Eu até tremia... Uma pessoa a querer uma abordagem construtiva e dali tudo o que saía era destrutivo. Aliás, acho que, por ele, ia tudo abaixo.
Mas, tirando esse pequeno aspecto, tenho a melhor impressão dos arquitectos pois conseguem sempre surpreender-nos e encontrar soluções imaginativas para problemas que parecem insanáveis.
O prazer começava com o briefing em que era explicado o que, de forma global, se pretendia. Depois havia o programa com o descritivo exacto dos objectivos (quantos postos de recepção, quantos e de que dimensão e localização os espaços de arquivo, zonas de convívio, zonas de open space, gabinetes, etc). Depois as visitas das equipas de arquitectura ao espaço futuro e respectivas envolventes bem como a avaliação às dinâmicas nos espaços antigos. Depois a fase dos esboços, as discussões, o confronto das nossas mentes formatadas com soluções que transportavam modernidade, inovação e desafio; depois, mais tarde, as maquetes e, mais tarde ainda, a escolha dos materiais, e, por fim, o acompanhamento da obra e apoio à decoração (ou mesmo a concepção do mobiliário).
A utilização de um espaço depende -- e de que maneira -- da qualidade da sua arquietctura. E isto vale para edifícios de habitação, de escritórios, de shop floor, de comércio, de cultura, de desporto, de jardins ou o que for.
Não apenas a arquitecta foi muito feliz no seu trabalho como a dona tem um filho arquitecto que introduziu alguns arranjos que respeitaram a traça e contribuíram para uma melhor funcionalidade como foi o caso de estantaria embutida e adaptada aos recantos em que se insere na sal do piso superior. Quando vi a casa apaixonei-me logo por essas estantes e temi que as levassem. Mas não, estão embutidas. Seria difícil retirá-las e não encaixariam noutro lugar como encaixam aqui.
In heaven é diferente. Há um núcleo antiquíssimo, de pedra, em torno do qual o antigo proprietário construiu a parte principal da casa. Não lhe mexemos, com a excepção de termos transformado as janelas da sala em portas de vidro. Mas não tem uma distribuição de espaços perfeita. Por exemplo, há uma casa de banho que é enorme, maior que um quarto. Não faz sentido. Mas fazer-lhe o quê? Ficou assim. Penso que deve ter sido ele com um engenheiro que desenharam aquele acrescento. Para além das janelas, limitámo-nos a transformar a antiga garagem, que era enorme, num apartamento, ligando as duas casas com um muro e com um telheiro.
Mas, enfim, estive a fazer a apologia dos arquitectos mas talvez seja de acrescentar 'bons da cabeça' porque se um arquitecto não tem os cinco alqueires bem medidos é mais que certo que sai asneira da grossa.
Canzana style |
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Penso que já lá vai o tempo em que as construções e os projectos urbanísticos não tinham que ser obra de arquitectos. Mas quantos atentados à lógica, à funcionalidade ou ao bom gosto não se têm feito...? As imagens que aqui partilho são alguns dos vários exemplos que ilustram a falta que faz um (bom) advogado.
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E queiram descer para ver um vídeo que só visto
https://lishbuna.blogspot.com/2015/12/blog-post_43.html
ResponderEliminarCara UJM
ResponderEliminarComo a compreendo.
A minha casa nunca seria o que é, e o conforto que me conforta, se não fosse desenhada por arquiteto. Nos dois pisos, todas as divisões recebem sol, umas do nascente, e outras do poente.
Mais uma gaitada,
https://www.youtube.com/watch?v=0f9PBsnFmmc
Olá Ccastanho,
ResponderEliminarÉ isso. Para os (bons) arquitectos tudo é matéria prima: o espaço, a luz, as sombras... O meu quarto, por exemplo, tem duas janelas. Por uma entra o sol de manhã e por outra entra o sol à tarde.
E muito obrigada pelo Sonho Meu. Que ambiente de festa, que agradável! Gostei imenso. Aliás gosta da Maria Bethânia em qualquer registo. Muito bom.