Havia, em tempos, perto do apartamento em que antes eu vivia, uma casa de móveis muito diferente das outras. Tinha móveis com um design e acabamentos fantásticos. Os móveis tinham linhas por vezes sinuosas, por vezes escandalosamente geométricas. As cómodas não era bem cómodas de grande e elegantes que eram. As cadeiras não eram bem cadeiras, eram poltronas, eram tronos, eram abrigos, eram poisos de eleição. Tudo era especial. A madeira acompanhava o movimento com precisão e suavidade. Não se viam remendos, não se viam emendas. Em cima tinham bibelots que eram peças de arte, joias, objectos inusitados, elegantes, únicos. Os candeeiros eram ora subtis ora vidro esculpido em cores e formas inusitadas e belas. Havia espelhos enormes, luminosos, caprichoso e havia outros pequenos, íntimos.
Gostava de lá ir ver o que havia de novo. Apenas lá comprei as peças para o quarto da minha filha, então uma adolescente, um móvel de tipo aparador para a copa, esta senhorinha baixinha de linhas modernas que tenho aqui ao meu lado e na qual o urso felpudo gosta de se aconchegar... e acho que nada mais. Não eram apenas os preços que eram muito elevados, eram as dimensões e o design das peças que pediam grandes espaços. Móveis grandes ou com um design especial requerem palco, têm que respirar. Não podem estar em cima uns dos outros, não podem anular o glamour uns dos outros. Não há muitas casas com espaços tão amplos assim nem tanta gente com tanto dinheiro.
Mas a verdade é que tudo se vendia pois o que lá se via numa semana já lá não estava na semana seguinte. Intrigada com aquilo, uma vez perguntei à senhora que lá estava e que era filha do dono da loja como é que vendia tantos móveis tão caros e tão especiais. Diz-me ela: 'Ah, os nossos clientes são essencialmente gays'. Fiquei estupefacta. Ela explicou: 'Pelo menos os que aqui vêm têm um grande poder de compra, têm bom gosto, têm grandes casas... e conhecem-se uns aos outros pois passam a palavra...'. Fiquei admirada com tudo aquilo mas fiquei a pensar como deveriam ser fantásticas as casas deles.
Ao ver o vídeo abaixo lembrei-me disso. Eles falam como se o estilo de um fosse muito diferente do estilo do outro. Talvez o seja nos pormenores e, sabido é, o diabo está nos pormenores. Mas, vendo-os falando com entusiasmo e orgulho da sua casa, parece que falam a uma só voz. Quase parecem almas gémeas. Sorriem, falam -- e o uníssono que dali resulta parece ser a raiz da harmonia da decoração escolhida. Uma casa é o reflexo de quem a habita. E a casa do casal Nate e Jeremiah mostra bem o carinho pelos filhos, a cumplicidade que une os membros daquela família, o gosto que têm em receber os amigos.
Inside Nate Berkus & Jeremiah Brent's Newly Renovated Home | Open Door | Architectural Digest
Today AD is welcomed to Greenwich Village in New York by Nate Berkus and Jeremiah Brent for a tour of their freshly renovated family home. For those who have been following this couple and design duo extraordinaire through the years, their "new" place may look oddly familiar - they actually lived their from 2013 to 2016 before relocating west. The apartment wasn't available when they first returned to New York but when life afforded them a chance to revisit one of their relationship's foundational settings, they knew they had to act. “Conversations about having children, conversations about planning a wedding. It’s where all the dreaming began for us.”
A propósito do mundo gay. Soube por uma pessoa conhecida, que os gays pagam uma cota mensal para o movimento ao nível nacional e internacional, e têm desconto no IRS.
ResponderEliminarDeclaração de interesses :
Nada, vezes nada, me move contra um Gay! Merece-me o respeito igual, devido a qualquer outro cidadão, ponto.
Mas já não tenho paciência para ver, ou aturar, maricas nas tvs que os há aos montes. É pá! Já não suporto tanta "pandeleiragem" a bandearem-se com trejeitos mariconços, porra! Que me desculpem os Homoxexuais que respeitam a sua própria homoxexualidade sem o pavoneamento e reserva da orientação sexual a que têm direito. Mas os outros… já não os suporto.
Engraçado como depois de tantos anos, algo vem bulir com a nossa memória e nos traz lembranças que julgavamos esquecidas...
ResponderEliminarBom fim de semana, UJM.:)
Um abraço.
Olá Ccastanho,
ResponderEliminarHá muitos gays na televisão, de facto. Refiro-me às bichas. Eufóricas, malucas, por acaso bastante divertidas. Quanto aos gays contidos se calhar também os há em boa quantidade na televisão mas esses são como diz, reservados, a gente não sabe (nem tem que saber).
E foi mesmo um amigo meu (gay não assumido) que uma vez me contou que um certo actor era gay. Fiquei espantada, disse que não acreditava, que não tinha qualquer jeito disse. Ele explicou-me, então, que eu não devia associar gay a bicha pois, segundo ele, a maior parte dos gays não são bichas.
Um bom domingo para si, Ccastanho.
Olá Janita,
ResponderEliminarÉ mesmo. Sabe aquelas caixinhas para joias, cheias de gavetinhas? Algumas, forradas a tecido, têm uma fitinha para a gente puxar para as abrir. Assim a nossa memória. Basta que uma fitinha se puxe para que se abra a gavetinha onde as recordações estavam guardadas.
E enquanto a gente se for lembrando das coisas já não é mau, não é?
Um bom domingo, Janita!
Abraço.