Nota: Este é o meu terceiro post desta noite. A realidade anda estúpida demais para eu fingir que não dou por nada. Sempre achei uma certa graça a situações surreais, a séries de gente doida. Por isso, como não aproveitar este pratinho que nos é servido diariamente?
No post a seguir a este pode ler-se sobre o erro da folha de cálculo que induziu os fundamentalistas acríticos a aplicar austeridade em cima de austeridade como se não houvesse amanhã.
No post que está a seguir, o terceiro, falo do ring de boxe onde decorre uma maratona de parvoíce e de cortes à bruta. Parece que a Conferência de Imprensa é amanhã e pode acontecer que, a seguir, as ruas tenham que se encher, de novo. A ver vamos.
Mas, aqui, agora, falo dos Brutus do regime.
Ricardo salgado: põe a mão por baixo enquanto convém O pior é quando deixa de convir |
Um regime aguenta-se enquanto tem a seu lado os banqueiros. Cai quando estes lhe tiram o tapete.
Os banqueiros são gente fina. Gente fina bebe chá em pequenina, fala com uma certa displicência, tem um tom de voz selecto, e tem diplomacia, savoir faire, sabe usar as meias palavras.
Quando são gente fina desde o berço, como o Ricardo Salgado, suportam, com uma certa dose de condescendência, a parolice dos políticos borra-botas, tentam ensinar-lhes boas maneiras através do exemplo.
Há outros que já são mais extrovertidos como o Ulrich, um desbocado. Já antes de ontem se atirou a Passos Coelho. De cada vez que abre a boca, desboca-se.
Mas, na hora da verdade, juntam-se e, se necessário for, deitam abaixo um governo em três tempos.
As notícias mais fresquinhas dão conta de que está em marcha uma mudança de paradigma.
Leio no Público (excertos do artigo e partes a bold da minha responsabilidade):
O presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, considerou nesta quarta-feira que a austeridade "está a chegar ao limite", e defendeu que a troika deve mostrar algum "pragmatismo" para ajudar a economia portuguesa.
Comentando o necessário ajustamento ao Orçamento do Estado para este ano devido ao chumbo de quatro medidas pelo Tribunal Constitucional, o banqueiro alertou que o país não aguenta muito mais austeridade.
“Agora, a senhora Merkel também sabe muito bem que tem uma solução na manga que pode resolver essa equação, que são as eurobonds [títulos de dívida europeus]”, lançou Salgado. “No dia em que houver eurobonds, sabendo que é preciso avançar mais dentro da consolidação europeia, e haver um compromisso mais forte e mais firme dos países europeus com o cumprimento das regras do défice e do endividamento, mas, logo que isso for possível, vamos ter umas taxas de juro que condizem com uma União Europeia e Monetária”, considerou, acrescentando que, neste momento, na União Europeia e Monetária, “há países que estão a ser altamente penalizados pelas taxas de juro, nomeadamente, Portugal”.
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Ou seja, agora é que, verdadeiramente, se pode dizer que o estada de graça de Passos Coelho está a chegar ao fim.
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Se quiserem saber a minha opinião sobre os dois temas acima referidos, é irem-se deixando ir por aqui abaixo.
Na quarta feira levantei-me muito cedo, tive outro dia daqueles e esta quinta vai ser uma longa jornada. Estou a escrever já completamente a dormir. Acho que amanhã vou receber um telefonema a alertar-me para o estado de desgrenhamento desta minha escrita.
Assim, uma vez mais: nada de novo no Ginjal. Também não consigo escrever hoje sobre Isabel, a mulher ciumenta. Podem não acreditar mas estou mesmo quase a dormir.
E aproximam-se dias algo complicados (por motivos do melhor que há: trabalho, meninos, menininhos) pelo que não posso garantir que isto amanhã ou depois ou depois entra nos eixos. Mas irei fazendo o possível, já sabem. De qualquer forma, aceitem, pois, as minhas desculpas.
E aproximam-se dias algo complicados (por motivos do melhor que há: trabalho, meninos, menininhos) pelo que não posso garantir que isto amanhã ou depois ou depois entra nos eixos. Mas irei fazendo o possível, já sabem. De qualquer forma, aceitem, pois, as minhas desculpas.
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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela quinta feira! Desejo-vos muita alegria.
Só Cavaco e a troika
ResponderEliminarestão a impedir a queda do desgoverno
Um pouco alheada tenho andado, mas algo me diz que este governo está na fase do "canto do cisne"
ResponderEliminarEsta tentativa de namoro a Seguro não será coisa de Maduro???
Ou será imposição da Troika+Portas+desespero???
Também tu banqueiro!?...
ResponderEliminar(clama O Coelho César em voz off)
Abraço
Ao falar-se de bancos e banqueiros, acabo de ler que segundo o Banco de Portugal a dívida pública do País não para de crescer e já vai em...126,3% do PIB! Em Setembro de 2012 era de 120,2%. Todavia, não me parece que quer o PR, quer o PM, quer o Gaspar, quer Portas, etc e coisa, estejam preocupados em mudar de política economico-financeira e estudarem um plano para dinamizar a economia, estimular o consumo e criar investimento e, de caminho, estancar o desemprego.
ResponderEliminarComo cidadão e contribuinte preocupo-me e muito. A coisa começa a assustar-me. Nunca seremos capazes de pagar o que se deve – pelo menos continuando, serenamente, com esta política e estes governantes, incompetentes de todo!
Enfim!
P.Rufino
ResponderEliminarOlá UJM,
Pois é, os banqueiros também já estão a achar que a austeridade é muito violenta e tem que ter um fim rápido... o cerco está a ficar apertado.
Vamos acompanhando o desenrolar dos episódios e as suas análises sempre pertinentes.
Obrigada