segunda-feira, março 13, 2023

Ataques de pânico
Anabela Figueiredo e a ansiedade. “Deixei de andar de carro, de jantar com amigos”

 

Não é tema para noite de Óscares nem sequer para passadeira vermelha.

Mas também não tenho frequentado o escurinho das salas de cinema para aqui poder botar faladura sobre matérias cinéfilas.

Portanto, com vossa licença, vou falar de um tema pouco sexy.

Já aqui o referi: felizmente não conheço a experiência dos ataques de pânico pelo que não posso aqui trazer o meu testemunho pessoal. Contudo, conheço quem já tenha passado por essa terrível experiência.

Ainda não há muito, uma pessoa me contava que, na noite anterior, tinha tido um angustiante ataque de pânico. Depois de muitos exames médicos em que tentou despistar diferentes doenças pois tinha a certeza de que tinha um problema físico, concreto, com sintomas muito evidentes, e porque aquelas manifestações exuberantes aconteciam do nada, sem que estivesse nervoso, tinha finalmente reconhecido que o problema de que padece é do foro mental.

Por exemplo, nesse dia, segundo me contou, estava em casa a cozinhar, tranquilamente. 

Como vive sozinho, apesar de já saber que são ataques de pânico e não cardíacos, ainda tem um certo receio de que alguma consequência grave ocorra e, por isso, quando isso acontece e está em casa, vai para o carro. Acha que, em situação de ser preciso algum socorro, na rua, mesmo que dentro do carro, estará mais perto de alguém que passe. 

Diz que já identifica quando os ataques estão a chegar e já consegue ter algum autodomínio nessas situações.

Tem uma vida profissional muito exigente e, diria, muito stressante. A nível pessoal tem também alguns factores que não são especialmente estabilizadores. 

Por causa dos ataques de pânico que são, segundo ele, incapacitantes, começou a ter algum receio de conduzir. E esse facto, o de, por vezes, não conduzir, é um outro factor que, por si, também não ajuda pois perguntam-lhe porque não usa o carro e ele, não querendo contar o que se passa, vê-se na necessidade de inventar desculpas que a ele mesmo parecem esfarrapadas, deixando-o ainda mais enervado. E, uma vez mais, está a ocultar coisas, deixando-o ainda mais inseguro, com receio que descubram. Tem receio que, se descobrirem que tem ataques de pânico, o considerem pouco apto para as suas funções ou gozem com ele.

Perguntei ao Chat GPT o que são ataques de pânico e eis a resposta:

Ataques de pânico são episódios súbitos e intensos de medo e ansiedade que podem ocorrer sem aviso prévio. Eles geralmente duram de 5 a 20 minutos, mas podem durar mais em casos extremos. Durante um ataque de pânico, a pessoa pode sentir uma sensação intensa de perigo iminente ou de morte iminente, mesmo que não haja uma ameaça real presente. Alguns sintomas comuns de ataques de pânico incluem:

    • Palpitações cardíacas ou taquicardia
    • Sensação de sufocamento ou falta de ar
    • Tremores ou tremedeira
    • Suor excessivo ou frio
    • Náusea ou dor abdominal
    • Tontura ou vertigem
    • Sensação de irrealidade ou despersonalização
    • Medo de perder o controle ou enlouquecer

Os ataques de pânico podem ocorrer como resultado de transtornos de ansiedade, como o transtorno do pânico, ou podem ser desencadeados por eventos estressantes, como a morte de um ente querido, mudanças na vida, problemas de relacionamento ou problemas de saúde. O tratamento para ataques de pânico pode incluir medicação, psicoterapia ou uma combinação de ambos. É importante procurar ajuda profissional se você está sofrendo de ataques de pânico ou qualquer outro problema de saúde mental.

Porque se chamam ataques de pânico se a pessoa aparentemente não sente medo?

Embora possa parecer que as pessoas que estão tendo um ataque de pânico não estão sentindo medo, na realidade elas estão experimentando um medo intenso e incontrolável. O nome "ataque de pânico" se refere à intensidade e rapidez com que os sintomas aparecem, assim como à sensação de perigo iminente que muitas pessoas descrevem sentir durante um ataque.

Os sintomas de um ataque de pânico, incluindo palpitações cardíacas, sudorese, falta de ar, tontura e tremores, podem ser tão intensos que a pessoa pode sentir que está tendo um ataque cardíaco ou morrendo. A sensação de medo e terror que acompanha esses sintomas pode ser esmagadora e incapacitante.

Embora as pessoas que têm ataques de pânico possam parecer calmas em outras circunstâncias, isso não significa que elas não sintam medo ou ansiedade. Na verdade, muitas pessoas com transtornos de ansiedade, incluindo transtornos de pânico, podem ser altamente sensíveis ao estresse e à mudança emocional, o que pode desencadear um ataque de pânico, mesmo quando não há um evento estressante aparente.

Qual a melhor estratégia para uma pessoa lidar com um ataque de pânico?

Existem várias estratégias que podem ajudar uma pessoa a lidar com um ataque de pânico. Aqui estão algumas sugestões:

  • Respire profundamente: A respiração profunda pode ajudar a reduzir os sintomas de ansiedade. Tente respirar lentamente pelo nariz, segure a respiração por alguns segundos e expire lentamente pela boca. Repita esse processo várias vezes até que se sinta mais calmo.
  • Identifique e desafie seus pensamentos: Durante um ataque de pânico, é comum ter pensamentos negativos e assustadores. Tente identificar esses pensamentos e desafiá-los, questionando sua validade e racionalidade.
  • Pratique a atenção plena: A atenção plena envolve concentrar-se no presente e aceitar seus pensamentos e emoções sem julgamento. Isso pode ajudar a acalmar a mente e reduzir a ansiedade. Tente se concentrar em sua respiração, notando como o ar entra e sai do corpo.
  • Use técnicas de relaxamento: Existem várias técnicas de relaxamento que podem ajudar a reduzir os sintomas de ansiedade, como meditação, yoga e exercícios de relaxamento muscular progressivo.
  • Busque apoio: É importante procurar ajuda de outras pessoas durante um ataque de pânico. Fale com um amigo, membro da família ou profissional de saúde mental sobre o que está acontecendo e como se sente.
  • Considere a terapia: A terapia, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), pode ajudar a identificar padrões de pensamento e comportamento que contribuem para ataques de pânico e ajudar a desenvolver estratégias para lidar com eles.
  • Considere a medicação: Em alguns casos, a medicação pode ser prescrita para ajudar a controlar os sintomas de ansiedade. Fale com um profissional de saúde mental sobre as opções disponíveis.

Lidar com um ataque de pânico pode ser assustador, mas há muitas estratégias eficazes que podem ajudar a reduzir os sintomas e controlar a ansiedade. É importante encontrar o que funciona melhor para você e procurar ajuda profissional, se necessário.

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Está disponível mais um vídeo da fantástica série sobre os Labirinto - Conversas sobre Saúde Mental do Observador. 

É necessária muita coragem para uma pessoa expor desta forma as suas fragilidades. É sobretudo um acto de generosidade pois, com o exemplo, estes testemunhos ajudam certamente muitas pessoas que sofrem em silêncio este tormento.

Anabela Figueiredo e a ansiedade. “Deixei de andar de carro, de jantar com amigos”

Começou com um ataque de pânico, acabou por transformar-se em fobias que lhe limitaram severamente a vida. Gestora, Anabela Figueiredo só nunca deixou de trabalhar — e hoje interroga-se porquê. 

Desejo-vos uma boa semana a começar já nesta segunda-feira
Saúde. Serenidade. Força. Paz.


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