domingo, fevereiro 19, 2023

Crónica de um sábado
[E como se pode estar sozinho no meio de uma multidão]
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A minha neta ligou-me, dizendo-me que podíamos ir às compras. Disse-lhe que este sábado só se fosse ao fim da tarde pois antes disso estaria com a sua bisavó. Perguntei se não seria preferível a segunda-feira. Que não, hoje ao fim do dia estava bem.

Depois de deixarmos a minha mãe em casa fomos até casa do meu filho buscá-la e lá fomos as duas para as compras. Quando chegou ao carro disse que tinha feito a lista com as lojas a que queria ir.

Contei-lhe que comecei a escrever, que quero escrever um livro. Não estranhou. Para ela tudo o que eu faça é normal. Mas perguntou: 'E pintar? Não queres voltar a pintar?'. Disse-lhe que tenho vontade mas que depois não sei o que fazer aos quadros. Respondeu-me, de imedito, que podia vendê-los no OLX. Respondi-lhe que é uma ideia e que depois ela logo me ajuda nesse processo. Disse que sim e contou um peripécia de quererem comprar um carrinho para o irmão mais novo quando há algum tempo foram a Berlim e temiam que ele se cansasse de andar o dia todo no passeio mas que um carrinho era de brincar e noutro só lá devia caber uma criança de dois anos.

E lá fomos às compras. Focada, determinada, despachada. Não perde tempo, não hesita, não vacila. 

Depois fomos ter com o avô e com o cão e, a seguir, fomos pô-la a casa de uns amigos dos pais que, entretanto, já lá estavam porque o pai é que ia cozinhar. Eu disse: 'Ai é?'. E ela: 'Sim, ou era isso ou era frango assado do Pingo Doce. Por isso o pai vai cozinhar, vai fazer carbonara'. 

Farto-me de rir com ela. Relata as coisas com ar desprendido não deixando de fora os pormenores que acrescentam graça à conversa.

Quando lá fui levá-la, uma algazarra. Pelo que ela me disse, deviam ser uns vinte. 

Entretanto a turma da minha filha está a curtir as mini férias por terras do Alentejo e fomos recebendo fotografias não apenas da paisagem como, à hora de jantar, do lauto repasto. Com o apetite que os rapazes têm só mesmo um buffet à vontade. Estou mesmo a ver o mais velho a incentivar o mais novo: 'É enfardar...'

E nós, uma vez que já passava das oito e não tinha deixado nada feito para o jantar, fomos comprar uma pizza.

E agora vou dormir pois já é uma da manhã e o dia foi preenchido até dizer chega, tendo começado bem cedo. E eu, em vez me despachar e ir cedo para a cama, não senhor. Estive a ver a final do MasterChef (a muitas milhas do de Austrália, que adoro ver) e depois a dar uma vista de olhos nas notícias. Mas não me apetece comentar nada.

Já há bocado partilhei mais um vídeo com imagens extraordinárias do encontro de um grupo de gorilas com uma pessoa. E agora partilho um daqueles vídeos que gosto de ver da Green Renaissance. Ainda não tem tradução em português, é muito recente.

Sozinho no meio de uma multidão

The world is more connected than it's ever been before.  We can communicate instantly with our friends and family who live miles apart, thanks to the power of social media. And yet... why do so many of us still feel lonely? 

Feeling lonely is a normal human experience - it is something we all go through. And it's not simply a function of being alone. You can feel lonely in a crowd. Because loneliness is a feeling of being alienated from others, not feeling understood or connected - it’s a feeling that something is missing.

But loneliness is also a message that our body sends us, letting us know that we are important, and we need to become friends with ourselves again.  When we feel isolated or alone, we can choose to have compassion for ourselves. We can recognise our emotions without judging them.  When we accept where we are at and what we are struggling against, without berating ourselves, we can then begin to change.

In order to defeat loneliness, we have to listen to its message - You are complete, nobody is needed, you are enough!

Filmed in Groot-Marico, South Africa. 

Featuring Johann Moolman (https://www.art.co.za/johannmoolman/) -- que é também o autor da peça do início deste post

 

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