terça-feira, outubro 22, 2013

Resposta genérica aos Caríssimos Comentadores de Um Jeito Manso


Sobre os comentários que recebi nos últimos dias, nomeadamente no que respeita ao que escrevi sobre a entrevista que José Sócrates concedeu a Clara Ferreira Alves no Expresso de sábado passado, gostaria de dizer o seguinte:



1. Acho que o ódio que alguns dedicam ao ex-Primeiro Ministro José Sócrates é infundado; pela argumentação, constato que os factores emocionais superam largamente a análise objectiva. Sendo comentários bem escritos e relativamente aos quais se vê que são escritos por quem tem cultura e informação suficientes, penso que apenas uma tremenda falta de empatia pode levar a que não tentem analisar os números, os factos, e, em vez disso, se detenham sobretudo em tiques ou atitudes pessoais.


2. Respeito a diversidade de opiniões. Claro que me revejo mais nos comentários que exprimem pontos de vista similares aos meus. No entanto, gosto de um bom confronto de argumentos. Aqui apenas lamento que o facto de isto ser virtual não proporcionar um bate papo esclarecedor e vivo. Muito gostaria de poder rebater um a um, desmontar mesmo, os raciocínios de quem faz análises precipitadas e assentes em apreciações subjectivas ou descontextualizadas. Como não posso fazê-o, fica-me essa pena.


3. Mas não fico aborrecida. Os meus Leitores podem protestar à vontade, apontar-me erros ou omissões, discordar comigo. Não vou zangar-me. Não sou de me ofender lá porque quem discorda de mim usa termos mais ou menos exuberantes na manifestação das suas opiniões. E geralmente fico a pensar no que me dizem. Já aqui o disse várias vezes: apenas não respondo individualmente a cada comentário porque, quando o fazia, perdia-me na conversa e chegava à meia noite e ainda estava eu na palheta com cada um. Deitava-me tardíssimo e sempre com a sensação que me apetecia ter dito muito mais. Ou seja, não pensem, por favor, que o facto de não vos responder individualmente é fruto de menos atenção, consideração ou, mesmo, em alguns casos, afecto. Não. É apenas uma tentativa minha de gerir melhor o meu tempo.


4. Tal como acima já o disse, seria pouco sincera se dissesse que prefiro os comentários antipáticos ou discordantes. Claro que prefiro os comentários concordantes, fico toda contente se vejo que alguém pensa como eu. As afinidades são sempre agradáveis. Mas a vida é mesmo assim: feita de contrários. 

E todos podemos viver em harmonia, com respeito mútuo e aceitação. 

E é na exposição das nossas opiniões divergentes que aprendemos uns com os outros, que vimos a vida sob perspectivas diferentes.

Finalmente: disse que não fico aborrecida com os comentários menos simpáticos e é verdade. Mas, mais do que isso, agradeço a todos o vosso interesse em lerem o que escrevo e agradeço o tempo que usam para aqui me deixarem as vossas palavras. São e serão sempre muito bem vindos.

Podemos discordar uns dos outros, lutar vigorosamente pelas causas em que acreditamos mas acho que não vale a pena aborrecermo-nos uns com os outros. A vida é curta demais para a desperdiçarmos com desafectos.

E agora vamos mas é divertir-nos. Encontros, desencontros, aproximações e afastamentos - tudo certo. Mas que isso não nos estrague o prazer de estarmos uns com os outros (mesmo que apenas neste espaço imenso e virtual).




Com coreografia de Jiri Kylian, o Netherlands Dance Theatre interpreta Happy Birthday (Mozart)


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É verdade: as imagens representam obras de Matisse (imagens de paz e reflexão).

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Ainda cá volto.

1 comentário:

  1. Olá UJM,

    É a minha vez de dar a "minha" singela opinião: Os Leitores podem ter opiniões divergentes dos bloguistas, cronistas, escritores, etc., mas não é elegante nem têm o direito de menosprezar ou desfazer do trabalho daqueles que escrevem para " todos" com prazer e com o intuito, antes de mais, de partilharem, sem nada pedirem em troca, o que têm de melhor dentro de si: A cultura e o conhecimento.

    A blogosfera é um espaço virtual posto à disposição de todos para partilharmos conhecimentos e interajuda entre nós, mas nunca deve servir de veículo para descarregar ódios, invejas e frustrações! Antes de apontarmos o dedo ao próximo devemos apontá-lo em 1º lugar a nós próprios e a seguir julgarmo-nos em praça pública. Verificamos que não gostámos da "sentença" e que fomos alvo de injustiças. Assim acontece quando julgamos os outros injustamente!

    A vida é" feita de contrários", como diz a UJM. Devemos pois respeitar essas diferenças, aprender uns com os outros e aproveitar a força das ferramentas que a blogosfera põe à nossa disposição para enterrarmos o ódio, a indiferença, a inveja etc. e no seu lugar semearmos nobres valores, a paz e o amor pelo próximo. Façamos da vida um jardim, semeando estes valores, em decadência, quem sabe, se não iremos precisar de colher algum deles, um dia!?...

    Muito obrigada pelas suas partilhas e voltarei sempre com imenso prazer.

    Um beijinho

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