Já fiquei mais descansada. Em alguns dos mais banalizados testes de QI aparecem aquelas figuras de triângulos dentro de quadrados, em que a disposição dos triângulos brancos e pretos vai evoluindo e é preciso descobrir qual a sequência que se segue. Outras vezes são sequências numéricas ou outras. Não sei porquê o meu cérebro rejeita tudo isso de forma tão liminar que se recusa a olhar e a pensar. Sou tentada a responder ao calhas. É que poderia esforçar-me e falhar em toda a linha. Mas não, é pior que isso, é rejeição absoluta. Por algum motivo, acho aquilo tão absurdo para provar o que quer que seja que a pachorra se me evapora instantaneamente ainda antes de começar. E, por esta séria lacuna, sempre pensei que a minha inteligência tinha certamente uma falha fatal.
Felizmente nunca tive que fazer um teste daqueles para arranjar emprego senão não tinha passado da porta de entrada.
Fiquei também confortada ao ver confirmada uma opinião que tenho sempre que ouço alguém, muito satisfeito consigo próprio, tantas vezes referindo-se a uma decisão questionável que, em tempos, tomou, dizer qualquer coisa como isto: 'A prova que na altura tomei a decisão correcta é que, se fosse hoje, tomá-la-ia outra vez, exactamente igual '. É que até pode ser mas, caraças, o que é que aquilo prova a não ser que quem o diz é uma pessoa algo limitada? Que raio de raciocínio é aquele? As circunstâncias mudam, nós mudamos, os outros mudam. Então porque é que é axiomaticamente acertado tomar exactamente a mesma decisão tempos depois?
Em contrapartida, a burrice encanita-me cá de uma maneira...
Mesmo aqui na blogosfera, não consigo deixar de rosnar entredentes quando vejo coisas que tresandam a burrice. Eu a ler coisas que quem escreveu acha, certamente, o máximo e eu, cá para mim, 'Ca ganda burra. Chiça penico...!'.
Tem razão o Mestre com quem tenho trocado umas ideias ao alertar para os perigos que a inteligência por vezes acarreta. E, concordo, é bem verdade que alguns seres inegavelmente inteligentes foram (ou são) uns estupores encartados. Mas, por outro lado, se conseguirmos despir-lhes a identidade, o que fica da sua inteligência ilumina a nossa existência.
Agora que escrevo isto penso num colega que tive. Sempre que tinha algum trabalho complicado em mãos, algum relatório mais cabeludo para concluir, algum projecto mais crítico para lançar, era de fugirmos dele. Intratável. Rude, cafajeste. Outras vezes, na reuniões, saía-se com coisas que deixavam toda a gente gelada, incomodada. Era de uma franqueza desabrida. Creio que lhe faltava inteligência emocional. Mal o stress passava, era de uma pessoa se deliciar com as piadas, com a ironia oportuna e implacável. Tinha ainda uma particularidade: tinha uma colecção infinita de música. LPs e CDs, milhares. De cada obra tinha todas as derivações que conseguia descobrir: maestros, intérpretes, gravações em estúdio e ao vivo. Para gerir a colecção tinha uma base de dados que mantinha actualizada e que permitia pesquisar por cada um dos parâmetros que, para ele, fazia a diferença. Tinha quse tnto orgulho n bse de ddos quanto na colecção. Agora que os suportes físicos estão a cair em desuso não sei como estará a completar o seu tesouro. Sendo uma pessoa com competências reconhecidas na sua área de trabalho, tinha depois esse seu lado de melómano que o fazia virar outro quando disso falava. Eu gostava imenso de conversar com ele. Tinha sempre uma perspectiva diferente e interessante das coisas e eu aprendia sempre com ele.
Contudo, sempre que eu falava dele, quase toda a gente se torcia e fazia um esgar de desagrado: 'Esse traste' ou 'Um mal-educado' ou 'Um tipo perigoso'.
Aqueles ataques de franqueza desassombrada de que por vezes parecia possuído causaram problemas a muito boa gente. Diziam que desferia golpes baixos quando menos se esperava. Nunca me pareceu que o fizesse premeditadamente ou para ajustar contas com alguém. Sempre me pareceu que era simplesmente desligado das conveniências sociais ou de preocupações em relação aos outros.
Outras vezes, quando se queriam referir a ele, diziam-me: 'O seu amigo' pois, de facto, acho que eu era a única pessoa que o suportava. E, ainda por cima, gostava dele. Desculpava-lhe os maus humores.
7 Genuine Signs of Intelligence You Can't Fake
Are you truly intelligent? Intelligence is a coveted thing, and we’re encouraged to “fake it til we make it” with things. But some things in life can’t be faked and real intelligence is one of them.
Here is a short list of the subtle signs of genuine intelligence. See if you can identify these traits in yourself.
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