Nunca passei por nada que se pareça com o que o Roberto, aqui abaixo, nos conta. Deve ter sido um susto e tanto. Ele disfarça, leva para a brincadeira mas está bem, está.
O mais parecido, e que me deixou deveras ansiosa, foi o que se passou há uns anos em Bruxelas, no aeroporto.
Vínhamos de Amesterdão e eu e mais dois seguiríamos para Lisboa e um para o Porto. Isto tinha sido um improviso de última hora pois era para virmos, mais tarde, directamente de Amesterdão para os nossos destinos. Mas um deles é uma pessoa acelerada e, achando que era um desperdício de tempo ficarmos a bater perna na Holanda, tinha pedido mudança de voos. E, assim, todos os planos tinham sido precipitados, passando a incluir uma escala em Bruxelas e tudo à tangente.
Chegados ao aeroporto, um aeroporto super movimentado (como quem o conheça poderá confirmar), uns procuravam a porta para Lisboa e o outro a do Porto. Mas, entretanto, eu queria trazer qualquer coisa para os meus filhos que, à data, ainda viviam connosco. Portanto, rapidamente entrei na free shop para trazer nem que fosse uns chocolates. Eles também entraram. Combinámos encontrar-nos à porta para embarcarmos juntos. Devo dizer que detesto cenas assim, correrias, stresses em locais de grande confusão (ainda por cima, tudo para chegar a casa apenas uma ou duas horas antes).
Acontece que eu tinha o número de telemóvel do que ia para o Porto, não dos que vinham comigo para Lisboa com quem, na altura, ainda não tinha grande confiança.
Mas aquilo era um mundo de gente e, quando estava na caixa e olhei à volta, não vi os de Lisboa, apenas o que ia para o Porto. Perguntei-lhe pelos outros dois. Não sabia, tinha deixado de os ver e abalou à pressa, para a porta dele.
Olhei, uns enervados 360º, e nada, nem rasto dos meus dois companheiros.
Era hora de embarcar e eu não sabia deles. Nem eles tinham o meu número.
Fiquei sem saber se eles tinham deixado de me ver e estariam à minha procura ou se, dado o aperto da hora, tinham avançado para o avião. Pensei: se fico à espera de os encontrar, ainda perco o avião. Em contrapartida, se embarco e eles andam cá fora à minha procura e perdem eles o avião, se calhar ainda é pior papel.
Não disse ainda que um deles era o administrador da holding a quem eu reportava há muito pouco tempo e o outro era o próprio presidente. Nada de mais mas, parecendo que não, uma pessoa parece que fica um bocado mais atrapalhada, tanto mais que o nosso convívio ainda era coisa recente. Uma barracada que meta perda de avião é sempre chata mas sendo os envolvidos aqueles dois parecia-me ainda mais chato. Fiquei naquele sufoco. Faço o quê?
Ouvi a última chamada para o embarque.
Então resolvi que avançava e que se lixasse. Entretanto, tive uma ideia luminosa: lembrei-me que tinha o número da secretária do presidente. Liguei-lhe para ela me dar o número dele ou lhe ligar ela a dizer que eu ia entrar. Mas deu-me interrompido. Caraças. Quando dá para o torto, é para a desgraça. Toda acelerada e enervada, escrevi-lhe uma mensagem.
E avancei.
Quando entrei no avião, lá estavam eles os dois. E já o presidente estava a receber a mensagem da secretária.
Tinha-lhes acontecido o mesmo que a mim. Tinham deixado de me ver, andaram às voltas e, à última hora, resolveram entrar.
Tudo acabou em bem. Mas o stressezinho por que passei ficou-me tatuado nas meninges.
Certamente, tal como aconteceu com o bom do Roberto.
Roberto foi esquecido e ficou trancado na clínica médica
| Que História É Essa, Porchat?
Todo mundo já sonhou passar a noite em um shopping, mas e em uma clínica médica? Roberto passou por isso! Ele foi fazer uma ressonância magnética e acabou sendo esquecido dentro na clínica. Pra piorar, na época ele não tinha celular e a mulher dele não acreditou muito nessa história... Vem ouvir!
A "minha história de aeroportos" ainda hoje me deixa com vertigens... https://lishbuna.blogspot.com/2009/09/11-de-setembro-de-2009-aeroporto.html (foi num 11 de Setembro)
ResponderEliminarOlá João
ResponderEliminarÉ das coisas que assusta, a sensação de que, quem queira, não terá muita dificuldade em furar esquemas que deveriam estar blindados...
Mas, no post que aqui deixa, uma outra coisa me impressionou: o comentário do Fallorca. Custa sempre quando aqueles que acompanhamos partem tão cedo, não é?
É verdade.
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