sábado, agosto 13, 2022

Quanto menos soubermos, melhor dormimos

 

Ontem à noite comecei a ler e hoje, ao fim da tarde, li mais um bom bocado. David Satter explica como o que o que se passa na Rússia parece difícil de perceber se for olhado à luz dos valores ocidentais mas que, se soubermos o que é a prática corrente do Kremlin ou de como Putin conseguiu estabelecer-se com o crescente poder que o trouxe até aqui, acabaremos por identificar a repetição de um padrão. 

Um conjunto de crimes em larga escala, prédios destruídos durante a noite levando à morte de centenas de pessoas inocentes, atentados que têm como objectivo lançar o terror na população, atribuindo a culpa a cidadãos de um país, criando o ambiente de aceitação para a invasão que irá, depois, ser levada a cabo -- técnicas urdidas a frio. Depois o afastamento ou a a eliminação de quem poderia dar com a língua nos dentes.

Nos corredores do Kremlin, entre a seita que ele lá mantém, as pessoas são mera matéria prima para manobras que têm vários objectivos sendo que nenhum deles parece razoável e moralmente aceitável.

Corrupção, favorecimentos, comportamentos oligárquicos -- um regime que, para sobreviver, tem que abafar a revolta, a resistência. E, para isso, todos os meios são admissíveis. 

Olha-se de fora e vê-se ausência de escrúpulos, ausência de moral, ausência de humanidade, olha-se e vê-se um bando de terroristas, de criminosos. E vê-se também a cobardia dos fracos que, pela força, pela mentira, pela manipulação, pela tirania, detêm o poder de matar indiscriminadamente.

O livro saiu agora por cá mas já tem uns sete anos. Ou seja, na altura ainda se estava longe de saber onde a deriva psicopata de Putin e da sua entourage iria levar. As práticas e os crimes descritos, apesar de serem assustadores, são uma pálida amostra do que estaria para vir.

E o diagnóstico não difere por parte de quem conhece e estuda a realidade da Rússia de Putin. Veja-se o vídeo abaixo.

'O monstro frágil': o autor descreve o carácter de Putin

Journalist and author of "Killer in the Kremlin" John Sweeney argues that while Russian president Vladimir Putin is "pathologically enthralled to violence," his strategy in Ukraine is failing

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