quarta-feira, setembro 05, 2012

Duas mulheres e dois meninos passeiam em Lisboa num fim de tarde à beira do Tejo, em Belém, junto ao Padrão dos Descobrimentos - até que um boi encarnado começa a voar sobre o rio e mostra aos meninos que não há impossíveis


Há um rio que corre dentro de mim


Lindsey Stirling no violino interpreta River flows in you

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Andava por lá um menino que corria, corria, encantado com o rio que corria também. E as duas mulheres que acompanhavam esse menino e ainda um outro mais pequenino não tinham descanso. Cuidado, olha que cais ao rio. Cuidado, cuidado, olha que não há protecção, não te aproximes, cuidado. Mas qual quê...?

O menino ria, travesso, e corria, corria e era quase como se voasse, livre, feliz.

Lá em baixo, sobre o rio que corria também, corriam também barquinhos cheios de outros meninos, mais crescidos, que remavam, apressados. Tinham muito rio para percorrer, não tinham tempo para olhar os meninos que os olhavam da margem, remavam, corriam, corriam nas águas do rio.



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Atrás das árvores escondia-se um outro barco, este com altas velas brancas. Mas nós adivinhávamos que ele estava ali, silencioso, esquivo. E depois, quando não o esperávamos, mostrava-se, vaidoso de ser tão grande e tão branco.

E havia, também, meninas grandes que passavam cheirosas, muito bonitas, com vestidos muito bonitos e iam elegantes, vaidosas também por serem tão bonitas e por deixarem um rasto tão perfumado.



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E o sol soltava uns últimos raios de luz dourada só para as iluminar, para que brilhassem como estrelas que o céu tivesse cedido à beira do rio, para que brilhassem ao passar mesmo antes de ser noite.

Mas nem todas as viram, passando, assim, esguias, perfumadas, confiantes.



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Algumas pessoas preferem olhar o rio, e olham-no com tempo e esperam que a terra se afunde no espaço escondendo o sol, e olham o belo veleiro que se quer perder na lonjura, que, lentamente, se dirige à esfumada linha de horizonte. E os meninos do barquinho continuam a correr para o grande mar, correm, correm, no seu barquinho a remos.

Num fim de dia assim junto ao rio tudo é belo e absoluto; as pequenas coisas relativas não têm lugar.

Onde é que pára a troika e os pequenos homens que lhe prestam vassalagem? Onde param os que ganham a vida jogando com pequenas palavras, com pequenas e inúteis habilidades? Onde param todos aqueles que têm pequenas cabeças, pequenas e vazias, nas quais se ensarilham duas ou três ideias infundamentadas e estúpidas? Onde param as caricatas criaturas que queimam a terra à sua volta, que expulsam as crianças do reino, que anulam a vontade de criar novas vidas? 

Não os vejo por aqui. Não costumam procurar lugares assim, lugares de paz, de grande quietude, de sonho e largueza.


E, então, os meninos olham para cima e, intrigados, vêem muitos seres subindo, incentivando, rezando, dando força a uma figura que, na proa, desafia os limites e olha para lá onde a vista ainda não alcança. 


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Os meninos olham, olham, e reparam que são figuras gravadas na pedra, cravadas na pedra, figuras que ali estarão para sempre. E são mais bravos e vêem mais longe estes seres de pedra do que os pequenos homens de pequenas ideias que frequentam largas salas com vistas pequenas, aqueles seres inúteis que dizem palavras gastas, sem qualquer relevância as palavras e eles que as proferem, seres vazios e pequenos. 

Os meninos olham, tentam perceber que seres de pedra são estes que olham mais além. E nós duas que ali estamos com eles calamo-nos para que cresçam a pensar que todos podem ser assim, solidários, generosos, visionários, corajosos, vendo para além do que está à vista. Não lhes dizemos que estes seres de pedra vêem mais, mas muito, muito mais do que o que se mete pelos olhos dentro dos homens pequeninos de mentes apertadas e pequenas que os meninos e nós todos costumamos ver na televisão. Não queremos estragar o momento nem causar-lhes uma primeira grande desilusão. Calamo-nos e deixamo-los encantados, olhando as figuras de pedra que nos lembram que há mundos para além dos mundos.



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E depois chegámos ao pé de dois bois encarnados que placidamente olham o rio. 

Os meninos ficam admirados. Bois encarnados?

Claro, bois encarnados olhando um rio azul, perdidos num espaço suave e cheio de luz. Que tem isso de estranho? 



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E, então, os meninos querem, os dois, ir para cima dos bois. Eu não consigo pegar o mais crescido ao colo, é muito pesado e ainda tenho algumas limitações. A mãe coloca o mais pequenino e, então, passa um casal desconhecido, sorridentes os dois, com aquela simpatia espontânea que nasce no rosto das pessoas boas que passeiam ao fim do dia respirando o ar gentil e perfumado de maresia, e conta-nos que tem um filho com 44 anos e que muitas vezes, há quarenta anos, colocou o filho em cima daquele boi. E o senhor então pega este menino ao colo, coloca-o em cima do boi, e ali fica a conversar connosco, a senhora sorri, simpática, os dois muito afáveis, e é bom viver assim, os afectos a nascerem desinteressadamente na beira do rio e depois, quando vai, enquanto anda, ainda se volta para trás e pergunta o nome do menino e conta-nos o nome do seu neto e faz-nos adeus. E a sua simpatia e generosidade ficam aqui registadas, é o meu agradecimento.

E o menino mais crescido sente-se grande em cima do boi encarnado que olha o rio azul e brinca com o irmão mais pequenino que se senta no outro boi e riem os dois, assim, de súbito importantes, mais altos que nós, vendo mais longe que nós, e riem, felizes. 

Quando nos queremos ir embora porque a noite já se faz anunciar, ele não quer, gosta de estar ali.



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Então, eu digo-lhe que é melhor descer porque daí a nada o boi vai desatar a correr e ele irá lá em cima e o menino ri e diz que não, que não é verdade porque o boi não é de verdade. E eu digo-lhe que é porque, quando começa a cair a noite, faço magias e uma das magias que faço é dizer umas palavras mágicas ao ouvido do boi encarnado. O menino olha-me curioso, e é o quê? E eu digo que não lhe posso dizer porque são palavras secretas. Mas vejo que fica decepcionado e, então, condescendo, pronto, vá lá, digo só o princípio. E logo os olhos brilham de curiosidade, Qual é? É assim, abracadabra, abracadabra, vai boi, corre, salta e voa como uma cabra. O menino ri-se. Continuo, nessa altura, quando o boi encarnado ouve as minhas palavras mágicas, logo lhe nascem grandes asas e ele começa a correr, a correr e depois começa a levantar voo e voa, voa, e vai a voar sobre o rio. E conto-lhe que as pessoas que vão a passear vêem, então, um grande boi encarnado com umas grandes asas também encarnadas, voando entre os veleiros transparentes, em direcção a uma lua azul num céu que anoitece.

O menino ouve admirado. Não acredita mas, por via das dúvidas, resolve que é melhor sair de cima do boi.

E rimo-nos todos porque sabemos que as magias são mais de verdade do que as coisas verdadeiras.

Dirigimo-nos então a casa, andando pela beira do rio. Escureceu muito rapidamente e está uma aragem morna. E as noites assim, todos o sabemos, costumam vir carregadas de magia.

*

Tenham, Caros leitores, um dia muito bom. E que a magia nunca vos abandone.

17 comentários:

  1. Amiga:
    Que história linda!
    Quando a contar aos seus meninos, não fale nos homens pequeninos, de cabeças pequeninas, fale nos de pedra.
    Que as crianças, ao menos elas, pensem que o mundo é um rio azul, há bois vermelhos e, os homens são todos como os de pedra e o senhor que pôs o maior, em cima do boi. Que eles acreditem em magia e beleza.
    Como eu gostava de ter nos olhos e na cabeça, a pureza deles!
    Gostei tanto!
    Por momentos, acreditei de novo, na magia.
    Abraço grande
    Mary

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  2. Com as suas palavras, também eu passeei à beira Tejo. São assim as palavras mágicas. Bem fazem os seus meninos em insistirem para que a avó as pronuncie.


    Vejo que já voltou ao trabalho. Que tenha um bom reinício.

    Um abraço

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  3. UJM é uma fantástica contadora de histórias! E uma DJ especial, com gostos musicais requintados. Adorei! Um verdadeiro momento de magia.

    Eu tenho um porco vermelho que voou do México para minha casa na carteira de uma pessoa amiga. Não gosto muito de porcos, mas este é especial. Como os bois vermelhos da sua história.
    Obrigada.
    Clara Ruas

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  4. Não abandono as palavras mágicas que por aqui se estendem como se estivessem num grande palco. Como grandes são os meninos e os seres de pedra.
    O resto é 'gente' pequena.

    Vamo-nos vendo por aqui, mesmo que em silêncio.

    Abraço

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  5. Gostei muito e tanto! Do passeio e da historia contada! Bjs

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  6. Olá Mary,

    Que contente fico com as suas palavras. Gosto muito de estar com crianças, identifico-me muito com o espírito infantil. Gosto da curiosidade e da alegria da descoberta das crianças. Talvez por isso, quando estou com crianças, as histórias saem tão naturalmente.

    E muitas vezes as histórias saem-me como brincadeiras e vejo com alguma surpresa que, afinal, gostam tanto.

    Mas, está a ver, Mary, e vejo que me percebe, pela parte que me toca vou fazer com que vejam com optimismo e confiança o que é novo e as dificuldades que têm pela frente e faço de conta que não há por aí uns homenzinhos palermas que só atrapalham a vida aos outros.

    Um abraço muito grande também para si, Mary!

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  7. Olá Leitora de A Matéria dos Livros,

    Muito obrigada pelas suas palavras que me soam sempre tão bem.

    Já vi o belo vídeo que colocou n'A Matéria dos Livros e que contem histórias que farão delícias das crianças (e que dão muitas ideias de novas histórias aos adultos).

    Tal como lá comentei, quando quero comprar livros ou contar histórias infantis aos meus 'babies', ou quase são destituídas de conteúdo ou, então, são repletas de coisas más, difíceis de compreender por crianças pequenas.

    Veja a Branca de Neve e os Sete Anões. Imagine o que é falar nisto a uma criança de 3 anos que não faz ideia sequer do que são anões. A minha filha adaptou a história para os 'A Branca de Neve Sete Meninos pequeninos' e deu um valente 'twist' à história. Eu, então, fujo dessas histórias. É que ou é a Carochinha com o outro a cair num caldeirão a ferver, ou maçãs com venenos, ou lobos que comem velhinhas, ou um lobo que quer dar cabo de porquinhos... é tudo assim. Temos que fazer grandes adaptações ou inventar histórias mais lúdicas em que os personagens sejam pessoas e animais normais e que não contenham crimes, maldades das grossas.

    Por isso, é bom ver alternativas imaginativas como as que constam do seu post.

    Bom reinício também para si... Que os seus alunos gostem das suas aulas e tenham bom aproveitamento.

    Um abraço, Leitora!

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  8. Olá Clara Ruas,

    Em primeiro lugar tenho que agradecer a sua visita e, em seguida, as suas palavras.

    É tudo muito ao 'correr da pena', sem saber o que vai sair enquanto a escrita decorre mas, à medida que as palavras vão surgindo em conjugação com as fotografias, parece que, na minha cabeça, a coisa começa a ganhar um sentido de que, no início, não me tinha apercebido.

    E a música ainda me parece um acaso mais completo. Enquanto escrevo, o texto começa a soar-me de uma maneira que me dá uma ideia de qual a música de fundo que me parece mais adequada. Depois, nem sei bem como, lembro-me, vou à procura e ela aparece.

    Por vezes tenho dificuldades técnicas pois há muitas que não se conseguem incluir nos blogues e aí vejo-me aflita para dar a volta à ideia que se tinha formado na minha cabeça.

    Outra dificuldade é quando falo do Governo. Só me ocorre música pimba para acompanhar aquilo...

    Mas, enfim, é para mim um prazer escrever e escolher imagens e músicas e, por isso, fico mesmo agradada quando vejo que o gosto que ponho no que faço passa para quem me lê.

    Quanto ao seu porco mexicano acho que eu também gostaria muito dele. As cores do México são lindas, cores quentes e fortes e há um imaginário muito lúdico e colorido.

    E eu aqui já coloquei também os cavalos azuis de Franz Marc ou a bicharada colorida e infantil de Chagall. Tudo isso é muito ao meu gosto.

    E, de resto, 'obrigada' eu!

    Tenha, Clara Ruas, um belo dia e volte sempre.

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  9. Olá jrd,

    Muito obrigada. As suas palavras são muito agradáveis de ler. Gosto muito de passear com as crianças aqui neste sítio, um sítio com tanta história, onde o rio se faz ao mar, onde a largueza é tanta. Acho que, de pequenos, devemos incutir nas nossas crianças a habituação à largueza de horizontes, à grandeza de ambições. Não sei bem explicar. Acho que é um local onde também há muita gente, gente muito diferente, e barcos grandes e pequenos, e pescadores à linha, e namorados e ontem havia também marinheiros e tudo isto desperta curiosidade e esta diversidade 'abre' a cabeça aos miúdos e isso parece-me importante.

    Também lá estive ontem a ver a sua fracção e apeteceu-me dizer que se o Crato se apercebe das suas tendências matemáticas ainda o arregimenta para ver se o ajuda a resolver a equação impossível que mete professores com horário zero e turmas com miúdos a mais. Mas tive receio que não gostasse e contive-me. E hoje já lá estive a ver a sua dança da Vitória, um belo texto em chamas.

    Vamo-nos, pois, lendo, mesmo que nem sempre nos cumprimentemos em voz alta.

    Um abraço, jrd.

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  10. Olá Historinhas de Nós,

    Pois é, é sempre bom passear, respirar ar limpo, andar sem preocupações, vendo o rio, sentindo a alegria das crianças (que não andam em frente pois dão um passo em frente, fogem em diagonal para trás, param, agacham-se para apanhar uma pedrinha, mais dois passos para a frente, mais uma corrida para o lado.... e assim sempre, até uma pessoa já estar exausta de não sair quase do mesmo sítio e tanto andar atrás deles com medo que vão de mergulho ou que sejam atropelados por alguma bicicleta ou por alguma daquelas pessoas que ali andam a correr).

    Mas, tirando isso, não há nada mais saudável a todos os níveis.

    Um beijinho e que amanhã seja um dia muito bom, calmo e feliz!

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  11. Olá Querida Jeitinho,

    Deixe-me dar-lhe, mais uma vez, os parabens pela criatividade e imaginação.
    Com as crianças, muitas vezes a magia é a nossa grande aliada e salvação.

    Que engraçado, nos meus passeios à beira rio já tenho tentado "adivinhá-la", no meio dos amantes daquela zona. Onde vejo uma fotógrafa com objectivos menos obvios, penso, será?

    Hoje, porém isso não aconteceu pois lembrei-me de que já tinha retomado as suas lides profissionais.

    Fui mostrar a zona a uma amiga e passeámos a partir da Torre até ao Centro Champalimaud.

    É uma zona mais calma,os pequenitos
    estão menos sujeitos a atropelos pois não há as tais faixas para ciclistas.

    O Espaço Darwin é muito agradável, mas tablaram as aguas vezes cinco, juntaram 20% sobre o Sol, 20% sobre a vista do rio, 10% sobre o bom gosto e não se esqueceram do IVA.

    Isto depois de manhã, termos pago €7,00 para ver os Clautros dos Jerónimos. Turismo em Lisboa é para estrangeiros.

    De regresso ao carro, a minha pequenita "fez" levantar quem descançava nos bancos de pedra, para que lhe lessem os poemas lá gravados.(não foi muito simpático, mas achei interessante a curiosidade).

    Bons passeios e uma boa quinta feira.

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  12. No seguimento do comentário que fiz no meu blogue, pergunto: porque não escreve um livro de histórias para crianças? Tem muita originalidade e sentido de ritmo. Viria colmatar uma falta que me parece existir na literatura portuguesa para a infância, precisamente de histórias mágicas, mas com base na realidade actual dos Meninos. Para a adolescência há muita coisa, mas para a infância não conheço. (Pode ser ignorância minha, claro.)

    Abraço

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  13. Olá Leitora de A Matéria dos Livros,

    Já li a sua resposta lá no A Matéria dos Livros. Gostei de ler. Um dia, quando me reformar, estou capaz de voltar à escola pois há tantas coisas que gostava de aprender. Uma delas seria Literatura. Deve ser fascinante.

    Quanto a histórias infantis, elas saem-me espontaneamente e já algumas vezes dei por mim a escrever historinhas para crianças. Mas publicar... nem sei como é isso, nem saberia por onde começar. Não é mundo que eu conheça e deve requerer muito tempo. Tenho uma amiga, aliás até minha parente (se é que a expressão se aplica neste caso) que até tem uma editora mas é uma editora de outro tipo de livros, não livros comerciais para se venderem em livrarias.

    Até podia eu fazer os desenhos ou, então, pedir a uma prima que é designer de comunicação e uma artista.

    Mas a minha vida profissional está tão no outro lado do mundo que nem saberia por onde começar.

    Mas que fiquei com a pulga atrás da orelha com isto que me disse, lá isso pode crer que fiquei...

    Obrigada, mesmo. Um abraço, Leitora!

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  14. Olá, UJM

    Vim ver os meninos a passear à beira-rio com a mãe e com a avó (?).

    Bom, isto é dedução minha, mas o que interessa é que faz tudo sentido, os meninos e a sua curiosidade, as duas mulheres preocupadas com eles, os bois encarnados, e...

    um parágrafo ou mais em que fala de homens pequenos, que habitam salas grandes com vistas curtas, cabecinhas pensadoras, coitados, uns infelizes.

    Pequenos demais, deveras, perante o espectáculo que descreve no seu texto, em que o rio, veleiros, meninas perfumadas, casal afectuoso, e o imenso jeito de contadora de histórias de uma das mulheres... :)

    Beijos, minha querida.

    Olinda

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  15. Olá Pôr do Sol,

    Quando leio os comentários antes de desligar o computador, depois de ter escrito o texto do dia, já estou sempre tão cheia de sono que já não consigo ter força para responder e, depois, no dia seguinte, respondo aos do dia e acontece 'passar-me' os da véspera à noite.

    Mas fica a martelar no subconsciente pois hoje de tarde, do nada, lembrei-me que estava pendente este seu comentário.

    Eu agora passeio por lá já ao fim do dia. Vou primeiro ter a casa da minha filha e depois vou com ela e com os miúdos (e às vezes com o meu marido) para lá.

    No outro dia estava com vontade de ir para o espaço Darwin mas a minha filha diz que é mais desprotegido e nós com aqueles dois todos os cuidados são poucos, corre cada um para seu lado e o pequenino ainda é muito 'irresponsável' para poder ser educado já que ainda nem ano e meio tem.

    Mas acho que é fácil reconhecer-me. Ando de máquina e sempre a baixar-me para puxar pelo bebé que pára a brincar com qualquer pedrinha que veja ou a tentar chamar o mais crescido que vai ver os barcos, os pescadores, enfim, tudo. E ando com a minha filha que faz o mesmo que eu.

    E já não coxeio mas ainda não ando muito lesta.

    Eu quando por ali ando e me parece ver alguém a olhar com atenção para mim também penso que pode ser alguma das pessoas que me lê e tento adivinhar quem é.

    Mas provavelmente um dia destes ainda nos reconhecemos.

    Um beijinho, Sol Nascente!

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  16. Olá Olinda,

    Deduz e deduz muito bem. Uma mulher sou eu, outra a minha filha e os dois meninos são os dois filhos da minha filha, ou seja, dois dos meus 4 netos. Para eles eu sou a Tá (foi assim que o mais crescido, agora com 4 anos, quando era bebé, me chamou. E ficou e todos agora me chama assim e eu gosto).

    Acho que sou uma avó atípica, eles gostam muito de mim e eu deles, acho que tenho uma química especial com eles, uma empatia, entendemo-nos muito bem, brincamos, ensino-lhes coisas e eles gostam de aprender como se estivessem a brincar.

    E gostam muito de me ouvir contar histórias, é uma brincadeira que os prende.

    Mas passear com eles nestes locais especiais, assim ao fim do dia, é uma coisa muito boa (...mas, Olinda... tão cansativa...!)

    Um beijinho!

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  17. Que lindo passeio, que lindas fotos e que maravilhosa história de encantar! Tenho sobrinhos-netos dessas idades, mas distantes, o que para mim foi muito bom poder reviver um pouco o convívio e as brincadeiras dos pequeninos com este belo texto.
    Muito obrigada por esta pérola.
    Um beijinho,

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