Ouvi hoje o Montenegro, com a arrogância habitual, a ufanar-se de o governo ter celebrado um acordo histórico com os professores. Mais uma vez, como é habitual, estamos no domínio do embuste. De acordo com as notícias, a FENPROF e o STOP ainda não assinaram nenhum acordo com o governo e o número de professores e funcionários escolares que representam, ao contrário de alguns dos sindicatos que assinaram o acordo, não é "poucochinho".
O Luís mais uma vez não disse a verdade toda.
A arrogância do ministro da Educação também ficou ontem bem patente nas declarações que fez sobre a FENPROF. Eu nunca fui fã do Nogueira mas quem quer negociar não hostiliza a contraparte como o fez o Fernando e como habitualmente fazem os outros "cabeças de cartaz" da AD (li hoje um artigo muito interessante do embaixador Seixas da Costa, que me parece muito verosímil, sobre a postura arrogante da AD que resultará da atual governança do PSD e do CDS ter uma cultura de oposição que não conseguem ultrapassar e que privilegia a arrogância e o contencioso em vez do diálogo).
Também valerá a pena referir que, quando numa negociação entre o governo e os sindicatos, o governo ainda propõe mais do que aquilo que os sindicatos pedem (por exemplo, a recuperação de 50% do tempo de serviço no primeiro ano em vez dos 30% pedidos pelos sindicatos) é natural que os sindicatos concordem. O que aconteceu foi uma capitulação e não uma negociação. Parece que o que ainda ninguém disse foi quanto é que isto vai custar. E estranha-se que depois do anúncio do Sarmento da completa "debacle" das contas públicas ainda haja dinheiro para estes "desvarios". Ou será que o Sarmento segue a escola do Luís e também não diz a verdade?
Entretanto, prepara-se um novo embuste. A Fundação do costume, que por acaso até está ligada a uma das maiores empresas portuguesas da área da distribuição, publicou um estudo segundo o qual a descida do IRC faria aumentar o investimento, a competitividade e o consumo. Esta redução até originaria um milagre, no qual só os muito crentes na "bondade" do capital ou os mais despudorados acreditam, que permitiria aumentar os salários pois as empresas iriam partilhar mais lucros com os trabalhadores. Parece-me bem mais fácil acreditar no Pai Natal, no trenó e nas renas do que nesta conclusão do estudo.
No mesmo estudo refere-se que a diminuição da receita do IRC poderia/deveria ser financiada através de impostos sobre o consumo ou sobre o trabalho, diminuição da despesa pública (SNS, da Escola Pública, ...) ou através de transferências sociais. Propõem-se portanto fazer uma transferência de custos entre o capital e o trabalho. Curiosamente este "pequeno apontamento" não faz parte, de forma explícita, do discurso da direita.
Este assunto vai continuar na ordem do dia porque é de primordial importância para o capital. A direita vai mais uma vez tentar fazer-nos cair num logro, nunca mencionando explicitamente o que quer fazer mas o que vai acontecer é que os lucros do capital aumentarão e os trabalhadores, uma vez mais, vão lixar-se.
O Luís, na campanha eleitoral, apregoava -- e de vez em quando ainda o faz -- que tem uma politica de "primeiro as pessoas". A descida do IRC é um bom exemplo do contrário e quem acredite neles que os compre pois é mais do que claro que o que Luís e a AD, em vez das pessoas, preferem o capital.
Quem dá 50% aos professores á cabeça, sabe que não vai cumprir o resto do mandato, ou, percebe, que não há dinheiro para compensar de igual modo toda a função publica que também tem o mesmo direito.
ResponderEliminarMarcelo já começou a chantagear o PS na aprovação do orçamento por causa do PRR. Ora todos sabemos que todo o PRR contratualizado, será em principio executado independentemente da aprovação do orçamento ou do governo que surja de nova eleição como aliás aconteceu com este governo.
Só espero que Pedro Nuno Santos, não seja servil de Marcelo, como foi António Costa um pau-mandado nas mãos do Presidente, diria mesmo um boneco, a quem Marcelo manobrou como entendeu e depois chutou-o sem dó nem piedade do governo. Afinal Costa teve o que merecia, os Portugueses é que mereciam um presidente e primeiro-ministro diferentes na ética de governar.
Coitada...ainda agora o jejum de oposição começou. É a vida...ontem foi o burro PS a comer a fava, hoje é o burro PSD. E a fava somos nós.
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