Não sei há quanto tempo tinha cortado com o Expresso. Aquilo estava a derivar para uma versão do Correio da Manhã para um segmento mais evoluído do que o do genuíno, e, para além disso, estava transformado numa máquina de propaganda anti-PS e, por maioria de razão, anti-PCP e BE. Valia tudo: parangonas sensacionalistas, manipulação pura e dura, e muito pastiche à mistura, pouca originalidade. Antes de mim já o meu marido se tinha desligado.
Não posso pronunciar-me sobre o que se passou durante este período em que não lhe toquei mas hoje, para ver com os meus olhos o que tinha a dizer um dos homens poderosos deste País, para ver se se confirmava o que tinha visto na entrevista à SIC, resolvi enfrentar a oposição do meu marido e a minha própria e abrir uma excepção. E, assim sendo, ao sairmos da nossa toca para irmos ao supermercado, à saída, não resisti e fui à tabacaria buscar o saco de plástico.
Continuo a lamentar que os jornalistas capazes que ainda trabalham para o Expresso tenham que se sujeitar a isso, continuando a colaborar com o que, em tempos, foi um projecto jornalístico credível e que hoje é disso uma decadente sombra - presumo que o façam pelo mais premente dos motivos, para ganhar a vida e, por isso, custa-me falar mal do jornal. Aliás, nem é para falar do Expresso que aqui estou.
E acho que ainda não é agora que vou pronunciar-me detalhadamente sobre mais esta entrevista concedida pelo Juíz Carlos Alexandre a um órgão de comunicação social. Tenho que a digerir.
Agora uma coisa é certa: o sujeito não é mesmo bom da cabeça. Mais: o que se auto-intitula de 'o saloio de Mação' não passa de um deslumbrado que deu passos maiores que a perna e que agora está encalacrado com as dívidas que arranjou. Parece ser daqueles pretensos coitadinhos cujo sonho é ter tanto como 'os grandes' e que se meteu a comprar casas, carros e sei lá mais o quê e que, no fundo, inveja os que conseguem pagar isso enquanto ele se vê à nora para os pagar (se é que se vê à nora porque, numas coisas conta ao pormenor o que ganha e o que tem, mas, noutras, há omissões - parece que recebe alugueres de prédios que a mulher herdou mas sobre essas verbas não concretizou).
Agora uma coisa é certa: o sujeito não é mesmo bom da cabeça. Mais: o que se auto-intitula de 'o saloio de Mação' não passa de um deslumbrado que deu passos maiores que a perna e que agora está encalacrado com as dívidas que arranjou. Parece ser daqueles pretensos coitadinhos cujo sonho é ter tanto como 'os grandes' e que se meteu a comprar casas, carros e sei lá mais o quê e que, no fundo, inveja os que conseguem pagar isso enquanto ele se vê à nora para os pagar (se é que se vê à nora porque, numas coisas conta ao pormenor o que ganha e o que tem, mas, noutras, há omissões - parece que recebe alugueres de prédios que a mulher herdou mas sobre essas verbas não concretizou).
Carlos Alexandre, respondendo a perguntas sobre o assunto das dívidas, diz que deve meio milhão de euros em créditos à habitação, diz que deve mais uns dez mil euros em cartões de crédito, depois não é claro mas deve ainda mais por créditos que pediu para comprar carros (até um BMW 520 ele comprou! - e quem não souber a ordem de grandeza é só pesquisar).
Depois diz que por isso é que tem que trabalhar aos sábados e até aos domingos! 70 euros, não sei se por dia, se por fim de semana. Ou seja, pelos vistos não trabalha porque o trabalho o exija mas porque precisa do dinheiro!
E eu pasmo. Aliás, li grande parte da entrevista em estado de pasmo. Mas que bancos é que emprestam uma tal fortuna a um homem singular com um ordenado que, sendo alto face à média do país, não é nenhuma fortuna? Diz que, depois de impostos, leva para casa quatro mil e tal euros por mês e que a mulher ganha metade e que do empréstimo das casas (1 moradia, 1 apartamento no Carvoeiro e mais uns casebres, diz ele) paga 3.000 por mês. Junte-se-lhe as amortizações dos carros e do cartão de crédito (10.000€ em cartões de crédito?!?) e veja-se o panorama.
E depois fala, parece que com inveja, nem se percebe bem, uma coisa mesmo estranha, dos que recorrem a facilidades de offshores e outros esquemas.
E toda a conversa dele é de uma tal pancada, mesquinhez, paranóia... nem sei. Acho que vou parar aqui para ver se consigo processar melhor toda a desgraça que para li está.
Mas uma coisa é certa: alguém que tenha poderes para o fazer, deveria reflectir bem se é nas mãos de uma pessoa assim que deverá continuar a estar concentrado tanto poder. A mim parece-me um perigo que deveria ser atacado de frente e num curto espaço de tempo.
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E já cá volto para referir as 'ameaças' que lhe fazem, o colega substituto com quem só fala no corredor, que sabe tudo da vida de Proença de Carvalho e mais não sei o quê, que acha muito suspeito algumas coisas da Autoridade Tributária, que tem um manual sobre espiões que lhe deixaram à porta, e outras curiosas particularidades que revelam bem o calibre da cabeça do 'saloio' das mangas compridas.
Continuação com transcrição de excertos elucidativos aqui
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Tudo o que este homem tem feito e agora diz, leva-me a pensar que acordou para o mundo e viu o imbroglio em que se meteu e que só quer que o demitam e o deixem ir para o seu canto.
ResponderEliminarTodos aqueles que lhe atribuiram tantos preocessos e os que por medo ou outros interesses lhe concederam créditos e facilidades deveriam ser chamados à barra e condenados.
Os crimes de abuso de poder neste País compensam sempre. Ainda enho fé ue um dia isto mude.
Ele fez a bizzaria de falar da sua vida financeira? Quem quer saber? Porquê justificar-se? Sei que sou um bocado burro, mas sinceramente não entendo.
ResponderEliminarOlá Pôr do Sol,
ResponderEliminarPenso que, talvez por motivos da sua vida pessoal, das suas características psicológicas, sei lá, este Juiz dá mostras de não ter grandes condições para acompanhar processos complexos.
A bem da Justiça em Portugal, eu sentir-me-ia mais tranquila se soubesse que em lugares como os que ele ocupa estão pessoas com vidas equilibradas, psicologicamente robustas, que sabem trabalhar em equipa e colher conselhos junto dos pares, etc, e não uma pessoa como a que ele próprio tem revelado ser.
Um belo domingo para si, Sol Nascente!
Pois é, Fernando, não se percebe. Se o faz com um propósito, dir-se-ia, lendo-o, que o tiro lhe sai pela culatra. Se o faz sem querer, igualmente preocupante é, já que revela não medir o que diz.
ResponderEliminarBizarria? Não sei. Diria eu que há ali uma dose muito razoável de pancada.
Um domingo feliz para si, Fernando!