Música, por favor, está bem?
Conduzo há muitos anos e conduzo praticamente todos os dias, quer em ambiente de cidade, quer em estrada ou, mais frequentemente, em autoestrada. Gosto muito de passear de carro mas prefiro não ser eu a conduzir. No entanto, pelo menos durante a semana, que remédio.
Sempre receei ter um acidente. É raro o dia que não passo por um, pois frequento percursos que correspondem a zonas com grande incidência de sinistralidade.
Sempre receei ter um acidente. É raro o dia que não passo por um, pois frequento percursos que correspondem a zonas com grande incidência de sinistralidade.
Mas os anos foram passando e eu, felizarda. Até que, há cerca de dois anos, não escapei.
Ia a descer uma estrada com uma inclinação algo acentuada, em curva, estrada esta que conduz a uma rotunda muito movimentada, quando, logo no início, quando a estrada começa a curvar, ao reduzir e ao travar, o travão não produziu qualquer efeito. Carreguei no pedal, carreguei, nada, e o carro embalado por ali abaixo. Na aflição, ainda pensei mas estarei a carregar no pedal certo? e desviei o pé para o lado, senti o acelerador no sítio dele e não havia dúvida: o travão não estava a funcionar. Como o carro era daqueles cheios de electrónicas, não tinha travão de mão de puxar. O carro embalado por ali abaixo e eu a perceber que o desastre estava iminente.
A sensação é terrível. Não apenas a sensação de se perceber que se está a caminhar para o desastre mas a sensação em si de se conduzir um carro por uma descida, sem travões.
A sensação é terrível. Não apenas a sensação de se perceber que se está a caminhar para o desastre mas a sensação em si de se conduzir um carro por uma descida, sem travões.
Durou segundos, eu agarrada ao volante a tentar que o carro não se despistasse, a tentar ainda travar com o pedal, estive até ao fim a tentar que aquilo produzisse efeito - mas nada.
Quando atingi a curva da qual se via a rotunda vi camionetas de carga a circular e pensei que me ia espetar numa delas. Pensei que se levasse o carro a tentar contornar a rotunda, com aquele trânsito e sem travões ia provocar um acidente do caraças (desculpem a expressão) e, ao entrar, desabalada, só pensei que o melhor era tentar atirar o carro para cima da rotunda. Tudo isto durou apenas uma ínfima fracção de segundos. Passei, nem sei como, pelas camionetas e não me espetei em nenhuma e, agarrando com força o volante, atirei-me mesmo para cima da rotunda.
Quando atingi a curva da qual se via a rotunda vi camionetas de carga a circular e pensei que me ia espetar numa delas. Pensei que se levasse o carro a tentar contornar a rotunda, com aquele trânsito e sem travões ia provocar um acidente do caraças (desculpem a expressão) e, ao entrar, desabalada, só pensei que o melhor era tentar atirar o carro para cima da rotunda. Tudo isto durou apenas uma ínfima fracção de segundos. Passei, nem sei como, pelas camionetas e não me espetei em nenhuma e, agarrando com força o volante, atirei-me mesmo para cima da rotunda.
Ao subir o passeio, que era alto, com a velocidade em que ia, senti um estrondo enorme, senti uma enorme pancada e, imediatamente, uma nuvem, que me pareceu de fumo, encheu o carro. Nesse instante vi que estava a ir contra uma coisa metálica enorme que estava no meio da rotunda e, naquele segundo, o que pensei foi que aquela chapa ia entrar pelo carro adentro e que poderia cortar-me a cabeça e que, portanto, poderia estar a viver o meu último instante com vida. Mas não havia nada a fazer, nessa altura o carro estava desgovernado, embora eu ainda tentasse controlar o volante. Então, nesse instante, o carro subiu para cima de uma coisa e imobilizou-se, quase de lado, entalado entre essa coisa e a construção metálica.
Durante um segundo fiquei imóvel a tentar perceber se aquela 'cena' tinha chegado ao fim e percebi que sim. Tentei abrir a porta, vi que abria. Tentei tirar o cinto, consegui. Apesar do carro estar todo inclinado consegui sair e, para minha surpresa, estava de pé e aparentemente boa. Pensei estou viva. Olhei as mãos a ver se via sangue mas não, nada. Confirmei em pensamento estou mesmo viva. Passado pouco tempo, as mãos, os pés e o peito haveriam de ficar negros mas, na altura, não tinha nada.
Imediatamente apareceram pessoas a correr de todo o lado, dos camiões, dos carros, toda a gente vinha saber se eu estava bem e toda a gente dizia que era melhor fugir pois o carro estava a deitar imenso fumo. No entanto, quando olhei, vi que o fumo não saía do motor mas de dentro do carro e que, portanto, o carro não devia explodir. Tinham sido os airbags que tinham rebentado. E eu estava calma, calmíssima, espantada por estar viva, por estar bem.
Só então percebi que o carro tinha embatido numa árvore que estava lá na rotunda, uma azinheira ou uma oliveira, não me lembro, sei que era daquelas que trouxeram do Alqueva, tinha-a deitado abaixo e tinha-lhe passado por cima, ficando o carro meio tombado, entalado entre a árvore que tinha ficado quase toda debaixo do carro e a dita peça escultórica metálica que ficou toda amolgada, como é bom de ver. O vidro da frente parecia uma renda fina, bastaria tocar-lhe para que se desfizesse em mil pequenos estilhaços, o carro todo amolgado dos lados e à frente.
E eu ilesa.
E eu ilesa.
Entretanto, comecei a pensar em coisas práticas. Incapaz de entrar para dentro do carro, dada a posição em que ele estava, lá consegui, mesmo assim, cá de fora, encontrar o telemóvel, retirar a carteira, depois fazer telefonemas.
Passaram uns polícias para tomar conta da ocorrência e que me aconselharam a ir ao hospital para ser examinada, coisa que não fiz, e algum tempo depois, uns colegas foram buscar-me. O carro só foi retirado umas horas depois, com um guindaste, uma operação complicada que causou um enorme transtorno no trânsito; e foi declarado pelo seguro como perda total.
Durante uns dias mais, andei dorida das mãos, dos pés e do peito. Das mãos e dos pés deve ter sido da força que fiz para agarrar o volante, para travar, para agarrar o carro que eu sentia que fugia de mim, descida abaixo, uma sensação horrorosa; do peito, devido ao rebentamento dos airbacks, devido ao puxão do cinto de segurança e do impacto das pancadas. Mas tive uma sorte extraordinária.
Podia ter-me espetado contra um camião, poderia aquela coisa de chapa ter-me entrado pelo vidro, poderia ter-me magoado a sério, poderia ter ido desta para melhor - mas a sorte protegeu-me e saí ilesa. Percebi melhor o que é a sorte, aquela indizível (e invisível) força que nos desvia do que poderia ser uma desgraça e nos mantém a salvo; percebi a linha, tão ténue, que nos separa do nosso fim.
Recomecei a conduzir no dia seguinte mas o susto que apanhei deixou marcas. Durante cerca de um ano parece que tinha perdido a naturalidade da condução, andava sempre a verificar se o travão funcionava, odiava conduzir em descidas, especialmente em autoestradas em que os carros vão a grande velocidade. E ainda hoje, quando faço uma descida nessas condições, tento ir longe dos carros da frente, tenho um certo receio de ter que travar e não conseguir. Mas, enfim, passou e já quase não me recordo disso.
Mas lembrei-me de vos contar isto porque ontem dei aqui com o clip da música que estava a tocar no momento do acidente e que nunca mais me tinha apetecido voltar a ouvir. É o que acabaram de ouvir, 'Here's the tender coming' das The Unthanks. É uma música muito bonita e aqui estou, neste momento, a reconciliar-me com ela.
Tenham um bom domingo, meus Caros, e apreciem a vida!
Tenham um bom domingo, meus Caros, e apreciem a vida!
Jeitinho amiga:
ResponderEliminarAssustei-me muito, porque ao principio, pensei que tinha sido ontem e, já ia dizer-lhe para ir ao hospital, ao médico, etc.
Depois acalmei.
Que grande susto deve ter tido! Graças a Deus ou ao destino, nada aconteceu, além das pisaduras. A minha nora teve um acidente do género e, nunca mais conduziu. Só se abalança a pequenas distâncias.
Vou ouvir agora a música, porque com o susto, esqueci-me.
Beijinhos, amiga
Maria
há 1 ano, um carro veio contra o meu. resolveu eltrapassar sem olhar quem vinha no outro sentido.
ResponderEliminaro acidente espera nos a todo o momento, mesmo que da nossa parte a conduçao seja correcta.
Amiga Maria,
ResponderEliminarNão, já foi há dois anos mas foi uma coisa terrível. Sentir o carro a ganhar velocidade por ali abaixo sem poder travar, saber que aquilo ia dar a uma rotunda, foi mesmo o ir conscientemente a caminho do desastre.
Felizmente foi só 'chapa' mas ainda hoje as descidas com trânsito e em que se tem que andar depressa são para mim uma coisa em que tendo a ficar pouco à vontade. Vou ali sempre com o pé a ver se tenho que o pôr do lado do travão, com a mão pronta para ter que meter uma mudança mais presa, etc.
Passou mas perdi um bocado da descontracção que antes tinha quando conduzia.
Um beijinho, Mary.
Caro Patrício Branco,
ResponderEliminarTem razão. Num dia normal, em que somos tão cuidadosos como em todos os dias anteriores, de repente acontece uma coisa que nos pode mandar desta para melhor. Sempre temi isso e naquele dia aconteceu-me a mim. Mas, se foi assustador descer sem travões, a ganhar velocidade, a tentar não me despistar porque a estrada era em curva, ver que a rotunda estava cheia de trânsito e, depois, a pancada dos airbags a rebentarem e ver-me a avançar descontrolada contra aquela coisa enorme de chapa, foi um sensação de espanto e de calma quando consegui sair do carro e vi que estava inteira.
Mas é coisa que não se deseja a ninguém. Por minha vontade passava a andar sempre devagarinho, coisa também impossível porque do parte do percurso é em autoestrada.
Enfim.
Olá!
ResponderEliminarEstou aqui - no Douro - à lareira. Como está a dar na Sport TV um jogo de futebol, cujo final determinará a nossa hora de regresso ao Porto, aproveitei para adiantar as leituras que costumo fazer à noite.
Bolas! Olhe lá o que a gente perdia, se o anjinho da guarda não estava a tomar conta de si naquele dia.
Vá lá, Amiguinha: ponha-se fina quando for ao volante, guie com a caixa - se o carro não for automático - e cuide-se: é que faz parte da nossa vida e íamos-lhe sentir imenso a falta. A sério!
Beijinho amigo da
Magnólia aka Tita
Enviado do meu iPad
Cara UJM:
ResponderEliminarHá muitos anos, tardinha de consoada, ia eu, sozinho, a subir uma encosta do Sabor, no Nordeste Transmontano, de onde sou, e, com o gelo, o carro fugiu-me para o lado direito. Deu uma volta no ar e ficou assente nas rodas, pronto a descer a estrada… Felizmente, eu não tive nada. Se tem sido para o lado esquerdo o deslize, era a encosta e o rio… Enfim, momentos felizes em contextos dramáticos.
Felizmente, estamos cá!
J. Rodrigues Dias
Querida Magnólia, Tita,
ResponderEliminarQue bom ver este seu bilhetinho. Gosto de a saber por aqui. Aliás, quando estou para aqui a escrever como se não houvesse amanhã, penso muitas vezes nos meus amigos leitores que estão aí desse lado e cujas vozes não ouço, cujos rostos não conheço. Será que me compreendem, que gostam de ler o que escrevo ou que gostam das fotografias que escolho?
Por isso, fico sempre confortada quando leio palavras assim simpáticas.
Muito obrigada com toda a sinceridade.
Um beijinho, Magnólia-Tita.
Caro José Rodrigues Dias,
ResponderEliminarEssa também deve ter sido das boas...! Até me arrepio de pensar. Gosto de escrever que voo e tal e coisa, fanfarronices, mas, se me imagino numa 'cena' dessas até sinto vertigens só de imaginar...
E, de facto, quando a gente vê que podia ter sido desta mas que tivemos sorte e ainda nos foram dadas mais vidas, só podemos sentir-nos agradecidos e passar a usufruir a vida ainda com mais devoção.
Obrigada pelo seu testemunho.
E uma boa semana1
O seu estilo literário é mesmo interessante. Hoje, o comentário que fez ao meu bilhetinho, fez-me lembrar o prefácio dos Bichos, do Torga, que com certeza conhece, mas que, just in case, lhe mando. Acho que tem imenso a ver...
ResponderEliminar"Querido Leitor,
São horas de te receber no portaló da minha pequena arca de Noé. Tens sido de uma constância tão espontânea e tão pura a visitá-la, que é preciso que me liberte do medo de parecer ufano da obra, e venha delicadamente cumprimentar-te uma vez ao menos. Não se pagam gentilezas com descortesias, e eu sou instintivamente grato e correcto.
Este livro teve a boa fortuna de te agradar, e isso encheu-me sempre de júbilo. Escrevo para ti desde que comecei, sem te lisonjear, evidentemente, mas também sem ser insensível às tuas reacções. Fazemos parte do mesmo presente temporal e, quer queiras, quer não, do mesmo futuro intemporal. Agora, sofremos as vicissitudes que o momento nos impõe, companheiros na premente realidade quotidiana; mais tarde, seremos o pó da história, o exemplo promissor ou maldito, o pretérito que se cumpriu bem ou mal. Se eu hoje me esquecesse das tuas angústias e das minhas, seríamos ambos traidores a uma solidariedade de berço, umbilical e cósmica; se amanhã não estivéssemos unidos nos factos fundamentais que a posteridade há-de considerar, estes anos decorridos ficariam sem qualquer significação, porque onde está ou tenha estado um homem é preciso que esteja ou tenha estado toda a humanidade. Ligados assim para a vida e para a morte, bom foi o acaso te fizesse gostar destes Bichos. Apostar literariamente no provir é um belo jogo, mas é um jogo de quem já se resignou a perder o presente. Ora eu sou teu irmão, nasci quando tu nasceste, e prefiro chegar ao juízo final contigo ao lado, na paz de uma fraternidade de raiz, a ter de entrar lá solitário como um lobo tresmalhado.
Ninguém é feliz sozinho, nem mesmo na eternidade. De resto, um conto que te agradou, tem algumas probabilidades de agradar aos teus netos. Porque não hão-de eles tirar ninhos quando forem crianças? E, se tal não acontecer, paciência: ficarei um pouco triste, mas sempre junto a ti, firme, na consolação simples e honrada de ter sido ao menos homem do meu tempo.
És, pois, dono como eu deste livro, e, ao cumprimentar-te à entrada dele, nem pretendo sugerir-te que o leias com a luz da imaginação acesa, nem atrair o teu olhar para a penumbra da sua simbologia. Isso não é comigo, porque nenhuma árvore explica os seus frutos, embora goste que lhos comam. Saúdo-te apenas nesta alegria natural, contente por ter construído uma barcaça onde a nossa condição se encontrou, e onde poderemos um dia, se quiseres, atravessar juntos o Letes, que é, como sabes, um dos cinco rios do inferno, cujas águas bebem as sombras, fazendo-as esquecer o passado.
Teu
Miguel Torga"
Várias vezes ao lê-la, me lembro deste escritor, de quem muito gosto.
E, nós que estamos deste lado, também nos interrogamos, sobre como será a sua voz, o seu sorriso, as suas gargalhadas... De si, conhecemos "heaven", livros, tapetes, quadros, os olhos liiindos da sua menininha e as pernoquinhas fofinhas do seu menininho mais crescido.
Não precisa de publicar este post. Mas pode fazê-lo, se quiser, retirando este parágrafo.
Tenha uma boa semana!
Beijinho
Magnólia
Querida Tita,
ResponderEliminarAmanhã vou ler com atenção e carinho o belo texto que me enviou. Não o conhecia ou melhor, talvez o conhecesse mas já não me lembro. Gosto muito de Miguel Torga, do seu gosto pela terra agreste, do seu desvelo pelos caminhos nos montes.
Do que agora li, tem muita razão: é isto que sinto.
E sou assim: rio que me farto, frequentemente choro a rir (devia até rir menos por causa das rugas de expressão que se somam às outras...), quando me entusiasmo a defender uma ideia, falo com paixão, maçam-me as pessoas parvas, gosto de ler, de fotografar, gosto de falar com pessoas, gosto de luz, adoro os meus meninos (hoje tive-os a todos cá e fiquei com a casa virada do avesso, depois de se terem ido embora, durante mais de 1 hora andámos os dois a tentar repor a situação...). Vou ver se tenho autorização dos respectivos pais para amanhã colocar aqui algumas fotografias em que não se vejam bem mas que dê para ficar com uma ideia.
Mas sou uma pessoa normalíssima.
Obrigada uma vez mais, Tita!
Um beijinho.
Querida Tá como a percebo.
ResponderEliminarNão foi tanto assim mas há uns anos, num dia de chuva ao fazer uma curva para aí a 40, perdi o controlo do carro(penso que fiz aquaplaning) e comecei a andar à roda numa estrada onde havia estacionamento dos dois lados junto aos passeios.
Só pensei que ia esbarrar em todos, mas também me deu para o atirar só para um e assim o fiz.
Como o meu andava e o outro estava amachucado e eu segui para o emprego deixando um bilhetinho ao proprietário. Tirei a matrícula e procurei-o através do registo automóvel. Era funcionário da Robialac e tudo se arrumou.
A graça é que um dia, anos depois, o meu marido estava nas Finanças e um senhor na fila para ser atendido comentava com outro a quem tinham batido e fugido, que ele tivera muita sorte uns tempos atrás, porque uma senhora tinha-lhe batido no carro e não descansou enquanto não o encontrou.
O meu marido nem queria acreditar, mas como se passava tudo em Algés, sítio da ocorrência, meteu conversa com o senhor e chegaram â conclusão que falavam de mim.
Eu achei o máximo.
Às vezes há mesmo grandes coincidências.
Beijo grande
Sim música, muita!
ResponderEliminarComecei por apanhar um valente susto quando comecei a ler este post!
Mas...?
Mas eis que o "jeitinho manso", o "saber viver manso" (será?), fizeram o milagre!
Nem imagino o susto que se tem numa situação dessas!
Mas o que mais admirei foi o auto-controlo, o controlo do pânico que seria normalíssimo a tivesse paralisado.
O factor sorte? Sim, não é despiciente, mas sem presença de espírito?...
Abraço grande.
Querida Teresa,
ResponderEliminarNisto há sempre uma mistura de acaso e de controlo. Em cada momento acontece isso. Naquele dia um dos camionistas que observou a 'cena' disse que admirou o meu sangue frio a conseguir levar o carro para um sítio em que o carro se iria imobilizar, evitando um acidente maior. Mas isso foi apenas uma parte da história porque, quando avancei de encontro àquela coisa de chapa no meio da rotunda, poderia ter sido um horror mas a sorte fez com que o carro 'trepasse' pela árvore.
Uma cena...!
Quando, a seguir, telefonei à minha filha e lhe contei o sucedido ela ria, ria, a imaginar a 'cena', vendo o lado cómico, quase como um desenho animado daqueles que o desastre é iminente e, no fim, o boneco fica suspenso à beira do precipício. Quando eu, no fim, lhe disse 'então eu podia ter morrido e tu desatas a rir...?' ela disse que, da forma, como descrevi, parecia mesmo uma cena cómica.
E eu também, por fim, já me ria.
Já passou...
Mas ainda hoje, na autoestrada, a descer, a 120, montes de carros e lá mais em baixo uns quantos a travarem ... lá veio aquele receiozito, pus logo a mão no manípulo das mudanças, just in case...
Um abraço, Teresa!