Continuo presa à minha maleita e, escrevendo isto, constato que uma desconcertante e escusada transformação está a operar-se em mim. Antes sofria em silêncio, disfarçava, escrevia sobre o que calhasse mas nunca sobre o que me apoquentasse, fosse doença minha ou alheia, preocupação profissional ou outra e, mesmo, perda. Só falava, e era se falasse, quando tinha passado e o desfecho estava bem assimilado.
E agora estou nisto, a relatar dores e maleitas em tempo real. Talvez seja uma fase e espero bem que seja passageira pois falar das minhas agruras não faz o meu género.
E isto para dizer que dormi pessimamente, sem posição, com dores. Por isso, passei o dia reclinada e a perna elevada, sobre almofadas. E certifiquei-me que tomava mesmo o anti-inflamatório. E, de quando em quando, gelo.
[E agora, ao ler o comentário do Corvo, já fiquei na dúvida. Acho que o gelo não está a fazer-me bem. Aliás, quando o ponho, ficou com dores bem insuportáveis. Se calhar, amanhã vou reconsiderar].
Mas não sinto que esteja a ficar famosa. Não consigo assentar o pé no chão, não consigo dobrar a perna, tenho dores e o joelho está deveras inchado. Estive prestes a chamar o meu marido para me calçar a meia daquele lado. Não chamei mas fiz uma ginástica que só vista e que me encheu de dores. Mas foi ele que fez o jantar (e ficou óptimo). Detesto dar trabalho mas a verdade é que estou incapacitada. Tenho esperança que amanhã comece a melhorar.
Quem anda deveras intrigado com o meu estado, em especial com a minha quase inexistente locomoção, de canadianas e a arrastar uma perna que não consegue endireitar-se, é o ursinho felpudo. Olha de alto a baixo e, quando vê que estou observá-lo ou quando lhe digo: 'não percebes o que se passa com a dona, não é?', desvia o olhar, põe-se a olhar para outro lado.
Há bocado queria levantar-me do sofá e não conseguia. Fiz diversas tentativas mas não conseguia. Frustrada, chamei o meu marido mas estava lá para dentro, não ouviu. Então disse ao meu cão de guarda, que me olhava com ar preocupado a tentar equilibrar-me e sem força para o fazer com esta perna inchada e dolorosa, 'vai chamar o dono, está bem?'. E ele, acto contínuo, foi e chegou à porta da divisão em que ele estava e deu um sonoro latido. Não foi ladrar, foi mesmo chamar. Fiquei espantada e comovida. Meu amiguinho.
Tirando isso, vi a entrevista do Costa mas, confesso, um bocado desatenta. Como quase não consegui dormir de noite, passei o dia a querer dormitar. Detesto estar assim, caraças.
Há bocado, dei uma circulada pelas notícias e nada me interessou a ponto de aqui querer comentar. A única coisa que me interessou foi ver esta casa maravilhosa aqui abaixo no meio da mais maravilhosa natureza. Mais do que a(s) casa(s) de uma família, é também uma bela pousada. O vídeo é muito bonito.
Qualidade de vida: A decisão de se mudar da cidade para o sítio da família
| Lar: Vida Interior
Vanda Ferraz teve a decisão que muitas pessoas sonham a vida inteira: sair do centro urbano e viver mais perto da natureza. O sítio de Petrópolis, no Rio de Janeiro, foi o refugio para que esse sonho se realizasse! Para poder viver de forma mais tranquila e ainda conseguir obter uma renda, o sítio também virou pousada!
Querida UJM,
ResponderEliminarDepois de a ler, lembrei-me de um amigo que sempre que o cumprimentava, respondia "Vamos andando". Sabendo eu que vivia desafogadamente, as filhas não davam problemas de maior, tinha saude, perguntava, mas passa-se alguma coisa? Ao que ele respondia: Não, mas não devemos dizer que estamos bem, e se nos ouvem?. Acabávamos por rir.
Parece que "alguem" a ouviu depois do belo passeio pelas avenidas de que tenho saudades, (ou será apenas daquele tempo?), embora a minha area de movimento fosse mais na Estefania, enquanto frequentei a Esc. Lus. Feminina, fugíamos mais para baixo, pois tinhamos uma vigilante que fazia a ronda pelas pastelarias e comunicava à Direcção.Que tempos!
Quando se começa a estar bem instalados na idade, aparecem certos desgastes que nos fazem lembrar as nossas mães e avós. Acabamos por nos rever.
Oxalá já se encontre melhor do seu joelho. Tambem não me dou bem com o gelo e evito os anti inflamatorios. Estas baixas temperaturas não ajudam nada. Ando há 15 dias a Palexia.
Um beijinho e rapidas melhoras.
Pois é, querida Pôr do Sol,
ResponderEliminarParece que atraímos... Eu, agora, quando me distraio e digo que há muito tempo que não tenho isto ou aquilo, bato logo 3 vezes na madeira... :)
A zona da Estefânia também tem o seu carisma mas, não sei, parece-me que falta aquele movimento e aquelas lojinhas todas que dão imensa vida à zona de Alvalade.
Quanto ao meu joelho, finalmente noto-o a começar a desinchar. Mas inchou muito, já mal conseguia vestir calças e não podia movimentar-me pois a zona do inchou muito e imobilizou-se, não conseguia nem esticar nem dobrar a perna nem pôr o pé no chão. Tento não tomar anti inflamatórios (e, se calhar, por isso, isto chegou a este ponto) mas, quando fica assim, já só lá vai com anti-inflamatórios (se calhar também com corticóides injectados directamente mas, sem me poder mexer, ir para as urgências só mesmo em último caso).
Espero que as suas dores não sejam nada de mais, talvez músculos ou articulações ressentidas do frio.
Estaremos a ir para velhotas, Sol Nascente...? 😉
Beijinho e tudo de bom para si e para os seus!
Só hoje tomei conhecimento do seu penar que lamento profundamente! A auto-medicação não me parece uma boa solução, consulte um ortopedista e faça os exames que ele lhe recomedar.Custa-me dizer isto mas os hospitais privados têm urgências razoâveis e para quem tem seguro não é caroe poderá logo fazer os exames necessários.
ResponderEliminarEu velhinho com assistencia mensal como supervisão no Hospital atrevo-me a fazer-lhe esta sugertão!
Um grande abraço e rápidas melhoras
Joaquim Castilho