as ruas estavam cheias, e havia música e tudo e nós estávamos numa boa, felizes e contentes, férias, tempo para curtir a bela e amável cidade. Além disso, haja o que houver, sou a crazy girl das fotografias, já ninguém estranha, e desta vez andei a fotografar montras, a espreitar os antiquários e alfarrabistas, as lojas de objectos quase de arte e isso dá-me uma alegria suplementar.
Se amanhã não se meterem pepineiras pelo meio, a ver se as mostro pois, para quem não tenha oportunidade de por aqui veranear, talvez tenha graça perceber qual o ambiente que por aqui se vive.
Mas nem tudo foram rosas: o jantar demorou, demorou. Ao lado, o Avillez ensaiava umas filmagens, (também o fotografei). Vai expandindo, expandindo, dando entrevistas, aparecendo na televisão, simpático e omnipresente, mas, às tantas, não consegue prestar atenção ao que se passa nos restaurantes. Gente nova na cozinha, gente nova na sala e os clientes a secar, para além de que a comida não estava com a habitual qualidade. Claro que preenchemos o questionário a dar conta da insatisfação. O facto de nos oferecerem a sobremesa como um gesto de compreensão pelo nosso desagrado, não atenuou a maçada de o jantar não merecer o agrado das vezes anteriores.
Mas adiante que se não é disso que aqui estou para falar.
Ora, se não é disto nem é para mostrar l'air du temps, para que é então?
Pois bem. Na onda do post anterior, venho mostrar uma das fotografias. Só uma.
Em pleno Chiado, bem junto à saída do metro, mesmo junto à Brasileira, uma agência de viagens.
Qual o mal? perguntarão os meus Leitores mais inocentes.
Pois. Eu mostro.
Golden Visa. Tax Benefits. Real Estate for China buyers.
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Portugal a ser vendido a retalho aos chineses. O Chiado. O Estoril. A Lapa. Tudo o que seja caro, bom. Tradicional. Quando melhor, melhor. Dinheiro é o que não falta.
[Sobre isto, de dinheiro não faltar, abro outra excepção e vou aqui colocar outra fotografia que lá fiz. Vejam bem esta pechincha. 40% de desconto. Barato, barato, barato. Tive vontade de trazer meia dúzia. E não há dinheiro...? Então não há? É o que não falta. Não há é para os portugueses.]
Mas continuando. Dizia eu que habitação, comércio e restauração tudo para chineses.
A comunicação social para os angolanos. A construção civil também para os angolanos. As editoras a começarem a ser vendidas a angolanos.
Os aeroportos a franceses.
A electricidade a chineses.
Os seguros a chineses.
Os bancos a espanhóis e angolanos e a fundos sem pátria.
Os correios nem se sabe bem a quem.
Aliás, já perdemos o controlo a tanta coisa.
Passos Coelho dirá que tudo está a correr como previsto, Paulo Portas dirá que está a ser um sucesso.
E nós, os pategos do costume, nada diremos.
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Quem estiver desalinhado e ainda não saiba chinês e se dê ao trabalho de traduzir o título deste post com o google translator, obterá:
Quem possui o visto de ouro, também conhecido como ouro ou vice irrevogável, em seguida, uma mala cheia de cordéis, você pode comprar o que quiser nesta bela terra e cerâmica galo de Barcelos que Caldas até que o covarde edifício famoso
No entanto, o que eu queria dizer era:
Quem tiver um Golden Visa, também conhecidos como os irrevogáveis vice-Golden ou, então, uma mala cheia de guita, pode comprar o que quiser nesta bela terra dos galos de Barcelos e de louça das Caldas, até a afamada Casa da Mariquinhas
Isto do translator é uma maçada, nem nisso a gente se pode fiar. Sorte macaca.
Relembro: por aí abaixo há mais dois posts. E eu estou perdida de sono.
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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma boa terça-feira.
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Esta cambada que nos desgoverna e vende o país ao desbarato enoja-me. Passos, Portas, Albuquerque, Gaspar, Moedas, e afins são do piorio, políticos inqualificáveis. Esta então dos Visa Gold é de asco. Só podia vir daquela cabeça irrevogável. Com a aquiescência de Passos. E não veio combater o desemprego. Que aliás, com as novas regras e cortes que sofreu, leva a que se crie artificialmente a ideia de que baixou. Ainda recentemente, uma conhecida minha contava-me que o marido, desempregado, vai ficar sem o subsídio a partir de Março próximo, passando para a dita “formação”, onde receberá uns 50 euros mensais. E desaparece nas estatísticas. E assim, este bando de malfeitores que nos desgoverna, Passos, Portas, etc, manipula números e mente sobre a situação dramática do desemprego. Voltando aos chineses, angolanos, etc, o problema é como, um dia, nos vamos livrar deles se quisermos (o Estado, com um outro governo) voltar a deter o capital maioritário de certas empresas (ex: EDP, mas há outros).
ResponderEliminarEste país está, aos poucos, a entrar pelo cano abaixo. Com a mãozinha espúria dos principais responsáveis pela acção governativa actual.
P.Rufino
Chinês não! Mandarim.
ResponderEliminarVistos GOLD
ResponderEliminarTenho um amigo, que não é de cá,
que quer um visto
para passar a ser de cá,
mas não é um visto qualquer,
o visto que ele quer
tem que ser de ouro maciço,
um visto GOLD,
alguém me arranja isso?
Um outro amigo meu,
que é cá dos nossos
e muito bem posicionado,
disse-me que arranjava o visto ao meu amigo
se ele trouxesse nos seus bolsos
muito papel, muita narta, el contado
(tás a topar, ou não, observou ele meio calado),
se assim é, está combinado,
dinheiro não falta ao meu amigo
O meu amigo entrou cá
e obteve logo o visto Gold,
fiquei muito contente,
voltou a dar a aura de outrora
à Rua do Benformoso,
ao Intendente,
e à encosta da Meia Laranja, ao Casal Ventoso,
e quer comprar o Tribunal da Boa Hora
para aí instalar um serviço altamente
eficaz, eficiente e resiliente
de residencial de luxo, para arrendar quartos à hora
com jacuzzi de água de nascente,
será um grande investimento
que cria postos de trabalho
e mais impostos para o orçamento
(estou a ficar baralhado,
querem ver que à custa de tanta austeridade
já percebo de economia)
Já agora, e não me levem a mal,
como a CPLP também dá vistos GOLD
(seja bem-vindo Sr. Presidente da Guiné Equatorial)
vou propor à União Europeia, a BOLD,
para conceder vistos GOLD
a quem conseguir atravessar a nado
o Mar Mediterrâneo,
e pode ser um visto em papel almaço,
ou em qualquer outro sucedâneo