quarta-feira, março 15, 2023

As insignificâncias do meu dia a dia.
E uma casa absolutamente extraordinária.

 

Uns dias é preciso reparar estores, outro dia é preciso reparar tomadas e interruptores. Depois vem alguém entregar alguma coisa. Em qualquer destas circunstâncias é preciso previamente isolar a fera pois não queremos cenas tétricas aqui em casa. 

E depois das intervenções é preciso limpar o que sujaram.

O meu marido queixa-se que não consegue estar sossegado. Quer pintar o telhado do forno ali fora e não consegue ter tempo.

Claro que, pelo meio, é preciso ir às compras, tratar de coisas cá em casa e ir caminhar, passeando o cão.

Hoje, por exemplo, ainda não consegui pegar no livro. 

Dantes fazíamos mil coisas e tínhamos tempo para tudo. Agora não há comparação possível e não temos tempo para nada. É certo que a covid deu cabo de nós (continuamos a meio gás) mas não sei se isso explica tudo.

Tenho ali mais umas little coisinhas para pregar na parede mas ainda nem ousei abordar o assunto. Com a desculpa que não gosta de fazer buracos na parede, dá sempre mais luta do que seria razoável. E agora, sem energia, meio constipado e aborrecido por não conseguir fazer o que quer, assoberbado que anda sempre com cinquenta mil insignificâncias, ainda mais mal disposto fica quando lhe peço para fazer coisas que não quer.

Andamos também a ver se nos inscrevemos em actividades físicas e, depois de morarmos aqui daqui a nada já vai para três anos, só hoje começámos finalmente a desbravar as redondezas. Ficamos surpreendidos quando descobrimos bancos, pizzarias, parques, piscinas, como se tivéssemos interiorizado que estávamos a milhas de tudo. De facto, não estamos. 

Claro que, apesar de ser tudo aqui relativamente perto, temos que andar a reboque do waze pois tudo isto ainda é para nós geografia desconhecida. 

Amanhã vamos ter mais arranjos cá em casa e, mal nos vejamos livres disso, fazer mais umas surtidas e, desejavelmente, já inscrever-nos para não perderemos a embalagem e começarmos com as actividades as soon as possible.

Tirando isso, o que posso contar é que, de vez em quando, vemos personagens surpreendentes. Hoje vimos uma senhora que presumimos chinesa. Digo que presumimos pois poderia ser japonesa, coreana, etc. Na verdade pouco se via do seu rosto. Talvez uns trinta e tal ou quarenta e poucos anos. Pele do rosto muito branca, lábios num rouge intenso e vibrante, chapéu muito chique, óculos muito grandes, escuros. Vestia o que eu diria ser um casaco comprido de bom corte, acima do joelho, num tecido com bom cair em cor de rosa, uma racha lateral de cada lado. Saltos muito altos. Elegantésima. Poderia ter vindo de uma sessão fotográfica para a Vogue. Estava a passear assim. Um pouco atrás ia um senhor, talvez pela mesma idade, mas vestido normalmente, diria que entre o desportivo e o casual. Ia a tomar conta de uma criança de tenra idade. Eu disse ao meu marido que o senhor se calhar era o motorista. O meu marido disse que talvez fosse o guarda costas. Concordei. Pareciam saídos de um filme. 

(Foi daquelas situações em que lamentei não ter lata para pedir muitas excuses e solicitar autorização para fotografar. Adoraria que posassem para mim)

Claro que com tanta actividade e sem ter conseguido descansar durante o dia, estou aqui a lutar para não me encostar para trás e deixar-me dormir. Não sei o que é isto. Durmo, durmo e não me passa o sono. O meu marido está na mesma.

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Mas antes de me render (... a ver se amanhã consigo responder, em particular à Fátima), só um apontamento. Já sabem que, quando aqui me sento à noite, gosto de espreitar as notícias e os vídeos. Geralmente não encontro notícias animadoras mas vídeos vejo sempre bem interessantes.

Quem por aqui me acompanha já sabe também que gosto de arquitectura e decoração. E o algoritmo do YouTube também sabe e, por isso, faz sempre o mimo de me presentear.

Este vídeo tem uma casa que é de uma pessoa ficar maravilhada. Não quer dizer que eu me reveja a 100% em tudo o que aqui mostro mas, mesmo se não faz bem o meu género, aprecio a estética e o sentido de equilíbrio de quem sabe conceber espaços bons para viver. Mas, neste caso em concreto, acho mesmo tudo uma coisa fantástica. A arte, o conforto, a luminosidade, os extraordinários jardins, acho tudo extraordinário.

Esta casa em Nova Delhi é inspirada no artesanato da Índia
| Remarkable Living

A casa do costureiro indiano Tarun Tahiliani é um reflexo caleidoscópico da vasta gama de suas influências criativas, desde móveis antigos a arte interessante e peças decorativas fascinantes que se juntam para criar um banquete para os sentidos.

Um dia bom
Saúde. Boa onda. Paz.

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