Penso que não é propriamente caso para se ter orgulho. Nem ter nem deixar de ter. É o que é e ponto final. Não sinto orgulho por não ser gay. Não sinto nem deixo de sentir. Nasci assim. Fazer o quê? Se tentasse mudar acho que não conseguia. Cada um é como é.
Já o disse aqui muitas vezes: não concebo qualquer tipo de discriminação em função da orientação sexual. Quem a pratica revela ser bronco, retrógrado, preconceituoso, grunho, cavernícola.
O que também me faz muita impressão é ser gay e, por vergonha ou qualquer tipo de condicionamento a que se sinta sujeito, não o assumir, vivendo uma vida de ocultação, de disfarce, de negação. Conheço um caso assim no masculino e outro no feminino. Parecem pessoas felizes mas imagino as barreiras internas a que quotidianamente se submetem e as frustrações que vivem na sua íntima solidão. E se calhar conheço outras pessoas de que nem desconfio.
Que receiam essas pessoas? Serem alvo de chacota? De rejeição? Incapacidade em viver a pleno a sua sexualidade?
Não sei mas, se me puser no seu lugar, imagino que se eu, toda a vida, tivesse forjado uma sexualidade que não era a minha, talvez sentisse receio de assumi-lo perante o meu marido, os meus filhos, os meus netos, os meus amigos e conhecidos. Se calhar recearia o seu olhar, temeria confundir com troça qualquer inofensivo sorriso. É preciso alguma coragem, sim. Por isso é bom que se assuma com naturalidade a sua condição o mais cedo possível.
Por haver ainda tantos tabus penso que é importante que aqueles que já os romperam exibam publicamente a sua condição. E que usem o humor. Talvez a sua alegria e o tom de brincadeira com que se referem à sua condição de gay incentive os que se sentem receosos.
Vi uma selecção de cartazes engraçados usados em manifestações gay e apeteceu-me trazer aqui alguns.
Li há 50 anos um livro, Psicologia Recreativa, da Portugália, e que desandou como tantos outros cá de casa e só me lembro no essencial que os homo sexuais são pessoas tal e qual as outras mas que se convenceram que são do sexo oposto. Tragédia inexplicável que agora os Monty Python parodeiam de forma original. As ovelhas que se julgavam aves e os homens que se julgavam ratos, enfim um fartote de riso que só vendo, contado não tem graça. Não sei onde li há dias que uma das causas desse atropelo pode ser os perfumes do banho ou da roupa lavada que desenvolvem sensibilidades femininas nos jovens. Vi uma série no Canal 2 que dava aos fins de semana e que já acabou em torno de um professor de Filosofia em Barcelona de seu nome Merli e onde o tema atravessa todos os episódios e que me ajudou a compreender melhor o fenómeno a começar pelo filho do tal professor e que ele lhe explicava que sabia desde pequenino que revelava tendências homo sexuais. Tudo no filme quase que conduz a uma divulgação do fenómeno que o fui aceitando e compreendendo mas para mim não servia porque gosto demasiado de mulheres para aceitar as carícias de um homem. No RTP Play por lá anda, penso eu.
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