quinta-feira, abril 18, 2013

"Erro na fórmula de Excel usada para justificar a austeridade", pode ler-se num artigo da TVI 24 online


Nota: Sobre a maratona de coxos que os pretensos ministros de Passos Coelho estão a correr, fazendo de conta que estão em reunião de Conselho de Ministros, maratona essa que nunca mais acaba, todos ensarilhados uns nos outros, falo no post a seguir a este. 

[Vocês desculpem lá estes meus intróitos mas é que, se não os faço, o meu marido, quando no dia seguinte lhe pergunto o que achou do que escrevi, diz que só leu o primeiro pois esquece-se (ou faz que se esquece...) de ver se há mais e eu gosto de saber o que ele pensa, pelo que tenho que me esforçar por que ele leia]

Agora, aqui neste, falo de mais uma que devia ser esfregada na cara do Gaspar-não-Acerta-Uma e do seu empregado, o pasteleiro de Massamá.



Qual deles é qual...?

Ó meus amigos, isso é pormenor: o importante é que são dois fundamentalistas que se agarraram  cegamente a uma teoria que está tecnicamente errada!


Refiro-me ao que hoje foi divulgado por todo o lado e que, pela sua importância, transcrevo integralmente  de um dos sítios, por exemplo, da Secção de Economia da TVI 24 online (frases a bold da minha responsabilidade):


Na base das políticas de austeridade, estão uma série de contas. O problema é quando essas decisões de aperto de cinto partem de contas erradas. Foi o que se detetou agora em relação ao artigo «Crescimento em tempo de dívida», cuja fórmula de Excel utilizada pelos dois investigadores que assinam o texto parece ter falhas. O certo é que tem inspirado uma legião de fãs, desde o comissário Europeu para os Assuntos Económicos, Olli Rehn, até ao secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, por exemplo.

O artigo de Carmen Reinhart e Kenneth Rogoff baseou-se em estatísticas entre 1946 e 2009 para concluir que o crescimento económico diminui drasticamente quando o nível da dívida pública de um país ultrapassa os 90% do Produto Interno Bruto (PIB). 

Segundo essa investigação, com uma amostra de 20 economias avançadas durante o período pós-guerra, o crescimento médio anual do PIB varia entre cerca de 3% e 4%, quando o rácio da dívida pública em relação ao PIB é inferior a 90%. Mas o crescimento médio cai para -0,1% quando a proporção sobe acima de um limiar de 90%.

O que se constata agora é que uma dívida pública elevada pode não ter consequências assim tão negativas no crescimento económico de um país, mas foi nisso que se centraram muitas decisões políticas (leia-se, de austeridade) para resolver a crise na Europa.

Numa análise ao artigo daqueles dois investigadores, outros três da universidade de Massachusetts detetaram que os resultados do artigo que tem servido de base a políticas de austeridade nos últimos três anos «estavam baseados numa série dados errados e técnicas estatísticas incomportáveis», lê-se num artigo publicado pelo Financial Times esta quarta-feira. 

«Quando realizámos novos cálculos precisos, utilizando [o mesmo] conjunto de dados, verificou-se que, quando o rácio de dívida em relação ao PIB é superior a 90%, o crescimento médio é de 2,2%, e não -0,1%. Descobrimos também que a relação entre crescimento e dívida pública varia muito ao longo do tempo e entre países», frisam Thomas Herndon, Michael Ash e Robert Pollin. 

O artigo da polémica excluiu, por exemplo, anos em que os países com dívidas com um peso superior 90% registaram sólidos crescimentos económicos, como foi o caso da Austrália e Canadá, ambos entre 1946 e 1950, e Nova Zelândia (entre 1946 e 1949). Apresenta falhas também ao peso atribuído à duração do crescimento do PIB e os erros de código no Excel, que deixou de fora da análise cinco países: Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá e Dinamarca.

«Então, o que é que isso significa?», questionam. Ora, se considerarmos uma situação em que um país está a aproximar-se do limite de 90% na relação dívida pública / PIB, isso não quer dizer que esse país está a atingir «um ponto perigoso onde o crescimento económico é susceptível de diminuir vertiginosamente». 

Pelo contrário, «a nossa prova corrigida mostra que o crescimento de um país pode ser um pouco mais lento», mas continua a existir. É muito importante, sublinham ainda, perceber se o crescimento lento é causa ou consequência de uma dívida pública elevada, antes de podermos tirar conclusões significativas. O que uma falha básica num cálculo de Excel pode fazer...

Harvard Carmen Reinhart e Kenneth Rogoff já reagiram à crítica dos investigadores de Massachusetts. Argumentam que quiseram mostrar uma associação e não relação de causalidade entre dívida e crescimento e fazem questão de sublinhar que nesta última análise há resultados que não fogem muito aos seus. Remetem-se ao silêncio em relação ao erro detetado na fórmula de Excel.

*

O mínimo que se espera é que se ponham assim

(Embora talvez não seja muito prudente porem-se de costas. Digo eu)


Agora que isto é sabido - tal como é também sabido (e disso já aqui falei) que o autor da receita de austeridade para a Irlanda já confessou que a receita é errada, tal como é sabido que já é um case study o mal que a austeridade estar a fazer à economia portuguesa - o que dirão o Gaspar e o seu subordinado Passos?

Cá para mim, não dizem nada. Não percebem nada disso. No caso do pasteleiro, ele 'é mais bolos'. No caso do outro, não se leva a sério já que, como dizem os ex- assessores de outros ministros, ele é um psicopata social

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Para ler sobre os maratonistas da desgraça, tal como já vos disse, é  favor seguir para o post abaixo.

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Ainda cá volto para uma breve.

3 comentários:

  1. Olá UJM,
    Mais uma lição de economia, com cabeça tronco e membros. O erro na fórmula de Excel usada para justificar a austeridade é que paga as favas!...
    Vamos seguir os próximos capítulos para saber qual será a próxima vítima!
    Um beijinho e boa noite

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  2. A FIRMEZA DO CONTRIBUINTE ALEMÃO ESTÁ A SALVAR A EUROPA
    .
    ->>> Primeiro: Todos pudemos assistir a uma incrível e MONUMENTAL CAMPANHA no sentido de ridicularizar todos aqueles que eram contra o 'viver acima das possibilidades' - leia-se, campanha no sentido de ridicularizar todos aqueles que eram anti-endividamento excessivo -; um exemplo: no passado, Manuela Ferreira Leite foi ridicularizada...
    ->>> Depois: Hoje em dia, todos podemos assistir a uma incrível e MONUMENTAL CAMPANHA contra os defensores da austeridade; um exemplo: chegam a retratar o contribuinte alemão como novos nazis...
    .
    { nota: o resultado do endividamento excessivo está aí à vista: a superclasse (alta finança - capital global) assumiu o controlo de bens estratégicos: combustíveis... electricidade... água... }
    .
    -> Marionetas ao serviço da superclasse CAVAM BURACOS SEM FIM (nas finanças públicas, nas empresas públicas, na Banca)...
    -> Marionetas ao serviço da superclasse (alta finança - capital global) enfiaram-nos numa ratoeira: a Espiral recessiva...
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    -> 'Paladinos' do discurso anti-austeridade... ESTIVERAM CALADOS que nem um rato... ""ignorando"" o perigo que era os Estados andarem a endividar-se na construção de auto-estradas 'olha lá vem um', estádios de futebol sem público, nacionalização de bancos falidos, etc, etc...
    .
    -> O discurso anti-alemão que reina nos media internacionais (nota: são controlados pela superclasse) é uma consequência óbvia: depois de andar a 'cavar-buracos'... e andar a saquear contribuintes em vários países... a superclasse quer saquear o contribuinte alemão.
    -> A firmeza do contribuinte alemão (não cedendo à pressão exercida internacionalmente...) é fundamental para salvar a Europa.
    { Nota: Depois de 'cozinhar' o caos... a superclasse aparece com um discurso, de certa forma, já esperado!... Exemplo: veja-se a conversa do mega-financeiro George Soros: «é preciso um Ministério das Finanças europeu, com poder para decretar impostos e para emitir dívida» }
    .
    .
    P.S.
    -> Um caos organizado por alguns - a superclasse (alta finança - capital global) pretende 'cozinhar' as condições que são do seu interesse:
    - privatização de bens estratégicos: combustíveis... electricidade... água...
    - caos financeiro...
    - implosão de identidades autóctones...
    - forças militares e militarizadas mercenárias...
    resumindo: uma Nova Ordem a seguir ao caos - uma Ordem Mercenária: um Neofeudalismo.
    {uma nota: anda por aí muito político/(marioneta) cujo trabalhinho é 'cozinhar' as condições que são do interesse da superclasse: emissão de dívida e mais dívida, IMPLOSÃO DA IDENTIDADE AUTÓCTONE, etc}

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  3. JOAQUIM CASTILHOabril 18, 2013

    Olá UJM

    Crónica do FERREIRA FERNANDES no DN de hoje:

    "Desculpem qualquer coisinha



    Claro que vocês sabem quem são, não estão é a relacionar... Ele, o Kenneth "Oops!" Rogoff, e ela, a Carmen "Oops!" Reinhart, ainda são primos do Vítor "Ai, Onde é que Tinha a Cabeça!" Gaspar. Primos por parte da folha do Excel. Já estão a ver? Não? Outra ajudinha, lembram-se daquele piloto que fala inglês com pronúncia de conhaque, o comandante Frederico "Ups!" Manchique? Esse. Um dia, o nosso "Ups!" dos Boeing avisou da cabina: "Srs. passageiros, por um erro de cálculo meti libras de fuel, em vez de quilos. O depósito está vazio, desculpem qualquer coisinha..." O comandante, que Deus tem, também era um Excel. Bom, então os "Oops!", a Carmen e o Kenneth, professores de Economia em Harvard e antigos quadros do FMI, publicaram em 2010 um rigorosíssimo estudo, um paper como eles chamam. O "Growth in a Time of Debt" foi traduzido para português, pelo "Ai, Onde é que Tinha a Cabeça!" Gaspar, com o título "Gastaram, Não Foi? Agora Dancem!", com a chancela Povo Livre Editora, de Massamá. Esse livrinho dos "Oops!" foi a bíblia que pôs a Europa no caminho da salvação e da austeridade. Por estes dias, porém, diz-se que o tal paper ponderou mal os países estudados e até tinha um erro no Excel (como se o erro não fosse o encanto desta família)! Pura inveja, claro. Um abraço ao professor Gaspar! Ele não me conhece mas fui operado a uma unha encravada por um tio dele, o cirurgião João "Lá me Enganei!" Mendonça. Agora só tenho um rim."

    Para rir se não fosse tão triste!(digo eu)

    um abraço

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