segunda-feira, maio 01, 2023

Um domingo feliz

 

Dia em família, tranquilo, os meninos a jogar horas de ping-pong, uma boa tarde de sol, uma temperatura no ponto, as buganvílias numa explosão de cor. 

O terraço que arranjámos junto à porta da sala tem-se revelado um lugar aprazível, abrigado, confortável. É aqui que geralmente nos concentramos.

As rosas também estão a aparecer, rubras, belíssimas. As nêsperas estão doces de dar gosto. A natureza é generosa.

O urso peludo está cada vez mais educado. Obedece, brinca, fica ainda mais feliz quando está em família. 

Contudo, de vez em quando, cansado de tanta brincadeira e tanta emoção, aproveita para descansar.


Enquanto os que estão a banhos no Algarve nos enviavam fotografias dos meninos a tomar um belo banho de espuma, fofos, fofos, e, depois, de roupão, cabelos molhados e felizes da vida, a lancharem, ao fim da tarde os que cá estão foram jogar padel, tinham reservado campo. Os mais novos têm pilhas que não se gastam e que, aparentemente, nem precisam de recarregar. Jogam todos muito bem padel, os mais novos e os menos novos, com uma energia e uma força que dá gosto. O meu marido também jogou e surpreendeu-me pois (que eu saiba...) nunca tinha jogado. Houve quem dissesse que deu baile aos demais e eu, que sou leiga, estava de facto impressionada. Agora que se foi deitar, ia a dizer que lhe parecia que um dos pés lhe estava a dar sinal. Mas, depois da exibição a que eu assisti, isso não é nada.

Eu não joguei, tenho medo que o joelho se ressinta. Dentro de água pontapeio, pedalo, dobro, estico, levanto, salto e o diabo a sete mas, cá fora, parece que agora ganhei um bocado de medo. Fiquei a ver e a fotografá-los que também é bom. E, se alguma bola vinha parar cá fora, eu ia apanhá-la. Já não é mau.

Quando estávamos a regressar a casa, vimos um pica-pau muito bonito.

A natureza é uma coisa extraordinária na sua diversidade, na sua beleza. Mas temo que um dia deixe de ser assim.

Assusta-me muito a seca e, em geral, as alterações climáticas. 

Temos que, muito urgentemente, encarar de frente a situação da falta de água. Seja criando barreiras que ajudem a criar condensação e que favoreçam a formação de nuvens, seja dessalinizando a água do mar, criando muito mais bacias de irrigação e pipelines de distribuição, seja florestando e criando mecanismos de fixação de humidade, não sei -- creio é que é crítico que se estudem urgentemente alternativas e se comece enquanto é tempo.

Nem quero pensar que o mundo em que os meus netos vão ser adultos pode ser inóspito, até cruel, e que nós, os da geração que contribuiu para isto, nada fizemos para garantir a qualidade de vida dos que nos sucederão.

Espero que António Costa, com o apoio de Marcelo, saibam mobilizar o País nesse sentido.

Mas, enfim, é fim de semana prolongado e em dias assim não é a melhor altura para se falar de temas destes. Certo?

Portanto, adiante.

Não tenho pegado no meu book, o que está em recuperação e que, depois, ainda tem que ser lido e relido e editado. Os dias correm sem parar e eu não consigo agarrar o tempo.

No outro dia, um senhor disse-me que não tinha sensibilidade ao calor em dois dedos. Não percebi bem o que ele me estava a dizer. Concretizou: tinha tido um AVC e tinha ficado com essa sequela. Fiquei admirada. Terá uns cinquenta e tal, magro, sem factores de risco à vista. Explicou que acreditava que tinha sido o tabaco, que fumava muito. Depois disse-me: 'Temos que viver bem todos os dias porque um dia pode acontecer uma coisa que não esperávamos e deixamos de ser iguais ao que éramos antes'. Encolheu os ombros com uma certa tristeza. Compreendi-o muito bem.

E concordo com ele. Não sabendo se amanhã vai ser um dia bom (ou pior do que o de hoje), que saibamos aproveitar cada momento.

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Ao ritmo da natureza


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Uma boa semana a começar já esta segunda-feira

E viva o trabalho.

Saúde. Alegria. Paz.

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