segunda-feira, novembro 11, 2024

Dia de folga

 

Hoje estou de folga. 

Para começar, pensava que este domingo era dia 11; logo, dia de São Martinho. Só há bocado é que percebi que este ano o dito calha à segunda-feira.

E começo por informar que hoje não vou falar das incompetências do Governo. Ia dizer incompetências assassinas mas, como estou de folga, não vou usar metáforas desagradáveis. Também não vou falar do enjoo que me causam as afirmações politicamente correctas ou insuportavelmente sonsas de que não se resolve nada com a demissão dos incompetentes, apesar de me apetecer dizer que quem assim pensa não está a ver que manter incompetentes (perigosamente incompetentes) em funções é perpetuar o risco (o que é tanto mais grave quando estamos a falar de risco de vida) e, nesse sentido, está a ser cúmplice da situação. Mas não vou dizer, estou de folga. Nem vou dizer que, ao contrário do que muita gente pensa, não deve ser ministro quem quer mas quem tem competência para isso. Ser yes man ou yes woman, ser lambe botas ou lambe cus dos chefes, ser mais aparelhista do que os aparelhistas do partido não é curriculum vitae para coisa nenhuma, muito menos para ser ministro. Mas não vou dizer, hoje estou de folga.

Vou ficar, pois, pelas coisas simples e boas do dia. 

O almoço foi fora, em família. Tenho sempre mais vontade de ser eu a cozinhar mas como foi combinação quase de última hora e como o meu marido diz sempre que complico a ementa e arranjo coisas muito trabalhosas e que, de vez em quando, em vez de ser cá em casa, podíamos ir ao restaurante, assim foi.

Se os pratos pedidos fossem a votos, acho que teria ganho a cachupa e a moamba. Comi a meias com o meu filho, um bocado de cada. Gosto imenso e tenho dificuldade em dizer qual prefiro. 

Mas alguns dos comensais, em especial os mais novos, ficaram-se pelos bifalhões com ovos a cavalo. Como as doses eram generosas e como desde há algum tempo passou a ser comum, no fim o que sobrou foi colocado em caixas e cada família (família com crianças, leia-se) levou a marmita que, no mínimo, terá dado um bom jantar.

Tinha pensado que, com certeza, por graça, no fim, seriam servidas umas castanhitas assadas. Estranhei que não. Afinal, pois claro, não era Dia de S. Martinho. 

Ando assim, muitas vezes sem saber qual o dia do mês. Mesmo dias da semana, por vezes, quando acordo, ainda estremunhada, tenho que fazer algum exercício mental para me situar. Dantes, acordava a pensar que às dez tinha uma reunião com um, às onze com outro, ao meio-dia com outro, que a tarde também estava feita com este, aquele e o outro, e que me veria aflita para me despachar e raspar-me para casa. Como agora a agenda está limpinha de reuniões e maçadas afins, fica aqui um mar calmo em que, muitas vezes, os dias são um doce contínuo (também me apetecia dizer continuum mas temo que pensem que, no meio da cachupa e da moamba, um continuum pode parecer um enfeite daqueles que se usam para armar ao pingarelho).

Adiante.

Depois ainda fomos passear um pouco, um lugar tranquilo, bonito. Mas o passeio foi coisa ligeira. O meu marido não gosta de caminhar de barriga cheia, diz ele. Mas não sei se foi isso ou se lhe dá pena deixar o nosso cãobeludo mais fofo abandonado.

Quando chegámos a casa já quase anoitecia. Estes dias de horas deslassadas são uma tristeza, pequenos, pequenos que irritam. Às seis da tarde já está para lá de lusco-fusco. Mas fomos, então, fazer uma caminhada com o nosso cão.

Quando cheguei, sentei-me no cadeirão relax e adormeci instantaneamente.

Logo, não jantei. Ainda estava sem fome. O meu marido jantou um frango com lentilhas que estava no frigorifico. Mas, para lhe fazer companhia, sentei-me à mesa, claro. E não jantei mas... como sou um bocado lambona, comi uma little quelque chose.... 

Cortei dióspiro às rodelas. Adoro dióspiro, adoro, adoro. Abri uma lima. Em cada fatia de dióspiro pus umas gotinhas de sumo de lima, um pouquinho de canela em pó. Numas fatias pus uma fatia de queijo feta, noutras queijo cottage. Maravilha. No outro dia comprei um compacto de pasta de tâmara. É uma coisa que só tem tâmara moída, compacta. Parece assim uma espécie de broa. Aquilo não é muito doce. É uma coisa mesmo boa. Por isso, para sobremesa, cortei umas tirinhas e, em cima de cada uma também pus queijo. Foi um jantarinho mesmo bom.

E agora estou a ver o Hell's Kitchen mas o meu marido está só a fazer zapping para ver se vê o futebol. Portanto, é isto. 

E ficamos assim.

Uma boa semana a todos.

2 comentários:

  1. Olhe, não diga nada dizendo isto, já nos chega.
    Cumprimentos

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  2. Já agora, se está ansiosa...
    https://www.youtube.com/watch?v=50-Gc320CNo&t=60s

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